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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Eclesiastes x Cânticos:

Eclesiastes - Num exame rápido parece mesmo ir de encontro às essências bíblicas. Porém com uma reflexão mais detalhada de sofrimentos encontra-se mais que sentido mostra solução. O texto narra confissões honestas de baixa estima, dúvidas, lutas, e desilusões. Para deixar evidente a postura de Deus perante a vida, o conteúdo traz o prólogo (1.1-11) e um epílogo (12.9-14). Há necessidade de muito cuidado com trechos isolados, pois precisam ser entendidos dentro do contexto do livro ou da bíblia inteira. Conforme a tradição Salomão é o autor do texto e fala de suas experiências (1.1), Muitos acreditam que o escritor seja um sábio anônimo professor ou um líder religioso vivido por volta do Século X a.C., que usou como recurso para instruir o povo (12.11,12). Outros falam de um judeu da Palestina que viveu no séc. III a.C. Quando o livro foi escrito, ninguém sabe com certeza, pelo menos até o momento. A filosofia ajuda na compreensão de textos sapienciais do AT, através dela percebe-se em Eclesiastes o desempenho dos escritos, tanto é que os hebreus usavam como instrução e neles viam relevância espiritual numa vida irrelevante (12.8,13). A visão negativa de Salomão diante do sofrimento, quase lembra Jó. Enquanto Jó mostra a realidade do mal, Eclesiastes parte da vaidade e da deficiência de todos os bens. Na primeira vista o livro impressiona na recomendação dos prazeres nos bens materiais, no entanto são reflexões do autor que resume: “teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem”.
Obs. Eclesiastes quer dizer orador, pregador ou aquele que fala na assembléia.

Cântico dos Cânticos - Poema do amor físico contido na Bíblia transmitindo mais sentimentos que fatos, onde mostra a alta estima de Salomão na intimidade com a bela sulamita. O livro surpreende sobre questões confusas do vislumbre na mente secular sufocadas por tabus. Parece que a interpretação sugere várias propostas de valores como: ilustração do amor incondicional de Deus; deleites conjugais; enaltecimento da sensualidade e da sexualidade como parte da maravilhosa criação de Deus. A tradição cita Salomão como autor (1.1). Alguns atribuem tal composição a um texto musical de um escritor desconhecido. Outros acreditam numa coletânea de poemas de vários escritores inclusive Salomão. O texto pode ter sido escrito durante, depois ou bem depois do reinado de Salomão, pois naquela época a poesia era entretenimento.

Outros entendimentos:
- No AT a interpretação figurativa é Deus que escolheu o povo de Israel (filha de Sion), entre todas as nações. No NT a perspectiva é a figuração de Cristo (Esposo) e a Igreja (Esposa). As fortes cenas de amor comum daquele oriente mostram o quanto Deus ama a humanidade.