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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Táta! Bom passeio!

Tá longe de mim a táta!
Na despedida percebo sempre o mesmo drama: nem sempre leva o que quer (eu, lógico!). Mas, na estrada que te leva, há outra estrada que te faz ficar que eu bem sei. Partir é apenas um modo de você dizer, que só sabe permanecer! Nessa hora inevitavelmente mensuramos as sofridas ausências.

O poeta cantou: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Bem sabemos que os poetas sempre têm razão!

A partida feliz nos lembra quem deixamos e a distância nos mostra espaços chamados saudades. Partidas e chegadas revelam quem somos, o que amamos e indicam a essencialidade para continuarmos sendo.

É ai que camufla o encanto da viagem e isso é bom!

Viajar é se apresentar ao mundo que vemos, que não o conhecemos pessoalmente, mas que nos pertence! Sentir falta é conseqüência natural que faz o coração querer voltar e faz com que se vá igualmente e o tempo é mesmo paradoxal às nossas vontades. Enquanto a ida passou rápida e a volta é muito lenta para quem fica, para quem esperou, a chegada demorou e a volta já chegou.

As regras da vida são as mesmas para as viagens, os excessos de ausências pesam e impedem de encontrar o outro da maneira que o coração deseja.

Então amada táta merecidamente viaje leve, bem leve! Se leve, mas se traga...

Minha táta não é Zé da Silva, mas é Ivone da Silva e outros tanto.



A despedida Deixa-me perdida Com a alma sentida E de tua vida sumida.” (Ruth Rossini)

Mi – Base: FM – Cps, 18/12/10