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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Protestantismo e Capitalismo

MAX WEBER x H R TREVOR-ROPER
Max weber
A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904/1905) - Max weber
Neste clássico, Weber fala da idéia calvinista que contribuiu para dilatar o capitalismo. Por trás da frase intencionada in god we trust (Em Deus nós confiamos) impressa nas cédulas dos dólares não é por acaso, há uma mensagem subliminar: - enriqueça honestamente através do trabalho digno para a obra de deus e não para a profaniedade. O livro investiga e analisa até onde as emergentes religiões protestantes contribuíram para o surgimento do capitalismo. Weber analisou as estatísticas da ética protestante na Europa como, por exemplo: estilo de vida; homens de negócios; grandes capitalistas; operários qualificados de alto nível; pessoal especializado, todos eles comumente professavam o protestantismo e isso favoreceu o capitalismo.
Segundo ele não seria possível o catolicismo influenciar no processo capitalista, por esperar a recompensa extramundano (vida após morte). Já para o protestantismo, a única maneira de viver bem está no cumprimento das tarefas ensinadas por deus, ou seja, a vocação, dom adquirido divinamente que aproxima da salvação. Concepção desenvolvida por Lutero durante a reformadora e logo surgiram outras igrejas reformistas, com esse ponto em comum. Para Weber, a obra de Lutero não se daria sem o Calvinismo, onde o capitalismo mais se desenvolveu. Burgueses concordavam com Calvino, o enriquecimento obtido pelo esforço do trabalho individual era bondade de deus, aliás, o comportamento dos fieis era influenciado pela religião, que buscavam enriquecimento e glorificar a deus. Agora freqüentar festas, jogar, ter como vaidade o uso de jóias e roupas luxuosas era considerado pecados graves, por afastar as pessoas de suas obrigações e principalmente de Deus. A consciência de ser a minoria escolhida por deus fazia de cada membro um vocacionado que se dedicaria simultaneamente ao aprimoramento ético, intelectual e profissional. Enfim, o ascetismo intramundano prática comum entre os puritanos produziu conforme Weber, trabalhadores e empresários ideais para que se consolidasse a nova ordem social integrada como nenhuma outra, um numero de pessoas expressivamente interadas entre si focando esforços produtivos na economia preestabelecida

H R Trevor-Roper
Religião reforma e transformação socialH R Trevor-Roper
Por vinte e três anos, H.R. Trevor-Roper, foi professor de história na Oxford e suas conclusões sobre a origem do capitalismo nas potencias protestantes difere de Weber. Trevor-Roper afirma que havia fortes movimentos capitalistas antes da Reforma Protestante, capitaneada por Lisboa, Antuérpia, Milão. Tais centros eram economicamente ativos e foram eles que deixaram a herança do capitalismo para o século XVI e não a ética calvinista. Ele fala que nações católica, como Áustria e França progrediram igualmente aos países protestantes. A Escócia calvinista e abundantes recursos naturais, não se desenvolveu como a Inglaterra. Para ele, situações como estas devem avaliar com cautela alguns axiomas de Weber. Alguns calvinistas não eram piedosos e tãopouco agiam conforme suas crenças, contrariando então, a alegação de Weber quanto ao depósito moral dos calvinistas primordial no desenvolvimento das potências protestantes. Outros calvinistas ajudaram a financiar causas católicas contra protestantes por lucro e poder. Também apontou algumas nações que abraçaram como expressão da fé cristã protestante o calvinismo, por causa da crença minguaram economicamente, porque em seus territórios circulavam comerciantes estrangeiros empreendedores e uma vez expulsos de sua terra natal, encontraram a Holanda, por exemplo, circunstâncias necessárias à livre empresa. Hoper faz questão de dizer, que as idéias calvinistas sobre economia pouco efeito fizeram sobre os naturais de Escócia, Holanda e Suíça. E, mesmo cem anos após a militância de João Calvino, não se produziu um único grande empresário calvinista em terras suíças. Para Trevor-Roper a confusão começa quando Weber não percebe que à emigração destes capitalistas para regiões protestantes, lá implantaram conhecimento e técnicas de mercado fugindo assim das perseguições praticadas por autoridades católicas contra alguns poderosos homens de negócios na Europa, porque compartilhavam das idéias humanista de Erasmo de Roterdã, o que atraiu o ódio da Igreja Católica, por isso empresários fugiam para países protestantes. Evento catalisador para o florescimento do capitalismo em domínios calvinistas. Na verdade, Weber via uma contribuição doutrinária e prática do calvinismo e Trevor-Roper via contingência histórica, onde empreendedores aportaram em bolsões calvinistas, possibilitando o progresso econômico. Conforme Trevor-Roper, Max Weber atribuiu ao calvinismo uma fama desmerecida: O apadrinhamento do capitalismo.