Páginas

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O humano


A criação de Adão
Homem produto do acaso? É coisificado? Produto do processo evolutivo? Então é uma coisas como qualquer outra coisa?Gen:1-26/28 -

Não! O ser humano é diferente e superior aos animais (não foi dito que fariam o macaco, imagem e semelhança de DEUS). É a criatura mais valiosa feita por ELE e que dominaria todos os animais. O homem é a coroa da criação de Deus.
Código Genético
Verdade científica - Ciência é ciência quando comprovada, observada:
1- Lei da biogênese diz que vida provém de vida, só seres vivos produzem seres vivos (lei da ciência mais bem comprovada)
2 - Lei da causa e do efeito - nenhum efeito é qualitativo melhor e quantitativamente maior do que a cauda, ou seja, o efeito nunca pode ser maior ou melhor que a causa.
Criação
- Deus Vivo faz seres vivos
- Deus = causa / homem = efeito (causa é maior que o efeito) Deus é maior que toda a criação.
Teoria da Evolução - A Evolução é teoria, pois não há observação
1 - diz começar da matéria inanimada (não produz vida)
2 - matéria animada = causa; seres humanos ou seres vivos = efeito ( efeito maior que a cauda)
Em 1864, Gregor Johann Mendel (monge agostiniano, botânico e meteorologista austríaco) estabeleceu pela primeira vez os padrões de hereditariedade de algumas características existentes em ervilheiras, mostrando que obedeciam a regras estatísticas simples. Embora nem todas as características mostrem estes padrões de hereditariedade mendeliana, o trabalho de Mendel provou que a aplicação da estatística à genética poderia ser de grande utilidade.

A partir da sua análise estatística, Mendel definiu o conceito de alelo como sendo a unidade fundamental da hereditariedade. O termo "alelo" tal como Mendel o utilizou, expressa a ideia de "gene", enquanto que nos nossos dias ele é utilizado para especificar uma variante de um gene.

Só depois da morte de Mendel é que o seu trabalho foi redescoberto, entendido (início do século XX) e lhe foi dado o devido valor por cientistas que então trabalhavam em problemas (Fonte: similares http://pt.wikipedia.org/wiki/Gen%C3%A9tica ).

Mendel diz que característica de uma espécie são transferidas para gerações futuras da mesma espécie = cavalo produz cavalo, galinga produz galinha; jacaré produz jacaré. Se cruzar animais de epécie diferente o ser que nasce não tem capacidade de reproduzir.

Conforme o livro de Gêneses 1 Deus fez o homem , animais e plantas, cada um conforme sua espécie - de acordo com a verdade científica. LOGO O HOMEM (ser humano) é IMAGEM E CRIAÇÃO DE DEUS -

Texto original
ELOHIM a nossa imagem e semelhança” (Elohimé um substantivo que indica pluralidade de pessoas)
"Façamos "(Nós = personalidade, referiu-Se ao Trino) um ser que tenha personalidade.
Deus trino (número de personalidade que são três) Deus Uno (número de essencia - única)
“Nós, que somos o Deus que possuimos personalidade faremos um ser que tenha personalidade”.

Deus com inteligência, vontade e sentimentos fez o homem inteligente providos de vontades e sentimentos porque é a imagem e semelhança de Deus - Não é a masculinidade ao se dizer: IMAGEM DE DEUS e sim a HUMANIDADE, a imagem de Deus compreende MACHO E FÊMEA > Gen 1:27 ;

Só que a Teoria da Evolução coisificou tanto o humano que hoje ele dá mais valor às coisas.

Mi - Base: SM - Cps, 31/-1/11

Palestra na Cruzada Vida Vitoriosa em Macapá/AP

domingo, 30 de janeiro de 2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ontologia

Do grego ontos e logos = conhecimento do ser.

Parte da filosofia que investiga ou estuda a natureza, realidade, existência dos ente e questões metafísicas em geral do SER.

Trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido com uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres.

No uso informal a filosofia considera o que o mundo contém, formalmente é o aspecto da metafísica que caracteriza a Realidade identificando todas as suas categorias essenciais e estabelecendo as relações que mantém entre si.

Ser enquanto ser = é a existência, o existir, onde volume e espaço-tempo não se excluem entre si.

Realidade e efetividade = o que é de fato
Aparência = o que não é, no entanto parece ser.

Comparativo do indivíduo ou da espécie humana - frente aos demais seres vivos, passando pela sua concepção, criação, evolução e extinção.

Conhecimento profundo da natureza humano, considerando aspectos fisiológicos e espirituais, confrontando-os com aqueles que caracterizam e distinguem os demais seres vivos.

Quem zela não destrói

Certo? Errado!!
Zelo sem conhecimento é perigoso! Precisamos conhecer Deus através da sua Palavra!
Não podemos deixar que nosso zelo humano nos torne destruidores.
Que nosso zelo não seja auto-destrutivo, como quase estava sendo o zelo de Elias.
Que nosso zelo não tenha o poder de destruir aqueles que não se enquadram em nossas regras.
Fonte:Celson Coêlho e o blog: www.ebqrecife.blogspot.com

O que atraia as pessoas ao Salvador era a comunhão. Tinha facilidade de permitir vínculos. Era a luz que não queimava, só clareava sem nos deixar medo das nossas imperfeições.

Assim, exatamente dessa maneira, que se dava a salvação. Aliás, o Pai gosta de salvar e faz de tudo para isso acontecer, jamais parte dEle a condenação. Morremos espiritualmente por ocuparmos ou preocuparmos com bobagens. A chave de tudo é a leveza no entendimento do Seus mandamentos, os excessos não andam a nosso favor.

Quando nos alimentamos dos defeitos perdemos as virtudes. São muitos os sentimentos mesquinhos em nossos corações, se permitirmos que cresçam fragilizamos nosso projeto divino.

É bom refletir que santidade e realização humana passam pelo mesmo tipo de avaliação. Santo é o quando nos realizamos como gente permitindo que em nos, o Criador estabeleça Sua tenda, para que possamos ser sinal para os outros.

Então descobrimos viver o nosso comprometimento com a nossa própria humanidade. Santidade é a disposição humana a partir do Altíssimo em lapidar excessos.

Mi - Base:FM - Cps, 29/01/11

Um encontro de fato

Há momento na história em que o outro nos faz sentir acompanhados, por nos compreender, por pensar juntos.

É quando a palavra faz um caminho que permite chegar a nós mesmos facilitando quem somos sem medo da compreensão de nossas mazela.

A grandeza de um encontro ecoa em nossa existência quando damos oportunidade para que se diminua o que temos de ignorância, prevalecendo o acontecimento do bem no outro e em nós.

Nem sempre alguém tem solução para nossos problemas e nem sempre queremos respostas precisas, só queremos às vezes dividir o peso do momento.

A qualidade da vida se dá quando filtramos a ruindade de plantão que insiste em nos rodear e a imunidade vem, através do que vemos lemos ouvimos e de quem encontramos.

Mi - Base:FM - Cps, 29/01/11

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Refazer o passado?


Agualusa
Do Livro: O vendedor de Passados - José Eduardo Agualusa


Interessante a história de Félix Ventura um genealogista angolano que inventa passados luxuosos, aos ricos e poderosos de uma sociedade, agora emergente em Angola.

Através de uma narradora um tanto quanto nada convencional deparamo-nos com: crítica política e social; reflexão sobre mitos e realidades; truques da memória; construção do passado e a importância da autonomia de nossa identidade.

" Podem argumentar que todos estamos em constante mutação. Sim, também eu não sou o mesmo de ontem. A única coisa que em mim não muda é o meu passado: a memória do meu passado humano. O Passado costuma ser estável, está sempre lá, belo ou terrível, e lá ficará para sempre. " Agualusa

O livro nos conta, sobre um especialista que reescreve biografia destes novos ricos, que têm dinheiro e poder, mas sem passado consistente!!!! História cheia de metáforas e analogias para o Mundo Natural, povoada de personagens como a osga ou lagartixa, sempre atenta a tudo e ao tempo em que era humana.

"Um nome pode ser uma condenação. Alguns arrastam o nomeado, como as águas lamacentas de um rio após as grandes chuvadas, e, por mais que este resista, impõem-lhe um destino. Outros, pelo contrário, são como máscaras: escondem, iludem. A maioria, evidentemente, não tem poder algum. Recordo sem prazer, sem dor também, o meu nome humano. Não lhe sinto a falta. Não era eu".

Principal personagem é Félix Ventura, albino negro morador de Luanda, capital de Angola, sua profissão é elaborar árvores genealógicas, conforme o desejo de seus clientes. Eulálio é a lagartixa que, na verdade comanda toda a narrativa e vai nos contar como Félix se encarrega de arquitetar o passado dos empresários, políticos e generais, que têm presente e futuro prospero, porem falta-lhes um passado decente.

O albino e a lagartixa, vivem à sombra e compartilham vivências, sonhos e criações. Eulálio busca na sua pretérita vida humana, vestígios de outra reencarnação, a fim de compreender suas emoções e reconhecer os vestígios literários e a sua aguçada percepção. Já Felix, busca realizar no presente o alicerce nos alfarrábios ou calhamaços que lhe serviram de berço.

A casa é um lugar possível e seguro, longe dos campos minados do país, onde são revelados os segredos e fantasias que buscam novos passados. Também lá acontece o resgate da vida de Eulálio, que viveu quase um século na pele de homem sem se sentir humano e que agora se lamenta desses quinze anos no corpo de lagartixa.

Felix está muito bem, leva uma vida razoavelmente confortável até a chegada de um estrangeiro, fotógrafo de guerra, que quer um passado totalmente novo e isso inclui uma identidade angolana e o nome de José Buchmann, uma fajuta e fabulosa árvore genealógica, passa a buscar os personagens a fim de confirmar sua fictícia existência.

Enquanto Félix cria o passado de José Buchmann surpreendemos com possibilidades, coincidências e absurdos. A busca de sua suposta mãe, a aquarelista norte-americana Eva Muller, a narrativa do corredor cheio de espelhos e de sua povoada solidão no apartamento em Nova Iorque, a aquarela encontrada e o anúncio de sua morte na Cidade do Cabo, tudo vai formatando essa nova identidade.

Os trabalhos são misturados aos problemas e sonhos da lagartixa que age com lucidez de gente: “A única coisa que em mim não muda é o meu passado: a memória do meu passado humano. O passado costuma ser estável. Está sempre lá, belo ou terrível, e lá ficará para sempre”.

Da vida humana Eulálio lembra da mãe, que o aconselhava sobre realidade e sonho: "Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo que realmente existe. Entre a vida e os livros, meu filho, escolha os livros".

Impressiona os inúmeros seres necessitados de trajetórias maquiadas que legitimem passados memorialista. Num dos casos destaca A vida verdadeira de um combatente. Livro de memórias de um Ministro, que credita um conjunto de fatos notáveis para concretizar o personagem idealizado e contextualizado às suas pretensões futuras.

O livro nos apresenta o mendigo Edmundo Barata dos Reis, comunista assumido, ex-agente e ex-gente nas palavras do próprio, cria novos rumos para a narrativa e também o trama amoroso entre Félix e a mulher que fotografa núvens, Ângela Lúcia.

Assim se dá o desfecho que consagra a narrativa poética de Agualusa.

Mi - Cps, 27/01/11
WebRep
Classificação geral
Este site não tem classificação
(número de votos insuficientes)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Revolucionadora?

Não! Observadora talvez.

No contexto de Seu tempo, nosso Salvador mostrou a perspectiva de uma nova vida sem excluir obstáculos. Logo, Suas palavras não desassociam da palavra mundo.

Se a ligarmos a Ele nasce num contexto familiar, onde nos apresentam um Pai sedutor, que nos ama e não aquele que impõe regras; um Cuidador e não vingador, surge a oportunidade da formação humana querer religar-se a Ele e reconhecer Seu valor.

Revitalizar é apresentar uma forma melhor e mais leve para falar dEle, faz bem as pessoas e elas têm esta necessidade. Ainda vemos muito nos formatos usados, a inadequação na comunicalidade, mas também vemos quem procura pela acerto.

Vaidade faz parte do contexto do cuidado e pessoas com pouco entendimento pensam que cuidar da aparência não é permitido e que só temos direito, a deveres e obrigações. Pessoas nos tratam como autorizamos, todos somos perturbados e encomodamos em grande parte do tempo. A vida deve ser construída a partir do respeito que merecemos. Não somos personagens, tampouco interpretamos como de fato o somos.

Não há conflito ou dúvida daquilo que somos. Conflitos aparecem a partir de como vivemos. Crise da qual não precisamos nos afastar, elas ajudam na vigilância e é bom que nos policiemos, porque não estamos prontos nunca. O que somos é fundamental, a questão é saber como somos.

A obediência cega é um grande perigo, seguramente passa a impressão de que o Criador sempre nos vigia para nos punir. E isso não é outra coisa senão amedrontar pessoas correndo o risco de aumentar ateístas no mundo. Na verdade bem sabemos que a maioria dos ateus vem de berços evangélicos. Lamentável, mas, assim é que é.

De um jeito ou de outro a condição humana nos induz a erros e estes geram consequencias que não podemos associá-las a um Criador misericordioso que mesmo respeitando nosso livre arbítrio, nos encaminha a melhor solução sempre propondo, jamais impondo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Contextos Bíblicos

A importância de interpretar a leitura nos textos sagrados e saber, qual o contexto em que cada um foi escrito, para então compreender o seu real significado.

A escritura sagrada pode ser lida de várias formas:
- uma delas é a preparação e concentração para interpretar a leitura do texto de maneira orante;
- a outra forma é quando a lemos tentando encontrar resposta para a vida.

É aí que devemos tomar muito cuidado, porque neles encontramos histórias de muita gente e para entendê-las precisamos viver a contextualização, uma regra da hermenêutica (ciência de interpretar o sentido). Toda vez que lemos um texto entramos no exercício da hermenêutica, para entender bem o que foi lido.

Um exemplo é o Apocalipse, que fala em destruições, pessoas que lêm o texto sem muito conhecimento do porque foi escrito daquela forma pensam que o texto esta falando de uma destruição para hoje.

Ouvimos relatos, das catástrofes, que as enchentes provocaram nestes dias aqui no Brasil, sendo atribuídas a vontade do Altíssimo. Na verdade a natureza estava no seu curso natural, então deparamos com "pessoas" mudando sua ordem e certamente ela reivindicará seu espaço e é o que vemos com muito pesar.

Daí fazemos uma leitura explicativa no texto apocalíptico retirando a responsabilidade humana porque o texto diz que aconteceria. Mas o texto foi escrito á uma comunidade que estava vivendo a opressão massacrante do Império Romano.

Conforme a exegese (explicação dessa leitura) todas as figuras dos monstros como dragões e outros símbolos apocalípticos, não passam de uma linguagem metafórica para dizer sobre o fim desta escravidão, que não poderia ser dito com clareza. Esta comunidade vivia sob constante domínio e vigilância, mas chegaria ao fim. Já poderiam sonhar com a libertação e uma nova vida cheia de esperanças. Logo o Apocalipse não é um livro que prevê a destruição, ele está muito mais na perspectiva da construção de um novo tempo.

Foi bom ouvir o Fábio! Hoje posso ler o apocalipse ou qualquer outro com mais responsabilidade e com uma compreensão mais ampla, sem o pavor que a muito me dominou.

Fé no dia-dia

Impressionante a facilidade que o Fábio tem de se fazer compreender em mensagens tão difíceis. Suas abordagens: níveis de fé e formas de alimentar a vida eterna, me fizeram rever certos conceitos.

Primeiro ele falou da experiência prática da fé - quando não desconfiamos da ordem natural das coisas, ex: sair e crer chegar ao destino bem; comer algo na rua sem preocupar com contaminação Em outras palavras e a fé na vida.

Depois falou do que tange a espiritualidade, ou seja, fé no Criador, que acreditamos e O reconhecemos como Autor de toda existência principalmente a nossa e ainda as mais diversas formas de amá-Lo.

Por último nos passou mais uma das modalidades que abrange o desdobramento da fé, A escatologia, ciência que tem pretensão de explicar como será a vida eterna. Morada de nossas esperanças, a qual ultrapassa o limite do tempo.

Como será esse tempo? Realmente é impossível construir uma linguagem sobre céu e inferno, ao falar é preciso que seja entendido um mesmo código que não compreende tempo, espaço nem lugar.

Ex: a visão de que o paraíso seja um tranquilo e ocioso campo verdejante, para os aquietados é bom, mas para os agitados talvez seja tedioso e aí a explicação pode se perder da expectativa do outro. Utilizar desta linguagem aos que têm dúvida ou não acreditam o que será o céu é muito relativo, pois podem não se identificar com tais realidades.

Morrer era sinônimo de subir ao céu, agora a ciência cada vez mais nos mostra que lá em cima há explicação. Existem coisas que nos impossibilita de acreditar que o céu é lá em cima.

Aí vem a teologia nos propondo categorias sofisticadas, difíceis de compreendermos e até mesmo de explicar ao outro. Preferimos dizer que é o mistério para calar uma pergunta que pode ser mais interessante do que qualquer resposta.

Talvez não precisamos saber como é o céu de fato, o que precisamos é imaginá-lo. Assim o criamos conforme nossa satisfação, mesmo porque sentir e desejar é dom que Deus nos deu.

Então o céu é a melhor parte da vida que pensamos hoje em grande dimensão e o bonito da vida e viver a tensão escatológica querendo para o agora renunciar o que possa ser um instrumental de destruição à nossa vida e para que está ao nosso lado e por aí vai.

Quem crê no Altíssimo tem esperança na vida eterna e pode descobrir a delícia e a beleza do sabor a cada tempo da vida e que consiste em experimentá-lo já.

Agora como será esta vida eterna, ninguém pode no dizer, mas pode nos fazer querer a melhor forma possível para resolver nossos conflitos de fé humana temporária situada e fé na eternidade. É quando descobrimos o laço que nos liga a uma realidade fora do tempo/espaço e nos conecta a algo que nossa mente não alcança.

Assim é a eternidade, não precisamos morrer para antecipar o céu, porque o amor possibilita essa realidade humana, ele é o dom divino em nós e eterniza tudo que tocamos. Também nos fez a bonita citação de Adélia Prado: “tudo que a alma ama já ficou eterno”.

Descobrir que o céu é agora, não significa não acreditarmos no céu de depois, mas diz que esperamos algo tão forte e vibrante em nós e ainda que possamos contar é algo tão bom que não cabe nas palavras.

Impossível descrevê-lo, mas devemos esperar por isso. Temos direito de viver bem o agora para saborear depois o melhor.

Esta é a fé do Fábio e a fé que ele quer que tenhamos. Bonito ouvir, bom de acreditar!

sábado, 15 de janeiro de 2011

A "Utopia" de Thomas More

                                                                                 
Thomas More
Expressivo nome do humanismo renascentista britânico, pensador, advogado muito culto e conhecia as línguas clássicas, grego e latim. Cultivava relações e amizades e reconhecia as injustiças européias. Repudiava feitos bélicos, ascetismo monástico dos padres. Como renascentista, valorizava o conforto e o bem-estar coletivo.

Mas, ao tornou-se Lord-Chanceler, não tolerou protestantes ou quem divergisse do rei. Católico tradicional com vida asceta, negou-se a apoiar Henrique VIII. Sucumbiu ao cutelo com dignidade em 06/07/1535. Um dos poucos ilustres, que morreram por suas convicções.


Thomas More (1478- 1535), no latim Thomas Morus. Nasceu e morreu em Londres, discípulo e amigo de Desiderius Erasmo, filósofo e teólogo de Rotterdam, na Holanda. Trocavam correspondências desabafadoras, como: “Não podes avaliar com que aversão me encontro nesses negócios de princípe, não há nada de mais odioso do que essa embaixada.” Referia-se da missão diplomática, para resolver dissidência entre Henrique VIII e o princípe Carlos da região de Castela.


Henrique VIII fundou o anglicanismo, religião oficial da Inglaterra, para se casar de novo. Isso não era permitido pela Igreja Católica, ao consultar o Papa, Henrique descobriu que poderia casar de novo se ficasse viuvo. Sua genética lhe dava filhas e desejava um filho. Por achar, que o defeito estava nas mães matou diversas esposas. E o anglicanismo permitia o divórcio.

More como católico não aceitou a nova religião, pediu demissão do cargo, porque na religião anglicana o chefe de estado era o chefe de religião. Desgostado, Henrique condenou More a prisão perpétua e depois à morte por crime de alta traição. Foi decapitado.


Sua cultura


O More intelectual vivia em uma sociedade, onde a política das enclousures, cercamentos das terras comunais ordenados pelos nobres ingleses para transformá-las em pastagens de ovelhas.


A tragédia se abateu sobre os pobres camponeses. Coube-lhes enormes sacrifícios, desalojados passaram a vagar pelos campos e vilarejos, entregues ao crime e ao castigo. Com o aviltamento salarial somado ao desemprego, resultou em milhares na marginalidade. Carrascos penduravam uns vinte condenados por dia nos toscos cadafalsos.

More apontou tortura a que os presos eram submetidos durante as investigações. Ergueu seu protesto, principalmente contra as injustiças de Henrique VIII. Atacou a monarquia e as instituições, bem como a vida de luxos inúteis em cima do trabalho de outros.

Inspirou em Platão e anarquistas, comunistas se inspiraram nele


A sociedade sonhada de More


 Como humanistas idealizava uma sociedades perfeitas, a bondade natural dos homens, o que possibilitava a constituição de organizações perenes e justas que banissem o despotismo e a opressão.

Aproveitou uma viagem diplomática a Flandres para visitar e agradecer o amigo holandês Erasmo de Roterdã , que lhe dedicara uma citação no livro Elogio da Loucura. Entre uma conversa e outra resolveu então escrever o que a tempo ocupava-lhe a mente.

Utopia. Sociedade imaginária, onde o roubo não existe, logo, anacroniza-se a prática do sistema penal e castigo físico.


Utopia significa lugar nenhum, a ilha de comunidade perfeita, lugar onde não há propriedade privada, homens e mulheres trabalham, sem exageros três horas pela manhã, três a tarde e um intervalo de duas horas no meio.

Todos vestem iguais, os metais são preciosos e as jóias são brinquedos de crianças.


Num trecho o livro descreve a chegada de embaixadores estrangeiros usando jóias extravagantes, com vestimentas de cortes européias. Quando desembarcam ouvem, por acaso, crianças rindo e dizendo: "Olhem para os bebezões". Logo percebem que jogos de prestígio não funcionaria em Utopia. Tiram as jóias!


Utopia é um ataque amargo a sociedade do renascimento cristão europeu, seus habitantes são pagãos pacíficos, amáveis e respeitáveis. Ensinam crianças a cultivarem a terra e a educação artística liberal não tem fim.


Entretanto, More não concorda com todas as práticas dos moradores de Utopia, ele permanece com muitas de suas idéias e termina o livro convicto de que Inglaterra e Europa jamais adotarão a visão utopiana


O livro é político, principal obra de More, nele não está especificado a localização de Utopia só diz que é afastada do continente e existe lá uma sociedade ideal, cujo termo semântico dado pelo autor virou sinônimo de idealização, inatingível, uma coisa boa não alcançável e traduz um estado de bem estar dos seres humanos.


Vale lembrar que acabar com a escravidão ou o homem voar era utópico e aconteceu. Nem precisamos falar dos adventos tecnológicos.


Bem! Voltando ao livro, o nome da capital de Utopia é Amaurotum (evanescente que some como miragem) significa “cidade do sonho” banhada pelo rio Anidro (sem um pingo d’água). Os cidadãos são alopolitas (sem cidades), governados pelo príncipe Ademos (aquele que não tem povo) e seus vizinhos são os Achorianos (homens sem país).


Claramente percebemos Platão no livro. Na República, Platão fala de uma cidade ideal, onde os reis-filósofos governam, não ha família, filhos tirados dos pais e os casamentos são selecionados para garantir a eugenia. More preserva a família, a eleva à categoria de educadora. A sociedade utopiana é familiar, toda Ilha é uma “Grande Família”. Os cidadão adotavam um regime de comunhão de bens. Proudhon mais tarde chamaria a propriedade de roubo. Em Utopia existe também a comunhão de bens.


Os dois livros estão na forma de um diálogo, quase um monólogo.


No livro, More, em primeira pessoa conta que conhece Rafael Hitlodeo, viajante experimentado, que sabe diversas coisas de diversos países ao redor do mundo. Nada demora para que passe a relatar o livro.


Inicialmente fala dos povos acorianos e macorianos de sociedades, polileritas e sistema de justiça. Nação dependente da Pérsia, vivem longe do mar numa terra fértil.

São pacíficos, se alguém furtar é obrigado a devolver ao dono, e não ao Estado. Rebeldes e ociosos são castigados. Criminosos são marcados na cabeça e transformados em escravos.


More descreve uma discussão sobre ser possível ou não aplicar essa legislação na Inglaterra. Abriu-se um espaço onde ridicularizam os freis ali presentes chamando-os de vagabundos encolerizando-os. More achava o cristianismo bom no príncipio: “torceram o evangelho como se fosse uma lei de chumbo, para modelá-lo segundo os maus costumes dos homens”. Sociedade justa deveria ter leis pouco numerosas e riquezas repartidas.

Sua principal crítica social gira em torno da abolição da propriedade privada, que sem ela, seria impossível a igualdade. Uns dos primeiros a criticar a propriedade na era cristã.



A ilha "UTOPIA"
 Gabriel, um personagem descreve Utopia: - É uma ilha em forma de semi-círculo, de quinhentas milhas de arco. Tem uma fortaleza e é inacessível para quem não é nativo, pois existem poucos caminhos que escapam dos rochedos.


O nome da ilha vem de seu fundador, Utopus, que primeiro se apoderou dela. Existem cinquenta e quatro cidades. Na capital, são trinta famílias com quarenta indivíduos cada. Cada família é dirigida por uma filarca, ou aquela que ama. Existe renovação anual do trabalho agrícola, uma das principais atividades. Todos os meses há uma festa. Tem mel e sucos de frutas. Fazem música nas horas de lazer, além de outras coisas.


Nas cidades, grande parte das casas são de três andares e há palacetes também. Eles são governados por um príncipe. As crianças são educadas nas escolas. Além de agricultores,os utopianos são tecelões, pedreiros, oleiros e carpinteiros. As mulheres trabalham nos serviços mais leves, como a tecelagem. Vestir roupas luxuosas é censurável, pois elas incitam a desigualdade e a falsa superioridade.


O trabalho não é esgotante e as massas trabalhadoras não trabalham para vagabundos e parasitas, como por exemplo certos nobres e religiosos. More retoma o exemplo do zangão da República, que não trabalha. O chefe é o mais velho, todos o respeitam, depois vem os maridos, as esposas. Crianças obedecem aos pais.


O orgulho é criticado como pai de todas as pestes e também a vaidade, ambos levam ao luxo supérfluo. O mundo adotaria o regime de Utopia se não fosse o orgulho.


Ninguém tem dinheiro, mas tem hospitais e médicos, que por sinal são pouco requisitados todos são saudáveis. É uma das profissões mais respeitadas. O prazer não está ligado ao luxo. Esse leva a um “falso prazer”, que deve ser descartado, por ser na verdade desagradável. O verdadeiro prazer pode ser mental ou corporal.


Um prazer mental, pode vir, por exemplo quando se compreende uma coisa. O prazer corporal pode também vir de várias formas, como no ato de comer, de fazer cocô, ou de aliviar algum excesso, como o sexo. Mas o principal prazer corporal é a saúde contínua. Aprovam a volúpia que não leva ao mal.


More descreve o que ele consideram volúpia, não apenas a sensual, mas todo o prazer do corpo, que deve ser cultivado. Apesar de por fora não parecerem, todos são vigorosos. A saúde perfeita tem equilíbrio entre todas as partes do corpo.


O bem individual é submetido ao bem geral. Tem ouro e prata importados, mas esses estão abaixo dos ferros, e não são valiosos. Na religião acreditam na imortalidade da alma. Deus existe e recompensa a virtude. Os utopianos acreditam em felicidade após a morte, por isso não choram os mortos, só os doentes. A virtude se consegue vivendo segundo a natureza. A razão leva adoração de Deus, os dois estão em comunhão. Só existimos por causa de Deus.


A religião de Utopia funciona como uma espécie de regulador social, pois é do temor à Deus que advém a busca por justiça. Pois, se não pensarmos em uma vida após onde seremos julgados, todos buscarão todas as espécies de prazer, sem limite. A religião tem algum preceitos básicos, com influência (do More autor) de escolas diferentes e até mesmo contrárias, como a epicurista e estóica.


O catolicismo também aparece e Hitlodeu conta ter convertido vários Utopianos à ele. Os utopianos tem liberdade de culto e tolerância religiosa, alguns não acreditam em uma força na natureza que tudo rege, tenha ela o nome que tiver, outros não acreditam na imortalidade da alma.


A caça é proibida, por ser considerada crueldade. Houve outras interações culturais em Utopia. Gabriel, que permaneceu lá por cinco anos ensinou grego e o cristianismo, conquistou muitos adeptos. Todos concordam que existe um ser supremo.


Os materialistas são desprezados como resultado de uma natureza inerte e impotente. Existem poucos padres. Mas há festas religiosas todos os meses, e um culto muito poderoso, que enche todos de reverência e temor à Deus.


O sacerdote nessas ocasiões usam uma roupa diferente, feita de penas, todos cantam. A música é vista como uma tipo especial de prazer, que embevece todos os sentidos ao mesmo tempo.


A guerra é motivo de vergonha, mas às vezes é necessária. Os zapoletas, de uma nação vizinha vivem para a guerra e são semi selvagens. Todos são treinados para defender a República em caso de guerra. Mas são pacíficos.


Os sacerdotes rezam primeiro pela paz e depois pela vitória. Se um utopiano é humilhado em terra estrangeira, exige-se a punição dos culpados. Se o caso se complicar, é guerra. Ninguém busca  glória no campo de batalha.


Preferem até pagar mercenários para lutar em seu lugar, visto que tem acúmulo de ouro. A única função do ouro é pagar mercenários, além é claro de servir para a feitura de pinicos e correntes para escravos.


Na ilha tem escravos, que são geralmente prisioneiros de guerra ou criminosos. Existem alguns estrangeiros que se oferecem para serem escravos, só para poderem viver na ilha, esses são muito respeitados, pois o trabalho é algo enaltecido por todos.


Os utopianos são muito patrióticos, preferem qualquer um de seu país à um rei estrangeiro. Na ilha, todos estão em casa em qualquer cidade. Viajam com um visto do príncipe. As cidades não são muito distantes. E apesar de ninguém ter nada, todo mundo é rico.


Nos centros das casas são depositados materiais de primeira necessidade produzidos, que são pegos pelos pais de famílias.


Século XXI - O que sonhamos nós????? http://is.gd/r9vfqF


Fonte: http://www.robertexto.com/archivo14/thomas_morus.htm