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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A discriminação sobre as mulheres

Segundo o livro Judaico-Cristão, a Bíblia, a mulher foi feita a partir de uma costela de Adão, significando, com isso, que ela ficaria ao seu lado, como as costelas. O osso da costela quer dizer igualdade entre homem e mulher, dado que não foi utilizado um osso inferior (do pé), nem um osso superior (do crânio), mas sim um osso do lado.

Outra visão, lembra que a mulher é protetora da vida, dado que os ossos da costela protegem o coração.

Sempre foi tão incutido na sociedade, que gerou nelas mesmas uma visão auto-depreciativa de sua posição nas relações sociais e como tal no mercado de trabalho. Com o movimento feminista depois de muitas lutas, as mulheres conquistaram alguns direitos e algumas barreiras sociais foram quebradas. Mesmo assim, a atual situação das mulheres, ainda é vista.

Somente em 1975 a ONU designou o dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, cuja data nos remete ao ano de 1857. Dia que na cidade de Nova York - EUA, 159 operárias de uma indústria têxtil foram queimadas vivas em uma fábrica durante uma greve em que reivindicavam igualdade salarial.

Portanto a data lembra as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo.

Porém celebrar o imenso potencial das mulheres não pode restringir apenas para o 8 de março e sim do nosso dia a dia. Afinal é uma injustiça contra metade da população do mundo. Esta é uma questão de justiça e de direito.

Os preconceitos contra as mulheres vêm de muito longe e estão nos ditados, nas canções de diversos povos, nos conselhos dos mais velhos, na obra de filósofos, em sermões religiosos e em textos de pensadores, que contribuíram para aumentar a posição de inferioridade. Contudo não as impediu de se rebelarem contra tal atitude em todos os tempos.

Na Antiguidade
Platão dizia "que os homens covardes que foram injustos durante sua vida, serão provavelmente transformados em mulheres quando reencarnarem";
Aristóteles afirmava que "a fêmea é fêmea em virtude de certas faltas de qualidade".

Na Idade Média, as mulheres foram classificadas de três formas:
1) Prostitutas - eram as que se entregavam aos vícios da carne e utilizavam seus corpos para saciar os desejos ou para seu próprio ganho.
2) Bruxas - aquelas que iam contra os dogmas da igreja, muitas tinham acesso as artes, as ciências ou a literatura e padeceram nas mãos da santa inquisição, pois buscar alguma forma de conhecimento custou à vida de milhares delas.
3) Santas - elas tinham que ser moldes de virtudes da Virgem Maria, dóceis, puras e devotadas aos seus maridos. Religiosos como São Tomas de Aquino dizia que "ela era um ser acidental e falho e que seu destino é o de viver sob a tutela de um homem, por natureza é inferior em força é dignidade". Tertuliano dizia que "era a porta do Demônio".

Na Idade Moderna, não foi muito diferente, pensadores tiverem sua parcela de contribuição:
- Rousseau (séc.XVIII), disse que a mulher é um ser destinado ao casamento e a maternidade;
- Lamennais chamava-a de "estátua viva da burrice";
- Diderot escreveu que embora pareçam civilizadas "continuam a ser verdadeiras selvagens" e que ela era propriedade do homem;
- Napoleão não menos machista afirmava "a mulher é nossa propriedade e nós não somos propriedade dela";
- Kant a considera "pouco dotada intelectualmente, caprichosa indiscreta e moralmente fraca";
- Schopenhauer coloca a mulher entre o homem e o animal e diz "cabelos longos, inteligência curta";
- Nietzsche considera que "o homem deve ser educado para a guerra; a mulher para a recreação do guerreiro";
- Balzac, "a única glória das mulheres estava em fazer pulsar o coração de um homem";
- Proudhon "a mulher que trabalhava é uma ladra que roubava o trabalho de um homem".

Há diversos exemplos na história, de preconceitos contra as mulheres e outros tantos resistem ao tempo e vem mascarado nas letras musicais: piriguetes, safadonas, cachorronas e ainda chegam as mulheres frutas como: moranguinho, melancias, maçãs, enfim, rótulos que fazem sucesso entre o público masculino, mas que as limitam simplesmente ao seus corpos.

Mesmo com a implacável perseguição ao longo dos séculos, em colocá-las na inferioridade, houve uma mudança cultural e muitas delas tiveram um papel essencial:
- Anita Garibaldi, "a heroína de dois mundos" lutou na revolução farroupilha e pela unificação e libertação da Itália
- Joana Angélica - enfrentou os soldados portugueses durante a independência do Brasil
- Maria Quitéria - lutou contra os colonizadores portugueses durante a independência do Brasil
- Bárbara Heliodora - a "mulher do novo mundo" Primeira poeta brasileira culta e revolucionária, Bárbara foi uma mulher que, em toda sua vida, agiu com coragem e fibra na luta contra a injustiça
- Betty Friedam, americana, uma das precursoras do feminismo, que escreveu vários livros sobre o tema;
- Caroline Herschel, astrônoma e matemática alemã;
- Frida Kalo, pintora mexicana;
- Katharine Graham, jornalista americana, a primeira mulher poderosa da mídia e presidente do The Washington Post;
- Cleópatra;
- Elizabeth I
- Evita Perón
- Indira Gandhi
- Lady Di
- Joana D’Arc
- Madre Teresa de Calcutá
- Margaret Thatcher
- Maria dos Santos Souza e outras tantas que tiveram grande importância em diversas áreas.

A repressão perdura por várias fases históricas, hoje as mulheres estão mais aliviadas nos avanços de várias conquistas, mas a luta é árdua, mas conforme uma das citações do feminista Luiz Laurentino de Souza: "As mulheres vão governar o mundo"

Vejamos o que nos diz nosso educador http://is.gd/gA9rM


Congratulações à nossa Presidente ou Presidenta, como ela preferir!

Mi - Cps, 01/11/2010