Em 35, Noel Rosa e Wilson Batista dois sambistas travam um verdadeiro combate musical que só foi registrado em 56. Wilson Batista na época escrevia para jornais de modinhas que publicavam letras de novos sambas, mas tinha uma gravação: Lenço no Pescoço que começa assim:“tamanco arrastando...”.
Noel Rosa ouve Wilson Batista se orgulhar da vadiagem e se ofende que a palavra malandro seja sinônimo de sambista começa a briga na letra de Rapaz Folgado: "Deixa de arrastar o teu tamanco, pois tamanco nunca foi sandália...".
Wilson Batista não era famoso, mas tinha admiradores, logo reage com Mocinho da Vila: "Se não quiser perder o nome, cuide do seu microfone e deixe quem é malandro em paz... fala de malandro quem é otário".
Noel compõe Feitiço da Vila: "Quem nasce lá na Vila, nem sequer vacila ao abraçar o samba...".
Wilson Batista gosta da notoriedade que a briga proporciona a ele, um desconhecido e o provoca com Conversa Fiada: "É conversa fiada dizerem que o samba lá na vila tem feitiço..." "...antes de irem dormir dêem duas voltas no cadeado".
Noel responde com Palpite Infeliz: "Quem é você, que não sabe o que diz...".
Wilson Batista ataca com Frankstein da Vila, o qual se arrepende ao tocar no complexo de Noel que tinha o queixo afundado e uma ligeira paralisia no lado direito provocado pelo fórceps no parto. "Boa impressão nunca se tem, quando se encontra um certo alguém, que até parece o Frankstein..." Dizem que Noel compra todas as modinhas que encontra, para rasgá-las mas não o faz.
Noel começa a finalizar com João Ninguém: "João Ninguém, que não é velho nem moço, come bastante no almoço pra se esquecer do jantar".
Wilson Batista ainda retruca com Terra de Cego: "És o abafa da Vila, bem sei, mas na terra de cego quem tem um olho é rei".
Mas, Noel gosta da melodia nasce então um encontro e a única parceria onde refaz a letra cujo tema é Ceci namorada de ambos em momentos diferentes com: Deixa de ser convencida.
Noel morre em 1937, aos 26 anos, consagrado como um dos maiores compositores brasileiros. Wilson Batista começa a fazer sucesso, não como rival de Noel de quem se torna amigo, mas com outros tipos de canções. As interpretações mostram que os duelos deixam obras sensacionais para a história do samba e para nossa cultura, lógico.
http://www.samba-choro.com.br/s-c/tribuna/samba-choro.0308/0119.html
No amor tivemos a vida conjugal tumultuada de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira que rendeu um escândalo nacional pela imprensa. Diante do sofrimento com a separação a carreira de Herivelto e de Dalva fortalece diante de letras retratada com fidelidade a crise do casal.
Herivelto começa com o samba "Cabelos Brancos"
Dalva responde com o "Tudo acabado", de J. Piedade e Osvaldo Martins
Herivelto ataca com outras canções como: "Caminhemos", "Quarto Vazio", "Caminho Certo" e "Segredo". Dalva rebate com "Calúnia", "Errei sim" e "Mentira de Amor"
O público se dividia entre Dalva e Herivelto alimentando o cenário musical
De lá pra cá as brigas musicais tornaram-se comum:
Dizem que Paulinho da Viola fez “Argumento” para provocar o samba no piano de Benito di Paula.
Benito rebateu com a música “Não me importa nada” “você me aborrece com opiniões” e “olha o campo verde, é todo seu, rapaz”. Em outras palavras: vai pastar
Hoje naturalmente tudo está muitíssimo diferente as músicas mudaram e os gostos também, o que não muda são as brincadeiras descontraídas nas respostas como:
Vou não! Quero não! Posso não! Minha mulher não deixa não! Não vou não! Quero mão!
Vou sim! Quero sim! Posso sim! Minha mulher não manda em mim! Eu vou sim! Quero sim!
E ainda...
- Ai se eu te pego!
- É ruim que cê me pega
As escolhas musicais variam conforme o gosto de cada um, portanto cada qual no seu estilo. Serve para se ter alguma informação a respeito. O PRÈconceito não é legal. Não é o que gosto ou prefiro, mas respeito até acho divertido. Até o fado entrou na brincadeira http://youtu.be/9rB7pB-bksI viu? Até que não ficou ruim.
E por aí vai...