E as ciências humanas Para o filósofo (1883-1955) um dos intelectuais mais queridos da Espanha, desde quando nascemos até a nossa morte, tudo está em permanente mudança. Logo, toda a vida é um aprendizado. Portanto, o propósito pedagógico, no sentido mais amplo, faz parte da espinha dorsal de seu pensamento. "O homem tem uma missão de clareza sobre a Terra", dizia.
Concepção dinâmica da vida humana e a ambição de revolucionar a tradição filosófica, baseada numa avaliação cética das possibilidades do homem comum. A supremacia da razão e àquelas que buscam a verdade absoluta fora do mundo sensível, ou razão vital.
A racionalidade como função da vida é, algo que não pode ser separado das condições física, psicológica e social do indivíduo. A verdade também só é alcançável do ponto de vista de cada um. Para que o funcionamento da existência se estabeleça, é preciso que o indivíduo interaja com a sociedade
Esse é o sentido da mais famosa máxima de Ortega y Gasset: "O homem é o homem e a sua circunstância". Ele não considera o ser humano como sujeito ativo sem levar em conta simultaneamente tudo o que o circunda, a começar pelo próprio corpo e chegando até o contexto histórico em que se insere. A Educação vira um instrumento para que cada um possa conscientizar-se de sua circunstância, relacionar-se com ela e superá-la. "Se não a salvo, não me salvo eu", conclui o filósofo espanhol.
O conceito de razão vital é o fortalecimento do psiquismo infantil seria o objetivo prioritário, devendo ocupar pelo menos as primeiras séries, para buscar no conhecimento biológico suas motivações e perspectivas antes de inseri-lo na vida organizada dos adultos.
O ensino deveria introduzir conteúdos e tarefas com ênfase no estudo dos mitos da humanidade na circunstância de cada criança. Dizia que a escola tradicional educa apenas "para o ontem" e não com vistas ao futuro, do mesmo modo que oferece um preparo individual, mas não para a vida em sociedade.
Isso porque não leva em conta que cada aluno se articula, por uma rede de relações, a comunidades cada vez mais amplas. Do ponto de vista da educação política, deveria haver um esforço pedagógico para evitar a "rebelião das massas" (título de um de seus livros).
Para que o homem-massa não abandone sua desejável docilidade e caia no erro de assumir a função de exemplo, é necessário reforçar os fins morais da Educação e estimular, na minoria, a missão de esclarecer os demais.
Todo ser humano e toda formação social equilibrada, segundo o pensador, são como mecanismos em busca da perfeição. E a escola deveria ser um dos veículos desse processo. "A Educação, nas primeiras etapas, em vez de adaptar o ser humano ao meio, adapta o meio ao ser humano"
O que mantém o ser humano sempre voltado para o futuro é a possibilidade de criar sua história e não a de ter uma natureza determinada, mas só a minoria faz uso dessa prerrogativa. Um outro fator é a massa, constituída de pessoas limitadas e com noções obscuras sobre a própria circunstância.
"A cultura adquirida só tem valor como instrumento e arma para novas conquistas"
Mi - Cps, 29/09/10
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/pesquisador-conhecimento-423330.shtml