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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Rock and Roll

Rock and Roll – A invenção da adolescência entre a indústria e a angústia cultural: Chuck Berry e Elvis Presley

Rock filosofia

Anos 50 Rock and Roll (balançar e rolar), gíria laica negra que expressava sexo incitação, que nos anos 37/47, Ella Fitzgerald ( http://is.gd/Fvm1qh ) já trazia em seus blues. O rock tem uma aparência rebelde, mas a rebeldia vem do som da música como forma de agressão e é o que atraia a juventude. Este fenômeno ou movimento híbrido, muito distinto da música, mas através dela descrevia uma juventude ou mandava mensagens.

Surgiu no século XX derivado do *blues acelerado, ou um **boogie-woogie. Ritmo quaternário de forma musical muito pobre. Mas na verdade o movimento RR nasceu como uma expressão artística que procurava para seu mercado, a apática juventude do pós-guerra que clamava por renovação e foi criado pela indústria da cultura tecnológica, como manifestação de crítica a qualquer forma de conservadorismo.Por que os jovens escolheram como sua música?

Chuck Berry, cantor negro, pobre que sai dos púlpitos evangélicos, marca esta juventude com sua música autobiográfica Johnny B Goode que vira o hino deste movimento:  http://is.gd/IPZ245

Mas Chuck Berry, não era interessante para o sistema e nem sua personalidade permitia que afastasse de seu instinto. Não se corrompeu com o capitalismo. Chegava aos shows atrasados, não levava banda nem guitarra, foi preso acusado de pedofilia ( http://is.gd/gjn8z ).

Leva a vida a sua maneira até hoje, bem estilo rock and roll. Queria dinheiro, mas queria ser feliz.

Pela postura, atitude e fidelidade dizem que foi ele quem inventou o rock and roll, mesmo não assumindo tal autoria.



Elvis Presley chega na mesma época, cantor branco pobre, saído dos púlpitos evangélicos, ambos comprometidos com o movimento, mas com estilos próprios.

Tudo que o mercado queria. Logo reestruturaram seu marketing, até sua ida ao exército foi uma estratégia, tudo fabricado com muito dinheiro, claro, em nome desta expressão. Elvis foi legítima vítima de um mercado capitalista.

Absorvido pela indústria, não pode seguir seus estilos naturais de cantar e dançar. Tornou-se muito infeliz, em troca assinou contratos trilhardários e facilmente foi para a linha do bom mocismo desvirtuando a linha do rock and roll. Abdicou visivelmente sua liberdade de expressão: antes - http://is.gd/tSEjEA e depois http://is.gd/biMAzO


Invenção da juventude e da indústria cultural


No livro Dialética do esclarecimento de 1947, de Theodor Adorno (http://is.gd/gjcKA ) e de Max Horkheimer (http://is.gd/gjevp ) há um texto com críticas, que não esgotou seu sentido se pensarmos em nossa cultura e podemos interpretar como a construção de determinados produtos que se transformam em mercadorias com semelhanças a qualquer outro produto que podemos chamar de arte que atinge as sensibilidades das pessoas.

Neste texto os autores compreendiam que a própria cultura estava sendo produzida industrialmente em forma de comportamento humanos, estética, modo de ser, modo de pensar e de agir. A totalidade da vida que se transforma em indústria e a indústria é tudo.

Expressão artística produzida em escala industrial e o nosso comportamento também, pelo menos é o papel da publicidade contemporânea e o que ela faz para sobreviver. Nossa cultura passa realmente por um processo de industrialização.

Não somos mais senhores de nossos desejos e pensamentos e sim conforme os pensamentos dados. A propaganda é que determina os nossos desejos, ouvimos aquilo que o marketing bombardeia nossa percepção dizendo o que necessitamos.

Pensar por conta própria, nem pensar! Compramos aquilo que nos oferecem a ideia é pronta e tem que ser repetida em exaustão para que se torne uma verdade. Tão-pouco nos deixam em paz, quando menos esperamos, a TV, outdoor, horrivelmente nos colocam seus produtos.

Mi - Cps 26/10/10

Fonte: –
http://is.gd/gjgUA

*Blues é uma forma musical vocal ou instrumental que se fundamenta no uso de notas tocadas ou cantadas numa frequência baixa, com fins expressivos, evitando notas da escala maior, utilizando sempre uma estrutura repetitiva. Nos Estados Unidos surgiu a partir dos cantos de fé religiosa, chamadas spirituals e de outras formas similares, como os cânticos, gritos e canções de trabalho, cantados pelas comunidades dos escravos libertos, com forte raiz estilística na África Ocidental. Suas letras, muitas vezes, incluíam sutis sugestões ou protestos contra a escravidão ou formas de escapar dela.
**Boogie-woogie é um estilo de blues, caracterizado pelo uso sincopado da mão esquerda ao piano. Foi muito popular entre os negros nos anos 30 e anos 40 nos Estados Unidos, sendo geralmente tocado pelos mesmos. As bandas em geral tinham três pianos, violões e tocavam musica country e gospel em um estilo de guitarra próprio. Os grandes nomes do estilo são Memphis Slim, Pete Johnson, Albert Ammons, Little Richard e Meade Lux Lewis que compuseram conhecidas músicas do gênero, como 6th Avenue Express, Boogie Woogie Stomp, entre outras.

Sobre Max Horkheimer

Max Horkheimer (Estugarda, 14/02/1895 — Nuremberga, 07/07/1973) filósofo e sociólogo alemão. Como grande parte dos intelectuais da Escola de Frankfurt, era judeu de origem. Por intermédio de seu amigo Friedrich Pollock, Horkheimer associou-se em 1923 à criação do Instituto para a Pesquisa Social, do qual foi diretor, em 1931 sucedendo o historiador austríaco Carl Grünberg.

Teve como importante fonte de inspiração o filósofo alemão Schopenhauer de quem tinha um retrato no escritório. Aproximou-se "obliquamente" do marxismo no final dos anos 1930, mas segundo testemunhos da época raramente citava os nomes de Marx e Lukács em discussões. Apenas com a emergência do nazismo, Horkheimer se aproxima de fato de uma perspectiva crítica e revolucionária que o fará escrever, já diretor do Instituto para Pesquisas Sociais, o ensaio-manifesto, Teoria Tradicional e Teoria Crítica (1937).

Suas formulações, sobretudo aquelas acerca da Razão Instrumental, junto com as teorias de Theodor Adorno e Herbert Marcuse compõem o núcleo fundamental daquilo que se conhece como Escola de Frankfurt.

Suas idéias

A teoria crítica ultrapassa, assim, o subjetivismo e o realismo da concepção positivista, expressão mais acabada da teoria tradicional. O subjetivismo, segundo Horkheimer, apresenta-se nitidamente quando os positivistas conferem preponderância explícita ao método, desprezando os dados em favor de uma estrutura anterior que os enquadraria. Por outro lado, mesmo quando os positivistas atribuem maior peso aos dados, esses acabam sendo selecionados pela metodologia utilizada. E esta atribui maior relevo a determinados aspectos dos dados, em detrimento de outros.

A teoria crítica, ao contrário, pretende ultrapassar tal subjetivismo, visando a descobrir o conteúdo cognoscitivo da práxis histórica. Os fatos sensíveis, por exemplo, vistos pelos positivistas como possuidores de um valor irredutível, são, para Horkheimer, "pré-formados socialmente de dois modos: pelo caráter histórico de objeto percebido e pelo caráter histórico do órgão que percebe".

Em suma, a teoria crítica de Horkheimer pretende que os homens protestem contra a aceitação resignada da ordem total totalitária. A "razão polêmica" de Horkheimer, ao se opor à razão instrumental e subjetiva dos positivistas, não evidencia somente uma divergência de ordem teórica. Ao tentar superar a razão formal positivista, Horkheimer não visa suprimir a discórdia entre razão subjetiva e objetiva através de um processo puramente teórico.

Essa dissociação somente desaparecerá quando as relações entre os seres humanos, e destes com a natureza, vierem á configurar-se de maneira diversa da que se instaura na dominação. A união das duas razões exige o trabalho da totalidade social, ou seja, a práxis histórica.

Crítica a indústria da cultura



Fonte: http://is.gd/gjb9V

Sobre Theodor Adorno

Theodor Ludwig Wiesengrund Adorno (Frankfurt am Main,11/09/1903 — Visp, 06/08/1969), estudou na Universidade de Frankfurt (atual Universidade Johann Wolfgang Goethe), Filosofia, Musicologia, Psicologia e Sociologia. Completou rapidamente seus estudos, defendendo em 1924 a tese sobre Edmund Husserl (A transcendência do objeto e do noemático na fenomenologia de Husserl), orientado pelo professor Hans Cornelius.

Segundo Adorno, essa tese teria sido demasiadamente influenciada por seu orientador. No final de sua graduação, conhece já dois de seus principais parceiros intelectuais - Max Horkheimer Walter Benjamin Herbert Marcuse, Jürgen Habermas e outros.

Elementos fundamentais de seu pensamento

Sua Filosofia é considerada uma das mais complexas do século XX, fundamenta-se na perspectiva da dialética. Uma de suas importantes obras, a Dialética do Esclarecimento, escrita em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica da razão instrumental, conceito fundamental deste último filósofo, ou, o que seria o mesmo, uma crítica, fundada em uma interpretação negativa do Iluminismo, de uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista (que Adorno chama de "indústria cultural"). Também uma crítica à sociedade de mercado que não persegue outro fim que não o do progresso técnico.

A atual civilização técnica, surgida do espírito do Iluminismo e do seu conceito de razão, não representa mais que um domínio racional sobre a natureza, que implica paralelamente um domínio (irracional) sobre o homem; os diferentes fenômenos de barbárie moderna (fascismo e nazismo) não seriam outra coisa que não mostras, e talvez as piores manifestações, desta atitude autoritária de domínio sobre o outro, e neste particular, Adorno recorrerá a outro filósofo alemão - Nietzsche.

Na Dialética Negativa, Theodor Adorno intenta mostrar o caminho de uma reforma da razão mesma, com o fim de libertá-la deste lastro de domínio autoritário sobre as coisas e os homens, lastro que ela carrega desde a razão iluminista.

Opõe-se à filosofia dialética inspirada em Hegel, que reduz ao princípio da identidade ou a sistema todas as coisas através do pensamento, superando suas contradições (crítica também do Positivismo Lógico, que deseja assenhorar-se da natureza por intermédio do conhecimento científico), o método dialético da "não-identidade", de respeitar a negação, as contradições, o diferente, o dissonante, o que chama também de inexpressável: o respeito ao objeto, enfim, e o rechaço ao pensamento sistemático.

A razão só deixa de ser dominadora se aceita a dualidade de sujeito e objeto, interrogando e interrogando-se sempre o sujeito diante do objeto, sem saber sequer se pode chegar a compreendê-lo por inteiro.

O conceito de técnica não deve ser pensado de maneira absoluta: ele possui uma origem histórica e pode desaparecer. Ao visarem à produção em série e à homogeneização, as técnicas de reprodução sacrificam a distinção entre o caráter da própria obra de arte e do sistema social. Por conseguinte, se a técnica passa a exercer imenso poder sobre a sociedade, tal ocorre, segundo Adorno, graças, em grande parte, ao fato de que as circunstâncias que favorecem tal poder são arquitetadas pelo poder dos economicamente mais fortes sobre a própria sociedade.

Em decorrência, a racionalidade da técnica identifica-se com a racionalidade do próprio domínio. Essas considerações evidenciariam que, não só o cinema, como também o rádio, não devem ser tomados como arte. “O fato de não serem mais que negócios – escreve Adorno – basta-lhes como ideologia”.Enquanto negócios, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados culturais. Tal exploração Adorno chama de “indústria cultural”.

O termo foi empregado pela primeira vez em 1947, quando da publicação da Dialética do Iluminismo, de Horkheimer e Adorno. Este último, numa série de conferências radiofônicas, pronunciadas em 1962, explicou que a expressão “indústria cultural” visa a substituir “cultura de massa”, pois esta induz ao engodo que satisfaz os interesses dos detentores dos veículos de comunicação de massa.

Os defensores da expressão “cultura de massa” querem dar a entender que se trata de algo como uma cultura surgindo espontaneamente das próprias massas. Para Adorno, que diverge frontalmente dessa interpretação, a indústria cultural, ao aspirar à integração vertical de seus consumidores, não apenas adapta seus produtos ao consumo das massas, mas, em larga medida, determina o próprio consumo. Interessada nos homens apenas enquanto consumidores ou empregados, a indústria cultural reduz a humanidade, em seu conjunto, assim como cada um de seus elementos, às condições que representam seus interesses.

A indústria cultural traz em seu bojo todos os elementos característicos do mundo industrial moderno e nele exerce um papel específico, qual seja, o de portadora da ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema. AI fada à ideologia capital capitalista, e sua cúmplice ice, a indústria cultural contribui eficazmente para falsificar as relações entre os homens, bem como dos homens com a natureza, de tal forma que o resultado final constitui uma espécie de antiiluminismo.

Considerando-se diz Adorno que o iluminismo tem como finalidade libertar os homens do medo, tornando-os senhores e liberando o mundo da magia e do mito, e admitindo-se que essa finalidade pode ser atingida por meio da ciência e da tecnologia, tudo levaria a crer que o iluminismo instauraria o poder do homem sobre a ciência e sobre a técnica. Mas ao invés disso, liberto do medo mágico, o homem tornou-se vítima de novo engodo: o progresso da dominação técnica. Esse progresso transformou-se em poderoso instrumento utilizado pela indústria cultural para conter o desenvolvimento da consciência das massas.

A indústria cultural nas palavras do próprio Adorno “impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente”. O próprio ócio do homem é utilizado pela indústria cultural com o fito de mecanizá-lo, de tal modo que, sob o capital capitalismo, em suas formas mais avançadas, a diversão e o lazer tornam-se um prolongamento do trabalho.

Para Adorno, a diversão é buscada pelos que desejam esquivar-se ao processo de trabalho mecanizado para colocar-se, novamente, em condições de se submeterem a ele. A mecanização conquistou tamanho poder sobre o homem, durante o tempo livre, e sobre sua felicidade, determinando tão completamente a fabricação dos produtos para a distração, que o homem não tem acesso senão a cópias e reproduções do próprio trabalho. O suposto conteúdo não é mais que uma pálida fachada: o que realmente lhe é dado é a sucessão automática de operações reguladas. Em suma, diz Adorno, “só se pode escapar ao processo de trabalho na fábrica e na oficina, adequando-se a ele no ócio”.

Tolhendo a consciência das massas e instaurando o poder da mecanização sobre o homem, a indústria cultural cria condições cada vez mais favoráveis para a implantação do seu comércio fraudulento, no qual os consumidores são continuamente enganados em relação ao que lhes é prometido mas não cumprido.

Exemplo disso encontra-se nas situações eróticas apresentadas pelo cinema. Nelas, o desejo suscitado ou sugerido pelas imagens, ao invés de encontrar uma satisfação correspondente à promessa nelas envolvida, acaba sendo satisfeito com o simples elogio da rotina. Não conseguindo, como pretendia, escapar a esta última, o desejo divorcia-se de sua realização que, sufocada e transformada em negação, converte o próprio desejo em privação: A indústria cultural não sublima o instinto sexual, como nas verdadeiras obras de arte, mas o reprime e sufoca.

Ao expor sempre como novo objeto de desejo (o seio sob o suéter ou o dorso nu do herói desportivo), a indústria cultural não faz mais que excitar o prazer preliminar não sublimado que, pelo hábito da privação, converte-se em conduta masoquista. Assim, prometer e não cumprir, ou seja, oferecer e privar, são um único e mesmo ato da indústria cultural.

A situação erótica, conclui Adorno, une “à alusão e à excitação, a advertência precisa de que não se deve, jamais, chegar a esse ponto”. Tal advertência evidencia como a indústria cultural administra o mundo social.

Criando “necessidades” ao consumidor (que deve contentar-se com o que lhe é oferecido), a indústria cultural organiza-se para que ele compreenda sua condição de mero consumidor, ou seja, ele é apenas e tão-somente um objeto daquela indústria. Desse modo, instaura-se a dominação natural e ideológica.

Tal dominação, como diz Max Jiménez i Jiménez, comentador de Adorno, tem sua mola motora no desejo de posse constantemente renovado pelo progresso técnico e científico, e sabiamente controlado pela indústria cultural. Nesse sentido, o universo social, além de configurar-se como um universo de “coisas”, constituiria um espaço hermeticamente fechado.

Nele, todas as tentativas de liberação estão condenadas ao fracasso. Contudo, Adorno não desemboca numa visão inteiramente pessimista, e procura mostrar que é possível encontrar-se uma via de salvação. Esse tema aparece desenvolvido em sua última obra, intitulada Teoria Estética.

No livro Teoria Estética, Adorno oscila entre negar a possibilidade de produzir arte depois de Auschwitz e buscar nela refúgio ante um mundo que o chocava, mas que ele não podia deixar de olhar e denominar. Essa postura foi extremamente criticada pelos movimentos de contestação radical, que o acusavam de buscar refúgio na pura teoria ou na criação artística, esquivando-se assim da práxis política.

A seus detratores, Adorno responde que, embora plausível para muitos, o argumento de que contra a totalidade bárbara não surtem efeito senão os meios bárbaros, na verdade não releva que, apesar disso, atinge-se um valor limite.

A violência que há cinqüenta anos podia parecer legítima àqueles que nutrissem a esperança abstrata e a ilusão de uma transformação total está, após a experiência do nazismo e do horror stalinista, inextricavelmente imbricada naquilo que deveria ser modificado: “ou a humanidade renuncia à violência da lei de talião, ou a pretendida práxis política radical renova o terror do passado”.

Criticando a práxis brutal da sobrevivência, a obra de arte, para Adorno, apresenta-se, socialmente, como antítese da sociedade, cujas antinomias e antagonismos nela reaparecem como problemas internos de sua forma. Por outro lado, entre autor, obra e público, a obra adquire prioridade epistemológica, afirmando-se como ente autônomo. Esse duplo caráter vincula-se à própria natureza desdobrada da arte, que se constitui como aparência.

Ela é aparência por sua diferença em relação à realidade, pelo caráter aparente da realidade que pretende retratar, pelo caráter aparente do espírito do qual ela é uma manifestação; a arte é até mesmo aparência de si própria na medida em que pretende ser o que não pode ser: algo perfeito num mundo imperfeito, por se apresentar como um ente definitivo, quando na verdade é algo feito e tornado como é.



Memorial Theodor Adorno
Fonte: http://is.gd/gjb72

sábado, 16 de outubro de 2010

Sobre Carl Maxie Brashear

Simplesmente belíssimo e invejável o exemplo de realização, de luta por um sonho, independentemente dos obstáculos. Impressiona a determinação pelo qual, Carl Maxie Brashear (1931/2006) respondeu à vida.

De família muito pobre, nunca desistiu de sonhar com o posto de marinheiro, mesmo que para isso tivesse que conviver com preconceito racial e todas as impossibilidades reais e irreais. Na Década de 70 tornou-se o primeiro negro mergulhador-mestre americano da Marinha dos EUA.

A impressão que o texto nos passa é de que a cada obstáculo, força e vontade se multiplicavam nele. Quando imaginamos ser o seu fim, por ter que amputar parte de uma das pernas, surpreendentemente, ele renasce! E assim, se torna o primeiro amputado da marinha americana a ser reintegrado como mergulhador. Anos mais tarde, finalmente alcança seu objetivo e se torna mergulhador-mestre.

Poderia justificar uma possível desistência, mas ao invés disso falou: "Não é um pecado cair. É um pecado continuar no chão."

Em 2000 sua vida foi retrada no filme Homens de Honra (Men of Honor), interpretado por Cuba Gooding, Jr.




Em 26/07/2006, Brashear morre aos 75 anos de parada respiratória e falência cardíaca. Enterrado no Woodlawn Memorial Gardens, em Norfolk, Virginia. Depois de sua morte, seus filhos iniciaram a Fundação Carl Brashear, em sua homenagem.

Mi – Cps, 17/10/10

Fonte: http://is.gd/g58bJ

domingo, 10 de outubro de 2010

Depressão

Processo que tem que ser tratado com muito respeito e cuidado, mas também compreende uma ação firme e com regras no tratamento adequado. Algumas vezes são resultados de uma desorganização química ligada aos nossos hábitos. Em outras vezes vem de insatisfações, inadequações dificuldades pessoais. Ninguém está livre disso, porém o que não podemos permitir é que ela se estenda além do tempo. A depressão é um processo difícil que pode nos tirar a vitalidade, o brilho e nos levar à fatalidade. A depressão apesar de crescer muito atribuído a maneira de como vivemos hoje, mas ela sempre existiu na humanidade. Por isso precisamos descobrir no meio das decepções um jeito de tirar satisfação e fazer esforço para que esta satisfação de dentro de nós e com isso impedimos a prevalência do desgosto. A vida é dura, mas o tempo todo nos apresenta motivos para a satisfação. Se ficarmos presos aos problemas, só a ele enxergaremos. Tudo depende de como encaramos as dificuldades, elas podem ser a ponte para atravessarmos, mas não podem ser o rio, este sim pode nos matar. Nesta hora quem vivem em Deus faz uma enorme diferença.

Mi - Base: FM - Cps, 10/10/10

Medos existenciais

Mas quando os medos existenciais nos faz refém de nós?
Quando não enfrentamos as dificuldades, quando não nos encorajamos o suficiente para o desafio de ser pessoa, quando nos acomodamos no nosso mundo, medo de ser feliz, enfim medo da vida devido a situações difíceis. Este é o medo existencial e o melhor jeito de vencê-lo é racionalizá-lo, ou seja, refletir sobre ele e perceber que não há razões que o justifique, só assim conseguiremos vencê-lo. O medo deve ser um referencial de proteção e sinalizar o cuidado que devemos ter e isso é saudável para que a confiança em nós se estabeleça. Agora, o medo não pode nos paralisar, todos temos medo de algo, mas, Deus nos capacita para superá-lo !

Mi - Base: FM - Cps, 10/10/10

Recomeçar

Lidar com nossas questões é muito doloroso, sentimos na pele todos os dias o quanto lutamos para dar conta das respostas. Enguiçamos às vezes, e se não consertamos pequeno detalhe corremos o risco de ficar totalmente estragado e não podemos nos jogar fora ou nos deixar encostado num canto qualquer. A partir do que existe em nós é que devemos reformar, porque o humano tem jeito. Existe em nós pedacinhos que poderão ser modificados. É uma luta e nem pensar em desanimar. Somos consertáveis e temos um referencial: O Senhor! Ele é o único real construtor para nossas reformas necessárias e do jeito certo. Nossa vida sempre precisa de consertos e precisamos também constantemente refletir sobre nossas decisões e avaliar onde ser diferente. Não podemos viver de qualquer jeito. E há inúmeros motivos para recomeçarmos já.

Mi - Base: FM - Cps, 10/10/10

Viver nossa vida

Quando prevalecem as decisões conforme nossas vontades e possibilidades sem prejudicar o outro. Quando não agimos apenas para satisfazer pessoas ou cumprir regras desnecessárias, nos dá uma gratificante sensação de liberdade e nos permite ficar bastante próximos de nós. Saber cultivar o nosso ser é saber viver o que somos. Quem nos ama nos ajuda a descobrir nosso caminho no mundo, sem imposicionar. Pessoas naturalmente gostam de nos formatar de acordo com suas satisfações. Estamos falando de decisões, essencial para dominarmos nosso território e atingirmos a qualidade humana. Amar não significa deixar ser alugado, tampouco permitir que nos amarrem a um a condição imposta em nome deste amor. Isto nos distancia de nossos desejos, gera solidão e nossa satisfação logo se anula. Quem nos ama nos constrói, nos dá o direito do aperfeiçoamento, nos torna melhor e jamais cobra qualquer coisa. Ficar ausente de nós é descobrir que não conseguimos nos acompanhar, logo não transformaremos no ser humano que devemos ser. Nada como acordar e perceber um dia lindo, ter prazer em viver. Mesmo com todos os problemas peculiar dos humanos. Qualidade de vida é isso! Quando dirigimos nossa vida sem medo e em paz.

Mi Base: FM - Cps, 10/10/10

A parábola em Lucas 12: 16-21



















Louco hoje te pedirão a tua alma

O que vemos nesta parábola?

[Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos.
Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te.
Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?
Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.]

Penso que o Messias o chamou de louco porque quis satisfazer sua alma com os bens materiais: (...e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te - Lucas 12:19b).

A loucura em referência deve ser pelo fato do homem colocar a sua justiça, ou fazer prevalecer sua vontade sobre sua alma. Conforme o salmista aprendemos: (... Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome - Salmo 23:3).

Estas coisas materiais: dinheiro, bens, etc. são agradáveis ao ser humano, mas não pode ser determinante porque a nossa alma realmente está em engrandecer ao nosso Salvador e devemos andar o mais próximo possível de Seus Mandamentos.Nossa alma só tem que Louvar ao Criador.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Enfermidade

Este tempo deve ser encarado como oportunidade para fortalecer as relações na família e não se entregar ao desespero, que não serve para nada. O horrível é passar pelas enfermidades da vida, sozinho. Que não é o caso, em nosso quadro familiar alegrias e tristezas só têm sentido quando compartilhadas. Temos que aproveitar o tempo da dura experiência da enfermidade para um momento especial. Podemos neste tempo nos congregar, nos corrigir, nos aproximar, reorientar o caminho da família, redescobrir a harmonia que é preciso ser buscada sempre, que às vezes, neste ritmo desenfreado nos faz esquecer. Precisamos não perder estes reencontros. Enfermidade em casa é desesperador. Então refletir sobre os procedimentos corretos ajudam a contornar a difícil situação dando acesso à uma saída de emergência que é a aproximação de um jeito novo. Como vamos agir? Sucumbimos? Lutamos? Desistimos? O que fazer agora? E aí, ou e agora José? O que acontece conosco quando temos que inventar uma nova forma de ser? Nesta hora podemos nos lembrar de ser humilde, paciente, humano e, sobretudo pensar em reinventar um novo jeito de ser. Ação típica do exercício da paternidade que não pode agir de um jeito único. Para a vida dar certo temos que mudar o tempo todo. Pais são de um jeito quando filhos são crianças, de outro quando são adolescentes e de outro na vida adulta. Educação dada no passado hoje terá que ser reconstruída. Amor é isso! É saber do que o filho precisa receber agora. Relação humana dá trabalho, ninguém enganou dizendo ser fácil, mas também ninguém disse ser impossível, só que a luta é constante. Diante da fragilidade o amor tem que ser excessivo e saber identificar o momento é o muito importante. O benefício será o crescimento afetivo que todos poderão vivenciar depois. A qualidade de vida dos filhos depende do posicionamento dos pais e receber cuidados dos pais é processo natural que facilita a caminhada por não haver inversão dos papeis. Nestes momentos podemos experimentar crescimento tanto afetivo quanto espiritual. Realmente a luta não para por aí, mas temos o Pai Celestial cheinho de Amor para nos ajudar!

Mi – Base: FM – Cps, 08/10/10

terça-feira, 5 de outubro de 2010

“A condição humana”

Livro de difícil compreensão. Quais foram as intenções ao escrevê-lo?

Relato detalhado da evolução dos contextos predominantes da revelação da essência do homem. Partindo da Grécia Antiga até a modernidade da questão proletária, é possível percebe-se a degradação e a banalização que os conceitos sofreram no decorrer do tempo e as conseqüências para o homem moderno, cada vez mais alienado e apolítico.

A condição do "Homem",que tem o poder de fazer com que se integre à esfera pública, de se revelar quem é e inicie novos processos, ilimitados e potencialmente eternos. O Homem enquanto age deixa de ser escravo das necessidades, deixa para trás o labor e o trabalho, para finalmente ser livre. Agindo o Homem desvincula-se do reino doméstico, o oikos e entra na polis, no espaço político. A própria ação é a liberdade, e por conseqüência só se é livre enquanto se está em espaço público. Com a crescente apolitização dos homens têm-se reduzido o espaço público, reduzida a ação, correndo-se o risco de um caminhar À escravidão maior, fazendo com que o animal laborans finalmente predomine por completo sobre o zoon politikon.
Vídeo de 8’ http://www.youtube.com/watch?v=MI8N2hTqgcM

Hannah Arendt (Hanôver, 14/10/1906 — Nova Iorque, 04/12/1975), teórica política alemã, muitas vezes descrita como filósofa. Foi para os Estados Unidos durante a ascensão do nazismo na Alemanha e tem como sua magnum opus o livro "Origens do Totalitarismo".

De família judia, fez teologia com Martin Heidegger e relacionando-se afetiva, intelectualmente com ele. Estudou filosofia em Königsberg, cidade natal de Kant.Em Heidelberg, fez tese de doutoramento sobre a experiência do amor na obra de Santo Agostinho, sob a orientação do filósofo existencialista Karl Jaspers.

Uma em 1929. Em 1933 na tomada de Hitler, por ser judia é proibida de escrever a segunda dissertação para o acesso ao ensino nas universidades alemãs. Envolvida no sionismo colidiu com o anti-semitismo do Terceiro Reich, foi presa. Em Paris, trabalhou 06 anos com crianças judias expatriadas e tornou-se amiga do crítico literário e filósofo marxista Walter Benjamin. Presa pela segunda vez na França com o marido "marxista crítico" Heinrich Blutcher. Partiu para os EUA, com a ajuda do jornalista americano Varian Fry.
Seus temas filosóficos abarcam política, autoridade, totalitarismo, educação, condição laboral, violência e a condição de mulher.

O primeiro livro "As origens do totalitarismo" de 1951 a consolida uma das figuras maiores do pensamento político ocidental. Assemelha de forma polémica ao nazismo e ao comunismo, na ideologias totalitárias, isto é, uma explicação compreensiva da sociedade e da vida individual mostra que a via totalitária depende da banalização do terror, da manipulação das massas, do acriticismo face à mensagem do poder. Hitler e Stalin seriam duas faces da mesma moeda alcançam o poder explorando a solidão organizada das massas. Em 1958 publica "A condição humana" que enfatiza a importância da política como ação e como processo, dirigida à conquista da liberdade. Publica em 1963 "Sobre a Revolução", talvez o seu maior tributo para o pensamento liberal contemporâneo.

Examina a Revolução Francesa e Americana, mostra as partes em comum e diferente. Defende que a preservação da liberdade só é possível se as instituições pós-revolucionárias interiorizarem e mantiverem vivas as idéias revolucionárias. Lembra os concidadãos americanos (já de nacionalidade americana) que se distanciassem dos ideais que tinham inspirado a revolução americana perderiam o seu sentido de pertencer e a identidade.

Ainda, em 1963 por cobrir o julgamento do exterminador dos judeus e arquiteto da Solução Final para a The New Yorker escreveu "Eichmann em Jerusalém". Nesse livro revelou que o grande exterminador dos judeus não era um demônio e um poço de maldade, como o criam os ativistas judeus, mas alguëm terrível e horrivelmente normal, burocrata que se limita a cumprir ordens, com zelo, sem capacidade de separar o bem do mal, ou contrição (arrependimento). Isto valeu crítica virulenta das organizações judaicas que a considerou falsa e renunciaram (abjuraram) a insinuação da cumplicidade dos próprios judeus na prática dos crimes de extermínio. Arendt apontou, apenas, para a complexidade da natureza humana, para uma certa "Banalidade do Mal" que surge quando se condescede com o sofrimento, a tortura e a própria prática do mal. Daí conclui que é fundamental manter uma permanente vigilância para garantir a defesa e preservação da liberdade.

Volta à Alemanha envolve-se, na reabilitação do filósofo alemão Martin Heidegger, afastado do ensino, depois da libertação da Alemanha, dadas as suas simpatias nazis. Novamente é criticada pelas associações judaicas americanas. Do relacionamento secreto entre ambos seria publicado um livro marcante, "Lettres et autres documents", 1925-1975, Hannah Arendt, Martin Heidegger, com edição alemã e tradução francesa da responsabilidade das Editions Gallimard. Hannah Arendt faleceu em 1975, e está sepultada em Bard College, Annandale-on-Hudson, Nova Iorque.

Arendt alerta em “A condição humana”: que condição humana é uma coisa e natureza humana é outra. Condição humana é a forma de vida que o homem se impõe para sobreviver. Por isso, somos condicionados por duas maneiras:
1 - Condições que suprem a existência do homem e variam de acordo com o lugar e o momento histórico (a cultura, amigos, família; são elementos externos do condicionamento) do qual é parte;
2 - Sendo assim (os próprios atos, aquilo que pensam, sentem, em suma os aspectos internos do condicionamento) homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento do outro tornam condicionados pelo próprio movimento de condicionar.

Organiza, sistematiza, a condição humana em três aspectos:
1) O “labor” é processo biológico necessário para a sobrevivência do indivíduo e da espécie humana.
2) O “trabalho”, quando transformam coisas naturais em artificias, ex: retiramos da árvore madeira para construir casas, armários, camas, objetos e etc.. Para ela, o trabalho não é intrínseco, constitutivo, da espécie humana, em outras palavras, o trabalho não é a essência do homem. O homem impôs o trabalho à sua própria espécie, como resultado de um processo cultural. O trabalho não é ontológico como Marx imaginava.
3) Por último a “ação”, necessidade do homem viver entre seus semelhantes, cuja natureza é eminentemente sociável. Ao nascer precisa de cuidados, de aprender e apreender, para sobreviver. Qualquer recém nascido abandonado só morrerá em questão de horas. A mesma coisa não acontece com animais que ao nascer já conseguem por conta própria e sem ajuda, sobreviver. A qualidade da ação supõe seu caráter social, sua pluralidade.

Estes três itens estão são conceito de “Vita Activa” (ocupação, inquietude, desassossego). Conforme os gregos o homem, só é homem quando (pensa) se afasta da “vida ativa” e se aproxima da vida reflexiva, contemplativa. Escravos eram considerados humanos, porém não homens, por que passavam a maior parte do tempo em tarefas que visam somente à sobrevivência de si e de outros. Portanto, dentro dessa lógica só é homem aquele que tem tempo para pensar, refletir, contemplar. Nietzsche em “Humano, desmasiado humano” dizia que: quem não tem, pelo menos, ¾ do dia para si é um escravo.

Sócrates Também falou que: se for apenas para comer, dormir, fazer sexo, que o homem existe, então, ele não é homem, é um animal. Escravo era visto assim: animal necessário para formar “homens”.

Na era moderna a escravidão barateia a mão-de-obra e obtem-se maior lucro. Na Grécia antiga escravo proporcionava, principalmente tempo livre que tanto necessitavam os filósofos. Pois a dignidade humana só é conquistada através da vida contemplativa, reflexiva sem compromisso com fins pragmáticos, destinada aos filósofos.

Vem o cristianismo e diz que todo indivíduo deve viver, uma vida contemplativa permitindo ao homem a oração.

Três forma dicotômicas de trabalho:
- improdutivo e produtivo;
- qualificado e não qualificado;
- intelectual e manual.

Segundo Arendt o conceito de trabalho produtivo, aquele que produz objetos, saiu ou eclodiu das mãos dos fisiocratas e Marx, só escolheu o termo trabalho que produz, que gera, que cria, porque estava em moda na época (nada mais do que enfraquecer o pensamento de Karl Marx em: trabalho é trabalho produtivo).

Nomearam o trabalho industrial de trabalho intelectual e para o trabalho que não estava ligado a industrial chamaram de trabalho manual. Mas, ambos precisam das mãos, quando colocados em prática. O intelectual precisa das mãos para escrever o que se planejou, logo trabalho intelectual é manuseável. Assim o trabalho intelectual é integrado ao “trabalho” da revolução industrial. A inda hoje, tudo que se faça tem que ser transformado em mercadoria, a ordem é valor de troca.

O objetivo no conceito “força de trabalho” compreende que todos tem a mesma força de trabalho e os fisicamente fracos, devem se adequar. Assim, que Marx forma o conceito de “valor de troca”. E assim exigem os proprietários dos meios de produção.

A força de trabalho que o homem possui só acaba com a morte, diferente do produto, que acaba quando é produzido. A força de trabalho é aquilo que Arendt entende por “labor”. “O labor não deixa atrás de si vestígio permanente”. Ex: do conceito de labor. Qual é a diferença entre um pão e uma mesa? A mesa pode durar anos e o pão dura, como muito, dois dias. O trabalho é força gasta para produzir a mesa. O labor é a força dispendida para produzir o pão. Mesa: objeto material produzido para o uso cotidiano e ocupa lugar no espaço. Pão: elemento material produzido para à sobrevivência de seres vivos e não ocupa lugar no espaço, visto que durante a digestão o pão é transformado em energia do corpo.

O que os bens de consumo são para a vida humana, os objetos de uso são para o mundo do homem”.(Arendt).

Bem de consumo = pão (permite a vida) / objeto de uso = mesa (necessário aos relacionamentos humanos). Então o homem fica dependentemente condicionado do que produz. Logo, o nome do livro: “A condição humana”. Condições para que o homem possa viver em sociedade, em coletividade.

Transformar o abstrato em concreto, o impalpável no papável é uma necessidade humana, conceito, ocidental que advem do capitalismo. Portanto, índios trabalham ou, apenas realizam atividades? A afirmação: os índios não trabalham, não quer dizer que eles sejam preguiçosos, quer dizer que eles não produzem valor de troca, logo, não realizam trabalho. Lugar onde Marx é mais mal interpretado.

Ex: homem sozinho numa ilha, para sair dela, deverá construir um barco, irá trabalhar. Antes, ele já viu um barco. Ao ver um barco, ele forma o conceito de barco. Então, cria a imagem na mente, para construí-lo. Cuja construção dependente do conceito barco. O imaginar e depois construir é próprio do humano. É nesse sentido que Marx diz que o homem é o único animal que trabalha. O homem imagina e depois faz. Se acrescentar o valor de troca, dá-se o trabalho capitalista. O trabalhador da fábrica sabe de antemão qual objeto irá produzir, sabe para que será usado. Todo objeto antes de ser construído tem sua finalidade, sua utilidade.

Nesse aspecto entre o meio(recurso usado para obter um fim) e o fim, temos a distinção entre objeto e instrumento (ou ferramenta usada para produzir o objeto). Uma vez acabada a produção, este serve como meio de... A princípio temos este algo como fim, e num segundo momento temos este algo como meio. Ele é um fim em relação a ferramenta, e depois, é um meio em relação ao homem. Se em relação a ferramenta temos um objeto, em relação ao homem temos um instrumento. É aí que existe um processo circular entre meio e fim, instrumento e objeto; em que todo fim se torna meio e todo meio se torna fim: “Num mundo estritamente utilitário, todos os fins tendem a ser de curta duração e a transformar-se em meios para outros fins.”(Arendt)

Todo instrumento é produzido para atender ao tipo de objeto desejado. O que realmente importa ao empregador é o objeto final acabado, o instrumento é apenas o meio. Os meios de produção são instrumentos usados para gerar mais-valia. Usados pelo assalariado. Quando o assalariado não percebe o uso que ele faz do instrumento, -seu trabalho-, gera mais - valia, então ele é um alienado.

O labor é trabalho gasto para produção de alimentos. Portanto, mantem a saúde do indivíduo e ele poderá trabalhar (o labor é pré-requisito do trabalho). Conforme a autora, não é possível existir trabalho sem labor. Ao passo que o labor produz a matéria para incorporá-la ao organismo, o trabalho a produz para que esta seja usada na produção de outros objetos e na materialização do abstrato ou colocar no papel uma idéia). Uma outra distinção entre trabalho e labor consiste em que, enquanto o labor exige o consumo rápido ou imediato, o trabalho não. A lógica do trabalho é a durabilidade dos objetos. Sua durabilidade permite o acúmulo de estoque dos objetos.

Mi - Base: GC - 05/10/10
http://www.mundodosfilosofos.com.br/a-condicao-humana-hannah-arendtt.htm

domingo, 3 de outubro de 2010

Dignidade e orgulho

Deus nos dá a graça necessária para vivermos, mas o restante não cai do céu. No começo realmente tudo é muito difícil. Devemos aceitar gestos de caridade enquanto estamos necessitados, mas assim que possível devemos passar a oportunidade adiante.

Ajudas sempre são transitórias. O principal objetivo a ser domado e transformado na vida sou eu, bem diferente do orgulho.

Mi - Base: FM - Cps, 03/10/10

Idealização e realidade

Como gostaríamos de ser, seria o ideal, como vivemos é a realidade!

Às vezes o tempo não permite que cheguemos as nossas idealizações. Na vida adulta naturalmente analisamos nossas escolhas, às vezes nos conformamos com elas, às vezes tentamos reconstruí-las, porque agora vemos as coisas muito diferentes, devido à experiência adquirida.

Não é hora de sermos ingratos conosco, o que devemos fazer é analisar dois importantíssimos fatores:
- o ideal, que seria o alcance das metas. Mas à medida que passamos pelo tempo e pelas circunstâncias distanciamo-nos delas, porém não a ignoramos;
- o real que é limitado e costuma engolir sonhos, isto é fato, mas também sinaliza buscas. Pode ser que tivéssemos querido algo que o hoje já não nos permite mais. Querendo ou não, o tempo é limite para diversas coisas.

Quem sabe podemos redesenhar nossos sonhos? Aquilo que queríamos ontem, talvez ainda podemos querê-lo hoje. Exercício bonito na teoria, porém na prática é bastante complicado. Sempre é muito difícil articular nossos insucessos.

Ao resgatarmos momento de lucidez, damos o primeiro passo para realizações. Se dermos vida aos sonhos descobrimos o que temos de direitos ainda. A maturidade nos diz que não devemos deixar pra lá realizações não concretizadas favoráveis ao nosso ser.

A existência é um dilema, pior é ter uma vida que não é de nossa escolha. Lá pelas tantas a experiência avisa se a vida em que estamos é nossa ou não e nos permite viver a adequação do ideal para o real.

Bom mesmo é lutar pela causa e satisfazer-se ao ver que valeu à pena. Empurrar os dias sem atitude certa e viver irrealizada pode ser sinônimo de frustração.


Mi - Base: FM - Cps, 03/10/11