Imitarei aqui a ironia do Fábio referente a um preço abusivo.
O cordeiro foi importado de Belém e descende do rebanho de Jessé, pai de Davi. Existem apenas 30 deles, não é barato mesmo! O cuscuz era o original feito com sêmola de cereais do norte da África e veio diretamente de Magrebe para Campinas. Só assim justifica a minúscula quantidade comparada ao valor. Todavia a cidade que se eterniza tem o dever de ser reta com seus limitados.
Teor sarcástico a parte, mas a infraestrutura central continua por demais precária. Ônibus inviável aos domingos fomos de carro. Impossível encontrar vaga nas ruas pertencente aos flanelinhas. Nos arredores estacionamentos fechados. Ricamente arrecada a megalópole, mas pouco é devolvido.
Leilane Neubarth já disse: "Pais rico não é onde todos possuem carro, mas sim onde até os ricos usam transporte público".
Bem! E o evento?
A Praça Carlos Gomes me remete as historias de meus pais. |
Fila: duas horas p/ comprar o ticket |
30 min p/ achar a tenda desejada. Tinha nome, mas na altura dos meus ombros e com toda aquela multidão era impossível ler. Ao aproximar da placa alguém reclamava de furar fila. Eita!!!! |
Uma hora p/ pegar mesa |
Minha tata desistiu do almoço e vendeu seus tickets |
Vixi santa que a fome era tanta... ... mas, violência? Nenhuma que eu tenha visto. Graças a Deus! |
Minha amiga Nell e eu nem pudemos conversar como queríamos... |
... e nem com minha amiga Su. Algaravia natural devido ao tanto de pessoas se encontrando. |
OPS! Enquanto isso no coreto: Os Trovadores Urbanos. A melhor coisa! Poxa! Eles são bons! |
Campinas tem mais de 1,100 milhões de habitantes. Li que em determinada hora reuniram na praça 11 mil pessoas. Caramba! |
Neste momento havia +/- 3 mil e não estava lotada... |
...o layout de tendas, mesas e coreto é que estava mau definido. |
Pensando: - almoçar e dormir, o pior de tudo é subir 5 quarteirões para pegar o carro. Ahfff!!!! Ivone esperar-me-ha na esquina da praça. Va bene! Ser tata tem lá suas vantagens, claro! |
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Parabéns Campinas, és por demais bela! |
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Foto do Centro de Ciências, Letras e Arte (CCLA) |
O poema abaixo transcrito lhe rende homenagem e ganha seu busto inaugurado em 05 de Novembro de 1924.
Terra das andorinhas
"Pelo límpido azul já sem sol, antes que se lhe esvaia de todo o ouro de seus átomos de luz, mas quando o crepúsculo entra a desmaiar entra a desmaiar de seu brilho a safira celeste, um ponto retinto, perdido nos longes mais remotos, se acentua em negro na cúpula do firmamento, la, bem no alto, bem de cima, como se a ponta de uma seta, desfechada perpendicularmente do além, varasse ali a redondeza anilada. Era um; e, logo após, já são muitos, já vêm surdindo inumeráveis, já parecem infinitos; já se cruzam, e se recruzam; já se encontram e circulam; já se condensam e escurecem. Era um grupo, e já formam um bando, já vêm crescendo em longas revoadas, já refervem em enxames e enxames, já se estendem numa vasta nuvem agitada. Toldaram o céu, encheram o ar, vêm-nos ondeando sobre as cabeças. Agora, afinal, como os movimentos de uma grande vaga sombria ponteada de branco, a librar-se entre a terra e a imensidade, baixa a massa inquieta, rumorejante, oscilando, flutuando, rasga-se na coroa das palmeiras, açoita os fios telegráficos, resvala pelos tetos do casario, e ao cabo arfando, e remoinhando, turbilhonando e restrugindo, com o estrépido de uma cascata argentina, de uma cachoeira de cristais que se despedaçam, chilreada imensa de vozes egrasnidos às dezenas de milhares, pendem, mergulham e desaparecem, numa imensa curva borbulhante, por sob o largo telheiro abandonado, que essa área multidão erradia elegeu entre nós para abrigo de seu descanso nas cálidas noites de verão."
Assim como o orador descreve as andorinhas principalmente naquela região, hoje, também circulam sobre nós as "aves de rapina".