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domingo, 27 de junho de 2010

Somos contemporâneos?

Saímos da caverna deixamos de ser nômades e aprendemos a plantar. Usamos a linguagem. O fogo e a roda já passam despercebidos por nós. Há constantes transformações no espaço e no tempo. O desenvolvimento é inegável e todas as possíveis perdas ocorridas ao longo da história da humanidade supostamente se fizeram compensar em ganhos para gerações futuras.

Contudo, desfrutamos de um mundo melhor?

Ainda nos incomodam os regimes autoritários, os atentados praticados em nome de Deus, as segregações, a intolerância religiosa, as pessoas cada vez mais grosseiras e estúpidas sem nada de educação, os abusos praticados contra jovens e crianças...

Então somos tão avançados, mas ainda temos notícias que, em diversas regiões morrem centenas de crianças tuberculosas e de fome. Há falta de saneamento e sobra desonestidade. Famílias vivem e comem nos lixões. O progresso e a modernidade, não conseguem acabar com a dengue, ou a H1N1.

Saímos do domínio dos reis e da Igreja, deixamos os feudos, buscamos a república, acalentamos a democracia e ainda não acabamos?

Este tempo ainda precisa de muitas respostas, soluções para chamá-lo de Pós-moderno. Precisamos de mais razão, sabedoria, conhecimento fundado a partir do que a tecnologia já nos proporciona, conhecimento sobre o respeito pelo outro, que muitas vezes embaçam nosso jeito de viver e sentir a vida.

Pasmem! Mas todas as épocas são modernas:
- Idade Moderna, Modernismo, pós-modernidade ou contemporaneidade.
- O cinema era mudo e Charlie já vivia em "Tempos Modernos".
- Tacila, Heitor, Oswald e Mario agitavam “Semana de Arte Moderna”.
- Roberto era a modernidade com seu estilo de músicas e roupas.
Enfim, citamos exemplos de modernidade em qualquer época, a.C ou d.C.

O contemporâneo não tem idade nem início ou fim, pois diariamente temos conhecimento dos avanços em alguma área, como se fossem tempos modernos.

Mas, uma coisa é certa, o ser humano por si só se destrói.

Para conseguir o “moderno”, primeiro começa a destruição do planeta, para que se mantenha a ditadura do consumo, porque é dele que se tira a idéia de que todos hoje devem estar na moda (modernidade), onde cultuamos a beleza exterior. Surge o desrespeito ao outro tanto no trânsito por conta dos seus possantes veículos modernos, como no trabalho, por causa da suposta confortabilidade que o tempo de hoje proporciona. E ainda os trogloditas modernos conservam a arrogância, a prepotência, a violência pelo poder de estar a frente de tudo isso.

Isso que é tempo de modernidade?

Podemos nos desenvolver muito mais como cidadãos e pessoas, pois cada um é que faz o tempo moderno. Plagiando Chaplin em Tempos Modernos: “Mais do que máquinas, precisamos de humanidade, mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes a vida será de violência e tudo será perdido”.

Para isso que o Tempo deveria corre, para a humanização de pessoas! Mí, Cps 06/10

sábado, 26 de junho de 2010

Sobre a coruja


Símbolo da inteligência. Então a coruja, ave noturna tornou para os gregos a grande representante da busca pelo saber. Conforme a mitologia grega, a noite é o momento do pensamento intelectual. Por ter olhos grandes, ela representa uma pessoa mais preocupada em ter seu saber interior dilatado.

A coruja pode significar sabedoria, para educar tem que atentar-se à sensibilidade, aos argumentos e estimular a inteligência, sem esquecer da espiritualidade. 

Gira sua cabeça em 360°, sem mexer o corpo olha para qualquer direção, que visa ampliar horizontes e enxergar várias vertentes e nenhum outro animal no planeta tem incrível capacidade. Possui argúcia, astúcia, sensibilidade, visão e audição super potente. Nela inclui também a capacidade de enxergar no escuro, além do que podemos, um "olhar holístico". Logo, os sábios vêm em problemas difíceis, soluções fáceis.

Que o diga a FILOSOFIA e a PEDAGOGIA. Mas, se alguns a tomam por outro significado não me diz respeito. 

É Isso!  
Mi - Cps, 27/06/10

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Arte é Arte e pronto!

Catedral de Milão
O que impressiona na Europa é o cuidado do seu povo com as obras de arte. Esta é de se ficar com a boca aberta de tanta perfeição. Uma criação gótica com fachada repleta de pilares com mais de 3.400 estátuas. Ninguém se cansar de admirá-la. Magnífico edifício na principal praça da cidade italiana de Milão, na Piazza del Duomo.

A 3ª maior catedral católica romana do mundo, atrás da Catedral de Sevilha e da Basílica São Pedro em Roma.

O Duomo é um dos fabulosos exemplos de monumentalidade e arquitetura entre tantas catedrais construídas na Europa durante a Idade Média, entre os séculos 9 e 12.

O telhado é todo em placas de mármore, a mesma da fachada e esculturas. Com vista de toda cidade e pode ser visitado. As altíssimas centenas de agulhas, de arcos e gárgulas, estátuas e cariátides esculpidos em mármore que impressionam.

A mais magestosa das imagens é a estatua dourada da Madonnina do Perego, situada no topo da agulha maior, onde foi colocada em 1744 com 108m.

A contrução durou +/- 900 anos, muitas vezes interrompido por falta de recursos financeiros. Trabalharam mais de 50 arquitetos para projetar sua estrutura.

Ocupa uma área de aproximadamente 11.700m², 157m comprimento. Pode conter 40 mil pessoas.

De longe se vê um grande número de agulhas que a coroa como um mármore da floresta real, uma vez que um total de cerca de 135 agulhas e a maioria coroados por grandes estátuas. "Dizem" que o Duomo foi projetado pelo pintor escultor,arqquiteto engenheiro cientista e inventor italiano Leonardo da Vinci.
A fachada do Duomo tem estilo arquitetônico que vai do gótico ao renascentista, com alguns elementos neoclássicos. Ainda um rendilhado envolve janelas-vitrais e as enormes portas de bronze. Esculturas em baixos e altos-relevos que contam história da cidade.
A altura dos pilares góticos suportam o telhado de toda a igreja, onde delimitam suas naves laterais, secundárias e principal, além do altar-mór.
Enquadram vitrais igualmente gigantescos.
Há no interior cinco naves e 52 gigantescas colunas de pedra. O piso de mármore de outros tons forma belos desenhos que dão a nave central, a verdadeira e fabulosa dimensões da obra.

Em Milão quase tudo gira ao redor do Duomo, a Catedral de Milão, a terceira maior igreja da cristandade depois da Basílica de São Pedro, em Roma, e da Catedral de Sevilha.

Igrejas como as de Chartres , Amiens e Notre Dame de Paris (França), Sevilha e Santiago de Compostela (Espanha), Colônia (Alemanha) e o Duomo de Milão (Itália) são o exemplo máximo do estilo gótico — caracterizado pelo uso das ogivas (cruzamento de arcos), que possibilitavam a construção de altas estruturas.

Projetadas em medidas que reproduziam proporções do corpo humano provocam admiração. Há muitas estátuas no exterior e no interior deste edifício, um total aproximado de 3.159 trabalhos.

Dividida em naves separadas por colunas com capitéis decorados com grandes desenhos de origem vegetal. As esculturas de santos são bem vestidas.

À direita ha um monumento de Carlos V coroado na forma de um arco triunfal salienta uma das obras mais bem-sucedida de Leo Leoni. Gian Giacomo Médici é mostrado usando uma armadura romana e capa implantada no joelho esquerdo, acompanhada de alegorias da milícia do baixo-relevo do rio Adda. Duas colunas laterais externas seguram os números da prudência e da fama.

Ao entrar na cripta ouve-se pelas costas o coro magnífico. Ha uma capela subterrânea, rodeada por urnas de prata contendo os restos mortais de San Carlos Borromeo, cujo corpo coberto por roupas bonitas que podem ser vistos em uma urna de cristal foi a homenagem de Felipe IV, rei da Espanha.

Mi - Cps, 06/10

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Supere o falar em público

O medo é a causa maior da dificuldade, mas não é o maior defeito.
Ele acarreta inúmeros problemas na comunicação: descontrolamos-nos, alteramos o tom de voz para baixo ou alto demais, artificial, agressivo, desarticulado, aceleramos a fala, ou diminuímos até chegarmos numa irritante nervosismo, enfim sentimo-nos inibidos, desconfortáveis e incompetentes.

O maior defeito é não saber ordenar o pensamento.
O fracasso está em não sabe iniciar, desenvolver e concluir uma apresentação. Erros: entrar diretamente no assunto central sem conquistar a platéia, a torcida e a docilidade das pessoas; esforçar para conquistar os ouvintes quando estes já estão devidamente preparados para ouvir, corre-se o risco de desinteressá-los; passar de uma etapa para outra sem nenhum critério; encerrar voltando para o início; repetir argumentos que já haviam sido criteriosamente expostos começam a enfraquecer pelo excesso de repetição.

Esse problema é muito sério, pois se não soubermos como concatenar, ou seja, relacionar o raciocínio dificultará o entendimento dos ouvintes e igualmente a nossa própria exposição. A seqüência é extremamente fácil e pode ser assimilada e aplicada apenas com um mínimo de estudo e atenção. Em uma apresentação devemos seguir estas etapas, que organizarão a mensagem:

1) Introdução correta - Para conquistar ouvintes iniciamos fazendo alguns elogios sinceros demonstrando de forma gentil como estamos envolvidos com o ambiente e com o tema que pretendemos desenvolver. O bom é usarmos logo nos primeiros momentos uma frase de impacto, com pequena história, uma reflexão ou mostrar os benefícios do tema. No início a imparcialidade na opinião sobre o assunto, evita de contrariar os ouvintes. Em seguida concordamos com os pontos comuns e depois de quebrar as resistências podemos manifestar nosso pensamento.

2) Preparar o assunto - Começamos contando o assunto que pretendemos desenvolver, o problema a solucionar e as partes do assunto que temos intenção de cumprir. Caso saibam do assunto a abordar, do problema a ser solucionado e as partes que serão cumpridas, os ouvintes acompanharão com maior facilidade.

3) O que aplicar - Desenvolva o assunto proposto, solucione o problema e cumpra as etapas prometidas. É aqui, neste momento que você irá também apresentar seus argumentos. E se encontrar resistência dos ouvintes deverá refutar essas objeções.

4) A conclusão - O encerramento sempre será muito caprichado e não podemos esquecer de reservar o momento de maior emoção para o final. Em uma frase ou duas recapitularemos o assunto abordado e terminaremos fazendo com que os ouvintes reflitam ou ajam de acordo com a mensagem.

Dica: - O plano é simplificado e fácil de ser assimilado. Praticar esses conceitos é descobrir a facilidade ao abordar qualquer tipo de assunto. Assimilar a seqüência é fácil, mesmo assim podemos esquematizar maneiras para adquirir uma boa fala em três partes bem simples, para organizar e expor com tranqüilidade a mensagem: Contar sobre o que vai falar. Falar! Comentar sobre o que falou.

"Superação é o exercicio incansavel".

Mi – Base: Palestra do Reinaldo Polito
Cps, 06/10

Guimarães Rosa

A terceira margem do rio

Homem, meia-idade deixa familia e amigos para viver em uma canoa no meio de um rio e jamais volta a pisar na terra. Seu único contato com pessoas se dá através de um filho, que lhe deixa comida na margem. Os anos se passam a vida segue seu curso natural, mas o filho de uma certa forma

Loucura ou abandono? É a metáfora da origem, do destino e da travessia, a necessidade de viver águas, ora violentas, ora calmas, com o objetivo de chegar ao lugar almejado. O homem, normal, igual aos pais do lugar, sem nenhuma palavra despede-se da família e vai. Agora mora ou torna-se parte do rio. Isola-se e entra na categoria do diferente chocando o senso comum: permanecia nos espaços do rio, de meio a meio, rio acima, rio abaixo, sempre na canoa e dela não sai mais. Transforma-se em paisagem.

A família se adapta à realidade e cria outras margens para os muitos acontecimentos (nascimentos e mortes) do tempo. A culpa permeia todos, mas fingem não perceber a loucura. Silenciam. O filho acompanha sua trajetória e tenta definir os porquês. Rotinas misteriosas. Dirige-se a margem e propõe ao pai que troque de lugar com ele: tem de haver alguém que ouse desafiar as regras estabelecidas, que proponha o novo, o diferente, o inesperado.

Mas, o homem abandona a margem para ser meio. Por quê o filho abanda a travessia para ser margem?

Paisagens coisificadas no mundo, homens lançados à margem de qualquer possibilidade. Mas a travessia não traz consigo toda a simbologia da existência humana? A escolha não sugere, simultaneamente, a defesa de um espaço e a inserção do insólito, do não habitual?

Em termos filosóficos, isso equivale ao momento de equilíbrio. O fato de o pai, em vez de chegar a algum lugar, preferir continuar na canoa, traduz a sua consciência do aspecto mutável da existência. O contraste entre o modus vivendi do pai e o senso comum é metonimizado pela sua relação com o filho.

O filho que poderia continuar o projeto do pai em virtude de sua covardia fracassa por duas vezes: em menino no momento da partida do pai que não quer levá-lo consigo, então percebe-se amedrontado e desiste; já adulto, quando propõe a substituição e o pai aceita, então foge ao combinado. A coragem é um dos atributos mais valiosos do humano, mas deve o medo ser superado?

O maior contraste entre pai e filho é justamente a ousadia de um e o medo do outro. A vitalidade do pai parece derivar da vida livre que escolheu para si, e torna ainda mais flagrante a mesmice da vida comum do filho, “apenas um demoramento”.

Questionamentos elucidativos
Personagens sem nomes caracterizam o social. Quietude do pai tende ao isolamento. Mãe responsável pelo comando prático da família.
Pessoas que abandonam ideais e ficam a cargo da rotina; outras que enlouquecem e perdem o sentido, e ainda os que apenas preferem constituir calados, tornando-se indiferentes ao mundo. Não há responsabilidades ou objetivos, são apenas margens da margem num rio indiferente
A terceira margem do rio desperta para o mundo do inconsciente, do abstrato.
O pai, ao ir à procura dão rio busca o desconhecido dentro de si mesmo; o isolamento é a única maneira para entender os mistérios da alma, o incompreensível da vida e medo do desconhecido.
Por que evade de toda e qualquer convivência com a família e com a sociedade, preferindo a completa solidão do rio. Por que a busca pelo pai? Por quê não fez a troca? Medo do que?

Quem é o desequilibrado?
Pai, filho, os dois ou Nenhum dos dois?

A vida do filho torna-se reclusa e sem sentido, a não ser pelo desejo obstinado de entender os motivos da ausência do pai: “De que era que eu tinha tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência?”

Um ser humano cujos ideais de vida divergem dos padrões aceitos como normais. Atitude obstinada, ao mesmo tempo, afronta e perturba seus familiares e conhecidos, que se vêem obrigados a questionar as razões de seu isolamento e alienação.

Persistir na busca de entendimento da opção do pai chega a desejar substituí-lo. A escolha do isolamento no rio instiga permanentemente o filho, que é levado a questionar o próprio existir humano.

São tantos os rios e margens passíveis de travessia... E demonstra a possibilidade de navegação. O recomeço, a recriação de cada margem de origem e a transformação do destino em um novo porto inicial.

Margeiam os grandes rios, as ações, as diversas etapas de sua vida que demonstram a grandeza dos grandes navegadores

Travessias dão margens aos desbravamentos de nossas possibilidades de lutas e realizações. http://is.gd/d0tiC

ficção rosiana

domingo, 20 de junho de 2010

Aristóteles e a Ética a Nicômaco

Ética a Nicômaco é a principal e importante obra de ética de Aristóteles. Nela expõe sua concepção da: teleológica e eudaimonista de racionalidade prática; da virtude como mediania e suas considerações acerca do papel do hábito e da prudência na Ética. É considerada a mais amadurecida e representativa obra do pensamento aristotélico.

Nicômaco seu filho e discípulo anotava as aulas e a obra talvez tenha sido o resultado. Publicadas por discípulos de Aristóteles após morte (combate) prematura de Nicômaco.

Aristóteles inicia as aulas sobre ética, discutindo idéias de seu mestre Platão - embora vá diferir em muitos pontos – passando de um idealismo para um realismo - a idéia fundamental de Aristóteles é, tanto quanto para Platão, o Bem Supremo, ou seja, felicidade.

No Livro há trecho expressivo do objeto e o sujeito do estudo da ética: a excelência moral, ex: - pode-se sentir medo, confiança, desejos, cólera, piedade, e, de um modo geral, prazer e sofrimento, demais ou muito pouco, e, em ambos os casos, isto não é bom. Mas experimentar estes sentimentos no momento certo, em relação aos objetos certos e às pessoas certas, e de maneira certa, é o meio termo e o melhor, e isto é característico da excelência. Há também, da mesma forma, excesso, falta e meio termo em relação às ações. Ora, a excelência moral se relaciona com as emoções e as ações, nas quais o excesso é uma forma de erro, tanto quanto a falta, enquanto o meio termo é louvado como um acerto. Ser louvado e estar certo são características da excelência moral. A excelência moral, portanto, é algo como eqüidistância, seu alvo é o meio termo. É possível errar de várias maneiras, ao passo que só é possível acertar de uma maneira (também por esta razão é fácil errar e difícil acertar – fácil errar o alvo, e difícil acertar nele). Por isto que o excesso e a falta são características da deficiência moral, e o meio termo é uma característica da excelência moral, pois a bondade é uma só, mas a maldade é múltipla.

Aristóteles aprofunda os ensinamentos de Platão (República), e elabora sua teoria ética a partir das estruturas morais vigentes na comunidade grega do sécV a.C. Pode-se dizer que a sua teoria apresenta o procedimento do homem prudente como um valor, cuja opinião dos homens mais velhos, a experiência da vida e os costumes da cidade são condições objetivas para se filosofar politicamente.
Diferentemente de Platão, Aristóteles humanizou o fim último afirmado no plano terreno. Por isso, o ético em Aristóteles é entendido a partir do ethos (do costume), da maneira concreta de viver vigente na sociedade. É o ethos que funciona como elo entre as esferas jurídica e política.
A obra de Aristóteles é sistemática e orientada ao fim último, o Bem Supremo, identificada com a felicidade, ou eudemonia, em grego. É por isso que inicia sua argumentação negando o postulado platônico. Mas, o fato de Aristóteles ter dedicado à Platão dois livros, o VIII e o IX, indica bem o grau de amizade. Sacrifica até suas relações pessoais mais estreitas em defesa da verdade. E o leva a concluir que “O bem, portanto, não é uma generalidade correspondente a uma forma única”. Isto porque o bem deve ser algo atingível pelo homem, através de sua atividade, e não um “bem em si”, ideal e inatingível.

Aristóteles, fiel ao método científico, estabelece uma espécie de classificação de bens, e uma hierarquia na sua realização, tomando como critério o fim visado. Já que há mais de uma finalidade: o fim da medicina é a saúde, da estratégia é a vitória: Parece que a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais; mas as honrarias, o prazer, a inteligência e todas as outras formas de excelência, embora as escolhamos por si mesmas (escolhê-lasiamos ainda que nada resultasse delas), escolhemo-las por causa da felicidade, pensando que através delas seremos felizes. Ao contrário, ninguém escolhe a felicidade por causa das várias formas de excelência, nem, de um modo geral, por qualquer coisa além dela mesma.

A felicidade não é uma forma abstrata, ideal. É uma forma de viver bem e conduzir-se bem.
Parece que a forma de vida tem profundas implicações na compreensão e realização do que seja “viver bem” e “conduzir-se bem”, em relação ao bem supremo. Por isso Aristóteles, ao mesmo tempo em que discute as características da felicidade, como algo que deve ser escolhida por si mesma, questiona a vida prática dos homens, especialmente dos mais vulgares, que parecem “identificar o bem, ou a felicidade, com o prazer". E, então, identifica três tipos principais de vida:
- A vida agradável “aproveitar a vida”, assemelhando-se “totalmente aos escravos, preferindo uma vida comparável à dos animais”;
- A vida política “demonstra que as pessoas mais qualificadas e atuantes identificam a felicidade com as honrarias”, “com vistas ao reconhecimento de seus méritos”;
- A vida contemplativa, a verdade e a perfeição, ou o Bem Supremo por si mesmo, desenvolve ao longo de toda obra. Desta realidade advém a investigação ética e da elaboração de normas morais. A partir destas constatações começa a refletir sobre as questões éticas. Aristóteles começa com exemplos práticos da vida cotidiana.

Tal procedimento identifica o trabalho ético “comportamento prático-moral”, não estabelece normas, mas indica o caminho da “escolha correta”, em relação ao bem supremo. Por este motivo inicia a reflexão sobre a Arete (do grego "virtude" ou 'excelência moral"), se diferencia em duas espécies:
-a excelência intelectual (sophia), exemplos a sabedoria, a inteligência, o discernimento;
-a excelência moral (phrônesis), exemplos a liberdade e a moderação.
Na Ética a Nicômaco Aristóteles se ocupa da excelência moral, acentuando a phrônesis "discernimento" e em outras traduções "prudência".

A reflexão aristotélica quanto à ética compreende duas categorias de virtudes:
- as virtudes morais, fundamentadas na vontade, temos: a coragem, a generosidade, a magnificência, a doçura, a amizade e a justiça.
- as virtudes intelectuais ou dianoéticas, baseadas na razão são: a sabedoria, a temperança, a inteligência e a verdade.
Uma ação justa é quando realiza o equilíbrio das virtudes morais e as virtudes intelectuais.
O objetivo da ação moral é a justiça, assim como, a verdade é o objetivo da ação intelectual.

No sentido lato (amplo), a justiça configura o exercício de todas as virtudes, observando-se a instância da alteridade. Em sentido estrito, encontra-se como uma virtude ética que implica o princípio da igualdade. Aristóteles inicia sua ética a partir da realidade social de sua época. O ponto central torna-se o conceito de atividade; atividade no sentido de que o homem deve realizar ao máximo suas disposições naturais (aptidões). O homem deve buscar esse aperfeiçoamento para com isso alcançar a felicidade.

O cultivo da inteligência é o bem supremo, o summum bonum, logo sua concepção ética é denominada de ética das virtudes ou ética eudemônica, isso porque enfatiza a busca pelo bem viver e pela felicidade. O homem deve desenvolver suas aptidões para alcançar o seu fim (télos), sua perfeição, por isso que eudemonia e télos estão intrinsecamente ligados, formando uma ética imanente da felicidade terrena, portanto política.

O conceito de eudemonia está intimamente ligado ao conceito de justiça (apresentado por Platão na República), que também compreende a noção de justiça como uma virtude que precisa ser praticada constantemente e não pode ser tomada como aquisição contínua, mas como um exercício político. Aristóteles apresenta o conceito de virtude como hábito em potência, mas que precisa ser desenvolvido. A natureza oferece as condições de possibilidades para que o homem possa desenvolver suas aptidões conforme sua essência racional, nesse caso a justiça como um valor ético se desvela em nossos atos. Virtude e técnica nascem e se desenvolvem pelo exercício.

A prática da virtude não se confunde com um mero saber técnico. Não basta a conformidade, exige-se a consciência do ato virtuoso. O homem considerado justo deve agir por força de sua vontade racional. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles enumera três condições para que um ato seja virtuoso, a saber:
- (1º) o homem deve ter consciência da justiça de seu ato;
- (2º) a vontade deve agir motivada pela própria ação;
- (3º) deve-se agir com inabalável certeza da justeza do ato.
As virtudes são disposições ou hábitos adquiridos ao longo da vida e se fundamentam na idéia de que o homem deve sempre realizar o melhor de si. A virtude será uma espécie de meio termo, termo médio entre os extremos, evitando, assim por dizer, o excesso e a deficiência, uma vez que a justiça é uma virtude que só pode ser praticada em relação ao outro e de modo consciente. O objeto da justiça é realizar a felicidade na pólis, o seu oposto, a injustiça, poderá ocorrer por falta ou por excesso.

Aristóteles distingue duas classes de justiça:
- a universal em sentido amplo pode ser definida como conformidade ao nomos (norma jurídica, costume, convenção social, tradição). Esta norma constituinte do nomos é dirigida a todos. A ação deve corresponder a um tipo de justo que é o justo legal. O membro da pólis se relaciona com todos os demais, ainda que virtualmente, e compartilha com todos os efeitos de sua atitude ou omissão. A justiça universal ressalta a importância da legalidade como um dos aspectos que fundamenta a coesão social. A comunidade existe virtualmente na pessoa de cada membro. O homem virtuoso é aquele em que, segundo seu agir, o elemento essencial passa pela observância do princípio neminem laedere (não prejudique a ninguém).
- a particular em sentido estrito o hábito de realizar a igualdade. Refere-se ao outro no sentido de uma relação direta entre partes, típica da experiência citadina. Vincula-se com a justiça universal, pois o transgressor da justiça particular se compromete também diante do nomos. O justo particular apresenta-se em duas formas distintas: o justo particular distributivo que assinala a justiça distributiva e o justo particular corretivo que apresenta a justiça corretiva. A idéia de justiça distributiva surge no sentido de igualdade na devida proporção. Essa modalidade de justiça regula as ações da sociedade política com seus membros e tem por objeto a justa distribuição dos bens públicos: honras, riquezas, encargos sociais e obrigações. Essa prática também se fundamenta na igualdade que não se confunde com uma igualdade matemática e rígida, mas geométrica ou proporcional que observa o dever de dar a cada um o que lhe é devido; observa os dotes naturais do cidadão, sua dignidade, o nível de suas funções, sua formação e posição na hierarquia organizacional da polis. O princípio de igualdade que figura neste tipo de justiça exige uma desigualdade de tratamento, pois sendo diferentes segundo o mérito, os benefícios a serem atribuídos também devem ser diferentes. A outra modalidade de justiça particular é a justiça corretiva ou sinalagmática, que se divide em comutativa e judicial. Trata-se de um tipo de justiça que regula as relações entre cidadãos e utiliza o critério do justo meio aritmético ou igualdade.

Para Aristóteles, a excelência moral não é emoção ou faculdade, mas disposição da alma - exatamente uma disposição para escolher o meio termo “significar aquilo que é eqüidistante em relação a cada um dos extremos, e que é o único e o mesmo em relação a todos os homens”. É a escolha justa, correta, feita com discernimento e encaminhada pela prudência.

Ela não pode ser uma emoção, porque a regula; não pode ser uma faculdade, porque, ao mesmo tempo que dela se vale para regular a emoção, no “espaço” que vai do prazer ao sofrimento1, a atrai para a ação, para orientar a atividade. É por possuir essa disposição que “um mestre em qualquer arte evita o excesso e a falta, buscando e preferindo o meio termo – o meio termo não em relação ao próprio objeto, mas em relação a nós”. Não é por outro motivo que “se afirma com freqüência que nada se pode acrescentar ou tirar às boas obras de arte”. O meio termo (mesotês) é, assim, o caminho ético para a excelência, para o “mestre na arte da vida”. Caminhar para ele requer, de um lado, o reconhecimento de que a felicidade não se confunde com o prazer e o sofrimento, visto que “é por causa do prazer que praticamos más ações, e é por causa do sofrimento que deixamos de praticar ações nobiliantes”; de outro lado, a construção progressiva de uma consciência moral constituída, por assim dizer, pelos “meios termos” ou excelências morais, operada pelo discernimento e regulada pela reta razão.

Os “meios termos” investigados por Aristóteles, entre “vícios por deficiência” e “vícios por excesso”:
Vícios por deficiência - Meio Termo - Vícios por excesso
Covardia -                      Coragem -             Temeridade
Insensibilidade -              Temperança -         Libertinagem
Avareza -                        Liberalidade -        Esbanjamento
Vileza -                           Magnificiência -     Vulgaridade
Modéstia -                      Respeito Próprio - Vaidade
Moleza -                         Prudência  -           Ambição
Indiferença -                   Gentileza -              Irascibilidade
Descrédito Próprio -       Veracidade -          Orgulho
Rusticidade -               Agudeza de Espírito - Zombaria
Enfado -                         Amizade -         Condescendência
Desavergonhado -          Modéstia -              Timidez
Malevolência -            Justa Indignação -       Inveja

O homem precisa da prática reiterada de atos justos e ser moderado... Visto que “sem os praticar ninguém teria possibilidade de tornar-se bom”. Na ação que se forja o homem de excelência moral. Mas não em uma ação desordenada e irrefletida, desvinculada dos procedimentos mais nobiliantes do ser humano: A origem da ação (sua causa eficiente, e não final) é a escolha, e a origem da escolha está no desejo e no raciocínio dirigido a algum fim. É por isto que a escolha não pode existir sem a razão e o pensamento ou sem uma disposição moral, pois as boas e as más ações não podem existir sem uma combinação de pensamento e caráter.

Há em Aristóteles o íntimo relacionamento entre escolha-desejo-razão-ação-caráter. O esforço ético não é no aperfeiçoamento e ampliação do razão, em seu sentido “puro” ou teórico (esta é função da sophia), mas no “agir bem” para “viver bem”. Para tanto, o aperfeiçoamento e ampliação do caráter é importante. Porque o caráter é o “sujeito”, o “executivo” do desejo, que em última análise, no campo prático-moral, jaz na base da escolha e da ação. Por “melhor que seja o caráter”, este não transforma o “desejo de aproveitar a vida” em “desejo de reconhecimento”, nem este no “desejo de contemplação”. Ele “apenas” torna moral tal desejo, dentro de cada âmbito. É o domínio da razão, no seu sentido “máximo”, de vida contemplativa, que pode operar tais transformações. Para Aristóteles é impossível separar, a não ser didaticamente, as duas excelências: a intelectual e a moral. Por isso a acentuada relação entre a Ética e a Metafísica.

Outro tópico acentuado é o da emoção: “os desejos, a cólera, o medo, a temeridade, a inveja, a alegria, a amizade, o saudade, o ciúme, a emulação, a piedade, de um modo geral os sentimentos acompanhados de prazer ou sofrimento”. Associa emoção ao prazer ou sofrimento no sentido da prática de más ações ou quando deixamos de praticar nobres ações. Ao dar tal sentido ao prazer refere-se, à compreensão vulgar do prazer, associada à primeira espécie de vida. É a noção de prazer que deve-se usar da “reta razão”, bem como, a toda espécie de vício. Isto porque a reta razão opera sobretudo através do discernimento.

A reta razão é a razão orientada aos aspectos práticos da vida é a razão orientada a algum fim e não um fim em si mesma, como é a vida contemplativa. “... a excelência moral não é apenas a disposição consentânea com a reta razão; ela é a disposição em que está presente a reta razão, e o discernimento é a reta razão relativa à conduta”. É preciso ter uma disposição prática na vida para que o discernimento se manifeste. Se a vida contemplativa é a virtude mais elevada ela, por não levar a nenhum fim, não produz discernimento.

A felicidade de maneira subjetiva. Com um aperfeiçoamento, seu método típico, dos pontos de vista do senso comum. Coloca à prova sua definição comparando-a com as noções aceitas sobre a ventura humana conclui que prazer e gozo são apenas estados agradáveis para a alma. São elementos do bem-estar, da felicidade, mas não constituem a sua essência e não devem se tornar o objetivo principal da vida. Rejeita a noção de que uma vida devotada a ganhar dinheiro produzirá por si mesma a felicidade: “a vida dedicada a ganhar dinheiro é vivida sob compulsão”. A prosperidade razoável é um pressuposto da ventura, mas a riqueza não pode ser o bem supremo por ser essencialmente um meio de chegar a outros bens. Tampouco pode a honra ser o bem supremo por ser um bem exterior proporcionado pelo reconhecimento de outras pessoas, enquanto a felicidade deve vir de dentro da personalidade de quem o tem, é uma felicidade que se encontra na alma e não nos bens exteriores ou do corpo.

Diferencia seu conceito de bem do conceito platônico. Enquanto Platão trabalha com o bem em si, com a idéia de bem separada de nosso mundo, ele diz que existem tantos bens como ações e artes, trazendo o bem para a imanência, como atividade do homem. É nesse momento Aristóteles novamente metafísico, pai do conceito de essência, atribuindo todas as coisas a uma causa final. Neste sentido a felicidade aparece como o fim de cada atividade humana, como se a eudaimonia consistisse no cumprimento perfeito de nossa natureza entendida como essência e felicidade “algo final e auto-suficiente”. A felicidade é um estado do homem em que a sua natureza e aspirações essenciais se realizam plenamente conforme seus fins.

Algo restritos aos seres humanos para distinguir o gênero humano do reino animal. Encontra essa característica distintiva na capacidade de raciocinar do homem, que aparece tanto em sua resposta à razão como no exercício da razão. Resta, então, a atividade vital do elemento racional do homem; uma parte deste é dotada de razão no sentido de ser obediente a ela, e a outra no sentido de possuir a razão de pensar.

Sendo o elemento racional ativo peculiar ao homem, ele serve para definir sua própria função, que é viver ativamente conforme a razão. O homem bom é aquele que exerce com sucesso suas funções se realizando, elevando sua vida até a mais alta excelência de que é capaz, vivendo bem e feliz: “o bem para o homem vem a ser o exercício ativo das faculdades da alma de conformidade com a excelência”. A definição é complementada logo a seguir com a adição da frase “deve estender-se por toda a vida” para reforçar a afirmação de que um momento de felicidade não constitui a bem-aventurança (felicidade), assim como uma andorinha só não faz verão.

Esboço sobre o bem, discussão sobre a natureza das excelências ou virtudes humanas – de acordo com as quais a atividade humana deve se realizar – com o objetivo de fundamentar melhor sua ética. Atividade é a verdadeira essência da felicidade. É a felicidade em ato, não em potência. A virtude deve se mostrar nas ações “da mesma forma que nos jogos Olímpicos os coroados não são os homens mais fortes e belos, e sim os que competem (alguns destes serão vitoriosos), quem age conquista justamente, as coisas boas da vida”.

Definidas as duas espécies de excelência ou virtude:
- as morais (liberalidade e a moderação). Considera as virtudes morais como disposições ou atitudes para a ação, adquiridas mediante o exercício e aperfeiçoadas pela prática. Daí a importância do hábito no desenvolvimento desta excelência: as pessoas não nascem boas, mas nascem com a capacidade de tornarem-se boas se desenvolverem as disposições apropriadas mediante a prática reiterada de boas ações.
- as intelectuais (sabedoria, inteligência e o discernimento). Componente ainda mais importante do bem viver do que a excelência moral. É necessário ter prudência, ou sabedoria prática, para apreciar corretamente os fatores em qualquer situação em que é necessária a ação moral. Ela que nos capacita a selecionar os meios certos para atingir nossos objetivos desejados, pois trata de situações e problemas concretos que requerem deliberação. À semelhança das virtudes morais, é uma disposição para fazer boas escolhas podendo ser melhorada e fortalecida pela prática, estando completamente na parte racional da alma.

Reflexão sobre a escolha parece ser algo voluntário, porém a definição não é comum à irracionalidade; ela se faz contrária ao apetite e não se relacionando com o agradável e o doloroso. Ela não visa as coisas impossíveis, relaciona-se com os meios e não com os fins e não se identifica com a opinião. A escolha somente pode ser caracterizada a partir do binômio bondade-maldade.

As três razões que Aristóteles dedica dois livros à amizade:
- a philia é estruturalmente intrínseca à virtude e à felicidade;
- Sócrates e Platão já haviam analisado filosoficamente tal tema;
- o fato da sociedade grega dar à amizade uma importância capital, diferente das sociedades modernas.

Segundo Aristóteles são três as coisas que o homem ama, logo, três são as formas de amizade:
- útil - Os homens que amam em busca do útil, buscam um bem imediato, riquezas ou honras. Ama-se, não em vista do fim em si mesmo, mas como meio de adquirir vantagens.
- prazer - A forma em função do prazer é semelhante à forma de se amar pelo útil. Busca-se o prazer recíproco. A amizade é estável enquanto persistir este elo prazeroso. Estas duas espécies de amizade são acidentais. Quando uma das partes cessa de ser agradável ou útil, a outra deixa de amá-la.
- bem -  Pelo bem, ama-se o outro por aquilo que ele é. Ama-se pela bondade. É a verdadeira forma de amizade e só é possível entre os amigos bom, com senso de justiça e equidade. Esta forma de amizade não é muito freqüente. Ela exige tempo, familiaridade, um habitus, digna entre os amigos bons e virtuosos. E a phrónesis auxilia na escolha de amigos recíprocos.

Para Aristóteles o amigo é um outro eu, possibilidade de autoconhecimento. Conhecemo-nos olhando para o outro. Devido a nossa finitude, procuramos atingir à perfeição moral no espelhamento do outro. É um momento essencial da vida feliz e implica reconhecimento, bondade e reciprocidade, atingindo a expansão social do eu. Assim, a amizade também é um bem supremo, um valor que nos conduz à eudaimonia - vivência da plenitude humana, mediada com amigos bons e vida contemplativa.

Conceito de prazer e sua relação com as excelências do homem.

O cerne da teoria aristotélica: o prazer não é algo a que se aspire por ele mesmo, que são, muito mais, as respectivas atividades. O gozo é algo que se acrescenta, mostra que o que se faz de bom grado decorre sem impedimento, não havendo oposição alguma entre virtude e felicidade. Para aquele que a pratica por ela mesma, também, e precisamente, a atividade virtuosa é uma atividade realizada com gozo. É dessa maneira que uma pessoa pode saber se esteve presente a disposição virtuosa em uma ação, pela quantidade de prazer ou desgosto que acompanha a ação. Se a pessoa não gosta de ser generosa, ou acha difícil ser comedida, não adquiriu a virtude, embora possa ter praticado uma ação virtuosa. Se, ao contrário, a pessoa se alegra com a prática da virtude em questão, então adquiriu aquela excelência especial. O prazer, nesse sentido, é a prova de um hábito formado.

Indicações sobre o caráter do prazer em relação ao equilíbrio e ao abandonar-se aos afetos daquele que não vive equilibradamente. Não apenas com referência aos prazeres corporais, mas também quanto aos sentimentos em todos os domínios da vida. O ser humano tem uma certa consciência do tempo: Mas a forma do prazer é perfeita a cada momento. É claro, então que o prazer e o movimento diferem entre si, e que o prazer deve ser uma das coisas que são um todo e perfeitas. Esta conclusão também pode ser corroborada pelo fato de o movimento ocupar necessariamente um lapso de tempo, enquanto um sentimento de prazer não ocupa, pois cada momento de prazer é um todo perfeito.

Esse prazer faz parte de um tempo “psicológico” que só pode ser satisfeito por uma felicidade que tenha uma certa constância e que não seja experimentado, como o prazer corporal, no instante e pelo contraste com a dor ou com a ausência de prazer.

Fonte: Texto parcial - Revista Diálogo Educacional - PUCPR
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/e/etica_a_nicomaco
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_a_Nic%C3%B4maco

sábado, 19 de junho de 2010

Chico Buarque

Jamais se passa pela história da MPB sem esbarrar no Chico. Um dos grandes Gênios que temos na música, teatro e literatura.

Filho de Sergio Buarque de Hollanda um historiador brasileiro que dirigiu o museu do Ipiranga e lecionou na Universidade de Roma.

Mas, como diz o Chalita: "o fruto nunca cai longe da árvore".
Em criança, Chico teve contato com grandes personalidades da nossa cultura, que frequentavam sua casa, como: Vinicius de Moraes seu parceiro mais tarde; Baden Powell e João Gilberto. Influenciado por sua mãe a pianista Maria Amélia Cesário Alvim e por sua irmã Miúcha, grande ícone da Bossa Nova.

Chico começou a publicar suas primeiras crônicas no jornal por ele batizado de Verbâmidas, do Colégio Santa Cruz. Em 1969 abandonou o 3º ano na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), motivado pelo clima de repressão que tomava conta das universidades após o golpe de 1964.

No ano seguinte, Começou a se apresentar em shows de colégios e festivais e gravou pela RGE o primeiro compacto, com canções como Pedro Pedreiro e Sonho de um Carnaval. Desde então, não parou mais de compor e de se apresentar em festivais internacionais de música, além do programa O Fino da Bossa, da TV Record. Ainda em 1965, conheceu Gilberto Gil em um bar, reduto paulista da Bossa Nova. Em um show estudantil, conheceu Caetano Veloso, que se entusiasmado ao ouvi-lo cantando Olê, olá.

Em 1966 no II Festival da MPB tornou-se conhecido no Brasil inteiro pelo 1º lugar de sua música A Banda, interpretada por Nara Leão empatada com Disparada, de Geraldo Vandré. Daí começou a fazer história. Foi a revolução da música brasileira nos tempos duros da ditadura. Censurado por qualquer motivo, mas sempre driblava as barreiras da repressão. Críticas negativas nas entrelinhas de suas músicas, com cuidados redobrados nas composições. Então criou Julinho da Adelaide, pseudônimo para burlar a censura e compôs três canções: Milagre Brasileiro, Acorda Amor e Jorge Maravilha.

Foi obrigado a se exilar na Itália devido ameaças. Ao retornar ao Brasil continuou sendo um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização, através de suas letras. Fez parcerias com Tom, Vinícius, Toquinho, Milton, Francis Hime, Edu Lobo e Caetano.

Chico é muito respeitado pelo espaço conquistado na literatura e no teatro. Musicou para o teatro Morte e vida Severina e o infantil Os Saltimbancos, que se tornou muito popular. Escreveu as peças Roda Viva e Calabar, que foram censuradas pela ditadura, Gota d'Água, Ópera do malandro e os livros: Estorvo, Benjamim, Budapeste, que virou filme e ganhou o Prêmio Jabuti, e o recente Leite Derramado.

Hoje sua significância e referência não se apegam às necessidades de divulgações nas mídias populares, são 66 anos de verdadeira contribuição à história brasileira.

Revivendo a história sobre Calabar - o elogio da traição,

Peça teatral sobre a traição de Calabar, personagem da história brasileira que foi considerado traidor por ficar ao lado dos holandeses na guerra contra Portugal. Na década de 70, a dramaturgia nacional era alvo do mesmo patrulhamento que cerceava a liberdade de músicos, políticos, escritores, educadores e tantos outros. E neste contexto dois importantes artistas escrevem uma das páginas mais importantes do teatro brasileiro contemporâneo.

Exemplo de utilização da matéria histórica como instrumento gerador de reflexão, Calabar - o elogio da traição, de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, é relançado pela Civilização Brasileira com novo projeto gráfico. Escrita entre os anos de 1972 e 1973, no auge da ditadura militar brasileira e as vésperas do abril florido da revolução portuguesa. Alegoria histórica que se passa na época das invasões holandesas em Pernambuco, no sécXVII.

Aborda a questão da lealdade e da traição, numa clara alusão à conjuntura política do período em que foi escrito. Com sensibilidade e inteligência, a peça amplia o debate ideológico de forma provocativa, irônica, quase caricatural. Os conceitos de traidor e traição, se subjetivos tornam-se ainda menos palpáveis na obra de Chico e Ruy. Afinal, onde está a traição: nos mantenedores da ordem ou na rebeldia dos heróis? E quem são, de fato, os heróis e os vilões?

Fernando Peixoto, em 1980 relatou o texto “mal-comportado, e por isso estimula a elaboração de um espetáculo debochado, capaz de assumir a quase anárquica, mas organizada colagem e a justaposição de imagens e épocas".

A Peça dividiu o público, espalhou pontos de interrogação, dúvidas e perplexidades. Surpreendeu pelo atualizado deboche crítico, fundamentado num confronto realista com temas essenciais de nossa existência de nação social-econômica-política- culturalmente ainda colonizada num tímido mas empenhado esforço de construção de uma democrática cultura nacional-popular. Há sensibilidade e inteligência na utilização da matéria histórica como instrumento capaz de instaurar uma conseqüente reflexão que ultrapassa os limites de determinadas circunstâncias político-econômicas e amplia o debate ideológico de forma irônica, provocativa, apoiada em extrema e contagiante teatralidade, usando a postura crítica e a desmedida coragem de assumir o grotesco. A obra desmistifica o conceito de traidor e a noção vazia e abstrata de traição.

Texto
"E se vocês rirem de mim. Se eu for alvo de chacotas e chalaças. Se for ridículo na jaqueta de veludo.
Ou nas ceroulas de brim. Ou porque falo tanto de caganeira e bacalhau. É bom pensarem duas vezes, porque, ainda mesmo assim. Com lombrigas dançando dentro da barriga. Com a Holanda, a Espanha e toda a intriga. Eu sou aquele que, custe o que custar. Acerta o laço e tece o fio. Que enforca Calabar."
Tanto mar


A peça dirigida por Fernando Peixoto relativiza a posição de Domingos Fernandes Calabar no episódio histórico em que ele preferiu ficar ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa. Era uma das mais caras produções teatrais da época, custou cerca de trinta mil dólares e empregava mais de oitenta pessoas.

O Brasil sob a opressão era comum o uso das metáforas pelos artistas, a figura de Armando Falcão, Ministro da Justiça, encarregado dessa tarefa canhestra e denunciar a situação atual.

Chico mestre no uso dessas figurações: e o episódio histórico do traidor Calabar, comum em todos os livros didáticos como um dos maiores exemplos de perfídia - serviu de mote para justamente questionar a chamada versão oficial.

Na peça, Domingo Calabar passa de comerciante que visava o lucro, traíra os portugueses e colonos brasileiros - para um quase herói, que tinha por objetivo não o ganho pessoal, mas o melhor para o povo brasileiro que na verdade era um conceito inexistente, no sécXVIII.

A intenção de Chico e Guerra porém, era denunciar um erro histórico, nem tinha a pretensão de promover uma revisão: o alvo era, justamente, o próprio regime militar, sua censura, os veículos de comunicação que, engessados pelas versões dos fatos sempre acordes com o sistema, passavam ao povo imagens que precisavam ser questionadas em sua veracidade.

Dentre as músicas que compõem o repertório da obra, algumas foram sucesso, como "Não existe pecado ao sul do Equador" interpretada por Ney Matogrosso; "Cala a boca, Bárbara", e outras.

A censura do regime militar deveria aprovar e liberar a obra em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em 20/10/1974, o general Antônio Bandeira, da Polícia Federal, sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome Calabar do título e proibiu que a proibição fosse divulgada.

O prejuízo para os autores e para o ator Fernando Torres, produtores da montagem, foi enorme e 6 anos mais tarde, uma nova montagem estrearia, desta vez, liberada pela censura.

O livro - Publicado em 1994, pela editora Civilização Brasileira, Calabar já teve 23 edições. A peça teatral ( musical) "Calabar- O elogio da traição ", foi representada em Belo Horizonte, em 2009 com a produção de Athenas Produçoes, no teatro Cesciatti ( Palacio das Artes ) Um belíssimo espetáculo com o ator Menotti Orlandi representando Mauricio de Nassau !

Obrigada Chico!! Pelos anos de genialidade.
Mi - Cps, 19/06/10
 

quinta-feira, 17 de junho de 2010

3 - OS DEUSES DO OLÍMPO

NA MITOLOGIA GREGA

São 12 os deuses principais que vivem no Monte Olimpo, de onde vem seu nome. Moravam em um imenso palácio, em algumas versões de cristais, construído no topo do monte Olimpo, uma montanha que ultrapassaria o céu. Comiam a ambrósia e bebiam o néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das Cárites. Apesar de não haver confirmação mitológica, supõe-se que os deuses olímpicos não ficavam exclusivamente no Olimpo, mais exerciam suas responsabilidades em outros locais, por exemplo, como Hades que vive no mundo dos mortos. Por vezes alguns autores incluem outros deuses entre os 12 olímpicos, neste artigo eles serão considerados "Deuses olímpicos menores".Normalmente a lista dos 12 deuses olímpicos principais mais aceita é a abaixo, mas a lista varia um pouco e Héstia e Demetér, por exemplo, aparecem em algumas.

1 - Zeus deus dos deuses, do céu, da terra e do trovão, senhor do Olimpo; é o rei dos deuses, soberano do Monte Olimpo. Seus símbolos são o relâmpago, a águia, o touro e o carvalho. Frequentemente era mostrado pelos artistas gregos em uma de duas poses: ereto, inclinando-se para a frente, com um raio em sua mão direita erguida, ou sentado, em pose majestosa.
Era filho de Crono e Reia, o mais novo dos irmãos. Na maioria das tradições ele era casado com Hera - embora, no oráculo de Dodona, sua consorte seja Dione, com quem, de acordo com a Ilíada, teve uma filha, Afrodite. Conhecido por suas aventuras eróticas, que resultaram em muitos descendentes, entre deuses e herois, como Atenas, Apolo e Artêmis, Hermes, Perséfone (com Deméter), Dioniso, Perseu, Héracles, Helena, Minos e as Musas (com Mnemósine). Com Hera teria tido Ares, Hebe e Hefesto. Zeus sempre foi considerado um deus do tempo, com raios, trovões, chuvas e tempestades atribuídas a ele. Mais tarde, ele foi associado à justiça e à lei. Havia muitas estátuas erguidas em honra de Zeus, a mais magnífica era a sua estátua em Olímpia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os Jogos Olímpicos eram realizados em sua honra.
Durante muito tempo quem governou a Terra foi Urano (o Céu), até ser destronado por seu filho Cronos (pai de Zeus). Então Urano profetizou que seu filho Cronos também seria destronado por um de seus filhos. Cronos era casado com Réia, e quando seus filhos nasciam ele os engoliam. Assim aconteceu com Hera, Hades, Posídon, Héstia e Demeter. Quando nasceu o sexto filho chamado Zeus (tesouro que reluz), Réia decidiu salvá-lo, com a ajuda de Gaia (a Terra) que desgostava Cronos porque ele aprisionou os Hecatônquiros no Tártaro (inferno) temendo o poder desses gigantes pois possuíam cem braços e cinquenta cabeças. Gaia leva Réia para parir secretamente esse filho na Caverna de Dicte (em outras versões foi no Monte Ida) em Creta. Lá Reia deixa seu filho aos cuidados de Gaia e das Ninfas da Floresta (em outras versões Zeus fica com os centauros). Zeus cresceu alimentado pela cabra Amalteia. Quando ela morreu, ele usou a sua pele para fazer um escudo conhecido por Égide. Logo Réia retorna ao Palácio de Cronos seu esposo, onde viviam e enrola em panos uma pedra e começa a fingir um parto, depois dá ao seu marido esse embrulho e ele o engole achando ser o sexto filho. Em outras versões Réia dá um potro a Cronos. Quando chega à idade adulta Zeus enfrenta o pai, disfarçou-se de viajante e deu a Cronos uma bebida que o fez vomitar todos os filhos que engoliu, agora adultos. Após libertar os irmãos, iniciou a guerra Titanomaquia. Cronos procurou seus irmãos para enfrentar os filhos rebeldes, que reuniram-se no Olimpo. A guerra duraria 100 anos até que seguindo um conselho de Gaia, Zeus liberta os Hecatônquiros, então os deuses olímpicos venceram e aprisionaram os titãs no Tártaro, em outras versões os aprisionaram embaixo de montanhas. Então partilhou-se o universo, Zeus ficou com o céu e a Terra, Posídon ficou com os oceanos e Hades ficou com o mundo dos mortos.
Casamentos de Zeus - casou-se primeiro com Métis, a deusa da prudência, quando Métis estava grávida de Atena, Gaia profetizou que este filho iria destronar seu pai Zeus, como havia acontecido com Cronos e com Urano, e que isso era um ciclo eterno. Zeus, temendo que isto acontecesse, montou uma armadilha: fez uma brincadeira com Métis, no qual eles se metamorfoseavam, Métis não foi prudente e aceitou, em algum momento Métis se metamorfoseou em uma mosca e foi engolida viva por Zeus, isso não adiantaria de nada, pois depois a cabeça de Zeus cresceria assustadoramente e Atena nasceria adulta da cabeça de Zeus, a profecia de Gaia estava errada. A segunda esposa foi Têmis, uma titã, deusa da justiça, as Moiras levam Têmis até Zeus para se tornar sua segunda esposa, e as Moiras profetizam que Zeus tem muito a aprender com Têmis, que é tão sábia quanto Métis. Finalmente casou com Hera a irmã de Têmis. Zeus tinha inúmeras amantes usava dos mais diferentes artifícios de sedução, como a metamorfose em qualquer objeto ou criatura viva, sendo dois dos mais famosos o cisne de Leda e o touro de Europa. Assim sendo, teve muitos filhos ilegítimos com deusas e mortais, que se tornaram proeminentes na mitologia grega; Heracles e Helena, por exemplo. Hera é ciumenta e perseguia as amantes e os filhos bastardos de Zeus. As paixões de Zeus foram suas amantes que, junto com seus filhos, eram odiados e perseguidos por Hera, são elas:
> Europa a princesa, filha do rei Aginor e da rainha Telefasa. Os deuses do Olimpo conheciam a beleza de Europa e tentavam raptá-la sem êxito. Foi então que Zeus, o deus supremo dos antigos gregos, se apaixonou por ela, ao vê-la jogando com as suas amigas na praia de Sidon, ficou maravilhado pela sua beleza. Tanto era o seu amor por ela que para se aproximar de Europa sabia que esta o podia recusar se apresentasse naturalmente. Como tal, pediu ajuda ao seu filho Hermes para a preparação do encontro. Zeus tinha decidido transformar-se num belo touro, para raptar a jovem Europa. Hermes estava encarregado de conduzir o rebanho de bois do rei, desde os altos prados até à praia, perto do sítio onde Zeus sabia que Europa e outras donzelas de Tiro passariam uma tarde de diversão. Zeus adquire a forma de um touro branco, de feições nobres, com cornos parecidos ao crescente lunar, os quais não infundiam medo algum. Aproximou-se, saindo do rebanho, ao grupo das jovens, e prostrou-se aos pés de Europa. Primeiro, a jovem assustou-se, mas rapidamente foi ganhando confiança. Optou por acariciar a cabeça do maravilhoso animal, colocando-lhe umas grinaldas de flores que as raparigas entrelaçavam entre os cornos. Europa decide então sentar-se em cima do animal, tão confiante e alheia do que a esperava. O touro beijou os pés da jovem, enquanto as suas amigas a adornavam. Zeus decidiu continuar o seu plano. O animal ergueu-se e sem demora lançou-se ao mar levando consigo Europa no seu dorso. Em vão Europa gritava, suplicando, mas o touro nadava furiosamente, afastando-se da costa. As amigas, que ficaram na praia, surpreendidas, acenavam as mãos em gesto de desespero, lançando-se no mar aberto, com os Ventos a ajudarem a avançar, surgindo grupos de divindades marinhas como cortejo. Europa para não cair das suas costas teve que agarrar-se aos cornos, sendo que após uma longa viagem chegaram a Creta, onde Zeus assumiu de novo a forma humana. Desesperados e por ordem do seu pai, os irmãos e a mãe de Europa partiram à sua procura, mas não a acharam. Foi em Creta, mais precisamente na fonte de Gortina, sob a frondosa sombra dos plátanos onde o casal se uniu. Desde aquele dia que os plátanos nunca mais perderam as suas folhas no Inverno, dado que serviram para amparar o amor de um deus. Da união de Zeus e Europa nasceram três filhos: o valente Sarpidon, o justo Radamantes e o legendário Minos, rei de Creta, de cuja família nascerá posteriormente o Minotauro, monstro com cabeça de touro e corpo humano. Este monstro estava encerrado num Labirinto construído por Dédalo. Porém, Zeus não podia restringir-se à sua bela Europa, e para a recompensá-la deu-lhe três prendas:
1ª- foi Talo o autómato, feito de bronze e cuidava das costas de Creta contra os estrangeiros.
2ª- foi um cão que nunca ladrava nas caçadas e conseguia sempre agarrar as suas presas.
3ª- entregou-lhe um surpreendente dardo que sempre e sem exceção acertava o alvo eleito.
Para recompensá-la por completo, Zeus fez com que Europa casasse com Asterion, o qual ao não podia ter filhos, adotando então os de Zeus. Quando Europa morreu foram-lhe concedidas as honras divinas, sendo que o touro, isto é, a forma na qual Zeus havia amado Europa, foi convertido na constelação de Tauros e incluído nos signos do Zodíaco. O pai de Europa, que nunca soube o que lhe acontecera, continuava a procurá-la por toda a parte, gritando o seu nome, mas nunca a encontrou. Decidiu então meter-se no seu barco mais rápido e prosseguir a busca por toda a Grécia e por todo o continente. O rei gritava desesperado o nome da sua filha, mas Europa não aparecia. A lenda diz que o rei passou por muitos lugares em busca da sua filha, agora são conhecidos como França, Alemanha, Itália… e como as pessoas que habitavam esses sítios escutavam em toda a parte o nome de Europa, decidiram chamar assim à terra que hoje em dia é o continente europeu.
> Dânae - Princesa de Argos, filha do rei Acrísio. Desapontado por não ter herdeiros masculinos, o rei procura um oráculo, e este respondeu-lhe que, mesmo se fosse até o fim da Terra, seria morto por um seu descendente, filho de Dânae. A princesa era virgem ainda e, para que jamais tivesse um filho, o rei aprisionou-a numa torre de bronze (ou numa caverna, segundo alguns), que manteve constantemente vigiada por seus guardas mais valorosos. Pretendia, assim, evitar que ela lhe desse um herdeiro, seu futuro assassino. Apesar de todos esses cuidados, Zeus, tomado de amores pela jovem e bela princesa, transmuta-se numa chuva de ouro, forma na qual tem relações com Dânae. Foi assim gerado Perseu. Tomando ciência do ocorrido, ordenou que fossem mãe e filho lançados ao mar, dentro de uma caixa de madeira. Foi a solução encontrada para que não atraísse contra si a ira do deus se matasse um filho: as águas dariam cabo deles. Mas o destino não favoreceu Acrísio: a pedido de Zeus, Poseidon acalmou os mares, e ambos sobreviveram. Levados pelas correntes até a ilha de Seriphos, foram encontrados por pescadores que então os levaram até o monarca local, Polidetes.
> Alcmena a esposa do rei Anfitrião, de Tebas. Enquanto o seu marido estava lutando numa guerra em Tebas, Zeus tomou sua forma para enganar e deitar-se com Alcmena, e Hermes tomou forma de seu escravo, Sósia, para montar guarda no portão. Uma grande confusão foi criada, pois evidentemente Anfitrião duvidou da fidelidade da esposa. No fim, tudo foi esclarecido por Zeus e Anfitrião ficou contente por ser marido de uma escolhida do deus. Daquela noite de amor nasceu o semideus Hércules. A partir daí, o termo anfitrião passou a ter o sentido de "aquele que recebe em casa”.
> Leda esposa do rei Tíndaro, de Esparta. Certa vez, Zeus transformou-se em um cisne e a seduziu. Dessa união, Leda chocou dois ovos, e deles nasceram Clitemnestra, Helena, Castor e Pólux. Helena e Pólux eram filhos de Zeus, mas Castor e Clitemnestra eram filhos de Tíndaro.
> Calisto seduzida por Zeus em disfarce de Ártemis, Calisto provocava ciúme em Hera, pois sua beleza cativara seu marido, Zeus. Hera então castigou-a transformando-a num urso. Calisto, no entanto, tentava ao máximo lutar contra seu destino mantendo-se o mais ereta possível, tentando assim conquistar a piedade dos deuses. Mas a indiferença de Zeus a fazia crer ser este deus cruel, apesar de nada poder dizer, pois agora só sabia rugir. Sua vida agora era de medo. Tinha medo dos caçadores que rodeavam sua antiga casa, pois tinha sido ela também uma caçadora. Temia as noites que passava sozinha. Temia as feras mesmo que agora ela mesma fosse uma. Um dia, no entanto, em uma de suas caminhadas pelo bosque, reconheceu seu filho Arcas, agora um homem, um caçador. Calisto, mesmo assim, quis abraçá-lo e ao aproximar-se provocou o medo do filho que lhe ergueu a lança e quando estava para deferir o golpe, Zeus, compadecido com o trágico acontecimento que estava por vir, afastou os dois colocando-os no céu. Calisto transformou-se na Ursa Maior.
> Lo sua beleza despertou a paixão de Zeus, que para cortejá-la cobriu o mundo com um manto de nuvens escuras, escondendo seus atos da visão de Hera. A estratégia falhou e a deusa, desconfiada, desceu do monte Olimpo para averiguar o que estava acontecendo. Numa vã tentativa de iludir sua esposa ciumenta, o deus transformou sua amante em uma belíssima novilha branca. Intrigada pelo interesse do marido no animal e maravilhada com a beleza do mesmo, Hera exigiu a novilha para si e a pôs sob a guarda do gigante Argos Panoptes. Argos quando dormia mantinha abertos cinqüenta de seus cem olhos. Zeus encarregou Hermes de libertar sua amada. Para tanto, o mensageiro dos deuses, usando a flauta de Pã, pôs para dormir os olhos despertos de Argos, enquanto os outros cinqüenta dormiam um sono natural, e cortou sua cabeça. Hera recolheu os olhos de seu servo e os pôs na cauda do pavão, animal consagrado a ela. Io estava livre do cativeiro, mas não dos tormentos de Hera. O fantasma de Argos continuava a persegui-la. Para piorar sua situação, a deusa enviou um moscardo para picar a novilha constantemente durante sua fuga. Io perambulou de Micenas para Eubéia. Atravessou a Ilíria e subiu o monte Hemos, na Trácia. O mar cujas praias percorreu recebeu o nome de Mar Iônio. O Estreito de Bósforo, que liga o Mar de Mármara ao Mar Negro, cujo significado é Passagem da Vaca, foi batizado assim após Io tê-lo cruzado a nado. Atravessou a Cítia e ao chegar ao monte Cáucaso, encontrou Prometeu acorrentado em uma rocha. O titã disse que, ao alcançar o Egito, ela teria restaurada a sua forma humana por Zeus e teria um filho. A criança seria a primeira de uma linhagem que culminaria com Hércules, que acabaria por libertar o próprio Prometeu. Io fatalmente chegou às margens do Nilo. Cansada de tanto sofrimento, implorou a Zeus por um fim. O deus comovido foi falar com Hera e ambos restauram Io a sua forma humana. Ela teve um filho, Épafo, que foi roubado pelos Curetes sob ordens de Hera. Io recuperou o menino e reinou sobre o Egito, sob nome de Ísis e casada com Telégono. Sua coroa tinha dois pequenos chifres de ouro, lembranças de sua transformação.
> Antíope filha do deus-rio beócio Asopo. Sua beleza atraiu Zeus, que assumindo a forma de um sátiro, a tomou à força. Após isto ela foi carregada por Epopeu, rei de Sicião, que não a dava até obrigada por seu tio Lico. No caminho para casa ela deu à luz, aos gêmeos Anfião (cujo pai era Zeus) e Zeto (filho de Epopeu). Ambos foram deixados para serem trazidos por pastores. Em Tebas Antíope agora experimentava da perseguição de Dirce, a esposa de Lico, mas enfim escapou rumo a Eleutera, e lá encontrou abrigo, inintencionalmente, na casa onde seus dois filhos foram criados como pastores.
> Égina - Rainha da ilha Egina, mãe de Eaco, Hera enviou uma grande praga que matou a população da ilha (já no reinado de Eaco), ela implora ao pai uma ajuda para habitar na ilha, e o deus fez. Zeus transformou um bando de formigas em soldados, os MIRMIRONS, que foram soldados de Aquiles na guerra de Tróia. (sem imagem)
> Sêmele pediu a Zeus para mostrar todo o seu esplendor, quando estava grávida de Baco. Morreu fulminada quando Zeus se apresentou com todo o seu poder e glória. Zeus então retirou do seu ventre Dionísio e o pôs em sua coxa, onde terminou de gerá-lo.
> Ganímedes, o troiano. Não são só as mulheres que despertam o amor do rei dos céus. Ganímedes ou Ganimedes era principe de Tróia; ao vê-lo, Zeus se apaixonou por sua beleza, disfarçou-se de águia e o raptou para torná-lo copeiro do Olimpo.

2 – Hera é a deusa protetora do casamento equivalente a Juno, na Mitologia romana, irmã e esposa de Zeus, deusa dos deuses. Majestosa e solene, muitas vezes coroada com os polos (coroa alta cilíndrica usada por várias deusas), Hera pode ostentar na sua mão uma romã, símbolo da fertilidade, sangue e morte, e um substituto para as cápsulas da papoula de ópio. A vaca, mais tarde, o pavão eram animais relacionados com ela. Retratada como ciumenta e agressiva, odiava e perseguia as amantes de Zeus e os filhos de tais relacionamentos, odiava tanto que tentou por várias vezes matar Hércules (ou Héracles) quando este era apenas um bebê. O único filho de Zeus que ela não odiava, antes gostava, era Hermes e sua mãe Maia, porque ficou surpresa com a sua inteligência. Possuía sete templos na Grécia. Mostrava apenas seus olhos aos mortais e usava uma pena do seu pássaro para marcar os locais que protegia. Hércules destruiu seus sete templos e, antes de terminar sua vida mortal, aprisionou-a em um jarro de barro que entregou a Zeus. Depois disso, ele foi aceito como deus do Olimpo. Hera era muito vaidosa e sempre quis ser mais bonita que Afrodite, sua maior inimiga. Irmã e esposa de Zeus, a mais excelsa das deusas, é representada na Ilíada como orgulhosa, obstinada, ciumenta e rixosa. Na guerra de Tróia por ódio dos troianos, devido ao julgamento de Páris, ajudou os gregos. É representada por um pavão que possui uma coroa de ouro.

3 – Possêidon ou Netuno em Roma, deus dos oceanos e mares, assumiu o estatuto de deus supremo do mar. Também era conhecido como o deus dos terremotos e dos cavalos. Os símbolos associados a Posídon com mais freqüência eram o tridente e o golfinho. A origem é cretense, como atesta seu papel no mito do Minotauro. Na civilização minóica era o deus supremo, senhor do raio, atributo de Zeus no panteão grego, daí o acordo da divisão de poderes entre eles, cabendo o mar ao antigo rei dos deuses minóico. MITO - Como primeiro filho de Cronos e Réia era um dos principais deuses do Olimpo e, de acordo com certas tradições, é irmão mais velho de Zeus. Primordialmente Zeus obriga seu pai Cronos a regurgitar e restabelecer a vida aos filhos que este sistematicamente engolia, e entre os salvos está Posídon, explicando assim Zeus como o irmão mais novo. Fora criado entre os Telquines, os demónios de Rodes. Quando atinge a maturidade, ter-se-á apaixonado por Hália, uma das irmãs dos Telquines, e desse romance nascem seis filhos e uma filha, de nome Rodo, daí o nome da ilha de Rodes.
Em uma famosa disputa entre Posídon e Atena para decidir qual dos dois seria o padroeiro de Atenas, ele atirou uma lança ao chão para criar a fonte da Acrópole. Entretanto, Atena conseguiu superá-lo criando a oliveira. Na Ilíada, Posídon aparece-nos como o deus supremo dos mares por comandar não apenas as ondas, correntes e marés, mas também as tempestades marinhas e costeiras, provocando nascentes e desmoronamentos costeiros com o seu tridente. Embora seu poder pareça ter se estendido às nascentes e lagos, os rios, por sua vez, têm as suas próprias deidades, não obstante o fato de que Posídon fosse dono da magnífica ilha de Atlântida. Geralmente, Posídon usava a água e os terremotos para exercer vingança, mas também podia apresentar um caráter cooperativo. Ele auxiliou bastante os gregos na Guerra de Tróia, mas levou anos se vingando de Odisseu, que havia ferido a cria de um de seus ciclopes.
Os navegantes oravam a ele por ventos favoráveis e viagens seguras, mas seu humor era imprevisível. Apesar dos sacrifícios, que incluíam o afogamento de cavalos, ele podia provocar tempestades, maus ventos e terremotos por capricho. Como Zeus, projetava seu poder e a sua masculinidade sobre as mulheres, tendo muitos filhos pois não podia ter filhas. Considerando que as inúmeras aventuras amorosas de Posídon foram todas frutíferas em descendentes, é de notar que, ao contrário dos descendentes de seu irmão Zeus, os filhos do deus dos mares, tal como os de seu irmão Hades, são todos maléficos e de temperamentos violentos. Alguns dos filhos:
- de Teosa nasce o ciclope Polifemo;
- de Medusa nasce o gigante Crisaor e o cavalo alado Pégaso;
- de Amimone nasce Náuplio;
- com Ifimedia, nascem os irmãos gigantes Oto e Efialtes (os Aloídas), que chegaram mesmo a declarar guerra aos deuses. Por sua vez, os filhos que teve com Halia cometeram tantas atrocidades que o pai teve de os enterrar para evitar-lhes maior castigo.
- Casou ainda com Anfitrite, de quem nasceu o seu filho Tritão, o deus dos abismos oceânicos, que ajudou Jasão e os seus argonautas a recuperar o Velo de ouro.

4 • Hades é o deus do submundo, ou do mundo dos mortos - filho de Cronos e de Réia, irmão de Zeus e Posídon. Segundo a lenda, o poder de Hades, Zeus e Posídon era equivalente. Hades era um deus de poucas palavras e seu nome inspirava tanto medo que as pessoas procuravam não pronunciá-lo. Era descrito como austero e impiedoso, insensível a preces ou sacrifícios, intimidativo e distante. Invocava-se Hades geralmente por meio de eufemismos, como Clímeno (o Ilustre) ou Eubuleu (o que dá bons conselhos). Seu nome significa, em grego, o Invisível, e era geralmente representado com o elmo mágico que lhe dava essa habilidade, que ele ganhou dos ciclopes quando participou da titanomaquia contra os titãs. No fim da luta contra os titãs, vencidos os adversários, Zeus, Posídon e Hades partilharam entre si o universo, Zeus ficou com o céu, e a terra, Posídon ficou com os mares e Hades tornou-se o deus do inferno e das riquezas. Como reinava sobre os mortos, Hades era ajudado por outras divindades, que serão mais tarde citadas. O nome Plutão "o rico" (pois era dono das riquezas do subsolo) ou "o distribuidor de riqueza", que se tornou corrente na religião romana, era também empregado pelos gregos, e apresentava um lado bom, pois era ele quem propiciava o desenvolvimento das sementes e favorecia a produtividade dos campos. Como divindade agrícola, seu nome estava ligado a Deméter e junto com ela era celebrado nos Mistérios de Elêusis que eram os ritos comemorativos da fertilidade, das colheitas e das estações.Teve também outra amante, Leuce, porém antes do rapto de sua esposa. Era também conhecido como o Hospitaleiro, pois sempre havia lugar para mais uma alma no seu reino. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, Hades não é o deus da morte, mas sim do pós-morte. Apenas Ares e Cronos estão relacionados com a prática da morte. Assim, Hades não é inimigo da humanidade, como o são Ares e Cronos. O deus raramente deixava seu mundo e não se envolvia em assuntos terrestres ou olímpicos. Deixou o seu reino apenas duas vezes; uma para raptar Perséfone (filha de Deméter), a quem tomou como esposa e outra para curar-se, no Olimpo, de uma ferida provocada por Héracles.O nome Hades era usado freqüentemente para designar tanto o deus quanto o reino que governa, nos subterrâneos da Terra. É interessante observar que, ao contrário de seus irmãos Zeus e Posídon, que tiveram dezenas de filhos, Hades teve uma filha, Macária, mas dizem algumas tradições que teve outros filhos. Da mesma forma que Zeus, Hades tinha inúmeras amantes, gerando uma grande quantidade de filhos, que, como os filhos de Poseidon, eram violentos e malévolos. São poucas as lendas que falam sobre seus outros filhos, os mais conhecidos eram:
> Macária, irmã de Celestas deusa da destruição
> Diaras, deusa dos campos, ambas habitavam os Eliséos, aparecem na mitologia delatando à sua mãe Perséfone que Hades teria um caso com a Ninfa Mente (que foi transformada por Perséfone em uma planta, hoje chamada de menta).
> Oberon, filho de Hades com a ninfa Amantéia. Um deus muito bonito. Inspirou fortes amores em Enio a mensageira de Hades, filha de Ares. Oberon ficou conhecido como um deus sublime, o deus da escuridão. Teve confronto direto com Adônis que acabou sendo aprisionado pelo deus.
>Fégia, filho d Calíope que guardava a entrada para os Eliséos.
Características de Hades, eram consagrados o narciso e o cipreste. O deus é representado bonito de aparência jovem, corpo atlético; - cenho franzido, cabelos e barbas em desalinho, vestindo túnica e mantos vermelhos, sentado no trono e tendo ao seu lado o cão Cérbero; - como deus da vegetação, com traços mais suaves; - portador de uma cornucópia ou com uma coroa de ébano na cabeça, chaves na mão e sobre um coche puxado por cavalos negros. Mundo dos mortos, chamado apenas de Hades, é o local no subterrâneo para onde vão as almas das pessoas mortas (sejam elas boas ou más), guiadas por Hermes, o emissário dos deuses, para lá tornarem-se sombras. É um local de tristeza.
No fim da luta dos deuses olímpicos contra os Titãs (a Titanomaquia), os deuses olímpicos saíram vitoriosos. Então Zeus, Posídon e Hades partilharam entre si o universo: Zeus ficou com os céus e as terras, Posídon ficou com os oceanos e Hades ficou com o mundo dos mortos. Os titãs pediram socorro a Érebo do mundo inferior; Zeus, então, lançou Érebo para lá também, assim tornou-se a noite eterna do Hades (Érebo também é outra designação do mundo inferior). Das Idades do Homem e suas raças, a raça de bronze, raça dos heróis, e a raça de ferro vão para o Hades após a morte.

5 • Atena (ou Minerva em Roma) a deusa grega da sabedoria, do ofício, da inteligência e da guerra justa. Há quem a grafe como Palas Atená. Frequentemente é associada a um escudo de guerra, à coruja da sabedoria ou à oliveira. Zeus apaixonou-se por Métis e foi sua primeira esposa. Contudo, foi advertido por sua avó Gaia de que Métis lhe daria um filho e que este o destronaria, assim como ele destronou Cronos e, este, Urano. Amedrontado, Zeus resolveu engolir Métis. Para tanto, utilizou-se de um fabuloso ardil. Convenceu sua esposa a participar de uma brincadeira divina, na qual cada um deveria se transformar em um animal diferente. Métis, desta vez, não foi prudente, e se transformou numa mosca. Zeus aproveitou a oportunidade e a engoliu. Todavia, Métis já estava grávida de Atena, e continuou a gestação na cabeça de Zeus, aproveitando o tempo ocioso para tecer as roupas da sua vindoura filha.
Um dia, durante uma guerra, Zeus sentiu uma forte dor de cabeça, e Hefesto, o feio deus ferreiro e do fogo, lhe deu uma machadada na cabeça, de onde Atena saiu já adulta com elmo, armadura e escudo - este coberto com a pele de Amaltéia. Atena se tornou a deusa mais poderosa, ensinou aos homens praticamente todas as atividades, como caça, pesca, uso de arco-e-flecha, costurar (algo que ela fazia como ninguém),dançar, e, como saiu da mente de Zeus, sua marca é a inteligência. Atena deveria ser a nova rainha do Olímpo, mas como era mulher, Zeus permaneceu no poder. Há lendas que dizem que Zeus evitava o nascimento normal de um filho com as habilidades de Atena, para não ser destronado. Atena também é muitas vezes vista segurando em uma das mãos uma pequena imagem de Niké, a deusa da vitória. Quando Atena e Posídon disputavam o padroado de uma cidade importante, estabeleceram um concurso: quem desse o melhor presente ao povo da cidade venceria. Posídon criou um rio salgado e, portanto, inútil. Em outra versão, o presente do deus teria sido o cavalo. Atena deu uma oliveira que produzia alimentos, óleo e madeira. Atena sagrou-se vencedora e a cidade recebeu o nome de Atenas. Atena teve participação no julgamento de Páris, sendo uma das deusas rejeitadas, apoiou os gregos na Guerra de Tróia e atuou como padroeira de Odisseu durante toda a sua longa jornada. Ao que tudo indica, permaneceu virgem durante toda sua história, pois pediu aos Deuses Olímpicos para não se apaixonar, porque se ela tivesse filhos, teria de abandonar as guerras pela justiça e viver uma vida doméstica. Há quem diz que Atena se envolveu com os heróis que a acompanhava, e até mesmo com Ares, seu grande rival (o qual ela sempre derrotava). Boatos falsos ou verdadeiros, sabe-se que ela jamais teve romances com mulheres e jamais teve filhos com deuses, e seus romances com homens guerreiros são um mistério. Outro julgamento importante em que teve participação especial foi no Areópago, quando julgou Orestes juntamente com o povo de Atenas e o absolveu dando o voto de desempate – o voto de Minerva, nome romano. >>>>>Ver >>>>> Potnia Theron

6 • Apolo (ou Apollo no romano) filho de Zeus e Leto, e irmão gémeo de Ártemis, deusa da caça, era um dos mais importantes e multifacetados deuses do Olimpo. Nas mitologias grega, romana e etrusca, Apolo foi identificado como o deus da luz e do sol, da verdade e da profecia, do pastoreio, do tiro com arco, da beleza, da medicina e da cura, da música, da poesia e das artes. A partir do século III também foi identificado com Hélios, deus do sol, pois era antes o deus da luz, e por paralelismo a sua irmã foi identificada com Diana, a deusa da lua. Mais tarde ainda, foi conhecido principalmente como uma divindade solar. Sendo o patrono do Oráculo de Delfos, era o deus dos adivinhos e profetas. Sua ligação com a Medicina se fazia pelo seu poder de atrair pragas e a morte súbita, e também através de seu filho Asclépios. No mito tem um rebanho de gado, é o deus dos pastores e defensor dos rebanhos e manadas. Protege os colonos em terras estrangeiras, lidera as Musas e é o diretor de seu coro. Recebeu de Hermes a lira, firmou sua posição como o deus da Música, homenageado com uma forma especial de hino, o peã. Finalmente, Apolo é o deus dos jovens rapazes, ajudando na transição para a idade adulta. Assim, ele é sempre representado como um jovem, frequentemente nu, para simbolizar a pureza e a perfeição. Apolo representa a harmonia, a moderação, a ordem e a razão, em contraste complementar a Dionísio, o deus do êxtase e da desordem. A origem do nome Apolo é incerta. Platão o associa a (redimir, purificação, simples, ou o que dispara). Plutarco sugere uma relação (com unidade), e Hesíquio de Alexandria com (assembléia), pelo que o tornava o deus da Política. Walter Burkert sugere que a forma Apellai é afim de Apaliuna, um antigo deus da Anatólia cujo nome significa pai leão ou pai luz. Mais tarde seu nome foi ligado ao verbo (destruir). De Grummond o associou ao deus hitita ou hurrita Aplu, invocado durante as pragas, derivado talvez do babilônio Aplu Enlil, que quer dizer filho de Enlil, epíteto de Nergal, uma outra divindade associada ao deus do sol Shamash da Babilônia. O culto a Apolo chegou ao mar Egeu antes da época arcaica, entre 1100 e 800 a.C., vindo da Anatólia, embora historiadores como Burkert e Hertel reiterem sua origem totalmente grega. Homero o cita protegendo os troianos contra os gregos, sugerindo sua associação com o oriente. Seu poder de atrair ou erradicar pragas o faz similar em atributos ao deus Aplu Enlil (ou Nergal) da Babilônia e o Aplu hurrita, similitude que reforça as etimologias orientais sugeridas. Sua ligação com a cura advém de sua absorção do antigo deus curador Peã (PA-JA-WO na linear B), da civilização Micênica, citado por Homero e por Hesíodo. As funções curativas do deus Peã estavam ligadas aos cantos de exorcismo, que mais tarde passaram a ser os hinos laudatórios que receberam o mesmo nome, peã, entoados pelos gregos em cultos e, pelos romanos, antes das batalhas, por ser Apolo identificado com as vitórias após ter morto a serpente Píton. Seu culto já estava firmemente estabelecido antes do começo dos registros escritos na Grécia, e estava tão disseminado que diversas cidades assumiram o nome de Apolônia, e pessoas chamadas de Apolodoro ou Apolônio eram comuns. Seus dois santuários maiores, Delfos e Delos, eram dos mais influentes da antiga Grécia. Também era cultuado de forma importante em Claros e Abas. Outros santuários havia em Dídima, Hierápolis Bambyce, Corinto, Bassae, Patara e Segesta. Sua árvore sagrada era o loureiro. Crê-se que alguns sacerdotes mastigavam loureiro para dizerem as profecias, outros usavam ramos de loureiro para aspergir o templo na purificação, ou para purificar a água com o fogo. As coroas de louro eram muitas vezes oferecidas a alguém que tinha conseguido algo extraordinário, superando a si mesmo, na procura da arete, o ideal grego simbolizado por este jovem deus. Os animais que lhe estavam associados eram o lobo, o golfinho, o corvo, o cisne, a cigarra, o falcão, a serpente, o rato e o grifo. A lua cheia e a nova lhe pertenciam, e os dias 7º e 20º de cada mês, e seus festivais eram numerosos. Mais tarde fixou-se o dia 22 de janeiro em sua homenagem. Sua primeira vinculação com os oráculos parece ser originada do desejo dos doentes de saber o prognóstico de seus males. Dois de seus filhos também se tornaram patronos de oráculos: Anfiarão, em Oropos, ao norte de Atenas, e Trofônio, situado em Lebadéia, a leste de Delfos. >>>>>>>>Ver artigo principal: Oráculo de Delfos - Seu culto foi adotado pelos romanos, sendo identificado com Febo, e o Oráculo de Delfos já era consultado pelos italianos desde a época do reinado. No século V a.C. foi estabelecido um templo nos Campos Flamínios, dedicado a Apolo Sosiano. Durante a II Guerra Púnica foram instituídos os Jogos Apolíneos e Augusto se colocou sob sua proteção direta, homenageando-o com jogos qüinqüenais, ampliando seu templo e doando-lhe riquezas conquistadas na Batalha de Actium, além de construir-lhe um novo templo no Palatino que se tornou a sede da culminação dos jogos seculares celebrados no ano 17 para comemorar o início de uma nova era. Também teve templos romanos em Termon, em Megalópolis, em Apolônia, Ortígia, Figalia, Corinto e Delos. Seu culto espalhou-se pela maior parte da área de influência do Império Romano, e foi identificado com vários deuses regionais associados à cura, especialmente celtas. Apolo, como outras deidades, tinha diversos títulos, que lhe eram aplicados para refletir a diversidade de seus papéis, obrigações e aspectos. Mitos - Apolo nasceu de um dos amores adulterinos de Zeus. Quando Hera descobriu a gravidez da rival Leto, proibiu-lhe que desse à luz em terra firme, fosse no continente fosse em qualquer ilha, e colocou em seu encalço a serpente Píton. Perambulando sem destino, Leto acabou por chegar a Delos, uma ilha flutuante criada por Poseidon, compadecido dos seus sofrimentos, e ali deu à luz aos seus gêmeos Apolo e Ártemis. Depois do nascimento, Zeus fixou a ilha no fundo do mar, e mais tarde ela foi consagrada a Apolo. Outras versões dizem que Hera seqüestrou Ilítia, a deusa dos partos, para impedir o nascimento, mas os outros deuses a aplacaram oferecendo-lhe um colar de âmbar de oito metros de comprimento. Ártemis nasceu antes, e ajudou sua mãe para o parto de Apolo. Com apenas três dias de vida Apolo vingou sua mãe e matou Píton, esfolou-a, e com a sua pele cobriu a trípode das pitonisas. Seu primeiro amor foi a ninfa Corônis, que lhe deu como filho Asclépio. Tornando-se este um mestre na arte de curar tão poderoso que podia ressuscitar os mortos, ameaçava com isso o poder soberano de Zeus, ultrajava Temis e roubava súditos a Hades, pelo que foi morto pelo raio de Zeus. Para vingar-se, como não podia voltar-se contra seu pai, Apolo matou os Cíclopes, que haviam forjado os raios, e por isso foi castigado. Deveria ter sido desterrado para o Tártaro, mas graças à interferência de sua mãe o castigo foi comutado em um ano de trabalhos forçados como um mortal para o rei Admeto. Sendo bem tratado pelo rei durante sua expiação, Apolo ajudou-o a obter Alceste e a ter uma vida mais longa que a que o destino lhe reservara. Durante a Guerra de Tróia, Apolo participou ao lado dos troianos, e disseminou a peste entre os gregos em resposta a um insulto de Agamemnon a Crises, um de seus sacerdotes cuja filha Criseida havia sido seqüestrada. Apolo exigiu sua libertação, provocando a ira de Aquiles. Protegeu Enéias quando este foi ferido por Diomedes e ajudou Páris a matar Aquiles, que havia morto Troilo, filho do deus com Hécuba. Descendência - Além de Asclépio, já citado, com Cirene teve Aristeu, com Hécuba foi pai de Troilo, com Arsínoe teve Eriopis, e amando Creusa gerou Íon. De Calíope gerou Lino e Orfeu; de Dríope gerou Anfiso; de Etusa, Eleutério; de Quíon, Fílamon, e de Manto, Mopso. De mães desconhecidas teve Cicno, Cíniras e Femónoe. Amantes - Boa parte dos mitos que dizem respeito a Apolo falam dos seus inúmeros amores, sendo os mais famosos Dafne, uma ninfa que rejeitou seu amor e foi transformada em loureiro (daí a sacralidade da árvore para Apolo), Jacinto, um jovem mortal muito amado pelas divindades, principalmente por Apolo, que se transformou na flor com o mesmo nome, e Ciparisso, o qual se transformou em cipreste. Nestes mitos amorosos Apolo nunca tem sorte, e conta-se que isto se deve ao facto de ele se gabar de ser o melhor arqueiro entre os deuses, o que fez com que Eros, deus do amor, sentisse inveja. Apolo também amou Leucotéia, Castália, Sínope, Marpessa, Cassandra e Acanta. Apolo, eterno kouros imberbe, foi o deus grego que manteve as relações homossexuais mais célebres, o que não surpreende, sendo ele o deus da palestra, onde os jovens se reuniam para praticar atletismo. Apolo representava para eles o educador ideal, o erastes. Todos os seus amantes masculinos eram mais jovens que ele, como era o hábito entre os gregos. Muitos destes jovens morreram "acidentalmente", significando que estes mitos simbolizavam ritos de passagem, quando o jovem deveria morrer para renascer como adulto. Outras histórias - Apolo recebeu a lira de Hermes, que a havia criado com o casco de uma tartaruga e com as tripas do gado que havia roubado de Apolo. Indignado com o furto, Apolo exigiu de Maia, mãe de Hermes, que seu filho devolvesse o rebanho. Enquanto a discussão prosseguia, Hermes começou a tocar a lira, que foi tão admirada por Apolo que a recebeu de presente do irmão, e com isso perdoando-o pela artimanha. Também de Hermes veio a syrinx, trocada pelo caduceu. Apolo matou os filhos de Níobe,apesar de ter tentado salvar um, Ilioneu, que havia clamado por ajuda, vingando a ofensa que esta havia proferido contra sua mãe Leto, gabando-se de ter muitos filhos, enquanto Leto havia tido apenas dois. Algumas versões da lenda contam que alguns filhos foram perdoados. Orestes recebeu ordem do Oráculo de Delfos para matar sua mãe, Clitemnestra, e seu amante, Egisto. Mesmo sendo um decreto divino, era um crime contra seu próprio sangue, e por isso Orestes foi duramente atormentado pelas Erínias, até que invocou um julgamento, tendo Apolo como seu advogado, que resultou em um empate. Então Atena pronunciou seu voto favorável, hoje conhecido como voto de Minerva. Quanto à música, Apolo competiu com Cíniras, seu filho, que perdeu e cometeu por isso o suicídio. Competiu também com o sátiro Mársias, que ao perder foi esfolado vivo e trasnformado pelo deus em um rio, e com Pã, quando foi juiz o rei Midas. Dando Pã como vencedor, foi punido pelo deus do sol e da música, que lhe deu orelhas de burro. Matou os Aloídas quando tentaram atacar o Olimpo, e transformou Cefiso em um monstro marinho. Na arte - A imensa maioria de estátuas e pinturas de Apolo o mostram um homem jovem, no auge de sua força e beleza. Muitas vezes está nu, ou veste um manto. Pode trazer uma coroa de louros na cabeça, o arco e flechas, ou uma cítara ou lira nas mãos, ou estar apoiado contra uma árvore. Às vezes a serpente Píton também é representada, ou algum outro de seus animais simbólicos, como o grifo e o corvo. Nas pinturas e mosaicos pode ter uma coroa de raios de luz ou uma auréola. Foi retratado inúmeras vezes ao longo da história. Das estátuas antigas talvez a mais célebre seja o Apolo Belvedere, de Leocarés. Depois do Renascimento, quando a cultura grega voltou a ser prestigiada, Apolo tornou-se novamente tema comum nas artes plásticas, na música, na literatura e na poesia. O rei francês Luís XIV o tomou como modelo de sua própria glória, e imagens de Apolo e do sol abundam em Versalhes e no Louvre. Até mesmo no século XX tem sido motivo de inspiração para os artistas, destacando-se a obra musical Apollon Musagète, de Igor Stravinsky.

7 • Ártemis (ou Diana em Roma) a uma deusa ligada inicialmente à vida selvagem e à caça. Durante os períodos Arcaicos e Clássicos, era considerada filha de Zeus e de Leto, irmã gêmea de Apolo; mais tarde, associou-se também à luz da lua e à magia. Frequentemente confundida com Selene ou Hécate, também deusas lunares. O seu mito começa logo à nascença. Ao ficar grávida, a sua mãe incorreu na ira de Hera que a perseguiu a ponto de nenhum lugar, com receio da deusa rainha, a querer receber quando estava preste a dar à luz. Quando finalmente na ilha de Delos a receberam, Ilítia, filha de Hera e deusa dos partos, estava retida com a mãe no Olimpo. Letó esperava gêmeos, e Ártemis, tendo sido a primeira a nascer, revelou os seus dotes de deusa dos nascimentos auxiliando no parto do seu irmão gêmeo, Apolo. Também é conhecida como Cíntia, devido ao seu local de nascimento, o monte Cinto. Deusa da caça e da serena luz, Ártemis é a mais pura e casta das deusas e, como tal, foi ao longo dos tempos uma fonte inesgotável da inspiração dos artistas. Zeus, seu pai, presenteou-a com arco e flechas de prata, além de uma lira do mesmo material (seu irmão Apolo ganhou os mesmos presentes, só que de ouro). Todos eram obra de Hefesto, o Deus do fogo e das forjas, que era um dos muitos filhos de Zeus, portanto também irmão de Ártemis. Zeus também lhe deu uma corte de Ninfas, e fê-la rainha dos bosques. Como a luz prateada da lua, percorre todos os recantos dos prados, montes e vales, sendo representada como uma infatigável caçadora. Tinha por costume banhar-se nas águas das fontes cristalinas; numa das vezes, tendo sido surpreendida pelo caçador Acteon que, ocasionalmente, para ali se dirigiu para saciar a sede, transformou-o em veado e fê-lo vítima da voracidade da própria matilha. Outra lenda nos conta que, apesar do seu voto de castidade, tendo ela se apaixonado perdidamente pelo jovem Orion, e se dispondo a consorciá-lo, o seu enciumado irmão Apolo impediu o enlace mediante uma grande perfídia: achando-se em uma praia, em sua companhia, desafiou-a a atingir, com a sua flecha, um ponto negro que indicava a tona da água, e que mal se distinguia, devido à grande distância. Ártemis, toda vaidosa, prontamente retesou o arco e atingiu o alvo, que logo desapareceu no abismo no mar, fazendo-se substituir por espumas ensangüentadas. Era Orion que ali nadava, fugindo de um imenso escorpião criado por Apolo para persegui-lo. Ao saber do desastre, Ártemis, cheia de desespero, conseguiu, do pai, que a vítima e o escorpião fossem transformados em constelação. Quando a de Órion se põe, a de escorpião nasce, sempre o perseguindo, mas sem nunca alcançar. Segundo outra versão teve um caso com Endimião que ela gerou as 50 Pausânias e Étolo. É representada, como caçadora que é, vestida de túnica, calçada de coturno, trazendo aljava sobre a espádua, um arco na mão e um cão ao seu lado. Outras vezes vêmo-la acompanhada das suas ninfas, tendo a fronte ornada de um crescente. Representam-na ainda: ora no banho, ora em atitude de repouso, recostada a um veado, acompanhada de dois cães; ora em um carro tirado por corças, trazendo sempre o seu arco e aljava cheia de flechas. O absinto era uma das plantas dedicadas à deusa, uma bebida destilada feito da erva Artemisia absinthium. Anis, funcho e por vezes outras ervas compõem a bebida. Ela foi criada e utilizada primeiramente como remédio pelo Dr. Pierre Ordinaire, médico francês que vivia em Couvet na Suíça por volta de 1792. É por vezes incorretamente chamado de licor, mas é na verdade uma bebida destilada. O absinto foi especialmente popular na França, sobretudo pela ligação aos artistas parisienses de finais do século XIX e princípios do século XX, até a sua proibição em 1915, tendo ganho alguma popularidade com a sua legalização em vários países. É também conhecido popularmente de fada verde em virtude de um suposto efeito alucinógeno. Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Vincent van Gogh, Oscar Wilde, Henri de Toulouse-Lautrec e Aleister Crowley eram adeptos da fada verde. Tem geralmente uma cor verde-pálida, transparente ou, no caso de envelhecido, castanho claro. Criada originalmente como infusão medicinal pelo médico francês, com uma porcentagem de álcool muito elevada de 70%, na Belle epoque tornou-se a bebida da moda, contando com certo poder alucinógeno da planta Artemisia absinthium que a integrava e que deu nome à bebida. Para apreciação de novos sabores, era servido com torrão de açúcar e láudano, este último um opióide. Sem o láudano, atualmente pode ser consumido com água, que reduz a graduação alcóolica da bebida. Desta forma, sobre o copo com a bebida é colocada uma colher perfurada que sustenta o torrão de açúcar, e por onde passará a água gelada que será vertida lentamente sobre o torrão. Recentemente no Brasil foi legalizada a sua venda, porém teve de adaptar-se à lei brasileira, com teor alcoólico máximo de 54ºGL. O templo de Ártemis ou o templo de Diana foi uma das sete maravilhas do mundo antigo, localizado em Éfeso hoje Turquia. Foi o maior templo do mundo antigo, e durante muito tempo o mais significativo feito da civilização grega e do helenismo, construído para a deusa grega Ártemis, da caça e dos animais selvagens. Foi construído no século VI a.C. no porto mais rico da Ásia Menor pelo arquiteto cretense Quersifrão e por seu filho, Metagenes.[1] Era composto por 127 colunas de mármore, com 20 metros de altura cada uma. Duzentos anos mais tarde foi destruído por um grande incêndio, e reerguido por Alexandre III da Macedónia. Atualmente, apenas uma solitária coluna do templo se mantém, após sucessivos terremotos e saques. O templo de Ártemis homenageava a deusa dos bosques, a Diana romana. Os colonizadores gregos encontraram os habitantes da Ásia Menor cultuando uma deusa que identificaram como Ártemis. Então construíram um pequeno templo que foi reconstruído e aumentado muitas vezes. Somente na quarta expansão o templo, que levou 120 anos para ser terminado, foi incluído na lista das sete maravilhas do mundo antigo. Media 138 metros de comprimento por 71,5 metros de largura com colunas de 19,5 metros de altura e era famoso pelas obras de arte, entre elas a escultura da deusa em ébano, ouro, prata e pedra preta. Foi destruído duas vezes: a primeira em 356 a.C. (na noite do nascimento de Alexandre) num incêndio causado por Heróstrato; a segunda no século III d.C. por um ataque dos godos. Restam algumas esculturas e objetos, expostos em Londres.

8 • Afrodite a deusa da beleza e do amor. Originário de Chipre, o seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas. Foi identificada como Vênus pelos romanos. De acordo com o mito teogônico mais aceito, Afrodite nasceu quando Urano (pai dos titãs) foi castrado por seu filho Cronos, que atirou seus testículos ao mar, que começou a ferver e a espumar, esse efeito foi a fecundação que ocorreu em Tálassa, deusa primordial do mar. De aphros ("espuma do mar"), ergueu-se Afrodite e o mar a carregou para Chipre. Por isso um dos seus epítetos é Kypris. Assim, Afrodite é de uma geração mais antiga que a maioria dos outros deuses olímpicos. Em outra versão (como diz Homero), Dione é mãe de Afrodite com Zeus, sendo Dione, filha de Urano e Tálassa. Após jogar seus testículos ao mar Zeus percebeu que algo acontecia no mar,e foi ai que Afrodite ergueu-se das espumas. O atributo de Afrodite era o espelho, pois ela era muito bonita. Casamento - Após destronar Cronos, Zeus ficou ressentido, pois, tão grande era o poder sedutor de Afrodite que ele e os demais deuses estavam brigando o tempo todo pelos encantos dela, enquanto esta os desprezava a todos, como se nada fosse. Como vingança e punição, Zeus fê-la casar-se com Hefesto, (segundo Homero, Afrodite e Hefesto se amavam, mas pela falta de atenção, Afrodite começou a trair o marido para melhor valorizá-la) que usou toda sua perícia para cobri-la com as melhores jóias do mundo, inclusive um cinto mágico do mais fino ouro, entrelaçado com filigranas mágicas. Isso não foi muito sábio de sua parte, uma vez que quando Afrodite usava esse cinto mágico, ninguém resistia a seus encantos. Relacionamentos e filhos - Alguns de seus filhos são Hermafrodito (com Hermes), Eros (deus do amor e da paixão) dependendo da versão, é filho de Hefesto, Ares ou até Zeus (com Zeus, apenas quando Afrodite é filha de Tálassa), Anteros (com Ares, a versão mais aceita ou com Adônis, versão menos conhecida), Fobos, Deimos e Harmonia (com Ares), Himeneu, (com Apolo), Príapo (com Dionísio) e Enéias (com Anquises). Os diversos filhos de Afrodite mostram seu domínio sobre as mais diversas faces do amor e da paixão humana. Afrodite sempre amou a alegria e o glamour, e nunca se satisfez em ser a esposa caseira do trabalhador Hefesto. Afrodite amou e foi amada por muitos deuses e mortais. Dentre seus amantes mortais, os mais famosos foram Anquises e Adônis, que também era apaixonado por Perséfone, que aliás, era sua rival, tanto pela disputa pelo amor de Adônis, tanto no que se diz respeito de beleza. Vale destacar que a deusa do amor não admitia que nenhuma outra mulher tivesse uma beleza comparável com a sua, punindo (somente) mortais que se atrevessem comparar a beleza com a sua, ou, em certos casos, quem possuisse tal beleza. Exemplos disso é Psiquê e Andrômeda. Culto - Suas festas eram chamadas de afrodisíacas e eram celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto. Suas sacerdotisas representavam a deusa[carece de fontes?]. Seus símbolos incluem a murta, o golfinho, o pombo, o cisne, a romã e a limeira. Entre seus protegidos contam-se os marinheiros e artesãos. Com o passar do tempo, e com a substituição da religiosidade matrifocal pela patriarcal, Afrodite passou a ser vista como uma Deusa frívola e promíscua, como resultado de sua sexualidade liberal. Parte dessa condenação a seu comportamento veio do medo humano frente à natureza incontrolável dos aspectos regidos pela Deusa do Amor. No templo de Corinto, praticava-se prostituição religiosa no templo da deusa. O sexo com as prostitutas, geralmente escravas, era considerado um meio de adoração e contato com a Deusa[carece de fontes?].Além disso Afrodite queria que todos a sua volta percebecem que ela tinha algo em comum com Hefestos,mais seu pai não a deixava falar com ele. Deusas relacionadas - Afrodite tem atributos comuns com as deusas Vénus = romana / Freya = nórdica / Turan = etrusca / Ishtar = mesopotâmica / Inanna = suméria / Astarte = babilônica. Afrodite era acompanhada pelas Cárites, ou Graças como eram também conhecidas. Eram irmãs as deusas da dança, dos modos e da graça do amor, são seguidoras de Vênus e dançarinas do Olimpo. Apesar de pouco relevantes na mitologia greco-romana, a partir do Renascimento as Graças se tornaram símbolo da idílica harmonia do mundo clássico. Graças, nome latino das Cárites gregas, eram as deusas da fertilidade, do encantamento, da beleza e da amizade. Ao que parece seu culto se iniciou na Beócia, onde eram consideradas deusas da vegetação. O nome de cada uma delas varia nas diferentes lendas. Na Ilíada de Homero aparece uma só Cárite, esposa do deus Hefesto.Existem variações regionais no trio. Seus nomes eram : - Aglae = A Brilhante, O Esplendor, A Claridade. Aglaia é um género de plantas meliáceas (ordem Sapindales) que contém mais de 100 espécies. As espécies classificadas no género Aglaia são árvores oriundas das florestas tropicais e subtropicais do Sudeste Asiático, Norte da Austrália e zona do Pacífico. As espécies de Aglaia podem ter interesse económico, quer pela madeira, flores perfumadas, como planta ornamental ou pelos frutos comestíveis que algumas produzem. / Tália = A Verdejante, A que faz botar flores, era uma das nove musas gregas, filha de Zeus e Mnemósine. Era a musa da comédia. Era representada com uma máscara cômica e por vezes com uma coroa de hera.Também era considerada uma das Graças. Tália (a festiva) era a musa da comédia que vestia uma máscara cômica e portava ramos de hera. É mostrada por vezes portando também um cajado de pastor, coroada de hera, calçada de borzeguins e com uma máscara na mão. Muitas de suas estátuas têm um clarim ou porta-voz, instrumentos que serviam para sustentar a voz dos autores na comédia antiga. E Eufrosina = Alegria da Alma, O sentido da Alegria, era uma das Cárites da Mitologia Grega (Graças na Mitologia Romana).Personificação da alegria, era bela e graciosa.Seus pais eram Zeus e Hera ou de Zeus e Eurínome (dependendo da versão) e irmã de Aglaia e Tália. Eram filhas de Zeus e Hera, segundo umas versões, e de Zeus e da deusa Eurínome, segundo outras. Por sua condição de deusas da beleza, eram associadas com Afrodite, deusa do amor. Também se identificavam com as primitivas musas, em virtude de sua predileção pelas danças corais e pela música. Nas primeiras representações plásticas, as Graças apareciam vestidas; mais tarde, contudo, foram representadas como jovens desnudas, de mãos dadas; duas das Graças olham numa direção e a terceira, na direção oposta. Esse modelo, do qual se conserva um grupo escultórico da época helenística, foi o que se transferiu ao Renascimento e originou quadros célebres como "A primavera", de Botticelli, e "As três Graças", de Rubens.

9 • Ares, filho de Zeus e Hera. Embora muitas vezes tratado como o deus olimpico da guerra, ele é mais exatamente o deus da guerra selvagem, ou sede de sangue, ou matança personificada. Os Romanos identificaram-no como o Marte, o deus romano da guerra e agricultura (quem eles tinham herdado dos Etruscos), mas entre eles, Marte tinha uma estima mais alta Entre o Hellenes, sempre houve desconfiança de Ares. Embora também a meia irmã, Atena era uma deidade da guerra, a posição de Athena era de guerra estratégica enquanto Ares tendeu a ser a violência imprevisível da guerra. O seu lugar de nascimento e a casa verdadeira foram colocados muito longe, entre os bárbaros e Trácios bélicos (Ilíada 13.301; Ovid, Ars Amatoria, II.10;), de onde ele se retirou depois que o seu caso com Afrodite foi revelado. "Ares" permaneceu um adjetivo e epíteto em tempos Clássicos: ‘’’Zeus Areios, Atena Areia, até Afrodite Areia’’’. Em tempos Micenos, as inscrições certificam Enyalios, um nome que sobreviveu em tempos Clássicos como um epíteto de Ares. Abutres e cães, que ambos se alimentam do cadáver no campo de batalha, são sagrados para ele. Ares tinha uma quadriga (um carro ou carroça conduzida por quatro cavalos lado à lado) desenhada com rédeas de ouro para quatro (Ilíada v.352) garanhões imortais que respiravam fogo. Entre os deuses, Ares era reconhecido pela sua armadura de latão; ele brandia uma lança na batalha. Os seus pássaros agudos e sagrados eram a coruja de celeiro, o pica-pau, o bubo e, especialmente no sul, o abutre. De acordo com Argonáuticas (ii.382ff e 1031 e seg; Higno, Fabula 30) os pássaros de Ares (Ornithes Areioi) eram um bando de pássaros que lançavam penas em forma de dardos que guardaram o templo das Amazonas do deus em uma ilha costeira no Mar Negro. Em Esparta, em uma noite ctônica de sacrifício de um cão a Enyalios ficou assimilado ao culto de Ares. O sacrifício poderia ser feito a Ares na véspera de uma batalha para pedir sua ajuda. Embora importante na poesia, Ares era raramente incluído no culto na Grécia antiga, salvo em Esparta, onde ele era propiciado antes da batalha, e, embora implicado no mito de fundação de Tebas, ele apareceu em poucos mitos.. Em Esparta havia uma estátua do deus acorrentado, para mostrar que o espírito de guerra e vitória nunca deveria deixar a cidade. O templo a Ares em Agora de Atenas que Pausânias viu no segundo século AD só tinha sido movido e rededicado lá durante o tempo de Augusto; na essência ele era um templo romano a Marte. O Areópago, "o monte de Ares" onde Paulo de Tarso pronunciou sermões, é situado em alguma distância da Acrópole; em tempos arcaicos era um terreno para disputas. A sua conexão com Ares, possivelmente baseado em uma etimologia falsa, pode ser puramente etiológica. Atendentes - Deimos, "o terror", e Phobos "medo", eram seus companheiros na guerra, crianças nascidas de Afrodite segundo Hesíodo. A irmã e companheiro de assassinato de Ares era Eris, a deusa ou a discórdia ou Enyo, a deusa da guerra, derramamento de sangue e violência. Ele também foi assistido pelo deus menor da guerra Enyalios, seu filho com Enyo, cujo nome ("bélico", o mesmo significado que Enyo) também servia como um título do próprio Ares. A presença de Ares era acompanhada por Kydoimos, o demônio do estrondo da batalha, bem como o Makhai (Batalhas), o Hysminai (Carnificinas), Polemos (um espírito menor da guerra; provavelmente um epíteto de Ares, como ele não teve nenhum domínio específico), e a filha de Polemos, Alala, a deusa/personificação do grito de guerra grego, cujo nome Ares usou como o seu próprio grito de guerra. Sua irmã Hebe também desenhou banhos para ele. Um dos papéis de Ares que era situado em terra firme na própria Grécia estava na fundação do mito de Tebas: Ares foi o progenitor do dragão d’água assassinado por Cadmo, e disso o antepassado dos Espartanos, já que os dentes do dragão foram semeados na terra como uma colheita e cresceu como Espartanos totalmente autoctônicamente armados, uma corrida de homens combatentes, os descendentes de Ares. Para propiciar Ares, Cadmo tomou como noiva Harmonia, a filha da união de Ares com Afrodite, assim harmonizando toda a luta e fundando a cidade de Tebas. Há vários filhos de Ares, Cicno (Kýknos) da Macedônia, que foi tão assassino que tentou construir um templo com as caveiras e os ossos de viajantes. Heracles matou esta monstruosidade abominável, gerando a ira de Ares, quem o herói feriu. Outros consortes de filhos de Ares incluem: - Aglauros / Alcippe / Afrodite (apesar de ser esposa de Hefesto) / Anteros (em algumas fontes) / Deimos("Medo") / Eros (em algumas fontes) / Harmonia / Phobos ("Medo") / Enyo / Enyalios / Cirene / Diomedes / Harpina (ou Sterope, segundo algumas contas) / Oenomaus / Otrera (Rainha do Amazonas) / Penthesilea / Hipólita / Antiope / Pyrene / Cicno / Biston / Astyoche / Ascalaphus e Ialmenus / Bistonis / Tereus / Rhea Silvia (mitologia romana) / Remus / Rômulo / Eritéia (uma das Hespérides, filhas de Atlas) / Eurytion / Mães desconhecidas - Melanippe - Thrax . Mito - No conto cantado pelo bardo na sala de Alcínoo,[13] o Deus do sol Hélios uma vez espiou Ares e Afrodite amando um ao outro secretamente na sala de Hefesto, e ele prontamente informou o incidente ao cônjuge Olimpo de Afrodite. Hefesto conseguiu pegar o casal em flagrante, e para tanto, ele fez uma rede especial, fina e resistente como o diamante para pegar os amantes ilícitos. No momento apropriado, esta rede foi jogada, e encurralou Ares e Afrodite em um abraço apaixonado. Mas Hefesto ainda não estava satisfeito com a sua vingança — ele convidou os deuses Olimpos e deusas a examinar o casal infeliz. Por causa da modéstia, as deusas duvidaram, mas os deuses testemunharam a vista. Alguns comentaram a beleza de Afrodite, os outros opinavam em trocar de lugar ansiosamente com Ares, mas todos zombaram dos dois. Uma vez que o casal foi solto, Ares, embaraçado, fugiu para longe à sua pátria, Trácia. Em um detalhe interpolado muito posterior, Ares põem o jovem Alectrión à sua porta para avisá-los da chegada de Hélios, como Hélios diria a Hefesto da infidelidade de Afrodite se os dois fossem descobertos, mas Alectrión adormeceu. Hélios descobriu os dois e alertou Hefesto. Ares ficou furioso com Alectrión e o transformou em um galo, que agora nunca esquece de anunciar a chegada do sol na manhã. Os Gigantes - Em um mito arcaico e obscuro relacionado na Ilíada pela deusa Dione a sua filha Afrodite, dois gigantes ctônicos, os Aloídas, chamados Otus e Ephialtes, lançaram Ares em cadeias e puseram-no em uma urna de bronze, onde ele permaneceu durante treze meses, um ano lunar. "E teria sido o fim de Ares e o seu apetite da guerra, se a bela Eriboea, a madrasta dos jovens gigantes, não tivesse dito a Hermes o que eles tinham feito," ela relatou (Ilíada 5.385–391). "Em um destes suspeitos um festival de licença que é feito no décimo terceiro mês."[4] Ares ficou gritando e uivando na urna até que Hermes o resgatasse e Ártemis enganou os Aloídas fazendo um assassinar o outro. Na Ilíada, Homero representou Ares como não fixando lealdades nem respeito à Têmis, a ordem certa das coisas: ele prometeu a Atena e Hera que ele lutaria do lado dos Aqueus, mas Afrodite foi capaz de persuadir Ares para o lado dos Troianos (Ilíada V.699). Durante a guerra, Diomedes lutou com Heitor e viu Ares lutar do lado dos Troianos. Diomedes pediu que os seus soldados retrocedessem lentamente. Hera, a mãe de Ares, viu a sua interferência e perguntou a Zeus, o seu pai, para a permissão de expelir Ares do campo de batalha. Hera estimulou Diomedes a atacar Ares, portanto ele jogou uma lança em Ares e os seus gritos fizeram Aqueus e Troianos igualmente tremem. Athena então pegou a lança e machucou o corpo de Ares, que gritou de dor e fugiu para o Monte Olimpo, forçando Troianos a retroceder (XXI. 391). Depois quando Zeus permitiu que os deuses lutassem na guerra novamente, Ares tentou lutar contra Athena para vingar-se de seu dano prévio, mas foi mais uma vez ferido quando ela lançou um enorme seixo rolando nele. Contudo, quando Hera durante uma conversa com Zeus mencionou que o filho de Ares, Ascalaphus foi morto, Ares desatou a chorar e quis se juntar à luta do lado dos Aqueus descartando a ordem de Zeus que nenhum deus Olímpico devia entrar na batalha. Atena parou Ares e ajudou-o a tirar a sua armadura (de XV.110-128). Na Renascença e obras de arte Neoclássicas, os símbolos de Ares são a lança e o elmo, o seu animal é o cão, e o seu pássaro é o abutre. Em trabalhos literários dessas eras, Ares parece como cruel, agressivo, e sanguinário, injuriado tanto por deuses como por seres humanos, muito como ele era nos mitos gregos antigos. Na cultura moderna - Ares é o principal antagonista em quadrinhos da DC Comics, na história da super-heroína Mulher Maravilha. Também faz uma aparição na série animada Liga da Justiça – Sem Limites. Ele é dublado por Michael York. No episódio “Gavião e Pombo”.
> No game Empire Earth, uma das unidades robóticas que se pode construir na era digital se chama Ares.
> Ares também é o antagonista principal no jogo de videogame God Of War. O anti-herói principal, Kratos, era guerreiro de Ares, mas foi traído quando Ares fez Kratos matar sua própria esposa e filha. Com a ajuda de outros deuses, Kratos mata Ares e vira o novo deus da guerra.
> Ares também aparece história em quadrinhos da Marvel Comics como um membro proeminente dos Mighty Avengers. Ele desempenha o papel como de "Wolverine e Thor" tanto tendo os traços de violência como a força de Thor. Ele é também um antagonista principal da versão em quadrinho da Marvel, Hércules.
> Ares aparece como um personagem maior na série de TV em Hércules: as Viagens Místicas e Xena: a Princesa Guerreira; tanto como vilão como anti-herói, bem como ter um amor unilateral de interesse por Xena. Ele foi interpretado por Kevin Smith.
> Ares também apareceu na produção de Hercules da Disney e as suas séries animadas originadas. Os animadores da Disney retrataram-no em uma armadura de guerreiro e elmo como a sua roupa. Ele também é retratado tendo uma rivalidade com sua irmã Atena na série animada.
> Ares é o nome de um dos deuses falsos de Ilíon, uma novela escrita por Dan Simmons.
> Há um manhwa (desenho em quadrinho sul-coreano) chamado Ares.
> O míssil que substituirá o ônibus espacial será chamado Ares.
> Ares tem muitos traços em comum com o poder do Caos, Khorne em miniaturas de jogos da Games Workshop, Warhammer Fantasy Battle e Dark Millennium. Khorne pode ter sido deliberadamente modelado depois de Ares.
>Uma companhia de fabricação de armas em Shadowrun no jogo é chamado Ares.
Notas - Apesar de ser um soldado valente, ele é frequentemente descrito de alguma forma como covarde. A leitura muitas vezes permanece ambígua, como até na inscrição funerária de Attica no final do sexto século:. "Fique e lamente no túmulo de Kroisos/morto Que enfurecendo Ares destruiu um dia, lutando nas filas dianteiras" (Atenas, NM 3851) citado em Andrew Stewart, "Cem Escultores Gregos: As suas Carreiras e Trabalhos Existentes", Introdução: I. "As Fontes" "
- ""Para mim, você é o mais detestável dos deuses que mantêm o Olimpo," Zeus diz-lhe no Ilíada (5.890); "para sempre a luta é mais querida para você e guerras e matança".
- "Odisséia" de Homero viii. 361; para Ares/Marte e Trácia, ver Ovídio. "os A Arte de Amar" livro ii.part xi.585, diz o mesmo conto: "os seus corpos presos são, com dificuldade, libertados, no seu argumento, Netuno: Vênus corre a Paphos: Marte dirige-se a Trácia."; para Ares/Marte e Trácia, ver também Statius, "Thebaid" vii. 42; Herodotus iv. 59, 62. - >>>>>> VER Alala / Nergal / Tyr / Marte (mitologia

10 • Hefesto ou Hefaísto um deus, filho de Hera e Zeus, conhecido como Vulcano na mitologia romana. Divindade do fogo, dos metais e da metalurgia, conhecido como o ferreiro divino. Hefesto foi responsável, entre outras obras, pela égide, escudo usado por Zeus em sua batalha contra os titãs. Construiu para si um magnífico e brilhante palácio de bronze, equipado com muitos servos mecânicos. De suas forjas saiu Pandora, primeira mulher mortal. Casou-se com Afrodite (Vênus em Roma), porém ela lhe foi infiel, tendo vários amantes dentre eles deuses e mortais. O seu principal rival era Ares (chamado de Marte em Roma), deus da guerra. Outra versão do mito conta que Afrodite o amava realmente, e suas traições refletiam as outras faces do amor (i.e. ela lhe queria causar ciúmes, ou tinha desejos passageiros), e uma terceira ainda fala que ele divorciou-se de Afrodite e casou-se com as Cárites (ou a Cárite). Atenas, cidade que dava valor ao artesanato, estimava-o. Hefesto foi expulso por sua mãe Hera, desgostosa de que ele fosse coxo. Davam-se várias explicações míticas para esse defeito físico. Uma delas é que Hera discutia com Zeus a respeito de Hércules e Hefesto, o mesmo tomou partido a favor da mãe. Zangado, Zeus agarrou Hefesto pelo pé e o atirou Olimpo abaixo, condenando-o assim a viver sobre a Terra, onde instalou suas oficinas na ilha de Lemnos.

11 • Hermes o deus correspondente ao Mercúrio romano, e também era mensageiro de Zeus, psicopompo ou intérprete da vontade dos deuses, (daí o termo hermenêutica). Era um dos 12 deuses do Olimpo. Filho de Zeus e de Maia, nasceu na Arcádia, revelando logo extraordinária inteligência. Conseguiu livrar-se das fraldas e foi à Tessália, onde roubou parte do rebanho guardado por seu irmão Apolo, escondendo o gado em uma caverna. A seguir voltou para o berço, como se nada tivesse acontecido. Quando Apolo descobriu o roubo, conduziu Hermes diante de Zeus, que o obrigou a devolver os animais. Apolo, no entanto, encantou-se com o som da lira que Hermes inventara e ofereceu em troca o gado e o caduceu. Mais tarde, Hermes inventou a siringe (flauta de Pã), em troca de que Apolo lhe concedeu o dom da adivinhação. Foi famoso também por ser o único filho que Zeus tivera que não era filho de Hera, que ela gostou, pois ficou impressionada pela sua inteligência. Divindade muito antiga, Hermes era invocado, a princípio, como deus dos pastores e protetor dos rebanhos, dos cavalos e animais selvagens; mais tarde tornou-se deus dos viajantes, e em sua homenagem foram erguidas estátuas à beira das estradas (hermas). Posteriormente, Hermes tornou-se deus do comércio e até dos ladrões; para proteger compradores e vendedores, inventou a balança. Hermes era quem guiava as almas dos heróis ou pessoas importantes até o rio Estige, lugar que ligava o reino dos vivos com o reino dos mortos. Também considerado deus da eloqüência e patrono dos esportistas, é representado como um jovem de belo rosto, normalmente nu, vestido com túnica curta. Na cabeça tem um capacete com asas, calça sandálias aladas e traz na mão seu principal símbolo, o caduceu. Pã foi fruto dos amores de Hermes com a ninfa Dríope. Ela não foi a única mortal nem a única deusa honrada pelos seus favores. Teve ainda como amantes, Acacalis, filha de Minos; Herse, filha de Cécrope; Eupolêmia; Antianira, mãe de Equion; Afrodite, a deusa do amor, com quem teve Hermafrodito; a ninfa Lara, náiade de Almon; e finalmente sua irmã, a deusa Perséfone, a quem pediu em casamento para Deméter, mãe da moça, que recusou o pedido. Mas foi Hermes quem tentou resgatar Perséfone do reino dos mortos quando ela foi seqüestrada por Hades. Hermes é geralmente representado com um chapéu de abas largas, (pétaso), muito usado pelos povos rurais da antiguidade para se proteger do sol; vestindo sandálias aladas (talaria), e carregava como emblema, o seu caduceu, ou emblema de Hermes (Mercúrio) - um bastão em torno do qual se entrelaçam duas serpentes e cuja parte superior é adornada com asas; há ainda o símbolo de kerykeion, geralmente associado ao signo astrológico de Touro. Hermes geralmente usa o vestiário que indica versatilidade: dos viajantes, pastores, trabalhadores. Ele foi representado por bolsas ou sacolas, galos (os que anunciam o dia), e tartarugas. Quando retratado como Hermes Logios, (ilustração, direita), ele era o símbolo divino da eloqüência, geralmente mostrado falando com um braço levantado para ênfase e movimento.

12 . Dioniso o deus equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer. Filho de Zeus e da princesa Semele, foi o único deus filho de uma mortal. Ocorreu que Hera, que sentiu ciúme de mais uma traição de Zeus, instigou Semele a pedir ao seu amante (caso ele fosse o verdadeiro Zeus) que viesse ter com ela vestido em todo seu esplendor, em outras versões lhe pediu que a mostrasse sua verdeira forma. Semele então pediu que Zeus atendesse a um pedido seu, sem saber qual seria, em algumas versões, ela o fez fazer uma promessa pelo Estige, o voto mais sagrado, que nem mesmo os deuses podem quebrar. Ele concordou e quando soube do que se tratava imediatamente se arrependeu. Uma vez concedido o pedido teria que cumpri-lo. Ele então voltou ao Olimpo e colocou suas vestes maravilhosas (ou demonstrou sua verdadeira forma), já sabendo de o que ocorreria. De fato, o corpo mortal de Semele não foi capaz de suportar todo aquele esplendor, e ela virou cinzas. Assim, Dionisio passou parte de sua gestação na coxa de seu pai. Quando completou o tempo da gestação, Zeus o entregou em segredo a Ino (sua tia) que passou a cuidar da criança com ajuda das Dríades, das horas e das ninfas. Depois de adulto, ainda a raiva de Hera tornou Dionisio louco e ele ficou vagando por várias partes da Terra. Quando passou pela Frígia, a deusa Cíbele o curou e o instruiu em seus ritos religiosos. Sileno ensina a ele a cultura da vinha, a poda dos galhos e o fabrico do vinho. Curado, ele atravessa a Ásia ensinando a cultura da uva. Ele foi o primeiro a plantar e cultivar as parreiras, assim o povo passou a cultuá-lo como deus do vinho. Dionisio puniu quem quis se opor a ele (como Penteu) e triunfou sobre seus inimigos além de se salvar dos perigos que Hera estava sempre pondo em seu caminho. Nas lendas romanas, Dioniso tornou-se Baco, que se transforma em leão para lutar e devorar os gigantes que escalavam o céu e depois foi considerado por Zeus como o mais poderoso dos deuses. É geralmente representado sob a forma de um jovem imberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça, e, na outra, um tirso (um dardo) enfeitado de folhagens e fitas. Tem o corpo coberto com um manto de pele de leão ou de leopardo, traz na cabeça uma coroa de pâmpanos, e dirige um carro tirado por leões. Também pode ser representado sentado sobre um tonel, com uma taça na mão, a transbordar de vinho generoso, onde ele absorve a embriaguez que o torna cambaleante. Eram-lhe consagrados: a pega, o bode e a lebre. Às mulheres que o seguiam como loucas, bêbadas e desvairadas se dava o nome de bacantes. É considerado também o deus protector do teatro. Em sua honra faziam-se ditirambos na Grécia Antiga e festas dionisíacas. Segundo o mito, Dionísio ordenou a seus súditos que lhe trouxesse uma bebida que o alegrasse e envolvesse todos os sentidos. Trouxeram-lhe néctares diversos, mas Dionísio não se sentiu satisfeito até que ofereceram o vinho. O deus encheu-se de encanto ao ver a bebida, suas cores, nuances e forma como brilhava ao Sol, ao mesmo tempo em que sentia o aroma frutado que exalava dos jarros à sua frente. Quando a bebida tocou seus lábios, sentiu a maciez do corpo do vinho e percebeu seu sabor único, suave e embriagador. De tão alegre, Dionísio fez com que todos os presentes brindassem com suas taças, e ao som do brinde pôde ser ouvido por todos os campos daquela região. A parti daí, Dionísio passou a abençoar e a proteger todo aquele que produzisse bebida tão divinal, sendo adorado como deus do vinho e da alegria. Outra versão de Dionísio deus do teatro, das festas, do vinho e da embriaguez, era na origem deus da vegetação, cultuado na Trácia e na Frígia. Segundo a tradição clássica, era filho do deus Zeus com Sêmele, filha mortal do rei de Tebas. Enciumada, Hera, esposa de Zeus, persuadiu Sêmele a pedir a ele que se mostrasse em todo o esplendor de sua majestade. Sêmele morreu fulminada pelos raios emitidos por Zeus, mas este salvou o filho que ela trazia no ventre e enxertou-o em sua própria coxa. Quando Dioniso nasceu, para protegê-lo de Hera, Zeus enviou-o a Nisa, entregou em segredo a Ino (sua tia) que passou a cuidar da criança com ajuda das híades, das horas e das ninfas. Cresceu e depois de adulto, ainda a raiva de Hera tornou Dioniso louco e ele ficou vagando por várias partes da Terra. Quando passou pela Frígia, a deusa Cíbele o curou e o instrui em seus ritos religiosos. Sileno ensina a ele a cultura da vinha, a poda dos galhos e o fabrico do vinho. Curado, ele atravessa a Ásia ensinando a cultura da uva. Ele foi o primeiro a plantar e cultivar as parreiras, assim o povo passou a cultuá-lo como deus do vinho. Dioniso puniu quem quis se opor a ele (como Penteu) e triunfou sobre seus inimigos além de se salvar dos perigos que Hera estava sempre pondo em seu caminho. e se transforma em leão para lutar e devorar os gigantes que escalavam o céu e depois foi considerado por Zeus como o mais poderoso dos deuses. Nas lendas romanas, Dioniso tornou-se Baco. É geralmente representado sob a forma de um jovem imberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça, e, na outra, um tirso (um dardo) enfeitado de folhagens e fitas. Tem o corpo coberto com um manto de pele de leão ou de leopardo, traz na cabeça uma coroa de pâmpanos, e dirige um carro tirado por leões. Também pode ser representado sentado sobre um tonel, com uma taça na mão, a transbordar de vinho generoso, onde ele absorve a embriaguez que o torna cambaleante. Às mulheres que o seguiam como loucas, bêbadas e desvairadas se dava o nome de bacantes. Antes de subir ao Olimpo, desceu aos infernos para buscar a mãe e a levou consigo. >>>>>>>>>>VER>> Ditirambo / Festas dionisíacas