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quarta-feira, 16 de março de 2011

GÍRIAS e JARGÕES

GÍRIAS
Em nosso cotidiano enfatizamos pensamentos, explicações e significados. Revelamos formas de encarar o mundo e identificamos culturalmente pessoas no tempo, meio, classe, profissão e etc. Linguagem entre grupo restrito (idade, ocupação), para excluir estranhos ou identificar os pertencentes. Aí a gíria entra para permitir que só o grupo específico entenda. Ex:
- boca (breakdown) significa local onde são vendidas drogas ilícitas;
- fossa significa tristeza, dor de cotovelo.

Definições:
- no sentido lato (amplo largo) é língua dum grupo social ou clã profissional;
- no sentido restrito, língua caracterizada por deformações intencionais, criações anômalas, transformações semânticas, de caráter burlesco, jocoso ou depreciativo.
- no sentido técnico (politécnica) léxico ligado a um grupo de vida fechada, ou secreta (dos malfeitores) que protege mercadores, comerciantes.

Formação:
Tornam gírias a língua codificada, abreviações e metáforas que também indicam pressa em comunicar.
Transição: do grupo para o vocábulo, volta ao grupo, desgasta vai para língua comum ou desaparece. Alguns pensadores achavam que a língua caminhava para uma definição absoluta. Equivocaram! Elas surgem rápidas, mas têm vida curta (transformam ou desaparecem). Cada língua possui gírias próprias muitas vezes intraduzíveis, como vemos nas traduções de livros e filmes, que perdem significados e estilos narrativos devido às diferenças na formação da língua.
Em outras palavras, novos jeitos eletrizantes de falar, que se propagam velozmente:
- o “interessante” virou “legal” “da hora” “irado”
- o sonhar alto é “viajar na maionese”;
- delirar “delirar na goiabada”
- pirar “pirar na batatinha”
- “chutar o pau da barraca” é “descontrolar”.

Quem as inventa:

● Presos
Por não ficarem tão isolados, do carcereiro, advogado, médico, jornalista etc. Então se servem de código exclusivo, ao ser decifrado cai no uso da sociedade, logo inventam outros.
- Fazer uma fita: assaltar
- Passar um pano: acobertar alguém
- Berro/cano: revolver
- Homens, Justa, Tira, Meganha, Cana dura, Kojak: policial
- Delega, Doutor, Delerusca: delegado- homem da lei
- Vagulino, Vagaba, Crocodilo, Corujão: vagabundo de quinta
- Aço no abdômem, Eco: tiro
- Mato sem cachorro/pintou sujeira: flagrante
- Presunto: defunto - comida de piranha
- Cabrito importado, muamba: produto ilegal
- Boca ou língua nervosa: entregador – delator ou falador
- Dedo de anzol, Língua de tamanduá, Dedo duro, Dedo de seta, Dedo de cimento armado - Língua maldita, Língua de sabão: - delator ou alcagüete
- Um cinco um, Gato mestre, Quatorze: – gato, ladrão
- Um sete um: falsário – mentiroso - golpista
- Cento e cinqüenta e sete (artigo157 do Código Penal): – assalto à mão armada
- Artigo doze, Dois oito um (artigo 12 e 281 do Código Penal): - tráfico de drogas
- Dezesseis (artigo 16 do Código Penal): - vício de drogas
- Grampeado: – preso
- Boca isolada – lugar
- Pintou sujeira, Sinal vermelho – delator na área
- Tubarão, Mestre tubara – ladrão de gravata

● Surfistas:
Abar: -"filar" coisas no surf, rango, parafina...
Aloha: - Saudação havaiana de boas vindas.
Big rider – o bom que pega ondas grandes.
Bóia: - demorar na água; ser ultrapassado pela galera nas ondas, ficar boiando...
Brother: - cumprimento. (Fala, Brother!)
Cabrerão: - medroso, frouxo, bundão.
Cabuloso: - doideira, esquisito, estranho.
Caldo: - cair da prancha.
Casca grossa: - bom em situação difícil.
Colocar Pilha/Pilhar: - incentivar fazer pressão / Aborrecer.
Do Surf: - quem é do surf/ massa, doideira, legal.
Free surfer: - que não compete. Surfa por puro prazer e de preferência, longe do crowd.
Grommett: - que tem entre 10 a 12 anos de idade.
Haole - de fora do Hawaii/ que não é do local onde está surfando.
Inside: - arrebentação.
Jaca: - ficar horas para pegar uma onda e quando consegue leva um caldo.
Jojolão: - vacilão, cabaço, prego.
Kaô: - mentiroso (mó kaô= maior papo furado).
Larica: - súbita fome e ou algo que mate a fome rápido.
Localismo: - rincha dos surfistas, disputas por ondas. Os surfistas locais (moradores) pensam que têm mais direito ao oceano.
Mar Gordo: - onda larga, difíceis de pegar.
Marola: - parte rasa do mar com ondas menores.
Maroleiro/Merrequeiro: - que gosta de ondas pequenas.
Merreca: - Onda "péssima"; sem condições de fazer um belo Surf.
Me Quebrei: - Me dei mal.
Mormaço: - surfistas trapalhões, nas ondas vêm para cima de você.
Pangas do Pântano: - mora na praia (caiçara), tem tudo para surfar e tem medo do mar.
Paraíba: - banhista que lota a praia e atrapalha manobra no inside (arrebentação).
Pico/Point: - parte mais alta de uma onda ou lugar/local considerado interessante.
Pipocar: - amarelar, ficar com medo de um mar grande ou similar.
Prego: - que não pega onda muito bem.
Pro: - Surfista profissional, competidor que ganha dinheiro.
Rabear/Raberar: - surfista entra na frente da onda de outro surfista, está dropando e quebrar o lip.
Rabuda: - rouba onda.
Ramado: - do lugar.
Rip: - em forma.
Secret Point - local secreto.
Show/Stryle: - coisa boa; mar show.
Sufrista: - não sabe surfar, mas se acha o melhor da água; fala demais e surfando nada.
Tá Gringo: - mar excelente.
Tocossauro: - prancha velha, amarelada, pesada, escabufada.
Trip: - Viajar para lugares de altas ondas.
Vaca/Wipe Out: - tombo; queda.
Varrer - onda grande, ou série dela que pega todos desprevenidos no inside.

● Estudantes:
Vivem em grupo têm o mesmo gosto, logo criam sua linguagem vinda de uma novela, seriado, filme, internet ou deles próprios:
Animal: - muito mal
Azaração: - paquera
BV: - boca virgem
BFF=Best Friens Forever: - melhor amiga para sempre
Bolado: - chateado
De Lei: - é assim
Irado: - muito bom
MP: - mente poluída
Selva: - festa em que todo mundo pega todo mundo
SOS (só o olho salva): - cara muito feio
Zoar: - bagunça, brincadeira

● Época
Outro fato que muda e influencia gírias é o tempo, com o passar dos anos mudam. Algumas persistem até os dias de hoje e fazem parte do nosso vocabulário habitual, como é o caso de “legal” (interessante) ou “caramba” (surpresa). As antigas voltam, não por saudosismo, nem revival da linguagem. É que traduzem melhor e de forma mais compreensível, algo que uma palavra clássica acabaria por complicar e as apagadas pelo tempo ganharam substitutos atuais.

● Região
Histórias de Jorge Amado e Érico Veríssimo tratam de assuntos universais, amor e família. O que as diferenciam são as gírias regionais, que conferem um caráter verossímil à história. Não se imagina personagens de Guimarães Rosa falando como um urbanista. Despersonalizaria as criaturas. Cada lugar mostra a maneira como seus habitantes vêm o mundo. Nordestino e gaúcho utilizam signos distintos para um mesmo referente. Exemplos clássicos de regionalismos lingüísticos:
- Manihot esculenta, conhecido por mandioca, aipim e macaxeira;
- Prostituta pode ser quenga, messalina, chinoca. As gírias regionais são utilizadas por políticos em campanha para parecerem próximos dos eleitores. Aparentado viver na mesma realidade com a falsa impressão que ambos pertencem a um mesmo mundo. Quando palavras são criadas, todo um mundo se cria junto com elas e desse mundo só faz parte quem é capaz de entender o significado delas.

● Nível Social
Décadas de 1960/70, a linguagem marginalizada encontrava grande espaço nas peças teatrais de Plínio Marcos. Hoje, o cinema (Cidade de Deus de Fernando Meireles e Carandiru de Hector Babenco), a televisão (Cidade dos Homens) e a música (Negra Li e Marcelo D2) representam esta sociedade excluída com seu modo de falar têm alcançado grande sucesso e repercussão da mídia e do público. O livro (Abusado) de Caco Barcelos que relata a favela e o crime, semelhante à verdade e retratam de forma fiel o linguajar realidade social, para identificar o lugar e o neologismo é escudo protetor reafirmado valores e cultura da periferia, contra a sociedade que os oprime. Para entender o que eles falam é necessário o background, ou seja, compreender o universo em que as gírias são faladas, uma vez que o consenso do que é dito vem dos costumes, da cultura e do lugar. A conseqüência é a diferença entre línguas, cada uma constrói sua própria maneira de enxergar o mundo realizando recorte simbólico na massa indiferenciada, enxergando aspectos diferentes sobre o mesmo. E na diferença, há outra diferenciação realizada através da gíria. Se para Fernando Pessoa a língua constituía o valor mais importante na sua formação "Minha pátria é a língua portuguesa", as gírias criam pequenos "estados" dentro da pátria. Grupos que rejeitam costumes, regras ou maneiras do seu meio, criam identidades próprias, através do mesmo vocábulo. A gíria, muitas vezes escolhida por questões de âmbito emocional. Exemplo da frase com ênfase: “Meu, desencana disso!” e “Esqueça”.
Vocabular e a escolha que se faz para o mundo através da linguagem, enxergamos utilizando palavras, mas através delas, selecionamos o que e como seremos, mesmo que muito do que se construa esteja além do que elas possam explicar.

● Futebol:
- Todo mundo sabe que o jogador Edmundo, atende por “animal”. Osmar Santos o primeiro a chamá-lo assim contagiando a imprensa e a galera, hoje de nada adianta o ex-craque fingir que não é com ele. Mas, não é invenção brasileira. Dizem que na Alemanha, a palavra “animal” (tier) é muito empregada para retratar a vitalidade de um atleta em qualquer esporte “animal” do latim anima que se refere à alma, à garra, e também de animales, o ser de instinto muito forte.
- Há também o caso do Vagner Love que no dia de uma concentração foi pego com uma mulher no banheiro do vestiário, quando o Milton Neves se referira sobre ele chamava-o de Vagner Love
Exemplos:
- Maria Chuteira: mulher que só namora jogador de futebol
- Pro chuveiro: ser expulso do jogo
- Onde a coruja faz o ninho: canto superior da trave onde a bola entra de modo indefensável
- Ta no filó: gol, bola na rede
- Carregador de piano: jogador que não aparece na mídia, mas é essencial para o time.
- Perna de pau: sem habilidade
- Juiz caseiro: Juiz que favorece o time da casa

● Mídia
Os meios de comunicação de massa (televisão e o rádio) são inventores, mas seu principal papel é o de propagar os novos vocábulos por toda a sociedade. As expressões que a mídia cria fica na boca do povo:
Filmes:
A Cidade de Deus:
- Aspira: inexperiente
- Zero Um: primeiro a desistir
- Fanfarrão: aquele que comete um deslize ou diz uma besteira
- Meu coração te escolheu: estou apaixonado por você
- Meu nome agora é Zé Pequeno: auto-afirmação
Tropa de Elite: - perdeu boy! A casa caiu!
Novelas: - é mole não! / to certo ou to errado!
Seriados: - Cala boca Magda!
Comercias: - bela camisa Fernandinho!
Humor: - deixa dilsso, para cuisso! Oh da poltrona!
Músicas: - É o amoooor!

● Malandro Malandrez ou Malandrês
Das ruas e dos morros são divulgadas pelos usuários de droga, traficantes, moradores de favela etc. Em, “Alô malandragem, Maloca o Flagrante”. Dois amigos malandros autênticos representantes da malandragem carioca deixam bem claro que suas obras são muito diferentes:
- Moreira da Silva inventou o samba de breque, seu jeito malandro é um personagem muito bem vestido de terno branco que nunca banca o otário. Moreira pega leve com sua geração. Vigora o paco, célebre conto do vigário, o sonho com o milhar do bicho, o amigo urso que pede emprestado e não devolve. No máximo esvai-se em sangue, em slow motion humorístico, o vagulino de Na Subida do Morro, aquele que “bateu numa mulher que não era sua” e acabou esfaqueado anatomicamente – “Duodeno, vesícula biliar, faço-lhe uma tubagem – Protesto no máximo contra a inadimplência dos devedores do BNH (Inadimplente).
- Bezerra da Silva é recolhido nos morros do Rio e da Baixada Fluminense e pega pesado. Tiros, sirenes de polícia, profissão de cadáveres e muita picardia saem de seu disco. Os dedos-duros, Línguas de Tamanduá, são impiedosamente vergastados, assim como os otários e corujões (curioso alcagüete).
“Conversa de bambas, o confronto dos malandros” - Moreira e Bezerra
Da era do malandro alinhado, chapéu de panamá, camisa de malha de seda, que no máximo prometia deixar o rival “todo cortado’, a artilharia pesada atual, do tempo do malandro rife, não apenas as armas e as gírias, mas também os costumes mudaram. O que se segue, mais do que um glossário comparativo, seria um hipotético diálogo de gerações, situações e cacoetes da marginalidade carioca.
- Tarik de Souza - JB de 23/04/1986
Trecho da música do Mc X e Cássia Eller (Acústico MTV)
“… não curto isso aí, mas to ligado na parada que domina por aqui, fumando um baseado, curtindo de leve, no pagode lá na área to esperto, no movimento que se segue, segue e vai. Eu vou levando eu vou curtindo até não dar mais. Tudo prossegue normal até onde eu sei, enquanto isso é melhor cerveja que vem, leva essa traz mais uma põe na conta, to sem dinheiro ta valendo to à pampa..”
- As pampas: - satisfeito demais
- Atrás da muralha: - estar preso
- Pequena: mulher - criança
- Encanado: - preocupado / preso / grampeado
- Ripar: - castigar / surrar
- Peixeira: - faca
- Matraca: - quem fala muito / falador / metralhadora
- Zé mane: - otário / bobo / quem marca bobeira
- Rango/Ciscante/Galeto assado: - refeição
- Buteco: - botequim / bar / boca isolada
- Dar pinote/corcovear/saltar de banda/sair batido/desguiar na carreira: - fugir correndo
- Pendura: - sair sem pagar
- Ficar miudinho: – preparar para a briga
- Cachanga: – barraco, casa
- Muvuca: – muita gente
- Dividida: – troca de tiro com os “homens” polícia
- Malandro rife: – boa gente, gente fina
- Fraga/Fragoroso: – flagrante
- Antena: – chifre na cabeça dos outros
- Bater pra alguém: – avisar
- Esperto demais/Malandro demais: – otário
- Gavião/Ricardão: – paquerador
- Uns e outros: – a pessoa de quem se fala
- Cara de boi/chifrudo/Touro/Vinte e um: – marido traído
- Lubiza, Dois é de caifaz, Coisa ruim, Forma de fazer capeta, Espírito mau, Forma de fazer lubisomem, Forma de fazer pomba gira: – capeta

● Tribos ou populares
Todos falamos ou conhecemos e fazem parte do nosso cotidiano:
- A preço de banana: - muito barato
- Busão: - ônibus
- Canhão, dragão: - mulher feia
- Comer pelas beiradas: - chegar de mansinho
- Vai indo que eu já vou: - jeito brasileiro de expressar o tabu da morte
- Abotoou o paletó de madeira: - fechou-se o caixão
- Bateu a caçoleta: - morreu
- Bateu o cachimbo: - os vícios morreram
- Morte de mau-sucesso: - morrer no parto
- Terra dos pés juntos: - alusão ao hábito de atarem os pés do defunto.
- Bateu a bola: “bola” é cabeça, crânio.
- Bruce/Caô: - enganar
- Esticou os cambitos: - morreu (cambito é perna fina, forquilha da canga do boi).
- To lascado/danado: - com azar.
- Rasgado: – bravo
- Vuco-vuco: - bagunça
- Chique de doer: - bonito
- Mina: - namorada
- Poia: - melhor amiga
- Goma: - casa

● As antigas:
Bodega: coisas
Mequetrefe: sem valor
Bafafá: confusão. Do árabe bafaf quer dizer bolo.
Pindaíba: sem dinheiro. Do tupi, “pinda” significa anzol e “aiba”, ruim.
Xilindró: prisão. Da língua banto dos escravos brasileiros significa esconderijo no mato.
Patavina: nada. Na IM aluno ridicularizava o ensino de latim, pelo autor Titus Livius Patavinus.
Arco da velha: muito antigo.
Araque: sem valor. Bebida árabe; conversa vira de “araque” por beber muito e não saber o que se diz.

● As músicas:
Cantora/autora da MPB, a carioca Dora Lopes de Freitas prestigiada na época do rádio emplacou sucessos, como: Toalha de Mesa, Ponto de Encontro, Samba na Madrugada e Pó de Mico, em 1983, aos 62 anos morreu esquecida.
Sua inclusão entre os primeiros militantes da bossa nova deveria ser obrigação, especialmente pela faixa Tostão Não É Troco. Um breve scat singing: "você é quadrado/ você não casa no meu sincopado / você é todo na pauta / eu sou improviso / eu sou bossa nova / você é muito implicante / o meu beijo é dissonante".
No mais, autores como: Ary Monteiro, Cesar Cruz, Zeca do Pandeiro, Arthur Montenegro, Franco Ferreira, Aldacyr Louro trazem no requebro de gafieira gírias de época:
- Bom Mulato "Manera a raça e joga recuado/ tenteia que afobado come cru / vai ao local do desacerto e diz a umas e outras";
- Galã Continental "Micha essa banca de galã continental / você não é batom pra estar em tudo que é boca";
- Em Falso Cabrito é um boogie woogie: "neca de transviado, neca de rock’n’ roll, isso tudo é de araque, o negócio é teleco-teco"... (um certo Arnaldo é criticado por andar atrás das ninfetas)"...Quem gosta de broto é cabrito".
- Na Baiúca do Leleco quem faz gracinha "leva um teco".
- Diploma de Otário: "No seu bolso falta sempre 90 centavos pra um cruzeiro".
- Conversando na Gíria demanda um Aurélio datado do ramo: "uns e outros não gostam da sua chinfra/ pode ser mão de cinza / aperta seu passo major / vá lá na muvuca / faz a pedida na hora maior".
Podemos achar mais em: Dicionário da gíria, Engolobada, Banca de brabo, Nega Odete, Ninando muriçoca
Entre outras temos também Wilson Simonal: “Nem Vem Que Não Tem Nem vem de garfo Que hoje é dia de sopa” (convencer/enganar)
Vinícius de Moraes/Toquinho: “Eu caio de bossa Eu sou quem eu sou Eu saio da fossa... ...A tonga da mironga do kabuletê.

● Jargão Gírias usadas por profissionais da mesma área efetivamente, ou palavra técnica ou científica. Sofreu alterações desde a Idade Média. No início descrevia o gorjeio das aves e a fala incompreensível, um gargarejo: "jargon"(francês), "gargle"(inglês). Ao espalhar de uma língua para outra, o termo ganhou o sentido de gíria a partir do século 19, com as novas profissões, novos especialistas começaram a marcar seus territórios temáticos, criando jeitos próprios de falar. O cuidado com jargão Qualquer neologismo ou termo técnico não deve ser usado abusivamente para mostrar que se tem cultura, que se é superior aos outros. Nesse sentido, o jargão é uma linguagem condenada porque passa uma idéia de superioridade, dá à pessoa que fala certa autoridade, poder, status. Seu uso pode funcionar como pedantismo e não como cultura.

Da proibição do uso de “estrangeirismo”, a críticas ao “gerundismo” e a linguagem usada pelos profissionais de Direito recomendou-se aos profissionais da área, por exemplo:
- evitar a ordem indireta na construção de enunciados, bem como emprego de palavras arcaicas ou em desuso. Polêmica que merece considerações dependendo da situação:
- o que é dito e para quem é dito. Imagine um advogado dizendo a outro: “a sentença transitou em julgado”. Como os dois são da mesma área nenhum problema. Falando a um leigo, seria mais adequado dizer que a decisão do juiz não pode mais ser contestada e é definitiva.
Observe que é comum o emprego de termos técnicos com o uso de palavras arcaicas. Imagine agora um advogado dizendo a outro, a respeito de um cliente: “o réu vive de espórtula tanto que é notória sua cacosmia”. Seria muito mais fácil compreender a mensagem se, em lugar de “espórtula” o advogado dissesse que o réu dependia de donativos; e, em vez de “cacosmia”, afirmasse que vivia em ambiente miserável.
Alguns exemplos:
1- Cártula chéquica: folha de cheque
2- Alvazir: juiz de primeira instância
3- Ergástulo público: cadeia, presídio
Curiosidades
Nós conhecemos apenas o homicídio, veja agora alguns nomes curiosos que são usados para discriminar o assassinato de uma pessoa, por seu grau de parentesco.
Nomes do crime:
Sororicídio: morte de irmã
Mariticídio: morte de marido
Uxoricídio: morte de ex-esposa
Patruicídio: morte de tio paterno
http://www.jorwiki.usp.br/gdnot07/index.php/G%C3%ADrias_e_Express%C3%B5es:_A_Palavra_como_Identidade_Cultural?