Esta semana
presenciei duas situações com pessoas diferentes envolvendo a amizade. No
primeiro caso a pessoa se sente menosprezada pela a amiga; no segundo, a amiga
imagina que a outra esteja se sentindo menosprezada. Situações distintas, uma
reclama a falta de atenção e a outra se preocupa por estar faltando com a
atenção; ao mesmo tempo parecidas devido o aparente motivo: correria do dia-dia.
Todas são minhas amigas e agem da mesma
forma comigo, talvez eu faça a mesma coisa, por isso não vejo problema porque lido com mais leveza e quando nos encontramos parece que estamos a todo
instante juntas. Em ambos os casos percebi um triste ressentimento.
Para mim a amizade não aprisiona não confina, mas,
gera ‘pertença’ para definir quem sou e quem o outro é. Ela não é uma obrigação
é generosa, todavia. Também não é onipotente, até nos permite reconhecer nossas
fragilidades, porém, não nos autoriza a tudo. Desta árvore nasce igualmente o
afeto, o apego, a benevolência, a simpatia, a fraternidade (apesar da palavra
tão adulterada hoje), a ternura e o mais importante: o amor.
A palavra ‘pertença’
pode assustar no primeiro momento, mas posso acrescentá-la a um bem, como se
fosse parte dele. O sentimento é um bem destinado a mim e o que tenho para
embelezar este bem é a amizade, logo, a pertença é o acessório que dá ao
sentimento o aformoseamento, ou seja, enfeita, adorna.
Isso é a amizade verdadeira,
simples assim!