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sábado, 26 de janeiro de 2013

Jesus e a ciência

Racionalistas, Iluministas ou Positivistas, homens cultos dos Séc.XVII e XVIII, mentores, autores, filósofos materialistas. Segundo a história até entronizaram no altar da Catedral de Notre Dame uma estátua, com a forma de bailarina que representava a “deusa da razão”, em outras palavras, a ciência determinava em que deveriam acreditar e como Deus não se prova, desqualificavam qualquer ligação com Jesus. Por dominarem o hebraico e o grego estudaram os Evangelhos bem como a vida de Jesus. Entretanto negavam-Lhe a Santidade e no entanto admitiam Seu valor sem a existência de divindade.

Sobre Jesus:
- Adolf Von Harnack (1851/1930) renomado professor, teólogo e chefe do racionalismo alemão. Autor de História do Dogma/A História da Literatura Cristã Antiga/O que é o cristianismo, entre outras. Cientista que incansavelmente estudava Jesus e não chegava ao íntimo de Suas palavras, assim escrevia: “ a grandeza e a força da pregação de Jesus estão em que ela é, ao mesmo tempo, tão simples e tão rica; tão simples que está encerrada em cada um dos ensinamentos fundamentais por ela expressados, tão rico que cada um de seus pensamentos parece inesgotável, dando-nos a impressão de que jamais chegaremos ao fundo de suas sentenças e parábolas”... ... “Jesus pôs à luz, pela primeira vez, o valor de cada alma humana e ninguém pode desfazer o que Ele fez. Qualquer que seja a atitude que, diante de Jesus Cristo, se adote, não se pode deixar de reconhecer que, na História, foi Ele quem elevou a Humanidade a esta altura”. (A. Harnack, Das Wesen des christentums, 1901, págs. 33 e 34.)... ... “Quem se esforçar em conhecer Aquele que trouxe o Evangelho, testemunhará que aqui o divino apareceu com a pureza com que é possível aparecer na terra(Ibid., págs. 33 e 34)... ... “Que prova de intensa paz e de certeza!(Ibid., pág. 23). E acrescentou: “De um só sabemos haver unido a humildade mais profunda e a pureza de vontade mais completa, com a pretensão de ser mais que todos os profetas que existiram antes dele(P. Wernle, Die Angange Unserer Religion, 1901, pág. 25).
- Alfred Loisy (1854/1940) padre jesuíta, teólogo e filósofo francês. Um dos líderes e fundadores do movimento modernista católico. Brilhante professor de hebraico e exegese bíblica. Suspenso devido divergências com a Igreja resultou em livros proibidos. Perdeu a cátedra e foi excomungado pelo Papa São Pio X. Tornou-se apóstata (ex-católico). Ditos: “Sente-se por tudo em seus discursos, em seus atos, em suas dores, não sei que de divino que eleva Jesus Cristo, não somente por sobre a humanidade ordinária, mas também por sobre o mais seleto da humanidade”. (Le Quatrième Evanglie, 1903, pag 72). ... “O cristianismo representa incontestavelmente o maior e mais feliz esforço até agora realizado para elevar moralmente a humanidade.” (La Morale Humaine, pags. 185-186).
 - David Friedrich Strauss (1808/1874) teólogo, o exegeta alemão inimigo feroz do catolicismo. Estudante de teologia do seminário protestante, depois professor. Escritos: “Cristo não podia ter sucessor que se lhe avantajasse"... ... "Jamais em tempo algum, será possível ascender mais alto que ele, nem imaginar-se nada que sequer o iguale”. (Laburu, pag. 71).
- George Tyrrell (1861/1909) teólogo, filósofo irlandês, de origem anglicana, converteu-se ao catolicismo ordenou-se padre jesuíta, um dos grandes líderes do movimento modernista católico que em 1899 publicou o livro A Devoção Pervertida. Desligado da Companhia de Jesus por não se retratou publicamente e continuou a criticar e a escrever artigos diferentes da mentalidade eclesiástica da época foi excomungado pelo Papa São Pio X. Falou: "Eles queriam ter Jesus por divino, em certo sentido"... "Ele seria Deus à maneira de um sacerdote, de um representante, a manifestação carnal do que Deus significa para nós"... "Jesus seria o mais semelhante a Deus entre os homens".... “Tal é a perfeição que, na ordem intelectual e moral, encontram em Jesus Cristo os mesmos que não lhe reconhecem a divindade, mas O vêm tão superior aos demais homens”. (Jesus or Christ?, Londres, 1909, pag.15).
- Jean-Jacques Rousseau (1712/1778) teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. Um dos principais filósofos e precursor do romantismo, expoente máximo do iluminismo francês. Disse: “Se a vida e morte de Sócrates são as de um sábio, a vida e morte de Jesus Cristo são a de um Deus”. (Laburu, pg.71).
- Johann Wofgang Von Goethe (1749/1832) pensador e escritor alemão não católico incursionado na área científica. Importantes figuras da literatura alemã e do romantismo europeu no final do Séc. XVIII e início do Séc. XIX. Escreveu: “Curvo-me diante de Jesus Cristo como diante da revelação divina do princípio supremo da moralidade”. (Laburu, pag. 71).
- John Middleton Murry (1889/1957) escritor Inglês prolífico crítico proeminente com mais de 60 livros e milhares de ensaios entre eles sobre religião, amplamente conhecido como um intelectual cristão. Relatou: “Jesus é o mais divino dos homens”. (Jesus Man or Genius, Londres e Nova Yorque, 1926).
 - Joseph Ernest Renan (1823/1892) escritor, filósofo, filólogo e historiador francês, autor de Vida de Jesus. Reconhecia-se racionalista radical, entretanto após estudar Jesus concluiu: “ Seu perfeito idealismo, é a mais alta regra da vida, a mais destacada e a mais virtuosa. Ele criou o mundo das almas puras, onde se encontram o que em vão se pede à terra, a perfeita nobreza do: filho de Deus, a santidade consumada, a total abstração das mazelas do mundo, a liberdade enfim(E. Renan, Vie de Jésus, 14 c. XV, XVII, XX; c. XXVIII)... ... “Criou o ensinamento prático mais belo que a humanidade recebeu(E. Renan, Vie de Jésus, pág. 125)... ... “Ele concebeu a verdadeira cidade de Deus, a verdadeira palingenèsia, o sermão da montanha, a apoteose do fraco, o amor do povo, o gosto do pobre, a reabilitação de tudo quanto é humilde, verdadeiro e simples. Esta reabilitação ele a fez como artista incomparável, com caracteres que durarão eternamente. Cada um de nós lhe é devedor do que tiver em si de melhor(Ibid., pág. 294).

- Louis-Auguste Sabatier (1839/1901) teólogo calvinista francês educado na faculdade teológica protestante, que em outras faculdades tornou-se professor, reitor e pai do modernismo francês. Afirmou: “Jesus Cristo é a alma mais bela que jamais existiu; sincera, pura, que conseguiu elevar-se a uma altura a que nunca o homem poderá atingir" (Esquise d'une Philosophie de la Religion d'autorité et la Religion de l'espirit, Paris, 1903).
- Wilhelm Bousset (1865/1920) teólogo alemão, aluno destacado na Escola de História das Religiões tornou-se professor do NT. Seu trabalho mais conhecido envolveu estudos comparativos entre a Igreja Cristã e outras crenças religiosas especialmente o judaísmo helenístico. Afirmou que o pensamento cristão sofreu influência das culturas vizinhas e sistemas de crenças. Talvez o exegeta mais fora do plano da seriedade. Escreveu: "Jesus permanece, é certo, em relação a nós, a uma distância insuperável"... ... "Não ousamos medir-nos com ele, nem nos colocarmos ao lado desse herói" (Jésus, trad. franc. da 3a.ed. alemã. Tubingen, 1907, pág. 72).
- William Ellery Channing (1780/1842) filósofo estadunidense, o "apóstolo do unitarismo", corrente protestante que negava o dogma da trindade cristã, reconhecendo Deus como único porta-voz dos pastores. Seu sermão Cristianismo Unitarista é considerado o documento fundacional do Unitarismo estadunidense. Usou toda a força da ciência em sua oratória para negar radicalmente a divindade de Jesus e apresentá-lo como homem simples. Definiu: "Creio que Jesus Cristo é mais que um homem. Os que não lhe atribuem a preexistência (isto é os que como ele negam-lhe a divindade) não o consideram, por isso, de maneira alguma, simples homem, mas estabelecem entre ele e nós profunda diferença aceitam, de bom grado, que Jesus Cristo, por sua grandeza e por sua bondade, supera toda e qualquer perfeição humana(Discours sur le caractère de Christ).

E então, o que a Ciência Racionalista pensava sobre Jesus? 
- Jesus Cristo é, perante a ciência racionalista, a pessoa histórica de superioridade máxima na Humanidade. - Jesus Cristo é, perante a ciência racionalista, a inteligência mais sublime e mais profunda, da qual recebeu a Humanidade a doutrina mais prática e mais bela, mais simples e mais rica em conteúdo, mais consoladora e reabilitadora. 
- Jesus Cristo é, perante a ciência racionalista, a pessoa sem o mínimo desequilíbrio entre suas qualidades, todas sublimes, e em que reina a máxima harmonia intelectual, afetiva, moral. 
- Jesus Cristo é, perante a Ciência racionalista, a alma mais pura e bela, serena, delicada e plena de luz, de amor e de verdade. 
- Jesus Cristo é, perante a Ciência racionalista, aquele em quem se concentra tudo o que há de nobre, puro e elevado em nossa natureza. 
- Jesus Cristo é Deus? 
LABURU, José A.

 "...[... E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.]... " Mateus 16:13-16