Lógico que a sociedade muda e com ela o comportamento humano evidentemente! No Brasil, a classe média recebeu outras classes. A necessidade agora é solucionar as formas de compreensão destas novas classes sociais que percebem a existência de regras julgadoras sem ao menos conhece-las.
Também houve mudanças nos jovens de classes mais abastardas, eles desconhecem esses códigos apesar de toda a informação, estão completamente ignorantes sobre regras de educação, filhos netos de pessoas educadas se apresentam pessimamente mal-educados.
Então como nos portarmos diante do novo cenário que pede soluções?
Temos uma enormidade de novos códigos de convivências, éticas cotidianas reguladoras para facilitar a vida de todos. Trata-se de um conjunto de recomendações para evitar mal-entendidos e serve para estabelecer condutas em situações específicas. A contemporaneidade não concorda com regras ligadas a artificialidade, a teatralidade, aquelas que vêm de cima e nada tem a ver com hoje, regras, etiqueta tem que fazer sentido.
Observar etiqueta antiga é bom para analisarmos o que funciona e como funciona o nosso querer na vida agora. Pertencer a etiqueta do sentido é reivindicar a passividade diante dos códigos para usá-los com liberdade e conhecimento de causa, agir por escolhas sabendo o que se quer. Em outras palavras é a etiqueta da autonomia, que não precisa perder o outro de vista, mas o outro não pode ser determinante. Esta é a única maneira de se relacionar bem.
Depois de anos de desprezo parece que não se tem grande procura pelo que vemos hoje. O mundo contemporâneo pede por bons modos, exige boas maneiras para pessoas se apresentarem se relacionarem e conviverem, apesar da década ser de extrema individualidade.
Mas, nem sempre foi assim, as informações sobre as regras de etiquetas começaram nos séculos XVI (1530) e XVIII (1700), as buscas por elas eram enormes. Temos idéia de como nobres se portavam á partir das Regras de Leonardo Da Vinci que era mestre de banquete na corte de Ludovic Sforza.
Normas de Da Vinci:
1) Nenhum convidado deve por a cabeça no prato, nem deve pegar a comida no prato do vizinho, a menos que antes lhe tenha pedido permissão;
2) Nenhum convidado deve colocar resto de sua comida no prato de seus vizinhos, ou mastigar sobre o prato de seus vizinhos antes de solicitar-lhes permissão para isso;
3) Nenhum convidado deve cuspir sobre a mesa;
4) Nenhum convidado deve beliscar ou bater em seu visinho;
5) Nenhum convidado deve incendiar ou dar nó na toalha, nem na roupa de seus visinhos, enquanto sentado a mesa;
6) Nenhum convidado deve fazer insinuações impudicas aos servos do meu senhor, ou brincar com seus corpos;
7) Nenhum convidado deve bater nos servos.
Em meados de 1530, a França e a Itália eram completamente rudes, então surge para ambas quase no mesmo tempo, a regra de etiqueta, muito distinta, com caminhos diversos. Nessa época começaram a aparecer os primeiros livros sobre o assunto. O primeiro Best Seller da humanidade é um livro de etiqueta (1530) de Erasmo de Rotterdam, para crianças, a partir daí apareceram vários outros.
● A 1ª linha - Etiqueta da Corte
Duque Montefeltro |
● A 2ª linha – Etiqueta da Teatralidade
Luiz XIV |
● A 3ª grande linha – Etiqueta Burguesa
Burguês |
O que determinou a vida dessa sociedade é a produção e nesta esfera que se fez necessária uma regulação de algumas regras de código por conter excesso e violência da competitividade. Aqui também o público e o privado se estabeleceram, a vida no trabalho era uma e em casa era outra bem diferente.
Criou-se o termo da Etiqueta da Hipocrisia e nós conhecemos um dos exemplos mais típico, da sociedade hipócrita: os mafiosos, que no trabalho eram de um jeito pavoroso, matavam roubavam batiam e em casa, aquele rigor com a família.
Dualidade com ar de hipocrisia (na rua assim em casa assado).
A mulher
Da mediocridade a emancipação na sociedade ao longo do tempo, em que ocorreu uma transformação na obstetrícia e o controlo da natalidade. Mulheres passavam grande parte de suas vidas grávidas. Eram vistas apenas como um utensílio que tinha como únicas utilidades: venerar o marido e manter-se submissa a ele, criar e educar filhos, cuidar da casa. Não tinham poder de escolha/decisão em nada nas suas vidas, nem o marido podiam escolher, limitando-se a serem escolhidas e até a serem passadas para outro se o marido assim o entendesse.
Nos anos 50 este modelo chegou já meio cansado e modificado, até os anos 60 onde o bom tom, o bom gosto, o bom senso burguês, agora são violentamente contestados, seus códigos desprezados e confrontados.
Agora deveria predominar a autenticidade.
Anos 60
Um marco de mudanças no comportamento da sociedade. Inicia com o sucesso do rock and roll no rebolado frenético de Elvis. A imagem do blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, rebeldia ingénua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando.
Moças comportadas abandonaram as saias rodadas e atacaram as calças cigarette, em demonstração de liberdade. Explosão da juventude em todos os aspectos. Era Jovem ou On the Road da geração beat, começava a opor-se à sociedade nas mudanças de comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo.
Transformação radical, fim da moda única, a forma de se vestir era ligada ao comportamento, jovens pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. A moda era não seguir a moda, sinal de liberdade para essa juventude.
Na moda, a grande vedeta dos anos 60 foi, sem dúvida, a mini-saia, depois a japona e sahariennes (estilo safari) usadas nas ruas de Londres ou Paris. A calcinha e a meia-calça davam conforto e segurança para usar a mini-saia e dançar o twist e o rock. O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola, a mulher ousava vestir-se com roupas masculinas, como o smoking (lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966). A alta costura perdia cada vez mais terreno para a confecção, importante era o estilo, então o costureiro virou estilista.
O que caracterizou a juventude feminina dos anos 60 foi o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e sexual. O anticoncepcional proporcionou a elas um comportamento sexual mais liberal. Ainda faltava a igualdade em direitos, salários e decisão. Os anos 60 chegaram ao fim, coroados com "Woodstock Music & Art Fair", que reuniu cerca de 500 mil pessoas, 3 dias de amor, música, sexo e drogas.
No início da década elas pensavam assim: http://is.gd/hqdJS
Anos 70
Era a vez do o hippie-chic com as estampas multicoloridas e os tecidos de estilo cashmere indiano; a mini-saia da década anterior, ainda marcava presença no início dos anos 70. A mulher passou a ser romântica e despojada: com cabelos desalinhados, saias indianas longas ou curtíssimas, batas e estampas florais. A moda unissex entra com boca-de-sino e sapatos plataforma.
Juventude inexperiente e desconhecia o rumo a tomar sabia apenas que não obedeceria a padrões reinantes. A moda seguiu a corrente hippie. O ocidentalismo considerado decadente acabou resultando na consolidação da própria contestação, tendo como bandeira um pedaço de tecido grosso, azul e desbotado: o jeans.
Anos 80
Eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas e o jeans alcançou seu ápice ganhando status. Pode-se dizer que os anos 80 começaram realmente em 1977, com o sucesso da música inspirados no filme “Saturday Night Fever”. Voltaram o glamour da noite e o charme do excesso e do brilho, deixando para trás o estilo hippie dos anos 70. A juventude trouxe de volta o que já era considerado “velho”: roupas sob medida e vestidos de baile. Os anos 80 seguem o charme e a sofisticação dos anos 60, porém com certo exagero.
As mulheres ingressaram maciçamente no mercado de trabalho, à procura por cargos de chefia, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e drapeados para a noite ou dia.
Anos 90
O exagero dos anos anteriores ainda influenciou essa década. Lançaram os jeans coloridos e a blusa segunda-pele colocaram a lingerie em evidência alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e cores. Na segunda metade da década de 90, a moda passou a buscar referências nas décadas anteriores, fazendo releituras dos anos 60 (cores claras, tiaras) e 70 (plataformas em tamancos e modelos fechados, geralmente desproporcionais), tudo mesclado a modismos dos anos correntes. No trabalho a mulher não podia aceder, na magistratura, diplomacia e política.
Curiosidades:
• Mulheres casadas não podiam usar o seu patrimônio, não trabalhavam nem poderiam viajar para o exterior sem autorização do marido; enfermeiras não podiam se casar legalmente; professoras não podiam desposar de qualquer pessoa e a autorização vinha através do Diário da República e só poderia ser com um homem que tivesse um vencimento superior ao dela.
Feminismo: “sistema dos que preconizam a igualdade dos direitos do homem e da mulher”: é esta a definição de feminismo com que nos deparamos num dicionário, no entanto, ao falarmos em feminismo, referimo-nos a uma doutrina que se refletiu em movimentos sociais.
Reivindicação: só se pode falar dos direitos da mulher a partir do século XVIII, graças ao Iluminismo e à Revolução Francesa. Datam dessa época as primeiras obras de caráter feminista, escritas por mulheres como as inglesas Mary Wortley Montagu (1689-1762) e Mary Wollstonecraft (1792), "A Vindication of the Rights of a Woman", que propunha a igualdade de oportunidades na educação, no trabalho e na política.
No século XIX, o número de mulheres empregadas aumentou consideravelmente devido a Revolução Industrial. À partir desse momento as ideologias socialistas se consolidaram, de modo que o feminismo se fortificou como um aliado do movimento operário. Nesse contexto realizou-se a primeira convenção dos direitos da mulher em Seneca Falls, Nova York em 1848. Em Nova York, em 1857, aconteceu o movimento grevista feminino que, reprimido pela polícia, resultou num incêndio que ocasionou a morte de 129 operárias, justamente no dia 8 de Março (Dia Internacional da Mulher).
O direito ao voto foi obtido pelas mulheres do mundo ocidental no início do séculoXX.
Fonte: http://is.gd/hmQnD
O forte e talvez o mais expressivo exemplo de mudanças na sociedade é a mulher, que deixou o lar ganhou o mercado recheados de deveres, obrigações e com toda responsabilidade que lhe é peculiar. A mulher de hoje já não espera pelo homem para ter sua casa e seguir sua vida. Nos grandes centros, a grande maioria delas já se desassociou até da maternidade. Como são vistas estas mulheres?
O triste é ouvir que hoje da própria mulher que diz a outra mulher: “não tem marido, não tem filhos, logo não têm compromissos”.
Quem não tem compromisso são as casadas e com filhos, porque tiveram maridos para se preocuparem em seu lugar, pois não é assim o modelo antigo das mulheres submissas? http://is.gd/hmR2u
Enfim... Novamente temos que reorganizar a sociedade. O estilo pessoal de vida vem através das escolhas e não por serem escolhidas.
Mi – Base – Palestra da Glória Calil – Cps, 01/11/10 http://is.gd/hmT1S
http://is.gd/hqy2T