Páginas

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sobre Karl Rahner

Um dos maiores teólogos católicos do século XX (Freiburg, na Alemanha – 1904). Sacerdote jesuíta, ordenado em 1932, um dos mais importantes e criativos teólogos da tradição

Os principais desafios e possibilidades da modernidade para a vida de fé, na situação cultural e teológica é possível diagnosticar e identificar três elementos:
a) Numa sociedade secular e pluralista, onde enunciados da fé perderam sua obviedade;
b) Com o pluralismo, é preciso registrar um aumento dos conhecimentos em todas as áreas do saber, o que torna difícil fazer sínteses;
c) a essas dificuldades modernas da anunciação cristã e do fazer teologia, deve-se acrescentar uma espécie de enrijecimento (Fixierung) e de incrustação (Verkrustung) de conceitos teológicos que, permanecendo imutáveis no decorrer dos séculos, não correspondem mais à situação transformada da vida e da cultura do homem moderno. Daí a sua tentativa de uma reforma metodológica da teologia católica.

A modernidade é caracterizada pela racionalidade crítica (Descartes, Kant), e Rahner é mais ousado. Introduziu o exercício da racionalidade crítica, que iria substituir a racionalidade metafísica da neoescolástica e da prática católica. E dever permanecer no tempo da pós-modernidade “modernidade tardia” (Habermas) ou como “nova modernidade” (Robert Schreiter): o exercício da racionalidade crítica deverá unir-se, no tempo da pós-modernidade, à atenção aos temas que foram esquecidos ou desvalorizados pelo projeto moderno (David Tracy).

Rahner também deu sua contribuição à teologia das religiões com a sua tese dos “cristãos anônimos”, que lhe permitia ver as religiões não-cristãs como “vias legítimas de salvação”, na dependência de “todo o verdadeiro e o bom do cristianismo”. integrada a bibliografia, católica e ecumênica, que se desenvolveu nas últimas duas, três décadas “Do cristianismo anônimo a um cristianismo relacional”.

Wolfhart Pannenberg, um teólogo evangélico identificou 25 anos após sua morte (30/03/1984), o maior legado de Karl Rahner, na teologia rahneriana uma das tentativas mais consistentes do nosso tempo de manter aberta a racionalidade reduzida da cultura secular ao mais vasto horizonte de uma racionalidade que reconhece também o mistério de Deus “enquanto ele nos ensinou a ver em cada tema teológico, aquilo que é universalmente humano”, introduzindo-se assim no vasto sulco da mais autêntica teologia cristã: “A aliança com a razão pertence desde o início á dinâmica missionária do Evangelho”.

Base: Rosino Gibellini http://is.gd/gLujp