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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Michelangelo


Michelângelo
Miguel Ângelo di Ludovico Buonarroti Simoni (Caprese, na Toscana 06/03/1475 — Roma, 18/02/1564) pintor, escultor, poeta e arquiteto renascentista italiano, o segundo de cinco filhos. Seu pai, Ludovico, quando residente em Caprese, era um magistrado.
Cresceu em Florença e mais tarde viveu com um escultor e sua esposa na localidade florentina de Settignano, onde seu pai tinha uma mina de mármore e uma pequena fazenda.

Contra a vontade de seu pai, o canhoto Michelangelo escolheu ser aprendiz de Domenico Ghirlandaio por três anos começando em 1488. Também foi aprendiz, na escultura, de Bertoldo di Giovanni. Impressionado com sua técnica, Ghirlandaio recomendou-o para Florença para estudar com Lourenço de Médici.

De 1490 a 1492, frequentou a escola e durante sua estada, seria influenciado por muitas pessoas proeminentes, e pela filosofia platônica da época, que modificariam e expandiriam suas idéias na arte e ainda seus sentimentos sobre sexualidade.

Foi durante este período que criou dois relevos: a Batalha de Centauro baseada em um tema sugerido por Poliziano e encomendada por Lourenço de Médici e a Madonna da Escada. Após sua morte, Michelangelo deixou a corte dos Medici. Nos meses seguintes, produziu um crucifixo de madeira para o pároco da Igreja de Santa Maria del Santo Spirito, que tinha o deixado estudar anatomia a partir de alguns cadáveres do hospital da Igreja.

Apesar de ter feito poucas atividades além das artes, sua versatilidade em vários campos fez com que rivalizasse com Leonardo da Vinci no título de ícone da Renascença. Michelangelo foi genial em vários campos e, além disso, também recebeu tarefas diplomáticas. Duas biografias foram escritas sobre ele ainda em vida (uma de Giorgio Vasari).

A virada do Quattrocento para o Cinquecento foi um dos momentos mais marcantes para a História da arte ocidental, quiçá mundial. A Itália, com epicentro em Florença, deu ao mundo uma tal gama de geniais artistas que parece milagrosa. "Não há como explicar a existência do gênio. É preferível apreciá-lo", diz Gombrich, tentando entender por que tantos grandes mestres nasceram no mesmo período.

Ghirlandaio fora mestre de Michelangelo; Rafael aprendiz de Perugino; e no atelier de Verrocchio passaram: Leonardo, Perugino e Botticelli. Mais que um liame entre o Quattrocento e o Cinquecento, esta geração de artistas "representa um ponto final, a constatação de uma crise. Algo que ficará manifesto pelo fato de que tanto Leonardo como Michelangelo construírem em boa medida suas respectivas linguagens sobre a negação da deles".
Teto da Capela Sistina - (afresco)
A Capela Sistina é um dos locais mais propícios para aquilatar a dimensão desta explosão criativa.
Convencido que era mais um escultor, que um pintor. O Papa Júlio II, sobrinho do Papa Sisto IV contratou-o para pintar o teto da capela. Dedicou-se a tarefa e fez com tanta mestria que praticamente ofuscou as obras primas de seus antecessores. De fato, um dos maiores tesouros artísticos da humanidade.
É difícil acreditar que tenha sido obra de um só homem, e que o mesmo ainda encontraria forças para retornar ao local, duas décadas depois, e pintar na parede do altar, sacrificando, inclusive, alguns afrescos de Perugino, o “extraordinário espetáculo” do Juízo Final, entre 1535 e 1541, já sob o pontificado de Paulo III.

A pintura monumental do teto da Capela Sistina no Vaticano contém 300 figuras e levou quatro anos para ser feita (1508 – 1512). Apesar de sua pouca afeição à pintura, criou duas obras históricas.
Originalmente deveria pintar os 12 Apóstolos, mas protestou e pediu uma tarefa mais audaciosa, um esquema que representasse toda a doutrina da Igreja Católica centrada nas cenas do Gênesis (a Criação da Terra por Deus, a Criação de Adão e Adão e Eva no Paraíso, a Criação da Humanidade e sua queda, a Humanidade representada por Noé), e por fim O Juízo Final.

A superfície da abóbada foi dividida em áreas concebendo-se arquitetonicamente o trabalho de maneira que resultasse numa articulação do espaço dividido por pilares. Nas áreas triangulares alocou as figuras de profetas e sibilas; nas retangulares, os episódios do Gênese. Para entender estas últimas deve-se atentar para as que tocam a parede do fundo.
Deus criando o sol e a lua - (detalhe)




DEUS - (detalhe)
Deus separando a luz das trevas (afresco)








A criação de Adão (afresco)



 Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem. - Existem várias teorias sobre o significado da composição original de "A Criação de Adão", levantadas principalmente por causa do amplo conhecimento que Michelangelo possuia em Anatomia. Em 1990, um médico chamado Frank Lynn Meshberger, em artigo no Journal of the American Medical Association, afirma que a figura em que Deus está apoiado tem o formato anatômico de um cérebro, incluindo o lobo frontal, nervo ótico, glândula pituitária e o cerebelo. Também observou que o manto vermelho de Deus tem o formato de um útero, e que a echarpe verde que sai de seu ventre poderia ser um cordão umbilical.

Eva e Adão no Paraíso (afresco)
Pecado Original ou o Fruto Proibido - faz parte da doutrina cristã e, entre outros objetivos, pretende dar explicações sobre a origem da imperfeição humana, do sofrimento e da existência do mal. Segundo Gênesis, Adão e Eva, foram advertidos por Deus para não comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, instigada pela serpente, Eva aceita e come a fruta depois oferece a Adão, que aceita. Continuam vivos, mas são expulsos do Jardim do Éden ou Paraíso. Existem polêmicas quanto ao significado dessa narrativa, tal pecado original seria realmente pecado? Algumas denominações cristãs chegam mesmo a negar a sua existência.

Na perspectiva cristã, contudo, a morte (imerecida) de Cristo é recorrentemente suposta como necessária para salvar a humanidade desse "pecado de origem" que seria congênito, de geração em geração. A Bíblia não põe fim à essa que é uma das maiores diatribes (crítica violenta) cristãs. Sobre este pecado têm sido historicamente um dos principais motivos de cismas, heresias e divisões entre os cristãos desde os séculos iniciais do cristianismo e várias hipóteses divergentes sobre o significado da narrativa existem também entre estudiosos laicos do texto (antropólogos, psicanalistas e outros).

Na perspectiva psicanalista foi sugerido que o pecado mencionado em Gênesis teria sido o ato sexual. Explicação não encontra nas tradições judaicas pré-cristãs, em que a união carnal entre o homem e a mulher foi estabelecida por Deus. Mas se o pecado original fosse o ato sexual, Deus mesmo teria levado o homem ao pecado, quando ordenou, crescei, multiplicai e enchei a terra.

Uma das explicações "antropológicas" (não entrando em desacordo com o texto) é entender a narrativa no contexto de que o livro sagrado pretende a apresentar uma explicação ou uma construção explicativa das origens do universo, do nosso mundo, da humanidade, da civilização em geral e da hebraica em particular, e por fim, do bem e do mal. Até ter o conhecimento do bem e do mal o homem vivia num "estado de natureza", em oposição a um "estado de cultura", explicação essa totalmente compatível com o evolucionismo darwinista e a evolução das espécies.

O conhecimento do bem e do mal seria o divisor de águas, a maneira de reconhecer-se humano, com valores, crenças e objetivos, ou seja, a transição do animal para o hominal(?), como definiu o antropólogo Teilhard de Chardin, padre católico. Aí o homem se envergonhou da nudez, tomou consciencia da morte e da mortalidade, de que todo seu corpo veio da terra, à qual deverá tornar, e passou a trabalhar e acumular, "suando sob o sol".

O texto ainda lança uma espécie de enigma de transcendência: a árvore da vida eterna com seu fruto, impedida ao homem (ao menos por momento), pelas espadas flamejantes de querubins. Não se trata, evidentemente, de frutas nem árvores, mas de um texto espiritual cujo significado vem desafiando a humanidade ao longo dos milênios.

O Dilúvio - (afresco)
Noé "descanso, alívio, conforto" é o nome do heroi bíblico que "recebeu ordens de Deus para a construção de uma arca, para salvar a Criação do Dilúvio". De acordo com o Pentateuco, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento escritos por Moises. –Em Gênesis diz que "E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente." (Gênesis 6:5) e decidiu eliminar a população provocando uma grande inundação. Resolveu poupar a vida de Noé e de sua família, o qual era um homem justo e achou graça aos olhos do senhor (Gênesis 6:8). Deus, então, falou com Noé, ordenando-lhe a construção de uma grande embarcação, onde ele reuniria todos os animais da Terra pelos 40 dias de dilúvio. Noé então reuniu um casal de cada espécie e abrigou sua família no interior da arca. A arca repousou nos Montes Ararat (Urartu), atual Turquia, por um período de quase 8 meses até que Deus confirmou o momento que poderiam descer dela.
O sacrifício de Noé - Afresco
Noé teria vivido de acordo com o texto bíblico, 950 anos. Tinha 500 anos quando gerou a Sem, Cam e Jafé. Com a idade de 600 anos, enfrentou o dilúvio e viveu mais três séculos e meio, significa ter falecido nos dias de Abraão, na décima geração de seus descendentes. A vida de Noé após o dilúvio, porém, é curiosamente deturpada pelo alcoolismo. Em certa altura, embebedara-se com o vinho produzido de sua própria videira de tal modo que ficou nu em sua tenda. Seu filho Cam o viu e faz saber aos que estavam fora. Seus irmãos sabendo entraram na tenda de costas para cobrirem Noé sem o ver nu. Quando recobrou a consciência, Noé amaldiçoou seu filho Cã e seu neto Canaã, porém abençoando seus outros filhos, Sem e Jafé.

O Juízo Final (afresco)
Na janela do Altar da capela Sistina foi comissionada pelo Papa Paulo III, e Michelangelo trabalhou nela de 1534 a 1541. Trabalho é grandioso de uma parede inteira atrás do altar. É a representação da segunda vinda de Cristo e do apocalipse, quando as almas da humanidade seriam levadas a seu destino final e julgadas por Cristo, rodeado de santos.

Duas de suas mais famosas obras (a Pietà e o David) foram realizadas antes de seus trinta anos.
Pietá ou  piedade - (escultura).
A maior expressão da dor de uma mãe. Cristo é menor que a mãe, para dar a impressão de não esmagá-la e mostrar que é seu Filho, para não “sair” do esquema triangular. A Virgem Maria foi representada muito jovem e com uma nobre resignação: a expressão dolorosa do rosto é idealizada, contrastando com a angústia peculiar dos artistas. Torna-se assim evidente a influência do “pathos” dos clássicos gregos. Imaginou a juventude de Maria, objeções que erguem contra ele seus críticos, como sua expressão de sua pureza incorruptível. A dor de Maria sobre o corpo morto do filho foi representada com o abandono o realismo cruel típico em favor de uma visão idealizada. Criou então a sua mais acabada e famosa escultura. Quando realizou Pietà tinha 23 anos, muitos não acreditaram que fosse o autor. Juntando capacidades criadoras geniais a uma técnica perfeita.
 
DAVID - (escultura)
Seu mais famoso trabalho produzido 4 anos mais tarde depois de ter voltado à Florença. Encomenda da Guilda de Lã da cidade. A cidade, na época, estava mudando, após a queda de Savonarola e a ascensão de Pier Soderini. Era, originalmente, um trabalho incompleto, iniciado quarenta anos antes por Agostino di Duccio. Deveria ser o símbolo da liberdade de Florença e seria colocado na Piazza della Signoria, na frente do Palazzo Vecchio. A obra-prima concluída em 1504, feita em mármore de Carrara, colocou-o definitivamente como um escultor de extraordinária técnica e habilidade. Considerado um artista renascentista porque em todas suas obras, ele representava somente figuras do homem.

Madonna and the Child
Para esse trabalho em mármore retangular, Michelangelo escolheu a cena religiosa popular da Madonna com o menino Jesus. O artista partiu do tradicional tratamento do tema colocando a Madonna de lado, numa posição muito utilizada na Grécia antiga para as obras de decoração de túmulos, o que dá ao trabalho um ar sombrio. Esse mesmo tema voltaria mais tarde nos trabalhos do artista sob o título "Madonna and the Child". (1520-1534). A forte influência de Donatello (1386-1466) sobre Michelangelo está aqui evidenciada nos tons amarelos pálidos do mármore utilizado para a composição, embora existam algumas falhas de perspectiva, assim como nas formas. O trabalho mostra o desenvolvimento de um inacreditável talento do jovem, que fez a obra com apenas 16 anos.

Os sete Profetas:
Isaías
Teria vivido entre 740 a.C. e 681 a.C., durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, sendo contemporâneo à destruição de Samaria pela Assíria e à resistência de Jerusalém ao cerco das tropas de Senaqueribe que sitiou a cidade com um exército de 185 mil assírios em 701 a.C. Isaías, cujo nome significa Iavé salva ou Iavé é salvalção exerceu o seu ministério no reino de Judá, tendo se casado com uma esposa conhecida como a profetisa que foi mãe de dois filhos: Sear-Jasube e Maer-Salal-Hás-Baz.

O capítulo 6 do livro informa sobre o chamado de Isaías para tornar-e profeta através de uma visão do trono de Deus no templo, acompanhado por serafins, em que um desses seres angelicais teria voado até ele trazendo brasas vivas do altar para purificar seus lábios a fim de purificá-lo de seu pecado. Então, depois disto, Isaías ouve uma voz de Deus determinando que levasse ao povo sua mensagem.

Focando em Jerusalém, a profecia de Isaías, em sua primeira metade, transmite mensagens de punição e juízo para os pecados de Israel, Judá e das nações vizinhas, tratando de alguns eventos ocorridos durante o reinado de Ezequias, o que se verifica até o final do capítulo 39. A outra metade do livro (do capítulo 40 ao final) contém palavras de perdão, conforto e esperança.

Pode-se afirmar que Isaías é o profeta quem mais fala sobre a vinda do Messias, descrevendo-o ao mesmo tempo como um servo sofredor que morreria pelos pecados da humanidade e como um príncipe soberano que governará com justiça. Por isso, um dos capítulos mais marcantes do livro seria o de número 53 que menciona o martírio que aguardava o Messias: "Mas ele foi ferido pelas nossas ,transgressões e moído pelas nosas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados". (Is 53:5). De acordo com a tradição judaica, Isaías teria sido morto serrado ao meio na época do rei Manassés.
Daniel
O livro de Daniel contém um registo de certos incidentes históricos da vida de Daniel e de seus três amigos, judeus deportados que estavam ao serviço do governo de Babilônia, e o registro de um sonho profético do rei Nabucodonosor, interpretado por Daniel, juntamente com o registro de visões recebidas pelo mesmo profeta. Mesmo o livro sendo escrito na Babilônia durante o cativeiro, e pouco depois dele, não tinha o propósito de proporcionar uma história do desterro dos judeus nem uma biografia de Daniel. O livro relata as vicisitudes principais da vida do estadista-profeta e de seus colegas, e foi compilado com fins específicos.

Ezequiel 
Um dos livros proféticos do AT com 48 capítulos.
Chamado para profetizar durante o cativeiro babilônico do povo judeu. Diz-se que fundou uma escola de profetas e que ensinava a Lei à beira do rio que corta a cidade de Babilônia. São curiosas as visões que o profeta teve sobre a glória de Deus e os sinais que aconteceram em sua própria vida demonstrando a ação de Deus são fortes e marcantes. Ezequiel perdeu a sua esposa como sinal da queda de Jerusalém.


Joel
Livro AT. Segundo a tradição, foi escrito pelo profeta Joel. A sua datação atribuída é do ano 830 a.C., porém existem os que datam dos anos 775 a 725 a.C. ou de 500 a.C.. A mensagem do livro fala sobre o "julgamento que Deus fará contra os inimigos de Israel e, de uma perspectiva escatológica, o vitória final do povo de Deus". Joel 2:28, 29 citada por Simão Pedro no sermão de Pentecostes em Atos 2:14-36. Joel tem enorme importância na teologia cristã.
Jonas
Profeta israelita da Tribo de Zebulão, filho de Amitai, natural Gete-Héfer. Profetizou durante o reinado de Jeroboão II, Rei de Israel Setentrional. (II Reis 14:25; Jonas 1:1) Crê-se que tenha sido o escritor do livro bíblico do Antigo Testamento que leva o seu nome. Comissionado pelo Deus de Israel para ir a Nínive, capital da Assíria. A sua missão era admoestar os assírios que devido a sua crueldade e ao muito derramamento de sangue, iriam sofrer a ira Divina caso não se arrependessem dentro de quarenta dias. Os assírios eram famosos, por exemplo, por decapitar os povos vencidos, fazendo pirâmides com seus crânios.

Crucificavam ou empalavam os prisioneiros, arrancavam seus olhos e os esfolavam vivos. Temendo pela sua vida, Jonas foge rumo a Társis, no SE da Península Ibérica (na moderna região da Andaluzia). Situa-se a aproximadamente 3.500 km do porto de Jope (a moderna Tel Aviv-Yafo). Segundo a bíblia, durante a viagem acontece um violenta tempestade. Esta só acaba quando Jonas é lançado ao mar. Ele é engolido por um "grande peixe" (Jonas 1:17) e no seu estômago, passa 3 dias e 3 noites. Arrependido reconsidera a sua decisão e é vomitado pelo peixe numa praia e segue rumo para Nínive.

Zacarias
Profeta das tribos Reino de Judá, o 11º profeta dos 12 profetas menores. Conforme Ezequiel, ele foi um profeta do exílio. Ele descreveu a si mesmo (1:1) como "o Filho de Baraquias." Em Esdras 5:1 e 6:14 chamado "o filho de Iddo," na realidade seu avô. Sua carreira profética iniciou-se no 2º ano de Dario, Rei da Pérsia (520 A.C.), cerca de 6 anos antes do 1º grupo que retornou do exílio babilônico. Embora haja algumas indicações de que Targum Lamentações o "Zacarias filho de Ido" tenha sido morto no templo.

Jeremias
Profeta autor do Livro das Lamentações e do Livro de Jeremias que é o 2º dos livros dos principais profetas da Bíblia. Os capítulos 1 a 24 registram muitas das suas profecias. Os capítulos 24 a 44 relatam suas experiências. Contém Profecias contra as nações. É provável que seu auxiliar, Baruque, tenha reunido e organizado grande parte do livro.

História do povo de Israel narradas no AT: David e Golias; a punição de Amã, do Livro de Ester, a Serpente de Bronze.

Punição de Amã




Serpente de bronze do Livro de Ester
Livros históricos do AT. Conta a história da rainha Ester. Possui 10 capítulos (ou 16 segundo com os adicionais da Septuaginta reunidos no final).



Golias e Davi
Golias no AT participou de um episódio de batalha entre os Filisteus e o povo de Israel. Foi defrontado e morto por Davi, filho de Jessé, da tribo de Judá. Teria nascido na cidade de Belém e se destacado na luta dos Israelitas contra os Filisteus. Tornou-se rei, sucedendo a Saul e conquistou Jerusalém, que transformou em capital do Reino Unido de Israel.
Judite e Holofernes
Um dos livros deuterocanônicos do AT com 16 capítulos.

Moisés - (escultura)
Conta a história que após Michelangelo ter executado a estátua Moisés, bateu violentamente com o martelo no joelho da obra e gritou: Perché non parli? (Por que não falas?)






Tumba da família Médici - (escultura)






Papa Júlio II






A Sagrada família
Da mesma época da primeira pintura (que se conhece) de Michclangelo, trata-se de um tondo (pintura circular), cujas formas e cores fariam com que, pasteriormente, os críticos o definissem como obra precursora da escola "maneirista". Na época, também escupiu o Davi. A Sagrada Familia da Tribuna. Pode-se ver que, mesmo com o pincel, Michdangelo não deixa de ser escultor. Ou, como ele próprio dizia: "Uma pintura é tanto melhor quanto mais se aproxime do relevo" agora na Galeria Uffizi.

A visão de Paulo
A linha direta que une Cristo, no alto, a Paulo, embaixo, verdadeiro eixo em torno do qual gira todo o afresco. Um jorro de luz explosivo, que representa um canal direto de relação, evidenciado pela simplificação da paisagem. A terra está nua, Damasco é uma cidade quase desfocada ao fundo, a cena é dominada pelo céu, de um azul profundo e dramático, obtido graças ao lápis-lazúli que mandou vir especialmente da Pérsia, via Ferrara.
Existe nessa obra um outro detalhe insólito, no que diz respeito à iconografia da conversão de Paulo, que o papa Bento XVI expressou com razão, na reabertura da Capela, ao término das restaurações, em 04/07/09: é o fato estranho de um apóstolo ser representado como um velho. “Entretanto”, diz o Papa, “sabemos – e também Michelangelo o sabia muito bem – que o chamado de Saulo no caminho de Damasco teve lugar quando ele tinha por volta de 30 anos de idade”. Por que Michelangelo força esse ponto? Eis a explicação do Papa: “O rosto de Saulo-Paulo, que de resto é o do próprio artista já idoso, inquieto e em busca da luz da verdade, representa o ser humano necessitado de uma luz superior. É a luz da graça divina, indispensável para adquirir uma nova visão mediante a qual compreender a realidade orientada para a ‘esperança que vos espera nos céus’ – como escreve o Apóstolo na saudação inicial da Carta aos Colossenses”.

A crucifixão de Pedro



Na parede da frente, Michelangelo é chamado a representar a crucifixão de Pedro. O número de dias de trabalho é maior, as áreas afrescadas cada vez menores. O tema tinha um grande número de precedentes, muitos famosos, desde o Sancta Sanctorum até o estrado de Giotto, no políptico Stefaneschi, hoje conservado nos Museus Vaticanos, passando pelo afresco de Cimabue, em Assis. Do ponto de vista meramente compositivo, esse tema sempre criou dores de cabeça para os artistas, pois a cruz invertida de São Pedro deixava um grande espaço vazio no alto. Cimabue o resolveu elevando a cruz de um modo não natural; Giotto, fazendo dois anjos voarem até a altura dos pés do santo. Michelangelo, como é próprio de sua natureza, inova a iconografia num sentido dramático. Em vez de representar o fato consumado, opta por pintar o instante anterior, ou seja, o momento da elevação da cruz. A cena, assim, é aquecida por um dinamismo desconcertante, em torno da cruz ainda não posicionada na vertical, mas inclinada. Quem assiste fica marcado pela dor, pelo medo ou pela crueldade.
Crucificação de Pedro - (afresco)
Michelangelo aparece à esquerda do quadro, de turbante azul. No centro da cena, alguém, apresentando-se como amigo de Pedro, tenta se aproximar dos carrascos, mas é seguro por um braço e chamado de volta à prudência por outra pessoa, evidentemente de seu grupo (o episódio é contado na Legenda áurea, em que, porém, o próprio apóstolo teria acalmado o amigo). Mas certamente o epicentro da invenção de Michelangelo é o rosto de Pedro, que, com um gesto imprevisível e cheio de força, levanta-se em direção ao peito e volta o olhar para trás. Michelangelo trabalhou muito nesse ponto do afresco, corrigindo-o a seco, para reforçar o gesto de Pedro, único personagem que olha para fora da cena. Por que ele faz isso? E para quem olha? Tradicionalmente, os especialistas sempre afirmaram que seu olhar estava voltado para os cardeais reunidos, uma vez que a Capela Paulina, como já dissemos, originalmente fora destinada a ser a sede dos conclaves. Bento XVI, no entanto, apresentou outra hipótese, muito mais profunda e persuasiva. “Há uma espécie de confusão, um olhar penetrante, protendido, como que à procura de algo ou de alguém, na hora final”, observou o Papa. Que mais adiante prossegue: “Os dois rostos [de Pedro e Paulo] estão um diante do outro. Aliás, poder-se-ia pensar que o de Pedro está voltado precisamente para a face de Paulo, que, por sua vez, não vê, mas traz em si a luz de Cristo ressuscitado. É como se Pedro, na hora da prova suprema, procurasse aquela luz que transmitiu a verdadeira fé a Paulo”.

Dois projetos importantíssimos de arquitetura


Cúpula da Basílica de São Pedro - Roma
- 1º. projeto de arquitetura em 1527, Paulo III confiou a Antonio da Sangallo o controle total da obra. Este, por sua vez, retomou algumas idéias do plano de Bramante, erguendo uma parede divisória entre a nova Basílica e a antiga, ainda em uso. Em 1546, com a morte de Sangallo, Paulo III confiou a Michelangelo a chefia da arquitetura.
Responsável pela abside, pelo transepto e pela cúpula, Michelangelo deixou em 1564, ano de sua morte, o trabalho todo praticamente completo.
O Túmulo Papal
- 2º. projeto de arquitetura com a estátua de Moisés ao centro. Iniciado em 1503 a pedido do papa Júlio II, e finalizado em 1545 devido a grande quantidade de trabalho. A De novo em Roma convocado em 1503 pelo recém-designado Papa Júlio II e foi comissionado para construir a tumba papal. Entretanto, durante a patronagem de Júlio II, tinha constantemente que interromper seu trabalho para fazer outras numerosas tarefas. Por essa e outras interrupções trabalharia na tumba por quarenta anos sem nunca a terminar.

Batalha dos Centauros
Baixo relevo de tema mitológico
Michelangelo adere plenamente a atmosfera, poética e erudita, evoca a magnificência da Grécia Antiga, seu ideal de beleza (baseado no equilibrio das formas) e sua concepção de mundo - a filosofia de Platão. Ao produzir O Combate dos Centauros, baixo-relevo de tema mitologico, sente-se não um artista italiano inspirado nos padrões clássicos helênicos, mas um escultor grego de verdade. Em seu primeiro trabalho na pedra, com seus frisos de adolescentes atléticos~ reinam a força e a beleza impassíveis, como divindades do Olimpo.

Baco Bêbado (escultura)
O deus do vinho e do êxtase. Michelangelo escolheu duas qualidades do deus para representá-lo em sua obra. Na cabeça de Baco colocou cachos de uvas, e em sua mão direita uma taça segura com movimento para cima como se ele estivesse prestes a saudar alguém. A expressão facial é de um pensamento vago e meio confuso, como se ele tivesse esquecido o que iria brindar ou o que faria em seguida. A cabeça está pendente e a boca aberta, seus olhos parecem indecisos e fora de foco. O corpo, como que balançando, parece demonstrar a aparência de uma pessoa alcoolizada. Uma perna está um pouco levantada, enquanto seu dorso e cintura pendem para trás, fazendo com que o deus pareça não ter certeza de seus passos, como se estivesse completamente bêbado. A obra foi solicitada por um banqueiro romano rico, Jacopo Galli, entre os anos de 1497-1498, enquanto Michelangelo estava morando em Roma.

Vida pessoal de Michelangelo
Abstêmio, indiferente à bebida e à comida, pessoa solitária e melancólica. Deixou também cerca de 300 poemas em italiano vernáculo, que escreveu entre 1501 e 1560, marcados por uma forte carga homoerótica. Porém, esta foi alterada na primeira edição da sua poesia, em 1623, publicada pelo seu sobrinho. Em 1893, John Addington Symonds traduziu os poemas originais para inglês.

Fundamental na arte, sua paixão era pela beleza masculina, que o atraía de modo emocional e estético. Em parte, uma expressão da idealização renascentista do corpo humano. Mas, para ele, há uma resposta única a essa estética.

Muitas vezes arrogante com os outros e constantemente insatisfeito com ele mesmo, via a arte como originada da inspiração interna e da cultura. Via a natureza como uma inimiga que tinha de ser superada. Suas figuras são dinâmicas. Para ele, a missão do escultor era libertar as formas que estavam dentro da pedra.

Seu pai Ludovico di Lionardo Buonarroti Simoni um homem violento, "temente de Deus", sua mãe, Francesca morreu quando tinha 6 anos. Eram 5 irmãos. Michelangelo foi entregue aos cuidados de uma ama-de-leite cujo marido era cortador de mármore na aldeia de Settignano. Mais tarde, brincando, Michelangelo atribuirá a este fato sua vocação de escultor. Brincadeira ou não, o certo é que na escola enchia os cadernos de exercícios com desenhos, totalmente desinteressados das lições sobre outras matérias.

Por isso, mais de uma vez foi espancado pelo pai e pelos irmãs de seu pai, a quem parecia vergonhuso ter um artista na familia, justamente uma familia de velha e aristocrática linhagem florentina, mencionada nas crônicas locais desde o século XII. E o orgulho familiar jamais abandonará Michelangelo. Ele preferirá a qualquer titulo, mesmo o mais honroso, a simplicidade altiva de seu nome: "Não sou o escultor Michelangelo. Sou Michelangelo Buonarroti".

Aos 13 anos, sua obstinação vence a do pai: ingressa, como aprendiz, no estúdio de Domenico Ghirlandaio, já então considerado mestre da pintura de Florença. Mas o aprendizado é breve - cerca de um ano -, pois Michelangelo irrita-se com o ritmo do ensino, que lhe parece moroso, e além disso considera a pintura uma arte limitada: o que busca é uma expressão mais ampla e monumental. Diz-se também que o motivo da saida do juvem foi outro: seus primeiros trabalhos revelaram-se tão bons que o professor, enciumado, preferiu afastar o aluno. Entretanto, nenhuma prova confirma essa versão.

COM OS MÉDICI EM FLORENÇA
Em 1513, o Papa Júlio II morreu, e seu sucessor, o Papa Leão X, um Médici, pediu que reconstruísse o interior da Igreja de São Lourenço, em Florença, e a adornasse com esculturas. Relutantemente aceitou, mas foi incapaz de terminar a tarefa (o exterior da igreja ainda não está adornado até hoje). Em 1526, os cidadãos de Florença, encorajados pelo saque de Roma, expulsaram os Médici e restauraram a república. Michelangelo voltou para sua amada Florença para ajudar a construir as fortificações da cidade de 1528 a 1529. A cidade caiu em 1530 e os Médici voltaram ao poder.

Pedro de Médici, filho mais velho de Lourenço de Médici, recusou-se a financiar seu trabalho artístico. Também nessa época, as idéias de Savonarola tornaram-se populares em Florença. Sob tais pressões decide sair de Florença e vai para Bolonha por três anos. Logo depois, o Cardeal San Giorgio compra a obra de Michelangelo em mármore Cupido e decide chamá-lo a Roma em 1496. Influenciado pela antiguidade de Roma, ele produz Baco e a Pietà. A Pietà foi uma encomenda do embaixador francês na Santa Sé. Apesar de praticamente se dedicar à escultura, Michelangelo nunca deixou de desenhar, ele desenhava por prazer de segurar o lápis.

Florença e o Mecenato
Deixando Ghirlandaio, Michelangelo entra para a escola de escultura que o mecenas Lourenço, o Magnifico - riquissimo banqueiro e protetor das artes em Florença mantinha nos jardins de São Marcos. Lourenço interessa-se pelo novo estudante: aloja-o no palácio, faz com que sente à mesa de seus filhos.

Igreja del Carmine
Michelangelo copia os afrescos de Masaccio. Nos jardins de Lourenço, participa de requintadas palestras sobre filosofia e estética. Mas seu temperamento irônico, sua impaciência com a mediocridade e com a lentidão dos colegas lhe valem o primeiro e irreparável choque com a hostilidade dos invejosos. Ao ridicularizar o trabalho de um companheiro, Torrigiano dei Torrigiani vaidoso e agressivo, este desfechou-lhe um golpe tão violento no rosto que lhe desfigurou para sempre o nariz. Mancha que nunca mais se apagará da bua sensibilidade e da sua retina, a pequena deformação lhe parecerá dai por diante um estigma o de um mundo que o escorraça por não aceitar a grandeza do seu gênio e também uma mutilação ainda mais dolorosa para quem, como ele, era um sofisticado esteta, que considerava a beleza do corpo uma legitima encarnação divina na forma passageira do ser humano.

Em 1490 com 15 anos, o monge Savonarola começa a inflamada pregação mistica que o levará ao governo de Florença. O anúneio de que a ira de Deus em breve desceria sobre a cidade atemoriza o jovem artista: sonhos e terrores apocalípticos povoam suas noites.

Lourenço
Lourenço, o Magnifico, morre em 1492, Michelangelo deixa o palácio. A revolução estoura em 1494. Michelangelo, um mês antes, fugira para Veneza. Longe do caos em que se convertera a aristocrática cidade dos Médici, se acalma, passa o inverno em Bolonha, esquece Savonarola e suas profecias, redescobre a beleza do mundo com Lê Petrarca, Boccaccio e Dante.

Na primavera do ano seguinte, passa novamente por Florença. Esculpe o Cupido Adormecido, obra "pagã" num ambiente tomado de fervor religioso -, vai a Roma, onde esculpe Baco Bêbado, Adônis Morrendo. Enquanto isso, em Florença, Savonarola faz queimar livros e quadros - "as vaidades e os anátemas". Porém, a situação se inverte. Os partidários do monge começam a ser perseguidos. Entre eles, está um irmão de Michelangelo, Leonardo - que também se fizera monge durante as prédicas de Savonarola. Michelangelo não volta. Em 1498, Savonarola é queimado. Michelangelo se cala. Nenhuma de suas cartas faz menção a esses fatos. Mas esculpe a Pietá, onde uma melancolia indescritível envolve as figuras belas e dássicas. A tristeza instalara-se em Michelangelo.

Na primavera de 1501, ei-lo por fim em Florcnça. Nesse mesmo ano, surgirá de suas mãos a primeira obra madura. Um gigantesco bloco de mármore jazia abandonado havia 40 anos no local pertencente à catedral da cidade. Tinha sido entregue ao escultor Duccio, que nele deveria talhar a figura de um profeta. Duccio, porém, faleceu repentinamente e o mármore ficou á espera. Michclangelo decidiu trabalhá.lo. O resultado foi o colossal Davi, símbolo de sua luta contra o Destino, como Davi ante Golias.

Uma comissão de artistas, entre os quais Leonardo da Vinci, Botticelli, Filippino Lippi e Perugino, interroga Michelangelo sobre o lugar onde deveria ficar a estátua que deslumbra a todos quc a contemplam. A resposta do mestre é segura: na praça central de Florença, defronte ao Palácio da Senhoria. E para esse local a obra foi transportada. Entretanto, o povo da cidade, chocado com a nudez da figura, lapidou a estátua, em nome da moral.

Em março de 1505, Michelangelo é chamado a Roma pelo Papa Júlio lI. Começa então o periodo heróico de sua vida. A idéia de Júlio II era a de mandar construir para si uma tumba monumental que recordasse a magnificência da Roma Antiga com seus mausoléus suntuosos e solenes. Michclangelo aceita a incumbência com entusiasmo e durante oito meses fica em Carrara, meditando sobrc o esquema da obra e selecionando os mármores que nela seriam cmpregados.

Enormes blocos de pedra começam a chegar a Roma e se acumulam na Praça de São Pedro, no Vaticano. O assombro do povo mistura-se à vaidade do papa e à inveja de outros artistas. Bramante de Urbino, arquiteto de Júlio II, que fora freqüentes vezes criticado com palavras sarcásticas por Michelangelo, consegue persuadir o papa a que desista do projeto e o substitua por outro: a reconstrução da Praça de São Pedro. Em janeiro de 1506, Sua Santidadc aceita os conselhos de Bramante. Sem sequer consultar Michelangelo, decide suspender tudo: o artista está humilhado e cheio de dividas.

Michelangelo parte de Roma. No dia seguinte, Bramante, vitorioso, começa a edificação da praça. No entanto, Júlio II quer o mestre de volta. Este recusa, Finalmente, encontra-se com o papa em Bolonha e pede-lhe perdão por Ter-se ido. Uma nova incumbência aguarda Michelangelo: executar uma colossal estátua de bronze para ser erguida em Bolonha. São inúteis os protestos do artísta de que nada entende da fundição desse metal. Que aprenda, responde-lhe o caprichoso papa. Durante 15 meses, Michelangelo vive mil acidentes na criação da obra. Escreve ao irmão: "Mal tenho tempo de comer. Dia e noite, só penso no trabalho. Já passei por tais sofrimentos e ainda passo por outros que, acredito, se tivesse de fazer a estátua mais uma vez, minha vida não seria suficiente: é trabalho para um gigante".

O resultado não compensou. A estátua de Júlio II, erguida em fevereiro de 1508 diante da lgreja de Sào Petrônio, teria apenas quatro anos de vida. Em dezembro de 1511, foi destruida por uma facção política inimiga do papa e seus escombros vendidos a um certo Alfonso d'Este, que deles fez um canhão.

De volta a Roma responde a novo capricho de Júlio II de decorar a Capela Sistina. O fato de ser antes de tudo um escultor não familiarizado com as técnicas do afresco não entrava nas cogitações do papa tentativas de fugir da encomenda. O Santo Padre insiste - segundo alguns críticos, manejado habilmente por Bramante que, dessa forma, desejaria arruinar para sempre a carreira de Michelangelo - e o artista cede mais uma vez. A incumbência (insólita e extravagante) é aceita.

Em 10/05/1508, começa o gigantesco trabalho com algumas exigências:
1) recusar o andaime construído por Bramante. Determina outro, segundo suas próprias idéias.
2) manda embora os pintores, ajudantes e instrutores na técnica do afresco.
3) resolve pintar não só a cúpula da capda mas também suas paredes. É a fase herói trágico.

Tal como Prometeu, rouba ao Olimpo o fogo de sua genial inspiração, embora os abutres das vicissitudes humanas não deixem de acossá.lo. O trabalho avança muito lentamente. Por mais de um ano, o papa não lhe paga um cêntimo sequer. Sua família o atormenta com constantes pedidos de dinheiro. A substância frágil das paredes faz logo derreter as primeiras figuras que esboçara. Impaciente com a demora da obra, o papa constantemente vem perturbar-lhe a concentração para saber se o projeto frutificava. O diálogo é sempre o mesmo: "Quando estará pronta a minha capela?" -- "Quando eu puder!" Irritado, Júlio II faz ameaças. Chega a agredir o artista a golpes de bengala, que tenta fugir de Roma. O papa pede desculpas e faz com que lhe seja entregue a soma de 500 ducados. O artista retoma a tarefa.

Finados de 1512 retira os andaimes que encobriam a perspectiva total da obra e admite o papa à capela. A decoração estava pronta. A data dedicada aos mortos convinha bem á inauguração dessa pintura terrível, plena do Espírito do Deus que cria e que mata. Todo o Antigo Testamento está ai retratado em centenas de figuras e imagens dramáticas, de incomparável vigor e originalidade de concepção: o corpo vigoroso de deus retorcido e retesado no ato da criação do Universo; Adão que recebe do Senhor o toque vivificador de Sua mão estendida, tocando os dedos ainda inertes do primeiro homem; Adão e Eva expulsos do Paraíso; a embriaguez de Noé e o Dilúvio Universal; os episódios bíblicos da história do povo hebreu e os profetas anunciando o Messias. Visões de um esplendor nunca dantes sonhado, imagens de beleza e genialidade, momentos supremos do poder criador do homem.

No olhar do Papa Júlio II naquele dia de Finados de 1512 já se prenunciavam os olhares de mihões de pessoas que, ao longo dos séculos e vindas de todas as partes do mundo, gente de todas as raças, de todas as religiões, de todas as ideologias políticas, se deslumbrarão diante da mais célebre obra de arte do mundo ocidental.

Vencedor e vencido, glorioso e alquebrado regressa a Florença. Vivendo em retiro, dedica-se a recobrar as forças minadas pelo prolongado trabalho; a vista fora especialmente afetada e o mestre cuida de repousá-la. Mas o repouso é breve: sempre inquieto volta a entregar-se ao projeto que jamais deixara de amar: o túmulo monumental de Júlio II.

Morto o papa em fevereiro de 1513, no mês seguinte o artista assina um contrato comprometendo-se a executar a obra em sete anos. Dela fariam parte 32 grandes estátuas. Uma logo fica pronta. É o Moisés considerada a sua mais perfeita obra de escultura. Segue-se outra, Os Escravos, que se acha no Museu do Louvre, doada ao soberano Francisco I pelo florentino Roberto Strozzi, exilado na França, que por sua vez a recebera diretamente do mestre em 1546. Como breve foi o repouso, breve foi a paz.

Leão X
O novo Papa, Leão X, decide emular seu antecessor como protetor das artes. Chama Michelangelo e oferece-lhe a edificação da fachada da Igreja de São Lourenço, em Florença. E o artísta, estimulado por sua rivalidade com Rafael (que se aproveitara de sua ausência e da morte de Bramante para tornar-se o soberano da arte em Roma), aceita o convite, sabendo que precisaria suspender os trabalhos relacionados com a tumba de Júlio II. O pior, porém, é que após anos de esforços ingentíssimos, após mil dificuldades, vê o contrato anulado pelo papa Leão X.

Papa Clemente VII
Só com o sucessor de Leão X, o Papa Clemente VII, Michelangelo encontra novamente um mecenas que o incita a trabalhar arduamente: deverá construir a capela e a tumba dos Medici, sendo-lhe paga uma pensão mensal três vezes superior á que o artista exigira. Mas o destino insiste em turvar seus raros momentos de tranqüilidade: em 1527, a guerra eclode em Florença e Michelangelo, depois de ajudar a projetar as defesas da cidade, prefere fugir, exilando-se por algum tempo em Veneza.

Restabelecida a paz, o Papa Clemente, fiel a seu nome, perdoa-lhe os "desvarios" políticos e o estimula a reencetar o trabalho da Capela dos Médici. Com furor e desespero, Michelangelo dedica-se á obra. Quando o interrogam sobre a escassa semelhança das estátuas com os membros da paderosa familia, ele dá de ombros: "Quem perceberá este detalhe daqui a dez séculos?

Uma a uma emergem de suas mãos miraculosas as alegorias da Ação, do Pensamenlo e as quatro estátuas de base: O Dia, A Noite, A Aurora e O Crepúsculo, terminadas em 1531. Toda a amargura de suas desilusões, a angústia dos dias perdidos e das esperanças arruinadas, toda a melancolia e todo o pessimismo retletem-se nessas obras magnificas e sombrias.

Os Últimos Dias: Solidão e Produção

Com a morte de Clemente VII em 1534, Michelangelo - odiado pelo Duque Alexandre de Medici - abandona mais uma vez Florença. Agora, porém, seu exilio em Roma será definitivo. Nunca mais seus olhos contemplarão a cidade que tanto amou. Vinte e um anos haviam passado desde sua última estada em Roma: nesse periado, produzira três estátuas do monumento inacabado de Júlio II, sete estátuas inacabadas do monumento inacabado dos Médici, a fachada inacabada da lgreja de São Lourenço, o Cristo inacabado da

lgreja de Santa Maria della Minerva e um Apolo inacabado para Baccio Valori.
Nesses vinte e um anos, perdeu a saúde, a energia, a fé na arte e na pátria. Nada parecia mantê-lo vivo: nem a criação, nem a ambição, nem a esperança. Michelangelo tem 60 anos e um desejo: morrer.

Roma, entretanto, lhe trará novo alento: a amizade com Tommaso dei Cavalieri e com a Marquesa Vittoria Colonna, afastando-o do tormento e da solidão, permite-lhe aceitar a oferta de Paulo III, que o nomeia arquiteto-chefe, escultor e pintor do palácio apostólico. De 1536 a 1541, Michelangelo pinta os afrescos do Juízo Universal na Capela Sistina. Nada melhor que suas próprias idéias sobre pintura para definir essa obra e o homem que a criou: "A boa pintura aproxima-se de Deus e une-se a Ele... Não é mais do que uma cópia das suas perfeições, uma sombra do seu pincel, sua música, sua melodia... Por isso não basta que o pintor seja um grande e hábil mestre de seu oficio. Penso ser mais importante a pureza e a santidade de sua vida, tanto quanto possível, a fim de que o Espírito Santo guie seus pensamentos..."

Terminados os afrescos da Sistina, Michelangelo crê enfim poder acabar o monumento de Júlio II. Mas o papa, insaciável, exige que o ancião de 70 anos pinte os afrescos da Capela Paulina - A Crucfliurão de São Pedro e A Conversão de São Paulo). Concluídos em 1550, foram suas últimas pinturas.

Durante todo esse tempo, os herdeiros do Papa Júlio II não cessararn de perseguir o artista pelo não cumprimento dos vários contratos por ele assinados para o término da obra. O quinto contrato seria cumprido. Em janeiro de 1545, inaugurava-se o monumento. O que restara da plano primitivo? Apenas o Moisés, no inicio um detalhe do projeto, agora o centro do monumento executado. Mas Michelangelo estava livre do pesadelo de toda a sua vida.

Os últimos anos do mestre ainda foram fecundos, embora numa atividade diferente: a arquitetura. Dedicou-se ao projeto de São Pedro, tarefa que lhe custou exaustivos esforços devido às intrigas que lhe tramaram seus acirrados inimigos. Projetou também o Capitólio - onde se reúne o Senado italiano - e a Igreja de São João dos Florentinos (cujos planos se perderam).

Ainda encontra energias para esculpir. Renegando cada vez mais o mundo, Michelangelo busca uma união mística com o Cristo. Sua criação, como a de Botticelli no final da vida, é toda voltada para as cenas da Paixão. De pé, aos 88 anos de idade, ele elabora penosa e amorosamente uma Pietá, até que a doença o acorrente em definitivo ao leito, onde - com absoluta lucidez - dita um testamento comovente, pedindo "regressar pelo menos já morto" à sua adorada e inesquecível Florença, doando sua alma a Deus e seu corpo á terra. O seu gênio, ele já o tinha legado á humanidade.

Uma vez concluída, as representações de nudez na própria Capela foram consideradas obscenas e um sacrilégio. Após a morte de Michelangelo, decidiu-se obscurecer os órgãos, o que foi feito por um aprendiz de Michelangelo, Daniele da Volterra. Quando o trabalho foi restaurado em 1993, decidiu-se deixar algumas das figuras ainda cobertas, como documentos históricos. A censura sempre perseguiu Michelangelo, que às vezes era chamado de "inventor delle porcherie" ("inventor das obscenidades").

Em 1547, Michelangelo foi apontado como arquiteto da Basílica de São Pedro no Vaticano. Anos mais tarde, em 18/02/1564, Michelangelo morre, em casa, em Roma aos 88 anos de idade, solicitando em testamento que seu corpo fosse enterrado em Florença.
Esta Biografia foi retirada de "Gênios da Pintura" do Círculo do Livro
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=197

Principais Obras em afresco de Michelangelo
Gênesis (teto da Capela Sistina)
O Juízo Final (teto da capela sistina)
Martírio de São Pedro
Conversão de são Paulo
A Batalha de Centauros (baixo relevo de tema mitológico)
A Madona Dos degraus (relevo)
A sagrada Família

Suas principais esculturas foram:
- O cupido adormecido
- Baco Bêbado
- Adônis Morrendo
- A Virgem
- Pietá
- Davi
- Moisés
- Raquel
- Léa
- Família Real Médici

Livro de Poesias e Coletânea de Rimas

Arquitetura:
- A cúpula da Basílica de São Pedro em Roma
- o túmulo papal

Frases de Michelangelo:
"A perfeição é feita de pequenos detalhes - não é apenas um detalhe."
"Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a vêem."
"Se as pessoas ao menos soubessem o quão duro trabalho para ser mestre no que faço, não lhes pareceria tão maravilhoso."
"Observei o anjo gravado no mármore, até que eu o libertasse."
"Espero que eu sempre possa desejar mais do que consigo fazer."

Para Michelangelo, a missão do escultor era libertar as formas que já se encontravam dentro da pedra. Kenneth Schuman e Ronald Paxton enxergaram aí um gancho para um inusitado livro de auto-ajuda: O Método Michelangelo - Revele sua obra-prima e crie uma vida extraordinária, Best Seller, 288 pgs. A mensagem é que existe uma obra-prima dentro de cada um de nós, que pode ser revelada por meio da determinação, da superação de obstáculos e de outras estratégias inspiradas na vida e na obra do artista italiano. Leia mais em "Michelangelo inspira livro de auto-ajuda" - Máquina de escrever, Luciano Trigo

sábado, 29 de maio de 2010

O “descer”

Zaqueu, um contraventor de vida desregrada, nunca ouviu falar de um Salvador que queria estar perto dos pobres e miseráveis de preferência os que estavam "à margem". Zaqueu certamente não sabia de ninguém em especial, que viria justamente para ensinar isto. Curioso com a fama do Messias, Zaqueu decide vê-lo. Havia uma multidão e Zaqueu de estatura baixa sobe numa árvore.

A pequenez de Zaqueu e o subir na árvore estão cheios de significados, mas, o "descer" tem um significado maior. Com isso podemos acreditar, que mesmo sendo nós do jeito que somos e o Criador do jeito que é Ele acontece em nós.

Sabíamos que o Pai amava apenas os certinhos, mas, o Filho veio nos mostrar que não é assim! Quando somos olhados nos olhos não dá para continuarmos os mesmos. Parece que somos impactados por um poder de nos revelarmos a nós mesmos. Igual a Zaqueu que ficou preso a um olhar e não soube mais, como voltar a antiga vida.

Principalmente ao ouvir: “Zaqueu! Desce, que hoje vou ficar na tua casa"! Pelo jeito não era uma passada rápida. Ele disse que ficaria e ficou na casa (coração) de Zaqueu. Quando somos tocados de fato nos transformamos.

Muitas vezes imaginamos, que somos o deus do deus, o deus a quem mandamos na oração, que só pedimos o que achamos melhor; damos ordens ao invés de obedecer, ensinamos como Ele tem que fazer conosco que até fica difícil saber que é Criador e quem é criatura.

A mudança de Zaqueu se deu com o fato dele descer da árvore e deixar o Salvador ser Salvador em sua vida. Como podemos corrigir a nossa vida? Descendo da árvore! Ficando na árvore com os nossos conflitos, não conseguiremos resolvê-los. Perdemos tempo demais sobre árvores gritando, nossas dores, nossos males, nossas necessidades. Desçamos da árvore para encontrar um olhar que dispense a falar. Um olhar amável é o tudo e o pouco que precisamos.

Todos temos uma tristeza a ser curada, um sentimento a ser aliviado. Em muitos lugares existem infelizes querendo encontrar felicidade, mentirosos desejando encontrar verdade, ladrões buscando honestidade. Mas para que isso aconteça é preciso buscar as coisas que acreditamos errando ou acertando, mas sempre a procura da Salvação.

Humildade

Dependendo da maneira como o outro nos chama, ou como diz a frase, dá perfeitamente para perceber que vem com uma capa, aquela ênfase na voz. Quando alguém nos chama pelo nome todo é sinal que algo não saiu do jeito certo, “a maré não está para peixe”. Ninguém está livre de levar “bronca” estamos todos num processo para ser melhor. Às vezes, a repreensão do outro nos faz ser melhor, nos ajuda a prosseguir. Não sabemos o quanto vamos errar ainda, mas uma coisa é certa: sempre tem um convite querendo nos fazer gente. Queremos ser grande? Passemos então pelo caminho da correção, muito diferente da humilhação. Aos poucos vamos aprendendo novas formas e sentindo que chamam o nosso nome de outro jeito, se correspondemos tudo vai mudando dentro de nós e fica cada vez melhor, porque quando Deus nos ilumina, não sai porcaria.
O que fazer com a fragilidade ou o orgulho que temos dentro de nós? Sabemos que não é brincadeira, quem acha fácil lidar com estes sentimentos está enganado. Mas começar a perceber nossas limitações é.
Assumamos a responsabilidade! Se não sabemos, não sabemos e não é vergonha nenhuma não saber. A soberba além de ser vergonhosa é pecado. Atitude humilde nos transforma em gente e nem de longe se parece com fraqueza – http://is.gd/bpoY
Crise
"Sua crise de histeria diante do erro alheio não vai resolver o problema. Acalme-se primeiro, pense, e depois decida com convicção." Gabriel Chalita

Mi – Base: FM
Cps, 18/04/10

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Copiar alguém


Copiar quem admiramos é louvável, principalmente quando o copiado tem responsabilidade com o copiador. Esta atitude o torna mais cuidadoso, ele se preocupa com aquilo que fala e escreve. Na verdade quem pensa que o copiador depende do copiado se engana, pois o copiado que depende do copiador.
O copiador torna-se filtro do copiado dando-lhe qualidade. Muitas vezes tomamos o copiado com nosso embasador ou, até mesmo norteador, onde também passando para outras gerações, conforme o clip logo abaixo, nos mostra.

Mas antes, vejamos o que diz Luis Recaséns Siches, ilustre filósofo espanhol do SécXX (no Tratado de Sociologia, vol. 2, p. 425), sobre Imitar.

"Imitação consciente (lógica) é uma imitação por motivos racionais, em virtude dos quais se considera verdadeiro ou útil o comportamento que se imita. Supõe que o observador entendeu o sentido da ação que imita, mas tão pouco por uma plena compreensão do que está imitando, mas porque tem confiança na pessoa a quem imita; julga que o essa pessoa faz, diante do mesmo problema, tem de estar certo, porque essa pessoa é talentosa, prudente, hábil. Então, o que se dá é o seguinte: o imitador compreende o problema; compreende que aquilo que o outro faz é um intento de solução para esse problema; sente confiança nas qualidades dessa outra pessoa; e racionalmente decide fazer o mesmo, ainda que não chegue a compreender bem toda a significação disso que está copiando.
Adultos imitam opiniões e comportamentos. Somos, todos, acostumados a imitar o que outras pessoas (pais, irmãos, professores, amigos, parentes, pessoas que admiramos etc.) dizem e fazem."

Mariana com pertences da Tia Ivone
De um jeito ou de outro sempre alguém nos referencia e isso é saudabilíssimo!

 Mi – Cps, 27/05/10