Páginas

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Consumo consciente - Um assunto puxa o outro

Consumimos 25% a mais dos recursos naturais do que a capacidade de renovação que a Terra tem. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas para atender necessidades como: água, energia e alimentos. Situação já refletida no mundo.

Não precisamos dizer que esta situação certamente dificultará a vida dos nossos netos: Kauâne, Bianca, João Pedro, Mariana, Miguel, Lukas e outros netos no mundo.

Como mudamos isso? A partir das escolhas de consumo.

Claro que todo consumo causa impacto positivo ou negativo na economia, nas relações sociais, na natureza e em nós. Ao conscientizarmos na hora de escolher o que comprar, de quem comprar como usar e *descartar podemos maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos contribuindo para construir o futuro melhor.

Em outras palavras, consumir com consciência busca o equilíbrio entre a satisfação pessoal com a sustentabilidade e promove em pequenos gestos grandes transformações.

O consumo consciente se pratica no dia-a-dia, gestos simples no uso, no descarte, na escolha das empresas da qual comprar. Logo, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir o sustento nosso e do planeta.
http://is.gd/hAlnW

*Descartar – relato pessoal

Outro dia, Ivone e eu fomos a uma empresa e deixamos o carro em um espaço bastante sujo que nos disseram ser estacionamento. Além de uns carros e árvores havia algumas pedras pelo chão, buracos e muito lixo como: embalagens plásticas, latas, papéis, matos e etc.

Por mais que eu tenha feito trabalhos e visto artigos que me indignaram sobre a má conservação do meio ambiente, por mais esclarecimento que eu tenha sobre o assunto, mesmo assim cometi gravíssima falta de educação.

Voltamos ao estacionamento e num ato inconsciente entramos no carro liguei e defenestrei uma goma de mascar que ganhei minutos antes, naquele espaço sujo, o qual não justifica e nem me inocenta de tão grosseiro ato.

Quando olhei, um pássaro bem observando o que joguei. Rapidamente recuperei a consciência, desliguei o carro e comecei a procurar pelo chão a goma. Até a Ivone saiu do carro para me ajudar.

Não o encontramos naquela sujeira toda, então espantamos o pássaro, por que ele estava vendo o lugar exato comentávamos nós. Removemos algumas coisas de lugar e saímos de lá com um fundo musical na voz bem baixinha da Ivone [... ela não tem educação, ela joga coisas no chão, ela não tem educação...]

E eu? Morta de vergonha, claro!

Aproveito aqui para pedir desculpas a todos e principalmente à natureza!

Miriam

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sobre comportamento, mulher e moda

Bons modos - Etiqueta é a solução para problemas inerentes da sociedade.

Lógico que a sociedade muda e com ela o comportamento humano evidentemente! No Brasil, a classe média recebeu outras classes. A necessidade agora é solucionar as formas de compreensão destas novas classes sociais que percebem a existência de regras julgadoras sem ao menos conhece-las.

Também houve mudanças nos jovens de classes mais abastardas, eles desconhecem esses códigos apesar de toda a informação, estão completamente ignorantes sobre regras de educação, filhos netos de pessoas educadas se apresentam pessimamente mal-educados.

Então como nos portarmos diante do novo cenário que pede soluções?


Temos uma enormidade de novos códigos de convivências, éticas cotidianas reguladoras para facilitar a vida de todos. Trata-se de um conjunto de recomendações para evitar mal-entendidos e serve para estabelecer condutas em situações específicas. A contemporaneidade não concorda com regras ligadas a artificialidade, a teatralidade, aquelas que vêm de cima e nada tem a ver com hoje, regras, etiqueta tem que fazer sentido.

Observar etiqueta antiga é bom para analisarmos o que funciona e como funciona o nosso querer na vida agora. Pertencer a etiqueta do sentido é reivindicar a passividade diante dos códigos para usá-los com liberdade e conhecimento de causa, agir por escolhas sabendo o que se quer. Em outras palavras é a etiqueta da autonomia, que não precisa perder o outro de vista, mas o outro não pode ser determinante. Esta é a única maneira de se relacionar bem.

Depois de anos de desprezo parece que não se tem grande procura pelo que vemos hoje. O mundo contemporâneo pede por bons modos, exige boas maneiras para pessoas se apresentarem se relacionarem e conviverem, apesar da década ser de extrema individualidade.

Mas, nem sempre foi assim, as informações sobre as regras de etiquetas começaram nos séculos XVI (1530) e XVIII (1700), as buscas por elas eram enormes. Temos idéia de como nobres se portavam á partir das Regras de Leonardo Da Vinci que era mestre de banquete na corte de Ludovic Sforza.

Normas de Da Vinci:
1) Nenhum convidado deve por a cabeça no prato, nem deve pegar a comida no prato do vizinho, a menos que antes lhe tenha pedido permissão;
2) Nenhum convidado deve colocar resto de sua comida no prato de seus vizinhos, ou mastigar sobre o prato de seus vizinhos antes de solicitar-lhes permissão para isso;
3) Nenhum convidado deve cuspir sobre a mesa;
4) Nenhum convidado deve beliscar ou bater em seu visinho;
5) Nenhum convidado deve incendiar ou dar nó na toalha, nem na roupa de seus visinhos, enquanto sentado a mesa;
6) Nenhum convidado deve fazer insinuações impudicas aos servos do meu senhor, ou brincar com seus corpos;
7) Nenhum convidado deve bater nos servos.

Em meados de 1530, a França e a Itália eram completamente rudes, então surge para ambas quase no mesmo tempo, a regra de etiqueta, muito distinta, com caminhos diversos. Nessa época começaram a aparecer os primeiros livros sobre o assunto. O primeiro Best Seller da humanidade é um livro de etiqueta (1530) de Erasmo de Rotterdam, para crianças, a partir daí apareceram vários outros.

● A 1ª linha - Etiqueta da Corte

Duque Montefeltro
Na Itália a etiqueta vem humanista, renascentista temos como referencia o livro O Cortesão (1528) de Baltassare Castiglioni ( http://is.gd/hmwlk ), que conta como era em 1482 a corte do Duque Guidobaldo de Montefeltro ( http://is.gd/hmwBj ), no Ducado de Urbino, centro da Itália. Corte de refinamento, ligada as artes, inventaram a sociabilidade perfeita. Já não era mais o nobre de sangue, mas aquele que buscava a excelência física moral e social pela incorporação da cultura. Ele, homem culto, sabia grego latim, conhecia música, dança, medicina, artes, jogos e as regras do convívio social, o ideal clássico do humanismo grego. A primeira manifestação de etiqueta que apareceu. O homem e mulher se faziam nobres pelos seus desempenhos humanos (escravos não contavam). Tudo com a maior expressatura ou expretsatura, onde mostravam uma total naturalidade, sem demonstrar o menor esforço.

● A 2ª linha – Etiqueta da Teatralidade
Luiz XIV
Ao mesmo tempo em que surgia na Itália a etiqueta da graça sem o menor esforço começava na França no Ducado de Borgonha Século XIV o auge da etiqueta na corte de Versalhes com Luiz XIV ( http://is.gd/hmypu ), o oposto da outra. Era a etiqueta da afetação, do artifício, da teatralidade e dos códigos rígidos. Nada deveria se parecer natural ou espontâneo. Aqui a etiqueta não tinha como finalidade tornar o convívio mais interessante, mais agradável ou realizar os potenciais humanos e sim dar visibilidade as hierarquias do poder onde reinava o monarca absoluto. O modo de ser e de agir queria dizer que estava com maior poder que o outro. O rei manipulava para dominar, se a rainha olhasse alguém com maus olhos todos tratavam de acompanhá-la. Era a hierarquia do nobre, do sangue, que predominava o poder, a etiqueta das aparências.

● A 3ª grande linha – Etiqueta Burguesa

Burguês
Copiando alguns modos anteriores esta etiqueta dominou os franceses e foi a qual chegou até nós. Diferente das outras duas é a etiqueta da produção, nobre por aquilo que produz e não por excelência, nascimento ou por virtude. O homem da etiqueta burguesa, pós-revolução valia por aquilo que conseguia produzir sem ter que trabalhar, só dava ordens. Não era bonito um nobre trabalhar ou poupar, se trabalhasse teria que deixar de sê-lo. - conta a história que um nobre francês deu dinheiro a seu filho para uma viagem e quando o filho voltou devolveu o que restou do dinheiro. O pai enfurecido jogou pela janela esse dinheiro e gritou ao filho: que isso!?Você é um nobre e poupou o dinheiro?-.

O que determinou a vida dessa sociedade é a produção e nesta esfera que se fez necessária uma regulação de algumas regras de código por conter excesso e violência da competitividade. Aqui também o público e o privado se estabeleceram, a vida no trabalho era uma e em casa era outra bem diferente.

Criou-se o termo da Etiqueta da Hipocrisia e nós conhecemos um dos exemplos mais típico, da sociedade hipócrita: os mafiosos, que no trabalho eram de um jeito pavoroso, matavam roubavam batiam e em casa, aquele rigor com a família.

Dualidade com ar de hipocrisia (na rua assim em casa assado).

A mulher
Da mediocridade a emancipação na sociedade ao longo do tempo, em que ocorreu uma transformação na obstetrícia e o controlo da natalidade. Mulheres passavam grande parte de suas vidas grávidas. Eram vistas apenas como um utensílio que tinha como únicas utilidades: venerar o marido e manter-se submissa a ele, criar e educar filhos, cuidar da casa. Não tinham poder de escolha/decisão em nada nas suas vidas, nem o marido podiam escolher, limitando-se a serem escolhidas e até a serem passadas para outro se o marido assim o entendesse.
Nos anos 50 este modelo chegou já meio cansado e modificado, até os anos 60 onde o bom tom, o bom gosto, o bom senso burguês, agora são violentamente contestados, seus códigos desprezados e confrontados.

Agora deveria predominar a autenticidade.

Anos 60
Um marco de mudanças no comportamento da sociedade. Inicia com o sucesso do rock and roll no rebolado frenético de Elvis. A imagem do blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, rebeldia ingénua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando.

Moças comportadas abandonaram as saias rodadas e atacaram as calças cigarette, em demonstração de liberdade. Explosão da juventude em todos os aspectos. Era Jovem ou On the Road da geração beat, começava a opor-se à sociedade nas mudanças de comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo.

Transformação radical, fim da moda única, a forma de se vestir era ligada ao comportamento, jovens pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. A moda era não seguir a moda, sinal de liberdade para essa juventude.

Na moda, a grande vedeta dos anos 60 foi, sem dúvida, a mini-saia, depois a japona e sahariennes (estilo safari) usadas nas ruas de Londres ou Paris. A calcinha e a meia-calça davam conforto e segurança para usar a mini-saia e dançar o twist e o rock. O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola, a mulher ousava vestir-se com roupas masculinas, como o smoking (lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966). A alta costura perdia cada vez mais terreno para a confecção, importante era o estilo, então o costureiro virou estilista.

O que caracterizou a juventude feminina dos anos 60 foi o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e sexual. O anticoncepcional proporcionou a elas um comportamento sexual mais liberal. Ainda faltava a igualdade em direitos, salários e decisão. Os anos 60 chegaram ao fim, coroados com "Woodstock Music & Art Fair", que reuniu cerca de 500 mil pessoas, 3 dias de amor, música, sexo e drogas.

No início da década elas pensavam assim: http://is.gd/hqdJS

Anos 70
Era a vez do o hippie-chic com as estampas multicoloridas e os tecidos de estilo cashmere indiano; a mini-saia da década anterior, ainda marcava presença no início dos anos 70. A mulher passou a ser romântica e despojada: com cabelos desalinhados, saias indianas longas ou curtíssimas, batas e estampas florais. A moda unissex entra com boca-de-sino e sapatos plataforma.

Juventude inexperiente e desconhecia o rumo a tomar sabia apenas que não obedeceria a padrões reinantes. A moda seguiu a corrente hippie. O ocidentalismo considerado decadente acabou resultando na consolidação da própria contestação, tendo como bandeira um pedaço de tecido grosso, azul e desbotado: o jeans.

Anos 80
Eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas e o jeans alcançou seu ápice ganhando status. Pode-se dizer que os anos 80 começaram realmente em 1977, com o sucesso da música inspirados no filme “Saturday Night Fever”. Voltaram o glamour da noite e o charme do excesso e do brilho, deixando para trás o estilo hippie dos anos 70. A juventude trouxe de volta o que já era considerado “velho”: roupas sob medida e vestidos de baile. Os anos 80 seguem o charme e a sofisticação dos anos 60, porém com certo exagero.

As mulheres ingressaram maciçamente no mercado de trabalho, à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia.

Acessórios dourados, tamanho era sinônimo de atualidade, vestidos passaram a valorizar mais o corpo feminino, com cintura marcada, fendas, tops sem alças ou saias balonês. O visual era extravagante, mini-saia com legging, macacões e shorts, as cores cítricas fizeram muito sucesso, como o verde-limão, o amarelo e laranja fosforescentes. A maquiagem abusou do colorido nas sombras, olhos bem pintados e batons de cores vivas, como o vermelho, pink e marrom escuro.

Anos 90
O exagero dos anos anteriores ainda influenciou essa década. Lançaram os jeans coloridos e a blusa segunda-pele colocaram a lingerie em evidência alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e cores. Na segunda metade da década de 90, a moda passou a buscar referências nas décadas anteriores, fazendo releituras dos anos 60 (cores claras, tiaras) e 70 (plataformas em tamancos e modelos fechados, geralmente desproporcionais), tudo mesclado a modismos dos anos correntes. No trabalho a mulher não podia aceder, na magistratura, diplomacia e política.

Curiosidades:
• Mulheres casadas não podiam usar o seu patrimônio, não trabalhavam nem poderiam viajar para o exterior sem autorização do marido; enfermeiras não podiam se casar legalmente; professoras não podiam desposar de qualquer pessoa e a autorização vinha através do Diário da República e só poderia ser com um homem que tivesse um vencimento superior ao dela.

Feminismo: “sistema dos que preconizam a igualdade dos direitos do homem e da mulher”: é esta a definição de feminismo com que nos deparamos num dicionário, no entanto, ao falarmos em feminismo, referimo-nos a uma doutrina que se refletiu em movimentos sociais.

Reivindicação: só se pode falar dos direitos da mulher a partir do século XVIII, graças ao Iluminismo e à Revolução Francesa. Datam dessa época as primeiras obras de caráter feminista, escritas por mulheres como as inglesas Mary Wortley Montagu (1689-1762) e Mary Wollstonecraft (1792), "A Vindication of the Rights of a Woman", que propunha a igualdade de oportunidades na educação, no trabalho e na política.

No século XIX, o número de mulheres empregadas aumentou consideravelmente devido a Revolução Industrial. À partir desse momento as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o feminismo se fortificou como um aliado do movimento operário. Nesse contexto realizou-se a primeira convenção dos direitos da mulher em Seneca Falls, Nova York em 1848. Em Nova York, em 1857, aconteceu o movimento grevista feminino que, reprimido pela polícia, resultou num incêndio que ocasionou a morte de 129 operárias, justamente no dia 8 de Março (Dia Internacional da Mulher).
O direito ao voto foi obtido pelas mulheres do mundo ocidental no início do séculoXX.
Fonte: http://is.gd/hmQnD

O forte e talvez o mais expressivo exemplo de mudanças na sociedade é a mulher, que deixou o lar ganhou o mercado recheados de deveres, obrigações e com toda responsabilidade que lhe é peculiar. A mulher de hoje já não espera pelo homem para ter sua casa e seguir sua vida. Nos grandes centros, a grande maioria delas já se desassociou até da maternidade. Como são vistas estas mulheres?

O triste é ouvir que hoje da própria mulher que diz a outra mulher: “não tem marido, não tem filhos, logo não têm compromissos”.

Quem não tem compromisso são as casadas e com filhos, porque tiveram maridos para se preocuparem em seu lugar, pois não é assim o modelo antigo das mulheres submissas? http://is.gd/hmR2u

Enfim... Novamente temos que reorganizar a sociedade. O estilo pessoal de vida vem através das escolhas e não por serem escolhidas.

Mi – Base – Palestra da Glória Calil – Cps, 01/11/10 http://is.gd/hmT1S
http://is.gd/hqy2T

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sobre Karl Rahner

Um dos maiores teólogos católicos do século XX (Freiburg, na Alemanha – 1904). Sacerdote jesuíta, ordenado em 1932, um dos mais importantes e criativos teólogos da tradição

Os principais desafios e possibilidades da modernidade para a vida de fé, na situação cultural e teológica é possível diagnosticar e identificar três elementos:
a) Numa sociedade secular e pluralista, onde enunciados da fé perderam sua obviedade;
b) Com o pluralismo, é preciso registrar um aumento dos conhecimentos em todas as áreas do saber, o que torna difícil fazer sínteses;
c) a essas dificuldades modernas da anunciação cristã e do fazer teologia, deve-se acrescentar uma espécie de enrijecimento (Fixierung) e de incrustação (Verkrustung) de conceitos teológicos que, permanecendo imutáveis no decorrer dos séculos, não correspondem mais à situação transformada da vida e da cultura do homem moderno. Daí a sua tentativa de uma reforma metodológica da teologia católica.

A modernidade é caracterizada pela racionalidade crítica (Descartes, Kant), e Rahner é mais ousado. Introduziu o exercício da racionalidade crítica, que iria substituir a racionalidade metafísica da neoescolástica e da prática católica. E dever permanecer no tempo da pós-modernidade “modernidade tardia” (Habermas) ou como “nova modernidade” (Robert Schreiter): o exercício da racionalidade crítica deverá unir-se, no tempo da pós-modernidade, à atenção aos temas que foram esquecidos ou desvalorizados pelo projeto moderno (David Tracy).

Rahner também deu sua contribuição à teologia das religiões com a sua tese dos “cristãos anônimos”, que lhe permitia ver as religiões não-cristãs como “vias legítimas de salvação”, na dependência de “todo o verdadeiro e o bom do cristianismo”. integrada a bibliografia, católica e ecumênica, que se desenvolveu nas últimas duas, três décadas “Do cristianismo anônimo a um cristianismo relacional”.

Wolfhart Pannenberg, um teólogo evangélico identificou 25 anos após sua morte (30/03/1984), o maior legado de Karl Rahner, na teologia rahneriana uma das tentativas mais consistentes do nosso tempo de manter aberta a racionalidade reduzida da cultura secular ao mais vasto horizonte de uma racionalidade que reconhece também o mistério de Deus “enquanto ele nos ensinou a ver em cada tema teológico, aquilo que é universalmente humano”, introduzindo-se assim no vasto sulco da mais autêntica teologia cristã: “A aliança com a razão pertence desde o início á dinâmica missionária do Evangelho”.

Base: Rosino Gibellini http://is.gd/gLujp

Sobre Nélida Piñon

Nélida Cuiñas Piñon (Rio, 03/05/1937) escritora brasileira imortal, primeira mulher a se tornar presidente da Academia Brasileira de Letras, entre 1996 e 1997. Foi jornalista, contista, editora e ocupou cargos no conselho consultivo de diversas entidades culturais. Também é académica correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Estreou na literatura com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo (1961), que trata:
- o pecado, perdão, a relação dos mortais com Deus;
- como equilibrar realidade memória, fantasia e sonhos;
- não há situações estanques na arte, ou seja, que a faça cessar;
- o filtro é impuro e complexo.

Ao nascer o texto caos humano, traz em seu bojo imposições estéticas que engendram equívocos ou acertos.
A memória e a invenção têm uma fonte comum, são indissolúveis.
O equilíbrio provém do saber narrativo, de um manancial que propicia o advento da obra de arte.
Não há, pois, discrepâncias entre as noções que guardamos da realidade.
Entre outros.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aconselhamento

Os três conselhos...

Casal de jovens recém-casados vivia de favores em um sítio. Um dia o marido fez a seguinte proposta para a esposa:
- Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere e enquanto eu estiver fora seja FIEL a mim, pois eu serei fiel a você.

Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda.

O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito.

O pacto foi o seguinte:
- Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir o senhor me dispensa das minhas obrigações. EU NÃO QUERO RECEBER O MEU SALÁRIO. Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.

Tudo combinado.

O jovem trabalhou sem férias e sem descanso e depois de 20 anos chegou para o patrão e disse:
- Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.


O patrão então lhe respondeu:
- Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou o seu dinheiro e você vai embora, ou LHE DOU TRÊS CONSELHOS e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos; se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta.


Ele pensou durante 2 dias, procurou pelo patrão e disse-lhe: - QUERO OS TRÊS CONSELHOS!


O patrão novamente frisou: - Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.


E o empregado respondeu: - Quero os três conselhos!

O patrão então lhe falou:
1. NUNCA TOME ATALHOS EM SUA VIDA. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida.
2. NUNCA SEJA CURIOSO PARA AQUILO QUE É MAL, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal.
3. NUNCA TOME DECISÕES EM MOMENTOS DE ÓDIO OU DE DOR, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.


Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:
- AQUI VOCÊ TEM TRÊS PÃES, estes dois são para você comer durante a viagem e este terceiro é para comer com sua esposa quando chegar a sua casa.

O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.

Após primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou:
- Pra onde você vai?
-Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por essa estrada. Respondeu ele.
O andarilho disse-lhe então:
- Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez e você chega em poucos dias...


O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do 1º conselho, então voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.

Após alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou pensão à beira da estrada, onde pode hospedar-se. Pagou pela diária foi para o quarto, tomou banho deitou-se para dormir.

De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do 2º conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, durante o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se não havia escutado gritos durante a noite, e ele respondeu que sim. O hospedeiro perguntou-lhe se não estava curioso a respeito, e ele respondeu que não.

O hospedeiro prosseguiu:
- VOCÊ É O PRIMEIRO HÓSPEDE A SAIR DAQUI VIVO, pois meu filho tem crises de loucura, grita durante a noite... e quando o hóspede sai, mata-o e enterra-o no quintal.

E assim o rapaz continuou na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa.

Depois de muitos dias e noites de caminhada... Já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa.

Estava anoitecendo, mas ele pode ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as pernas, um homem a quem estava acariciando os cabelos.

Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do 3º conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.

Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele pensou:
- NÃO VOU MATAR MINHA ESPOSA E NEM O SEU AMANTE;
- voltarei para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta;
- só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre FUI FIEL A ELA.

Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira em seu pescoço e o abraça afetuosamente.

Ele tentou afastá-la, mas não conseguiu então, com lágrimas nos olhos lhe diz:
- Eu fui fiel a você e você me traiu...
- Como? Respondeu ela espantada - Eu nunca lhe trai, esperei durante esses 20 anos!
- E o homem que você estava acariciando ontem a tarde? Perguntou ele.
- AQUELE HOMEM É NOSSO FILHO. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com 20 anos de idade.

Então o marido entrou abraçou o filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café para comer juntos o último pão.

APÓS A ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO, COM LÁGRIMAS DE EMOÇÃO, ele parte o pão e, ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus 20 anos de dedicação!

E nós, muitas vezes achamos que o atalho nos poupa tempo e até mesmo algumas etapas na vida e nos faz chegar mais rápido ao nosso destino, o que nem sempre é verdade... Ao andarmos por caminhos mais curtos e mais fáceis em nossas vidas, poderemos ter grandes prejuízos. Normalmente quando encurtamos nossos caminhos passamos por muitas tribulações.

Quase sempre queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito. Devemos ter em mente que algumas curiosidades nada nos acrescentam de bom.

Outras vezes, agimos por impulso, bem na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois... http://is.gd/gJ48x


Mi – Cps – 04/11/10
Base: Daniel Borges em 19/06/2002

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A discriminação sobre as mulheres

Segundo o livro Judaico-Cristão, a Bíblia, a mulher foi feita a partir de uma costela de Adão, significando, com isso, que ela ficaria ao seu lado, como as costelas. O osso da costela quer dizer igualdade entre homem e mulher, dado que não foi utilizado um osso inferior (do pé), nem um osso superior (do crânio), mas sim um osso do lado.

Outra visão, lembra que a mulher é protetora da vida, dado que os ossos da costela protegem o coração.

Sempre foi tão incutido na sociedade, que gerou nelas mesmas uma visão auto-depreciativa de sua posição nas relações sociais e como tal no mercado de trabalho. Com o movimento feminista depois de muitas lutas, as mulheres conquistaram alguns direitos e algumas barreiras sociais foram quebradas. Mesmo assim, a atual situação das mulheres, ainda é vista.

Somente em 1975 a ONU designou o dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, cuja data nos remete ao ano de 1857. Dia que na cidade de Nova York - EUA, 159 operárias de uma indústria têxtil foram queimadas vivas em uma fábrica durante uma greve em que reivindicavam igualdade salarial.

Portanto a data lembra as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo.

Porém celebrar o imenso potencial das mulheres não pode restringir apenas para o 8 de março e sim do nosso dia a dia. Afinal é uma injustiça contra metade da população do mundo. Esta é uma questão de justiça e de direito.

Os preconceitos contra as mulheres vêm de muito longe e estão nos ditados, nas canções de diversos povos, nos conselhos dos mais velhos, na obra de filósofos, em sermões religiosos e em textos de pensadores, que contribuíram para aumentar a posição de inferioridade. Contudo não as impediu de se rebelarem contra tal atitude em todos os tempos.

Na Antiguidade
Platão dizia "que os homens covardes que foram injustos durante sua vida, serão provavelmente transformados em mulheres quando reencarnarem";
Aristóteles afirmava que "a fêmea é fêmea em virtude de certas faltas de qualidade".

Na Idade Média, as mulheres foram classificadas de três formas:
1) Prostitutas - eram as que se entregavam aos vícios da carne e utilizavam seus corpos para saciar os desejos ou para seu próprio ganho.
2) Bruxas - aquelas que iam contra os dogmas da igreja, muitas tinham acesso as artes, as ciências ou a literatura e padeceram nas mãos da santa inquisição, pois buscar alguma forma de conhecimento custou à vida de milhares delas.
3) Santas - elas tinham que ser moldes de virtudes da Virgem Maria, dóceis, puras e devotadas aos seus maridos. Religiosos como São Tomas de Aquino dizia que "ela era um ser acidental e falho e que seu destino é o de viver sob a tutela de um homem, por natureza é inferior em força é dignidade". Tertuliano dizia que "era a porta do Demônio".

Na Idade Moderna, não foi muito diferente, pensadores tiverem sua parcela de contribuição:
- Rousseau (séc.XVIII), disse que a mulher é um ser destinado ao casamento e a maternidade;
- Lamennais chamava-a de "estátua viva da burrice";
- Diderot escreveu que embora pareçam civilizadas "continuam a ser verdadeiras selvagens" e que ela era propriedade do homem;
- Napoleão não menos machista afirmava "a mulher é nossa propriedade e nós não somos propriedade dela";
- Kant a considera "pouco dotada intelectualmente, caprichosa indiscreta e moralmente fraca";
- Schopenhauer coloca a mulher entre o homem e o animal e diz "cabelos longos, inteligência curta";
- Nietzsche considera que "o homem deve ser educado para a guerra; a mulher para a recreação do guerreiro";
- Balzac, "a única glória das mulheres estava em fazer pulsar o coração de um homem";
- Proudhon "a mulher que trabalhava é uma ladra que roubava o trabalho de um homem".

Há diversos exemplos na história, de preconceitos contra as mulheres e outros tantos resistem ao tempo e vem mascarado nas letras musicais: piriguetes, safadonas, cachorronas e ainda chegam as mulheres frutas como: moranguinho, melancias, maçãs, enfim, rótulos que fazem sucesso entre o público masculino, mas que as limitam simplesmente ao seus corpos.

Mesmo com a implacável perseguição ao longo dos séculos, em colocá-las na inferioridade, houve uma mudança cultural e muitas delas tiveram um papel essencial:
- Anita Garibaldi, "a heroína de dois mundos" lutou na revolução farroupilha e pela unificação e libertação da Itália
- Joana Angélica - enfrentou os soldados portugueses durante a independência do Brasil
- Maria Quitéria - lutou contra os colonizadores portugueses durante a independência do Brasil
- Bárbara Heliodora - a "mulher do novo mundo" Primeira poeta brasileira culta e revolucionária, Bárbara foi uma mulher que, em toda sua vida, agiu com coragem e fibra na luta contra a injustiça
- Betty Friedam, americana, uma das precursoras do feminismo, que escreveu vários livros sobre o tema;
- Caroline Herschel, astrônoma e matemática alemã;
- Frida Kalo, pintora mexicana;
- Katharine Graham, jornalista americana, a primeira mulher poderosa da mídia e presidente do The Washington Post;
- Cleópatra;
- Elizabeth I
- Evita Perón
- Indira Gandhi
- Lady Di
- Joana D’Arc
- Madre Teresa de Calcutá
- Margaret Thatcher
- Maria dos Santos Souza e outras tantas que tiveram grande importância em diversas áreas.

A repressão perdura por várias fases históricas, hoje as mulheres estão mais aliviadas nos avanços de várias conquistas, mas a luta é árdua, mas conforme uma das citações do feminista Luiz Laurentino de Souza: "As mulheres vão governar o mundo"

Vejamos o que nos diz nosso educador http://is.gd/gA9rM


Congratulações à nossa Presidente ou Presidenta, como ela preferir!

Mi - Cps, 01/11/2010