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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Fé no dia-dia

Impressionante a facilidade que o Fábio tem de se fazer compreender em mensagens tão difíceis. Suas abordagens: níveis de fé e formas de alimentar a vida eterna, me fizeram rever certos conceitos.

Primeiro ele falou da experiência prática da fé - quando não desconfiamos da ordem natural das coisas, ex: sair e crer chegar ao destino bem; comer algo na rua sem preocupar com contaminação Em outras palavras e a fé na vida.

Depois falou do que tange a espiritualidade, ou seja, fé no Criador, que acreditamos e O reconhecemos como Autor de toda existência principalmente a nossa e ainda as mais diversas formas de amá-Lo.

Por último nos passou mais uma das modalidades que abrange o desdobramento da fé, A escatologia, ciência que tem pretensão de explicar como será a vida eterna. Morada de nossas esperanças, a qual ultrapassa o limite do tempo.

Como será esse tempo? Realmente é impossível construir uma linguagem sobre céu e inferno, ao falar é preciso que seja entendido um mesmo código que não compreende tempo, espaço nem lugar.

Ex: a visão de que o paraíso seja um tranquilo e ocioso campo verdejante, para os aquietados é bom, mas para os agitados talvez seja tedioso e aí a explicação pode se perder da expectativa do outro. Utilizar desta linguagem aos que têm dúvida ou não acreditam o que será o céu é muito relativo, pois podem não se identificar com tais realidades.

Morrer era sinônimo de subir ao céu, agora a ciência cada vez mais nos mostra que lá em cima há explicação. Existem coisas que nos impossibilita de acreditar que o céu é lá em cima.

Aí vem a teologia nos propondo categorias sofisticadas, difíceis de compreendermos e até mesmo de explicar ao outro. Preferimos dizer que é o mistério para calar uma pergunta que pode ser mais interessante do que qualquer resposta.

Talvez não precisamos saber como é o céu de fato, o que precisamos é imaginá-lo. Assim o criamos conforme nossa satisfação, mesmo porque sentir e desejar é dom que Deus nos deu.

Então o céu é a melhor parte da vida que pensamos hoje em grande dimensão e o bonito da vida e viver a tensão escatológica querendo para o agora renunciar o que possa ser um instrumental de destruição à nossa vida e para que está ao nosso lado e por aí vai.

Quem crê no Altíssimo tem esperança na vida eterna e pode descobrir a delícia e a beleza do sabor a cada tempo da vida e que consiste em experimentá-lo já.

Agora como será esta vida eterna, ninguém pode no dizer, mas pode nos fazer querer a melhor forma possível para resolver nossos conflitos de fé humana temporária situada e fé na eternidade. É quando descobrimos o laço que nos liga a uma realidade fora do tempo/espaço e nos conecta a algo que nossa mente não alcança.

Assim é a eternidade, não precisamos morrer para antecipar o céu, porque o amor possibilita essa realidade humana, ele é o dom divino em nós e eterniza tudo que tocamos. Também nos fez a bonita citação de Adélia Prado: “tudo que a alma ama já ficou eterno”.

Descobrir que o céu é agora, não significa não acreditarmos no céu de depois, mas diz que esperamos algo tão forte e vibrante em nós e ainda que possamos contar é algo tão bom que não cabe nas palavras.

Impossível descrevê-lo, mas devemos esperar por isso. Temos direito de viver bem o agora para saborear depois o melhor.

Esta é a fé do Fábio e a fé que ele quer que tenhamos. Bonito ouvir, bom de acreditar!