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domingo, 29 de janeiro de 2012

Amigo sincero...

... é sagrado, um parente espiritual que não gera obrigações de vínculo, mas o queremos por entender ser a manifestação de Deus. A vida e a liberdade permitem que identifiquemos nele algo em comum ou não, contudo escolhemos trazê-lo para nossas vidas. Podemos nos visitar muito ou nem tanto, mas reconhecemos que ultrapassa a possibilidade da presença. Seguramente o definimos como território humanos por onde Deus nos fala em momentos fáceis e difíceis. Enfim... não devemos nos privar de verdadeiro amigos, aquele que cuja concretude passa pelo amor e faz com quem a presença Divina seja notada quando alguém se aproxima de nós. Mistério do reino crescendo a partir de nós.

Porém, a filosofia nos ensina que há outro tipo de amizades, por exemplo: do grego vem a palavra filos que significa: amigo do conhecimento, portanto aquele que nunca vimos, mas nos traz conhecimento através de um livro, uma música ou qualquer outra obra também é amigo, por diminui nossa ignorância. Ao exercer papel de amizades em nossa história, tem a oportunidade de promover o bem, de ser favorável, de dilatar significado, de quebrar o que deve ser quebrado, de remendar o que precisa ser remendado e até colocar restrições favoráveis. Dá sentido ao absurdo, empresta ombros, ouvidos, palavra, olhar, presença, tira o vazio, organiza o caus, ajuda a entender o que não compreendemos sozinhas. Mostra a importância do laço, de raizes e raizes pode ser tudo aquilos que nos frequentam a alma dando efeito ao coração.

Onde achamos quem nos coloque na perspectiva do crescimento num mundo de tanta superficialidade? No amigo pleno de autoridade afetiva, que detecta em nós a fragilidade tornando razoável, ou seja, da razão, sentido, um jeito novo de mostrar horizontes. Descobrir a dinâmica da palavra amiga talvez seja a maior urgência nos dia de hoje, onde tudo é tão líquido e rapidamente escorre entre nossos dedos. Tantas palavras nos distroem, desolam nosso ser, nos jogam no chão, nos infelicitam, colocam obstáculos em nossos processos de realizações. Assim é a vida, aos poucos vamos nos reconstruindo no que ecolhemos dizer, ver, ouvir, sentir e pensar. Muito cuidado ao permitir que "certo" amigo nos encontre como abrigo.

"Um irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será sempre um irmão." Bejnamim Franklin

Mi – Base:FM – Cps, 25/01/12

sábado, 14 de janeiro de 2012

O Bêbado e “A” equilibrist”a”

Como sabemos, durante a Ditadura era comum o uso de metáforas para driblar os militares que reprimiam qualquer pessoa que se opusesse contra o arbitrário regime. Em 1979 da "arma" de João Bosco e Aldir Blanc saiu um samba: O bêbado e a equilibrista, que na interpretação de Elis entendemos como "disparavam" mensagens subliminares.

O Bêbado = artistas ou não, que enfrentavam a ditadura desejosos por liberdade.
e a Equilibrista = esperança em democracia - mas, em eventos como: eleiçoes, passeatas e etc, os militares sabotavam duramente.
Caía a tarde feito um viaduto = Nos anos 70 em Belo Horizonte, o viaduto da Gameleira, obra do governo desabou sobre carros e ônibus, muita gente morreu. Nada foi noticiado nem as pessoas foram ressarcidas ou indenizadas.
E um bêbado trajando luto, me lembrou Carlitos = militantes de esquerda desaparecidos ou assassinados sob tortura.
A lua = políticos civis a favor do regime, a fim de obter ganhos pessoais. Se um general declarasse que a lua era preta eles defendiam tal tese como verdade absoluta. Eram chamados de luas-pretas.
tal qual a dona do bordel = negócios imorais feitos nas Câmara e no Senado eram comparados a bordéis, mas se alguem atrevesse tocar no assunto, no mínimo seria processado por calúnia, injúria, difamação e muitas outras coisas.
Pedia a cada estrela fria = estrelas eram generais, donos do poder, que não apareciam, mas manipulavam nos bastidores. Contentavam com poucos privilégios, ninharias de cargos de direção em estatais ou o poder de nomear alguns para empregos públicos.
um brilho de aluguel = ganhos pessoais ou eleitorais obtidos pelos civis marionetes. Alguns destes civis cresceram tanto que altrapassaram em poder os seus "criadores" fardados.
E nuvens =  os torturadores eram intangiveis assim como as núvens.
lá no mata-borrão = a temível polícia política da época era o mata-borrão destinada a sugar erros.Os militares criaram o DOI-CODI. DOI (Destacamento de Operações de Informações)  responsável pela inteligência e repressão do governo subordinados ao CODI (Centro de Operações de Defesa Interna), local de assassinatos e torturas de opositores.
do céu = aos cidadão comum, as prisões eram distante, por isso era comparada ao céu.
Chupavam manchas = os rebeldes eram as manchas na escrita, para isso mata-borrão.
torturadas = tortura camuflada em militantes de esquerda.
que sufoco, louco = o regime jamais admitiu torturar pessoas, nunca houve punições nos casos, que apesar da censura a imprensa conseguia divulgar.
O bêbado com chapéu-coco fazia irreverências mil = artistas sempre achavam um jeito de falar, conforme a música em questão.
Pra noite do Brasil, meu Brasil... = a volta da liberdade política era o amanhecer e a ditadura noite.
Que sonha com a volta do irmão do Henfil = Alusão à Campanha pela Anistia aos presos e exilados políticos. Henfil, apelido de Henrique Filho, cartunista político perseguido pelo regime. Herbert José de Sousa era seu irmão Betinho, sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro que foi contra a ditadura, logo exilado (Anistiado em 79, voltou ao Brasil).
Com tanta gente que partiu num rabo-de-foguete = os exilados.
Chora a nossa pátria mãe gentil. Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil = Maria, esposa de Manuel Fiel Filho morto sob tortura nos porões do DOI-CODI/SP em janeiro de 76. Clarice esposa de Wladimir Herzog igualmente morto em outubro de 75.
Mas sei, que uma dor assim pungente, não há de ser inutilmente = a luta não seria insignificante.
A esperança dança, na corda bamba de sombrinha. E em cada passo dessa linha pode se machucar = ficavam impotentes perdiam algumas estratégias e muitos companheiros, os tidos como rebeldes sofriam, mas não desistiam.
Azar , a esperança equilibrista. Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar. = era a missão dos bêbados, jamais deixar de lutar, cada um com seu tipo de "arma", onde quer que estivessem e de maneiras diversas. Como diz a letra, não podiam parar...

Mi - Cps, 14/01/12

Fonte: http://www.contrabaixobr.com/t13563-o-bebado-e-a-equilibrista-significado-da-letra

Música + história = imortalidade

História A revolta das chibatas” - http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/revoltachibata.html

Breve resumo - http://youtu.be/9jaw7piVMW0

Música – “O Mestre sala dos Mares” (João Bosco/Aldir Blanc), a letra apresentada é original, mas a ouvimos depois de censurada pela ditadura militar no Brasil. A imagem é da história. http://youtu.be/f9c7sY5TNTQ

domingo, 8 de janeiro de 2012

Futuro?

O sentido dos acontecimentos se dá aos poucos. O distanciamento da realidade nos permite visão mais aprimorada dos fatos. É muito difícil conversar com quem não gosta de memória. Para os significados do presente preciso do passado. As saudades dão futuros e assim nascem minhas atitudes. Necessito do antigamente para encontrar-me comigo melhor. Saber do futuro para que? O importante é estar disposta quando ele chegar. Cuidando bem do presente o futuro é simplesmente um detalhe.

Mi - Base:FM - Cps, 08/01/12

Um fato "pontual"

Ok! Tudo bem com a expressão “pontual”. O que sempre incomoda é a repetição, o uso excessivo. Isso nocauteia qualquer vocabulário. PONTUAL no inglês é adjetivo e significa “específico, restrito”. A Pontualidade na língua portuguesa quer dizer: exatidão, regularidade, cujo sinônimo é: assiduidade, atilamento, correção ou precisão. Virtude de pessoa civilizada, qualidade daquele que chega no tempo estabelecido, cumpre obrigações ao executar algo dentro do tempo permitido. Com a pontualidade nada acontece antes nem depois, há uma exatidão vital. Certa vez ouvi alguém dizer que: Antes da hora ainda não é hora, depois da hora, já não é mais hora. Só é hora na hora.

De novo vale lembrar que PONTUAL é “quem chega na hora marcada ou cumpre o horário estabelecido”. Logo, essa história de “problemas pontuais” é confusa. Bobagem achar que falar difícil é falar bem.

Mi – Base: Prof. Sergio Nogueira

domingo, 1 de janeiro de 2012

Renovar em Paz

Bem vindo, Novo! Costumeiramente você exala esperanças. Alegro-me e ouso caminhar contigo até o fim. Sem esquecer que quedas e vitórias significam coragem para eu prosseguir com dignidade e respeito nas reflexões sobre acertos e erros. Cuidar dos afazeres com competência é sempre uma boa decisão. Melhor empenhar na realização que me cabe do que invejar a alheia. As regras sociais do velho continuam novas e válidas. Contudo sempre haverá alguém disposto a nos punir pelos nossos acertos. Tomara que o dia mundial da Paz não seja só hoje. É utopia desejar que o ódio fique do lado de fora com autorização negada para se manifestar? Talvez seja! Mas o importante é saber que a Paz começa com a convivência respeitosa ao outro, na consciência, na diferença e na individualidade (nada a ver com individualismo). Na obra "O inferno são os outros" Sartre traduz os sentimentos ruins que nascem das projeções. Que bênção nascer e viver em um Lar de Paz, sobretudo ser por ele acolhida!

Mi – Base: GC/FM – Cps, 01/01/12