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terça-feira, 15 de junho de 2010

2 - AS RAÇAS

AS HISTÓRIAS DA MITOLOGIA GREGA - AS RAÇAS:

                                   ● Ventos - eram 9 os deuses responsáveis pelos ventos.
Éolo comandava todos eles; tanto as brisas leves quanto as piores tempestades.
A cada um dos outros deuses é atribuído uma direção cardinal.
Em especial a genealogia dos 4 Grandes Ventos é controversa, por vezes são colocados os titãs, filhos de Urano (céu) e Gaia ( terra). Entretanto existem outras descrições.
Os 4 maiores deuses dos grandes vento:
- Bóreas (N), o vento norte, frio e violento;
- Zéfiro (O), o vento oeste, suave e agradável;
- Eurus (L), o vento leste, criador de tempestades;
- Nótus (S), o vento sul, quente e formador de nuvens;
Os 4 deuses dos ventos menores:
- Kaikias (NE), o vento nordeste;
- Apeliotes (SE), o vento sudeste;
- Lips (SO), o vento sudoeste;
- Siroco (NO), o vento noroeste;

Centauros matador de touros, seres com o torso e cabeça de humano e o corpo de cavalo. Viviam nas montanhas de Tessália e repartiam-se em duas famílias:
1 - Uma, os filhos de Ixiom e Nefele, a nuvem de chuva, que simbolizavam a força bruta, insensata e cega. Alternativamente, consideravam-se filhos de Centauros (o filho de Ixiom e Nefele) e algumas éguas magnésias, ou de Apolo e Hebe. Conta-se que Ixiom planejava manter relaçôes sexuais com Hera, mas Zeus, o seu marido, evitou-o moldeando uma nuvem com a forma de Hera. Ixiom é considerado o ancestral dos centauros, pode se fazer referência a eles poeticamente como Ixiónidas.
2 - Outra, os filhos de Filira e Cronos, dentre os quais o mais célebre era Quirão, amigo de Héracles (Hérules), representavam, a força aliada à bondade, a serviço dos bons combates.
Os centauros são conhecidos pela luta que mantiveram com os lapitas, provocada pelo seu intento de raptar Hipodamia no dia da sua boda com Piritoo, rei dos lapitas e também filho de Ixiom.
A discussão entre estes primos é uma metáfora do conflito entre os baixos instintos e o comportamento civilizado na humanidade. Teseu, um herói e fundador de cidades que estava presente, inclinou a balança do lado da ordem correta das coisas, e ajudou Piritoo. Os centauros fugiram. Cenas da batalha entre os lapitas e os centauros foram esculpidas em baixorrelevos no friso do Partenão, que estava dedicado à deusa da sabedoria Atena. O centauro aparece na iconografia cristã como uma besta infernal, tentadora de donzelas. Às vezes aparece baixo a forma de onocentauro, mistura de homem e burro com exagerados atributos sexuais. Ver também >> Qiron; Sagitário e Nesso.

Ctónicos "relativo à terra" ou "terreno" refere-se aos deuses ou espíritos do mundo subterrâneo, por oposição às divindades olímpicas. São também denominados "telúricos", tipicamente ao interior do solo mais do que à superfície da terra ou à terra como território. Evoca ao mesmo tempo a abundância e a sepultura. Enquanto termos como "divindade da terra" têm implicações mais amplas, referindo-se à forma como se ofereciam sacrifícios ao deus em questão.
No culto ctónico típico, o animal vítima era massacrado num "poço" ou "câmara afundada".
No culto aos deuses olímpicos, a vítima era sacrificada sobre um "altar" elevado.
As divindades ctónicas também tendiam a preferir as vítimas negras sobre as brancas, e as oferendas eram queimadas inteiras ou enterradas em vez de ser cozidas e repartidas entre os devotos. Ainda que os deuses e deusas ctónicos tivessem uma relação genérica com a fertilidade, não tinham um monopólio sobre esta, nem eram os deuses olímpicos totalmente indiferentes à prosperidade da terra. Ainda que tanto Deméter como Perséfone cuidassem de vários aspectos da fertilidade da terra, Deméter tinha um culto tipicamente olímpico enquanto que o de Perséfone era ctónico. Para confundir mais, Deméter era adorada ao lado de Perséfone com ritos idênticos, e mesmo assim era classificada como uma olímpica na poesia e nos mitos.
As categorias olímpica e ctónica não eram totalmente estritas. Alguns deuses olímpicos, como Hermes e Zeus, também recebiam sacrifícios e dízimos em alguns locais. Os heróis deificados Herácles e Esculápio podiam ser adorados como deuses ou como heróis ctónicos, dependendo da região. Algumas divindades não são facilmente classificáveis sob estes termos. A Hécate, por exemplo, oferecia cachorros nas encruzilhadas, o que seguramente não era um sacrifício olímpico, nem tampouco uma oferenda típica a Perséfone ou aos heróis. Mas, devido às suas funções no mundo subterrâneo, Hécate é geralmente classificada como ctónica.
Divindades Ctónicas (da terra) = Gaia / Réia (Cibele) / Eumênedes (Erínias) / Hécate / Deméter / Horas / Graças / Dioniso / Perséfone / Hespérides.

Ciclopes. "olho redondo", eram gigantes imortais com um só olho no meio da testa que, segundo o hino de Calímaco, trabalhavam com Hefesto como ferreiros, forjando os raios usados por Zeus.
São divididos em dois grupos de acordo com o tempo de existência e são organizados em três diferentes espécies:
1 - Os Urânios - Arges, Brontes e Estéropes (considerados os ciclopes antigos ou primeira geração, ou primeira espécie), filhos de Urano e Gaia. Diz o mito que, ao nascerem e por causa de seus enormes poderes, seu pai Urano, senhor dos céus, trancou-os no interior da Terra com seus irmãos, os hecatônquiros (gigantes de cem braços e cinquenta cabeças). Gaia, irada por ter os filhos presos no Tártaro, incita-os a apoiar a guerra travada por cinco dos seis titãs, seus filhos com Urano, a fim de tomar o trono do pai que, governava o céu. Os titãs vencem, porém os ciclopes são enviados novamente para o abismo do Tártaro. Por vezes, Zeus, assim como seus irmãos Posídon e Hades, libertava os ciclopes com a intenção de tê-los como aliados na guerra contra Cronos e os titãs. Os ciclopes, como bons ferreiros, forjaram armas mágicas e poderosas para os irmãos e Zeus recebera raios e relâmpagos, Posídon, um tridente capaz de provocar terríveis tempestades, e Hades, um capacete da invisibilidade. Tempos depois, quando os ciclopes já eram considerados ministros de Zeus e seus ferreiros permanentes, o grande deus percebeu uma ameaça no médico Asclépio, filho do deus Apolo. Asclépio, por meio de muito estudo, conseguia ressuscitar os mortos. Então, para que isso não causasse qualquer impacto com a ordem do mundo, Zeus decidiu exterminá-lo. Transtornado e ofendido com a ira de Zeus sobre seu filho, Apolo decidiu matar os ciclopes que fabricavam os seus raios. Há indícios de que não foram os ciclopes que morreram pelas mãos de Apolo, mas sim seus filhos.
2 - Os ciclopes jovens (nova geração ou segunda espécie). Também gigantes, com um olho em suas testas, porém, diferente das raças anteriores, eram pastores e viviam em uma ilha chamada Hypereia (hoje Sicília). Foi exatamente Polifemo (um dos ciclopes), que Ulisses encontrou quando voltou à Ítaca, seu lar. Diz-se que essa nova raça de ciclopes nasceu do sangue do deus Urano que espirrou sobre a Terra (Gaia). Entretanto, Polifemo não era filho de Urano e Gaia, mas de Posídon com a ninfa Teosa.
Eles aparecem em muitos mitos da Grécia, numa origem bastante controversa. Ex:
> Os sicilianos - filhos do deus dos mares Posídon - raça retratada nos poemas homéricos como gigantescos e insolentes pastores fora da lei, os quais habitavam a parte sudoeste da Sicília. Não se importavam muito com a agricultura e todos os pomares cultivados naquelas terras eram invadidos por eles a procura de comida. Registra-se que comiam até mesmo carne humana. Por este motivo, eram considerados como seres que não possuíam leis ou moral, moravam em cavernas, cada um deles, com sua esposa e filhos, os quais eram disciplinados de forma bastante arbitrária pelos mesmos. Ainda segundo Homero, nem todos os ciclopes possíam apenas um olho no centro da testa, entretanto Polifemo, que era considerado o principal dentre todos os outros, tinha apenas um olho em sua testa. Homero ressalta, que os ciclopes descritos em seus poemas não serviam mais a Zeus e o desrespeitava. Outros mitos sobre os sicilianos - Segundo Virgílio e Eurípedes, os ciclopes eram assistentes de Hefesto e trabalhavam dentro dos vulcões junto com o deus, tanto no Monte Etna, na Sicília, como em outras ilhas mais próximas. Os dois filósofos acima não os descreviam mais como pastores, mas como ferreiros que trabalhavam para os deuses e heróis, forjando suas armas. O poder dos ciclopes era tão grande que a Sicília, e outros locais mais próximos, conseguiam ouvir o som de suas marteladas quando trabalhavam na forja. Acredita-se que o número de ciclopes tenha aumentado, segundo os poetas, e que sua moradia tenha sido remanejada para a parte sudeste da Sicília.
> Os construtores são denominados a terceira espécie, provenientes do território da Lícia. Esses posuíam grande poder físico e não eram violentos. Seus trabalhos eram muito pesados e nenhum humano conseguiria realizá-lo tão facilmente. Suspeita-se de que esses ciclopes sejam os responsáveis pela construção das muralhas das cidades de Tirinto e Micenas.

Dragões ou dragos, animais de grandes dimensões, normalmente de aspecto reptiliano (semelhantes a imensos lagartos ou serpentes), muitas vezes com asas, plumas, poderes mágicos ou hálito de fogo. A palavra dragão é originária do termo grego drakôn, usado para definir grandes serpentes. Em vários mitos eles são apresentados literalmente como grandes serpentes, como eram inclusive a maioria dos primeiros dragões mitológicos, e em suas formações quiméricas mais comuns. A variedade de dragões existentes em histórias e mitos é enorme, abrange criaturas bem mais diversificadas. Apesar de serem presença comum no folclore de povos tão distantes como chineses ou europeus, os dragões assumem, em cada cultura, uma função e uma simbologia diferentes, podendo ser fontes sobrenaturais de sabedoria e força, ou simplesmente feras destruidoras. Desconhecem-se evidências concretas que fundamentem a existência de dragões semelhantes aos construídos pelo imaginário dos diversos povos, porém existe um réptil chamado dragão-de-komodo que possui feições parecidas com os dragões da cultura européia, apesar da ausência de asas. Dentro dos registros paleontológicos, o que mais se aproximou foram os répteis voadores pterossauros. Na mitologia grega existe o dragão lord (dragão rei) que ainda habita no monte olimpo, e ainda existem serpentes servas por toda a Grécia escondidas em buracos. O dragão é atualmente símbolo da China e também foi utilizada como apelido do ex-ator e artista marcial chinês Bruce Lee, mais precisamente "o pequeno dragão". No folclore brasileiro existe o Boitatá, uma cobra gigantesca que cospe fogo e defende as matas daqueles que as incendeiam. No ocidente, em geral, predomina a idéia de dragão como um ser maligno e caótico, mesmo que não seja necessariamente esta a situação de todos eles. Segundo o escritor de filosofia oculta, o lusobrasileiro Adriano Camargo Monteiro, em seu estudo de dracologia alquímica, o dragão é um hieróglifo dos quatro elementos (Ar, Fogo, Água e Terra), assim como da matéria volátil e da matéria densa, representados pelo dragão alado e pelo dragão sem asas, respectivamente. Como criatura alada, o dragão luciférico representa os poderes do Elemento Ar e a volatilização. É força expansiva, inteligência, pensamento, liberdade, a expansão psicomental, a elevação espiritual. Como criatura ígnea que é capaz de cuspir fogo, ele possui os poderes do Elemento Fogo, a calcinação, a força radiante, a energia ígnea que cria e destrói. É o aspecto que está relacionado à intuição espiritual que vem como uma labareda, e à vontade espiritual. Como criatura escamosa aquática, o dragão expressa os poderes do Elemento Água, a força fluente e a dissolução da matéria. É o aspecto que simboliza as emoções superiores, a alma, o inconsciente individual como fonte de conhecimento. Como um ser terrestre que caminha sobre quatro patas e habita em profundas cavernas, o dragão representa os poderes do Elemento Terra, a força coesiva, a matéria e o corpo físico do alquimista.
Na mitologia grega, também é comum ver os dragões como adversários mitológicos de grandes heróis, como Hércules ou Perseu. De acordo com uma lenda da mitologia grega, o herói Cadmo mata um dragão que havia devorado seus liderados. Em seguida, a deusa Atena apareceu no local e aconselhou Cadmo a extrair e enterrar os dentes do dragão. Os dentes "semeados" deram origem a gigantes, que ajudaram Cadmo a fundar a cidade de Tebas. Em 2006, o Discovery Channel exibiu um documentário dissertando que os dragões realmente existiram. Seriam a evolução de certos répteis. O fogo poderia ser expelido pela boca pois havia gás metano junto de demais gases dentro do estômago, assim como nós mesmos temos. Semanas após a exibição do documentário ele foi exibido novamente, desta vez anunciando que tudo não passava de pura ficção. Na alquimia expressa a manifestação do ser superior. Há quatro dragões alquímicos; o Dragão do Ar, que é o Mercúrio dos Sábios; o Dragão da Água, o Sal Harmônico; o Dragão do Fogo, o Enxofre dos Sábios; e o Dragão da Terra, o Chumbo dos Sábios, o negrume. Além desses elementos, o sangue do dragão é o ácido e o processo corrosivo do trabalho alquímico. Esses quatro dragões são os quatro aspectos de Lúcifer, o protótipo original do homem-anjo e do homem-besta em seu aspecto primitivo, primordial e superior. O dragão alquímico, ou Lúcifer, é o dragão iniciador da luz e das trevas que são elementos unificados, resultando na consciência espiritual e na aquisição de sabedoria (Sophia). Tal iniciação ocorre nos quatro Elementos alquímicos que são parte do iniciado alquimista.
Seguindo o conceito da cultura cristã ocidental, Smaug era um dragão terrível e destruidor, que reunia grandes tesouros em seu covil na Montanha. Muito da visão dos cristãos a respeito de dragões é herdado das culturas do médio oriente e do ocidente antigo, como uma relação bastante forte entre os conceitos de dragão e serpente (muitos dragões da cultura cristã são vistos como simples serpentes aladas, as vezes também com patas), e a associação dos mesmos com o mal e o caos.
De acordo com o Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento:
◘ Antigo Testamento, dragões eram os inimigos do povo de Deus, como em Ezequiel 29:3. Ao fazer isso, associa-se a ideia das mitologias de povos próximos, para dar maior entendimento aos israelitas. É por isso que a Septuaginta, na sua narrativa da história de Moisés, traduz “serpente” por “dragão”, para dar maior glória à ação de Deus (Êxodo 7:9-12). Há ainda, no antigo testamento, no Livro de Jó 41:18-21, a seguinte descrição:
- 18 Os seus espirros fazem resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pestanas da alva.
- 19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.
- 20 Dos seus narizes procede fumaça, como de uma panela que ferve, e de juncos que ardem.
- 21 O seu hálito faz incender os carvões, e da sua boca sai uma chama.
Em Isaías 30:6, há citado um “áspide ardente voador”, junto com outros animais, para ilustrar a terra para onde os israelitas serão levados, pois o contexto do capítulo é sobre a repreensão deles.
◘ Novo Testamento, acha-se apenas no Apocalipse de São João, utilizado como símbolo de satanás. O Leviatã, a serpente cuspidora de fumaça do livro de Jó, também é considerado um dragão bíblico. Os dragões nas histórias cristãs acabaram por adotar esta imagem de maldade e crueldade, sendo como representações do mal e da destruição.
◘ O caso do mais célebre dragão cristão é aquele que foi morto por São Jorge, que se banqueteava com jovens virgens até ser derrotado pelo cavaleiro. A existência dessas criaturas era tida como inquestionável, e seu aspecto e hábitos eram descritos em detalhes nos bestiários da Igreja Católica. Segundo os relatos tradicionais, São Jorge teria matado um dragão.
◘ Na biologia - Existem também dragões verdadeiros no mundo real. Não se tratam realmente de dragões como nas concepções míticas comentadas acima, mas sim de diversos seres vivos que, por alguma semelhança qualquer, foram batizados assim em homenagem as estas criaturas mitológicas. Existe entre os répteis, por exemplo, o gênero Draco usado para designar espécies normalmente encontradas em florestas tropicais, que possuem abas parecidas com asas nos dois lados do seu corpo, usando-as para planar de uma árvore para outra nas florestas.Existem diversas espécies de peixes, em especial de cavalos-marinhos, que possuem nomes populares de dragões. O dragão-de-komodo, é um grande lagarto que pode chegar ao tamanho de um crocodilo, é um carnívoro e carniceiro encontrado na ilha de Komodo, no arquipélago da Indonésia, e ganhou esse nome devido à sua aparência, que remete aos dragões mitológicos. Acabou sendo o mais famoso dragão vivente do mundo real, a maior espécie de lagarto que existe e já vivia na face da terra muito tempo antes da existência do homem.

Erínias. (Fúrias para os romanos) personificações da vingança, semelhantes a Nêmesis o que punia os deuses, as Erínias puniam os mortais. Viviam nas profundezas do tártaro, onde torturavam as almas pecadoras julgadas por Hades e Perséfone. Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia quando o deus Urano foi castrado por Cronos. Pavorosas, possuíam asas de morcego e cabelo de serpente. As deusas encarregadas de castigar crimenosos, especialmente os delitos de sangue, são também chamadas Eumênides que em grego significa as bondosas ou as Benevolentes, (eufemismo é a palavra usada para evitar pronunciar o seu verdadeiro nome, por medo de atrair sobre si a sua cólera). Em Atenas, usava-se como eufemismo a expressão Semnai Theai, ou deusas veneradas.
Na versão de Ésquilo, as Erínias são filhas da deusa Nix, da noite. Supunha serem muitas, mas na peça de Ésquilo elas são apenas três e habitam no Erebo ou o Tártaro, o inframundo, onde descansam até que são de novo reclamadas na Terra. Os seus nomes são:
- Alecto, (a implacável, a interminável), eternamente encolerizada. Encarrega-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba, etc. Tem um papel muito similar ao da Deusa Nêmesis, com diferença de que esta se ocupa do referente aos deuses, Alecto tem uma dimensão mais "terrena". Alecto é a Erínia que espalha pestes e maldições. Seguia o infractor sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixando dormir em paz
- Megaira ou Megera, (que personifica o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme). Castiga principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. É a Erínia que persegue com a maior sanha, fazendo a vítima fugir eternamente.Terceira das fúrias de Ésquilo, grita ininterruptamente nos ouvidos do criminoso, lembrando-lhe das faltas que cometera
- Tisífone - a vingadora dos assassinatos (patricídio, fracticídio, homicídio...). É a Erínia que açoita os culpados e enlouquece-os.
As Erínias são divindades ctónicas presentes desde as origens do mundo, e apesar de terem poder sobre os deuses, não estando submetidas á autoridade de Zeus, vivem às margens do Olimpo, graças à rejeição natural que os deuses sentem por elas (e é com pesar que as toleram). Por outro lado, os homens têm-lhe pânico, e fogem delas. Esta marginalidade e a sua necessidade de reconhecimento são o que, segundo conta Ésquilo, as Erínias acabam aceitando o veredito de Atena, passando mesmo por cima da sua inesgotável sede de vingança. Eram forças primitivas da natureza que atuavam como vingadoras do crime, reclamando com insistência o sangue parental derramado, só se satisfazendo com a morte violenta do homicida. Porém, posto que o castigo final dos crimes é um poder que não corresponde aos homens (por mais horríveis que sejam), estas três irmãs se encarregavam do castigo dos criminosos, perseguindo-os incansavelmente até mesmo no mundo dos mortos, pois seu campo de ação não tem limites. As Erínias são convocadas pela maldição lançada por alguém que clama vingança. São deusas justas, porém implacáveis, e não se deixam abrandar por sacrifícios nem suplícios de nenhum tipo. Não levam em conta atenuantes e castigam toda ofensa contra a sociedade e a natureza, como por exemplo: o perjúrio, a violação dos rituais de hospitalidade e, sobretudo, os assassinatos e crimes contra a família. As Erínias são representadas normalmente como mulheres aladas de aspecto terrível, com olhos que escorrem sangue no lugar de lágrimas e madeixas trançadas de serpentes, estando muitas vezes acompanhadas por muitos destes animais. Aparecem sempre empunhando chicotes e tochas acesas, correndo atrás dos infratores dos preceitos morais. Na Antiguidade, sacrificavam-lhes carneiros negros, assim como libações de nephalia ou hidromel. Existe na Arcadia um lugar em que se atopam dois santuários consagrados às Erínias. Num deles, elas recebem o nome de Maniai (as que volvem todos). Neste lugar, segundo a lenda relatada por Ésquilo na sua tragédia As Eumênides, perseguem a Orestes pela primeira vez, vestidas de negro. Perto dali, e segundo conta Pausânias, apontava-se outro santuário onde o seu culto associava-se ao das Cárites, deusas do perdão. Neste santuário purificaram a Orestes, vestidas completamente de branco. Orestes, uma vez curado e perdoado, aplicou um sacrifício expiatório às Maniai. Falta ainda ver >>>>>>>>>>>>>>>>>>Queres / Parcas / Moiras

Gigantes, deuses gerados por Gaia, para derrotar Zeus, Gaia enfureceu-se quando ele prendeu os titãs no Tártaro. Eles morreriam se atacados por um deus e um mortal simultaneamente. São eles:
- Tífon, deus grego da seca (filho de Tártaro e de Gaia), simbolizava o elemento Ar em sua forma mais furiosa, os furacões. Foi criado em Delfos e era inimigo hereditário dos deuses, principalmente de Zeus, a quem tinha um ódio cruel. (Há versões que contam que Hera, esposa de Zeus, foi ludibriada por Gaia, visto Gaia saber que a deusa queria destronar o marido. Hera teria recebido uma semente de Gaia e, tendo-a plantado, Tifon teria nascido da terra.) Tífon foi o último filho de Gaia, tão horrendo que foi rejeitado por todos, até seus irmãos, os Titãs. Tifon era maior que todas as montanhas e o corpo, cercado de plumas, era rodeado de serpentes. (Há versões que dizem que seus dedos eram cabeças de dragão com línguas pretas, que soltavam centelhas de fogo pelos olhos e gritos de animal selvagem.) Hesíodo o descreveu: braços poderosos, pés infatigáveis, cem cabeças de serpente com línguas negras e olhos que expeliam fogo, e de todas as cabeças saíam simultaneamente sons terríveis (Hesíodo, Teogonia, 823-835). Outra referência: Tifon era tão alto que sua cabeça batia nas estrelas, os braços enormes bloqueavam os raios do sol, e carvões em brasa saíam de sua boca. Havia um dragão de cem cabeças com línguas escuras em seus ombros, e de seus olhos dardejavam labaredas. Sons estranhos provinham dessas cabeças. Algumas vezes os deuses podiam entendê-los facilmente, mas em outras pareciam berros de touros enfurecidos. Às vezes rosnavam como leões, no momento seguinte como cachorrinhos. Uniu-se a Equidna (única capaz de suportar sua aparencia horrenda) e foi pai de todos os monstros: do cão de três cabeças Cérbero, do lobo (ou cachorro) de duas cabeças Ortro, da esfinge, do dragão de cem cabeças Ládon, do dragão da Cólquida (que guardava o velocino de ouro), da hidra, de Ethon (a águia que comia o fígado de Prometeu) e da Quimera. Descontente com a derrota dos gigantes, Gaia pediu a Tifon que se insurgisse contra Zeus. Outras versões contam que o próprio Tífon irou-se quando heróis gregos a serviço dos deuses começaram a matar seus filhos:
- A Esfinge de Thebes, morta por Édipo (O mesmo relato afirma que foi Tífon quem enviou um servo humano para revelar o parentesco de Édipo, tornando-o insano)
- O Leão de Neméia, que distraído por Zeus foi morto por Herácles. Tífon começou a preparar sua vingança neste período.
- A hidra, morta também por Herácles. Com esta, Tífon declarou abertamente guerra contra os deuses.
- A Quimera, sua caçula, morta por Belerofonte, montado no Pégaso.
Tífon começou a destruir cidades e arremessar montanhas em fúria; Hades, com a ajuda de Quíron e dos heróis remanescentes tentaram deter o monstro, que se aproximava do Olimpo. Cérbero recusou enfrentar seu próprio pai, até que Hades foi imobilizado pelas muitas serpentes de Tífon. Quando os deuses viram Tifon avançando em direção ao Olimpo, fugiram aterrorizados para o Egito, onde tentaram se esconder no deserto transformando-se em animais. Zeus tornou-se um carneiro, Apolo um corvo, Dionísio uma cabra, Hera se transformou em uma vaca, enquanto Afrodite tornou-se um peixe e Ares um porco. De todos os deuses, somente Atena teve coragem de permanecer com sua própria forma. Tifon, quando estava liberto, também perseguia Afrodite e Eros, filho de Ares e Afrodite e uma das forças primordiais do mundo, pois assegurava o prolongamento da espécie e a coesão interna do Cosmos. Um amor impossível unia Afrodite e Eros, mãe e filho. Um dia Tifon encontrou Eros e Afrodite em pleno amor e começou a persegui-los. Numa fuga desesperada, pediram auxílio a todos os homens e deuses, não sendo atendidos por ninguém, pois todos temiam a fúria de Tifon. Somente a Ninfa Amaltéia, cabra que alimentou Zeus, ajudou-os indicando o caminho do mar, onde Tifon não poderia mais persegui-los. Entrando no reino de Poseídon, finalmente livraram-se de Tifon, impossibilitado de entrar no mar por ser o deus da seca. Poseidon, para garantir a fuga, enviou dois delfins (golfinhos) amarrados com um laço de ouro. Eros e Afrodite montaram nos delfins, que os levaram para as profundezas do oceano, onde viveriam seu sonho de amor eterno e nunca mais seriam perseguidos pelos deuses nem pelos homens. Afrodite retornou para o seu lugar de origem, onde se protegia dos monstros que a perseguiam, mas teve de abandonar a terra firme e o contato com o mundo concreto e a realidade da matéria, tornando-se prisioneira do amor num mundo distante e irreal que era o fundo do mar. Afrodite, por essa razão, sempre foi a protetora dos marinheiros e das navegações. Repreendido por Atena por sua covardia, Zeus, por fim, resolveu combater o monstro. Enviando um raio contra Tifon, avançou contra a criatura horrível no Olimpo girando a foice que tinha sido utilizada por seu pai Cronos para castrar seu avô, Urano. Os dois se defrontaram. Tifon desarmou Zeus facilmente e usou sua arma para arrancar os nervos essenciais da consciência e os tendões dos pés e dos braços do deus. Então o arrastou impotente e veio trancá-lo na caverna de Corician, na Sicília, onde o Zeus imortal permaneceu incapaz de mover-se, guardado pela ira de Tifon, que envolveu os músculos de Zeus em uma pele de urso e os confiou a Delfina, um monstro com língua de serpente, algumas vezes dita ser o próprio monstro um dragão. (Há referências que dizem que Tifon perseguiu Zeus por muitos anos e, mesmo ferido por Zeus, fez o acima citado.) Depois Hermes e Pan, para evitar o desastre, recorreram a um estratagema. Entraram secretamente na caverna onde Zeus permanecia cativo e conseguiram vencer Delfina, fazendo-a adormecer com uma flauta. (Outras versões dizem que Pan a teria assustado fazendo um barulho enorme, visto a palavra pânico derivar justamente dessa habilidade de Pan.) Hermes, o médico e deus dos ladrões, descobriu que os tendões tinham sido escondidos e os costurou nos membros de Zeus. Mas o combate continuou. Zeus retornou imediatamente ao Olimpo. Montado numa biga puxada por cavalos alados, travou luta mais uma vez com Tifon. Este arremessou montanhas inteiras contra Zeus, mas o deus usou seus raios para fazer as montanhas voltarem contra seu arremessador. Tifon fugiu e Zeus o perseguiu. Com ajuda de Poseidon e Hades, Zeus enfrentou Tífon com seus raios e trovões, e a luta violenta fez tremer o céu, a terra e o mar, e abalou o próprio mundo subterrâneo. Venceu-o com dificuldade e atirou-o também ao Tártaro. (Versões dizem que Zeus soterrou Tifon sob o Monte Etna, Hefesto (Vulcano) colocou-lhe sobre suas cabeças pesadas bigornas, impedindo-o de libertar-se. Esta foi a única vez que Júpiter (Zeus) chegou perto da derrota, e este seria o motivo da atividade vulcânica do local.) Depois desta, Gaia finalmente sossegou... De acordo com Hesíodo, Zeus atirou Tifon no Tártaro. Lá, diz Hesiodo, Tifon permanece tão perverso como sempre. Em Tártaro, Tifon toma a forma de ventos furiosos que fustigam as tempestades do mar, dispersando os navios, matando marinheiros, trazendo morte e destruição às terras costeiras.
- Alcioneu um dos Gigantes, filho de Gaia (Terra) e de Urano (Céu). Foi morto por Héracles (Hércules) quando atacava sua comitiva.
- Efialtes ( sem informação)
- Porfírio, gigante filho de Gaia e Urano. Na batalha contra os deuses chamada gigantomaquia, tentou estuprar Hera mas foi morto após ser derrubado por um raio de Zeus e atingido por uma flecha de Hércules.
- Encélado. um dos Gigantes, filho de Gaia e Urano. Também um satélite natural de Saturno.
Existem outros gigantes na mitologia gregas são eles:
. Argos Panoptes (Argo de muitos olhos) era um gigante com cem olhos. Servo fiel de Hera, é incumbido pela deusa de tomar conta de Io, uma princesa e amante de Zeus transformada em novilha. Era um excelente boiadeiro, visto que, quando dormia, mantinha 50 de seus olhos despertos. Para libertar Io a mando de Zeus, Hermes o pôs para dormir e em seguida cortou sua cabeça. Hera o homenageou transformando-o em pavão - sua ave sagrada -, em cuja cauda pôs seus cem olhos. Argos também foi responsável pela morte da Équidna, uma serpente fabulosa.
. Egeon é um dos gigantes de cem mãos que lutaram contra os Titãs, como aliados dos Olímpicos. Quando estes quiseram prender Zeus, Egeon foi chamado para dissuadi-los.
. Gerion; ou Gerião (ou ainda Geriones, Geiron) é um gigante da mitologia grega de três corpos que apascentava em sua ilha o seu rebanho. Hércules recebeu como um de seus Doze trabalhos, a missão de roubar o gado de Gerião, o que fez após matar o gigante com sua clava.
. Orion; ou Orionte, na mitologia grega, foi um gigante caçador, um dos melhores a serviço de Ártemis. Ele foi colocado por Zeus entre as estrelas na forma da constelação de Órion. Órion era filho de Poseidon, o Deus dos mares, com uma mortal, sendo assim tinha grandes habilidades para a caça e um vasto conhecimento, porém não era considerado um Deus.Após ser morto foi colocado como constelação no céu, a conhecida constelação de Orion. Diz-se a lenda que Órion era um gigante caçador, amado por Artemis, com quem quase se casou. O irmão de Artemis, Apolo, por sua vez, se aborrecia com tal aproximação entre os dois, chegando a censurar diversas vezes sem nunca obter resultado. Certo dia Apolo teve a oportunidade de se ver livre de seus aborrecimentos, percebendo que Órion vadeava pelo mar apenas com a cabeça fora d’água desafiou sua irmã, outra exímia caçadora, a acertar o alvo que distante se movia. Impecável em sua pontaria ela atingiu em cheio seu amado, que estava fugindo de um escorpião que Apolo enviou para matar Orion, cujo corpo já moribundo foi conduzido à praia pelas ondas do mar. Percebendo a fatalidade que havia cometido, Artemis, em meio às lágrimas, pediu para Zeus colocar Órion e o escorpião entre as estrelas: o gigante trajado com um cinto, uma pele de leão, armado de uma espada e de sua clava, acompanhado por Sírius, seu cão, fugindo de seu inimigo escorpião.(Sírius ou Sírio é a estrela mais brilhante do céu e encontra-se na constelação Cão Maior, perto da constelação Oríon ou Orionte). Outra versão e que Órion tentou violar a deusa Ártemis. A fim de castigá-lo, Ártemis mandou um escorpião gigantesco morder-lhe o calcanhar, matando-o. Pelo serviço prestado à deusa, o escorpião foi transformado em constelação, simbolizando a raiva de Artemis por ter sido ameaçada de estupro, ou, segundo algumas versões, por ter tido sua oferta afetiva e sexual rejeitada. Por Orion pode ser: Orion (constelação), uma constelação / Orion (nave espacial), uma nave espacial da NASA / Orion (pratos), uma marca de pratos de bateria / "Orion", um instrumental da banda Metallica presente no álbum Master of Puppets / Braço de Órion, um braço espiral da Via Láctea / P-3 Orion, um avião militar.
. Amico, gigante, filho de Netuno, que duelou com Pólux, sendo derrotado por este.
. Dercino; também chamado de Bercino ou Bercione de acordo com as várias traduções disponíveis,[1] era um gigante, filho de Poseidon, deus dos mares, e irmão de Albião.[2] Segundo a mitologia ele entrou em conflito com Hércules, quando vivia em Ligúria. Dercino viveu como um pastor com seu irmão numa cidade da Ligúria, quando Hércules atravessou seu país com o gado de Gerion (Um de seus doze trabalhos, com as quais cruzou a Europa), não resistindo, ataca-o, juntamente com sua família, acabando por ser morto.
. Albião. ou Albião, um dos filhos de Poseidon e Anfitrite que junto de seu irmão Dercino (também chamado de Bergione), atacaram Hércules quando este passava por seu país, Ligúria, com o gado de Gerion. Ambos os irmãos foram mortos por Hércules. O escoliasta de Licofron chama o irmão de Albião de Ligys. A história é também citada por Higino e Dionísio.
Também existiram dois gigantes da geração denominada Aloída, filhos de Oceano e Tétis (em outro versão são filhos de Poseidon e Ifimedia), são eles:
. Oto foi o filho de Posídon e Ifimedia, irmão de Efialtes, como ele, um Aloída. Ambos tentaram escalar o Olimpo e foram mortos pela áudacia. Oto pode ser: Nome dinástico de vários monarcas do Sacro Império Romano-Germânico / Oto I de Nassau, conde do antigo estado alemão de Nassau. / Oto I da Grécia, primeiro rei da Grécia moderna / Oto (Iowa), cidade do estado norte-americano de Iowa.
. Efialtes. Um dos Aloídas, filho de Posídon e Ifimedia. Gigante feroz, a exemplo de seu irmão Oto, ambos tentaram escalar o Olimpo, mas acabaram vítimas de um ardil engendrado por Ártemis, Diana na mitologia romana, deusa da caça.

Górgonas criatura representada como um monstro feroz, de aspecto feminino, e com grandes presas. Tinha o poder de transformar todos que olhassem para ela em pedra, o que fazia com que, muitas vezes, imagens suas fossem utilizadas como uma forma de amuleto. A górgona também vestia um cinto de serpentes entrelaçadas. Na mitologia grega tardia, diziam-se que existiam três górgonas: as três filhas de Fórcis e Ceto. Seus nomes eram Medusa, "a impetuosa", Esteno, "a que oprime" e Euríale, "a que está ao largo". Como a mãe, as górgonas eram extremamente belas e seus cabelos eram invejáveis; todavia, eram desregradas e sem escrúpulos. Isso causou a irritação dos demais deuses, principalmente de Atena, a deusa da sabedoria, que admirou-se de ver que a beleza das górgonas as fazia exatamente idênticas a ela. Atena então, para não permitir que deusas iguais a ela mostrassem um comportamento maligno, tão diferente do seu, deformou-lhes a aparência, determinada a diferenciar-se. Atena transformou os belos cachos das irmãs em ninhos de serpentes letais e violentas, que picavam suas faces. Transformou seus belos dentes em presas de javalis, e fez com que seus pés e mãos macias se tornassem em bronze frio e pesado. Cobrindo suas peles com escamas douradas e para terminar, Atena condenou-as a transformar em pedra tudo aquilo que pudesse contemplar seus olhos. Assim, o belo olhar das górgonas se transformou em algo perigoso. Em outras versões, somente Medusa tinha os cabelos de serpentes, suas irmãs eram cegas e para enxergar, partilhavam o mesmo olho. Envergonhadas e desesperadas por seu infortúnio, as górgonas fugiram para o Ocidente, e se esconderem na Ciméria, conhecido como "o país da noite eterna". Mesmo monstruosa, Medusa foi assediada por Poseídon, que amava Atena. Para vingar-se, Medusa cedeu e Posseidon desposou-a. Após isso, Posseidon fez com que Atena soubesse que ele tivera aquela que era sua semelhante. Atena sentiu-se tão ultrajada que tomou de Medusa sua imortalidade, fazendo-a a única mortal entre as górgonas. Em outras versões, Atena amaldiçoou as górgonas justamente porque quando Medusa ainda era bela, ela e Possídon se uniram em um templo de Atena, a deusa ficou ultrajada e as amaldiçoou. Mais tarde, Perseu, filho de Zeus e da princesa Dânae, contou com a ajuda de Atena para encontrar Medusa e cortar a sua cabeça, com a qual realizou prodígios. Pois mesmo depois de morta, a cabeça continuava viva e aquele que a olhasse nos olhos se tornava pedra. Simbolismo = Medusa seria a personificação da corrupção do próprio ego que ao encontrar diante de si mesmo não resiste e sucumbe a própria monstruosidade antes oculta. Esteno personifica a opressão e a dúvida que assolam o espírito ignorante, isto é, sem a Sabedoria (Atena). Euríale personifica aquilo que é desconhecido e sempre é colocado à margem da vida, porque o próprio espírito não aceita.

Hecatônquiros também conhecidos por Centimanos, três gigantes irmãos dos 12 Titãs e dos 3 Ciclopes, filhos de Urano e Gaia: Briareu ("forte"), Coto ("filho de Cotito") e Giges. Possuíam cem braços e cinquenta cabeças.Urano, que os hostilizava, acabou mandando-os para as entranhas de Gaia. Esta, enfurecida, ajudou-os a escapar e a montar a rebelião que culminaria com a castração de Urano. Depois da queda de Urano, Cronos sobe ao poder e os aprisiona no Tártaro. São libertados por Zeus, que os ajuda a montar uma emboscada. Como possuiam cem braços, eram hábeis no arremesso de pedras e venceram-nos atirando tantas pedras que os Titãs acharam que a montanha por onde passavam estava desabando. Depois de derrotar os Titãs, se estabeleceram em palácios no rio Oceanus, como guardiões das portas do Tártaro, onde Zeus havia aprisionado os Titãs.

Harpia freqüentemente representada como aves de rapina com rosto de mulher e seios. Na história de Jasão, as harpias foram enviadas para punir o rei cego Fineu, roubando-lhe a comida em todas as refeições. Muitas pessoas também acreditam que as harpias eram mulheres com asas, bico e pés de pássaros. Mas não há nenhuma afirmação científica neste caso. As Harpias eram irmãs de Íris, Filhas de Tifão e Equídina. Seus nomes eram:
. Aelo é uma harpia cujo nome em grego significa "a borrasca".
. Ocípete é uma harpia cujo nome em grego significa "a rápida no vôo".
. Celeno é uma harpia cujo nome em grego significa "a obscura". Em outras versões em vez de harpia, Celeno uma das sete plêiades, filha de Atlas e Pleione. Ver >>>>>>>>>>>>>> Sereias / Sirens

Musas são entidades mitólogicas a que são atribuidas capacidade de inspirar a criação artística ou científica; na Grécia, eram as nove filhas de Mnemosine e Zeus. Musa, no singular, é a figura feminina real ou imaginária que inspira a criação. O correspondente masculino seria o fauno, todavia este ser não tem exatamente a mesma capicidade inspiradora na mitologia. O templo das musas era o Museion, termo que deu origem à palavra museu, nas diversas línguas indo-européias, como local de cultivo e preservação das artes e ciências. Origem = Mnemósine, a deusa da memória, durante nove noites consecutivas e, um ano depois, Mnemósine deu à luz nove filhas em um lugar próximo ao monte Olimpo. Criou-as ali o caçador Croto, que depois da morte foi transportado, pelo céu, até a constelação de Sagitário. As musas cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhados pela lira de Apolo, para deleite das divindades do panteão. Eram, originalmente, ninfas dos rios e lagos. Seu culto era originário da Trácia ou em Pieria, região a leste do Olimpo, de cujas encostas escarpadas desciam vários córregos produzindo sons que sugeriam uma música natural, levando a crer que a montanha era habitada por deusas amantes da música. Nos primórdios, eram apenas deusas da música, formando um maravilhoso coro feminino. Posteriormente, suas funções e atributos se diversificaram. Eram as nove musas:
> Calíope (bela voz), a primeira entre as irmãs, era a musa da eloqüência. Seus símbolos eram a tabuleta e o buril. É representada sob a aparência de uma jovem de ar majestoso, a fronte cingida de uma coroa de ouro. Está ornada de grinaldas, com uma mão empunha uma trombeta e com a outra, um poema épico. Tem sempre tabuleta ou pergaminho e uma pena para escrita. Foi amada por Apolo, com quem teve dois filhos: Himeneu e Iálemo. E também por Eagro, que desposou e de quem teve Orfeu, o célebre cantor da Trácia.
> Clio (a que confere fama ou a proclamadora) era a musa da História, sendo símbolos seus o clarim heróico e a clepsidra. Costumava ser representada sob o aspecto de uma jovem coroada de louros, tendo na mão direita uma trombeta e na esquerda um livro intitulado "Tucídide" (pergaminho parcialmente aberto). Aos seus atributos acrescentam-se ainda o globo terrestre sobre o qual ela descansa, e o tempo que se vê ao seu lado, para mostrar que a história alcança todos os lugares e todas as épocas.
> Érato (amável ou a que desperta desejo) era a musa do verso erótico. Poesia lírica, pequena lira. É uma jovem ninfa coroada de mirto e rosas. Com a mão direita segura uma lira e com a esquerda um arco. Ao seu lado está um pequeno Amor que beija-lhe os pés.
> Euterpe (a doadora de prazeres ou a que dá júbilo) era a musa da poesia lírica e da música, tinha por símbolo a flauta, sua invenção. Ela é uma jovem, que aparece coroada de flores, tocando o seu instrumento. Ao seu lado estão papéis de música, oboés e outros instrumentos. Por estes atributos, os gregos quiseram exprimir o quanto as letras encantam àqueles que as cultivam.
> Melpômene (a poetiza ou a cantora) era a musa da tragédia; usava máscara trágica uma grinalda, uma clava e folhas de videira. Empunhava a maça de Hércules e era oposto de Tália. O seu aspecto é grave e sério, sempre está ricamente vestida e calçada com coturnos.
> Polímnia (a de muitos hinos) era a musa dos hinos sagrados e da narração de histórias. Costuma ser apresentada em atitude pensativa, com um véu, vestida de branco, em uma atitude de meditação, com o dedo na boca. Figura velada.
> Tália (a que faz brotar flores ou a festiva) era a musa da comédia que vestia uma máscara cômica e portava ramos de hera ou um bastão. É mostrada por vezes portando também um cajado de pastor, coroada de hera, calçada de borzeguins e com uma máscara na mão. Muitas de suas estátuas têm um clarim ou porta-voz, instrumentos que serviam para sustentar a voz dos autores na comédia antiga.
> Terpsícore (a rodopiante ou a que adora dançar) era a musa da dança. Também regia o canto coral e portava a cítara ou lira. Apresenta-se coroada de grinaldas, tocando uma lira e plectro, ao som da qual dirige a cadência dos seus passos. Alguns autores fazem-na mãe das Sereias.
> Urânia (celestial ) era a musa da astronomia, tendo por símbolos um globo celeste e um compasso. Representam-na com um vestido azul-celeste, coroada de estrelas e com ambas as mãos segurando um globo que ela parece medir, ou então tendo ao seu lado uma esfera pousada uma tripeça e muitos instrumentos de matemática. Urânia era a entidade a que os astrônomos/astrólogos pediam inspiração.
Suas moradas, normalmente situadas próximas à fontes e riachos, ficavam na Pieria, leste do Olimpo (musas pierias), no monte Helicon, na Beocia (musas beocias) e no monte Parnaso em Delfos (musas délficas). Nesses locais dançavam e cantavam, acompanhadas muitas vezes de Apolo Musagetes (líder das musas - epíteto de Apolo). Eram bastante zelosas de sua honra e puniam os mortais que ousassem presumir igualdade com elas na arte da música. O coro das musas tornou o seu lugar de nascimento um santuário e um local de danças especiais. Também freqüentavam o Monte Hélicon, onde duas fontes, Aganipe e Hipocrene, tinham a virtude de conferir inspiração poética a quem bebesse suas águas. Ao lado das fontes, faziam gracioso movimentos de uma dança, com seus pés incansáveis, enquanto exibiam a harmonia de suas vozes cristalinas.
> Curiosidade sobre uma décima musa! = Safo uma poetisa grega que viveu na cidade lésbia de Mitilene, ativo centro cultural no século VII a.C.. Nascida algures entre 630 e 612 a.C., foi muito respeitada e apreciada durante a Antigüidade, sendo considerada "a décima musa".[carece de fontes?] No entanto, sua poesia, devido ao conteúdo erótico, sofreu censura na Idade Média por parte dos monges copistas, e o que restou de sua obra foram escassos fragmentos. A biografia de Safo (Psappha, como a própria assinava no dialeto eólico), é um tanto controversa. e muito do que se diz a seu respeito está envolto em lendas (inclusive suas relações com mulheres). Nasceu em Eresos, uma cidade da fértil ilha grega de Lesbos entre 630 e 612 a.C., tendo mudado-se para Mitilene, sua capital e principal cidade, ainda menina. Já em 593 a.C. figurava dentre os aristocratas deportados para a cidade de Pirra (também na ilha de Lesbos) por conspiração. Safo já tomava parte da vida pública (na política e na poesia) aos 19 anos. O ditador Pitaco, temendo-lhe a escrita, condenou-a a um exílio mais distante, fora da ilha de Lesbos. Sobre tal exílio: Era Pitaco ditador de Mitilene, a maior das cinco cidades de Lesbos. Os comerciantes e cidadãos menos abastados derrubaram a aristocracia, fazendo de Pitaco o ditador, nos moldes do seu contemporâneo e amigo Sólon. Tentando a retomada do poder, os aristocratas conspiram, e são novamente derrotados, sendo exilados seus líderes, dentre os quais o poeta Alceu e Safo. Alceu teria sido um poeta que mesclara sua arte com a política, num estilo todo próprio que se diz alcaico e teria sido, certamente, mais conhecido não tivesse ao lado a grandeza de Safo... No primeiro exílio, em Pirra, consta que Alceu tenha lhe enviado um convite amoroso:
"Oh pura Safo, de violetas coroada e de suave sorriso, queria dizer-te algo, mas a vergonha me impede."
Não se sabe se este affair teve conseqüências, mas que Safo respondera-lhe, então:
"Se teus desejos fossem decentes e nobres e tua língua incapaz de proferir baixezas, não permitirias que a vergonha te nublasse os olhos - dirias claramente aquilo que desejasses".
Alceu dedicou-lhe muitas odes e serenatas.
Por volta de 591 a.C. parte para a Sicília. Naquela época casou-se com um rico comerciante de Andros que, falecendo em breve, deixou-lhe uma rica herança e uma filha, Cleis, que a mãe assim definia: "dourada flor que eu não trocaria por toda a Lídia, nem pela formosa Lesbos".
Após cinco anos exilada, volta para Lesbos, onde logo se torna a líder da sociedade local, no plano intelectual. Sedutora, não dotada da beleza na concepção grega da época (embora Sócrates a houvesse denominado "A Bela"), Safo era baixa e magra, olhos e cabelos negros, e de refinada elegância, viúva e vivendo numa sociedade não tinha regras morais como hoje se concebem. Concebeu Safo uma escola para moças, onde lecionaria a poesia, dança e música - considerada a primeira "escola de aperfeiçoamento" da História. Ali as discípulas eram chamadas de hetairai (amigas) e não alunas... E a mestra apaixona-se por suas amigas, todas... dentre elas, aquela que viria a tornar-se sua maior amante, Atis - a favorita, que descrevia sua mestra como vestida em ouro e púrpura, coroada de flores. Mas Atis apaixona-se por um moço e, com ciúmes, Safo dedica-lhe os versos:
"Semelhante aos deuses parece-me que há de ser o feliz
mancebo que, sentado à tua frente, ou ao teu lado,
te contemple e, em silêncio, te ouça a argêntea voz
e o riso abafado do amor. Oh, isso - isso só - é bastante
para ferir-me o perturbado coração, fazendo-o tremer
dentro do meu peito!
Pois basta que, por um instante, eu te veja
para que, como por magia, minha voz emudeça;
sim, basta isso, para que minha língua se paralise,
e eu sinta sob a carne impalpável fogo
a incendiar-me as entranhas.
Meus olhos ficam cegos e um fragor de ondas
soa-me aos ouvidos;
o suor desce-me em rios pelo corpo, um tremor (...)
A aluna foi retirada da Escola por seus pais, e Safo escreve que "seria bem melhor para mim se tivesse morrido".
A Morte controversa - Tantos milênios passaram-se após a vida desta figura feminina excepcional, que a humanidade viveu momentos de glória e desprezo sobre sua arte e personalidade. Em 1073 de nossa era suas obras, junto com as de Alceu, foram queimadas em Constantinopla e em Roma. Mas foram redescobertas poesias dela em 1897.
Safo foi chamada de "cortesã" (prostituta), por Suidas. E contavam que havia se suicidado pulando de um precipício na ilha de Leucas, apaixonada pelo marinheiro Faonte - fato que é descrito também em Menandro, Estrabão e Ovídio. Mas há consenso de que isto seja verdadeiramente mítico. Escritos sobreviventes dão Safo como tendo atingindo a velhice, e o certo é que não se sabe como nem quando ela morreu, sendo considerada por alguns a maior de todas as poetisas.
Honras a Safo - Sua poesia era considerada das mais sublimes. Dentre os gregos que lhe foram contemporâneos e pósteros, Safo era considerada uma dos chamados "Nove Poetas Líricos" (os outros eram: Álcman, Alceu, Estesicoro, Ibico, Anacreonte, Simonides, Píndaro e Baquilides). Estrabão escrevera que "Safo era maravilhosa pois em todos os tempos que temos conhecimento não sei de outra mulher que a ela se tenha comparado, ainda que de leve, em matéria de talento poético."
Assim como Homero era conhecido como "o Poeta", Safo era conhecida como "a Poetisa".
Narram, ainda, os historiadores, que tendo Excetides declamado um canto de louvor a Safo para Sólon, seu tio, este pediu que o moço o ensinasse todo, de tanto que o agradou. Alguém então perguntou-lhe para quê queria tal coisa, ao que o célebre jurista respondeu: "Quero aprendê-lo, e depois morrer!"
Mas nenhum epigrama foi mais próximo ao êxtase que seus versos provocavam do que este: “Há quem afirme serem nove as musas. Que erro! Pois não vêem que Safo de Lesbos é a décima? — Platão
> Outra Curiosidade na história divididas em nove livros e escrita por Heródoto de Halicarnasso, é a obra básica da História, a primeira a ter este título - e constitui-se na primeira tentativa do homem em sistematizar o conhecimento de suas ações ao longo do tempo. Data de cerca de 440 a.C.. Escrita em dialeto jônico - uma vez que Halicarnasso era uma das cidades gregas situadas na Dória (hoje pertencente à Turquia), bastante próximo daquela outra região (a Jônia).Heródoto viveu entre 485 a.C. e 430 a.C. e, até aquele momento, nenhuma obra procurara reunir os registros historiográficos da Grécia, quer interna, quer em seu relacionamento, muitas vezes belicoso, com países próximos - chamados de bárbaros, dentre os quais a Pérsia (e particularmente as Guerras Médicas). O título por ele escolhido Histórias, tinha o significado de pesquisas - mas ganhou em seguida a conotação de registro que até hoje conserva. Não se pode com certeza afirmar se nada similar foi escrito antes ou ao tempo de Heródoto: o fato é que esta obra é a mais antiga e a única sobre a História grega a sobreviver até a atualidade. Cada um dos livros é dedicado a uma das Musas, que segundo a Mitologia, eram as responsáveis pelas artes. As Histórias constituem um perfeito exemplo de composição literária livre, dentro da prosa grega antiga. Não descreve os fatos de modo linear, a todo tempo a narrativa é interrompida por digressões e comentários sobre o argumento central. Neste particular, assemelha-se à Ilíada, de Homero. A obra tem início no Proêmio, que é onde o autor expõe sua intenção: evitar que os feitos das gerações que o precederam sejam relegados ao esquecimento, eram os livros:
-Livro I de Clio - Ao expor as causas do conflito conhecido por Guerras Médicas, Heródoto aborda as primeiras dissenções e enfrentamentos que se produziram entre gregos e bárbaros, na época mítica (os raptos de Europa, Medéia e Helena de Tróia). Entretanto, mantém certa distância em relação a estas tradições e, em seguida, segundo o que ele sabe, indica quem cometeu os primeiros atos de provocação (Creso, rei da Lídia). Expõe, assim, claramente, que a agressão é proporcional à responsabilidade, moral e jurídica. Sua atenção passa, então, para a figura de Creso, o primeiro agressor. A história da Lídia permite que se conheça o grande eixo de sua história, a Pérsia; ao mesmo tempo, firma as bases de sua concepção teleológica dos acontecimentos humanos (relato da entrevista entre Sólon e Creso; I 28-33). O restante do Livro I desvia sua atenção para a Pérsia, com a subida ao trono por Ciro e as diversas campanhas deste Rei (conquista da Jônia, Cária e Lícia).
- Livro II de Euterpe - É em sua totalidade dedicado ao Egipto: antigüidade dos frígios; geografia egípcia, história do país, estudos sobre a geografia e o rio Nilo; faz um estudo comparado da religião egípcia, em relação à grega; animais sagrados (gatos, serpentes, etc.), sucessão de reis, etc.
- Livro III de Tália - Trata das causas que levaram Cambises a atacar o Egito. A campanha militar. Detalhes sobre o caráter soberbo e ímpio de Cambises. Sua morte e entronização de Dario I.
- Livro IV Melpômene - Segue a expansão persa: Cítia. Digressões acerca dos citas. Campanha contra os citas. Campanha contra a Líbia. é dedicado a musa .
- Livro V de Terpsicore - O avanço persa contra a Grécia. Operações contra a Macedônia e Trácia. Sublevação jônica. Aristágoras de Mileto pede ajuda a Esparta e Atenas, o que serve de mote para que o autor desenvolva a História das duas cidades.
- Livro VI de Érato - A Guerra Médica. Incursão persa na Macedônia. História contemporânea de Esparta e Atenas. Desembarque persa na Ática. Batalha de Maratona. Assuntos da política interna em Atenas. Alcmeônidas e Milcíades.
- Livro VII de Polímnia - Precipitação dos acontecimentos. As digressões possuem uma estreita relação estrutural com o núcleo do relato. Traz a morte de Dario, Xerxes ocupa o controle do império persa e decide invadir a Grécia. Descrição da gigantesca expedição, a passagem do Helesponto e o desenrolar das operações bélicas. Preparativos para a resistência grega. Batalha das Termópilas.
- Livro VIII de Urânea - Batalha do cabo Artemísio. Ocupação e destruição de Atenas. A população e a frota atenienses se refugiam na ilha de Salamina. Batalha de Salamina. Retirada de Xerxes.
- Livro IX de Calíope - Batalhas de Plátea e Micala. Trágicos amores de Xerxes. Tomada de Sesto pelos atenienses. Opinião de Ciro sobre os riscos do expansionismo.
O final das Histórias é problemático. A questão fundamental é se a obra está inacabada ou se Heródoto chegou até o final cronológico que, em sua opinião, poria fim à guerra. Na obra, além disso, há promessas inconclusas (como onde diz que falará dos assírios), que se podem debitar à falta de uma última revisão. O certo parece ser que o autor trabalhou durante muito tempo na obra, com vários planos (umas línguas dispersas, uma História da Pérsia, as Guerras Médicas) e em várias etapas compositivas.
Um aspecto funtamental na hora de se estudar a metodologia em Heródoto é o tratamento das fontes:
1. Como elemento primário para a obtenção de dados, costuma basear-se em suas observações pessoais (ὄψις) articuladas de acordo com o procedimento dos logógrafos (os primeiros escritores gregos), com introdução de um elemento ternário: a descrição geográfica de um país, descrição dos costumes dos moradores e atenção aos aspectos mais surpreendentes (τὰ θωμάσια). Bom exemplo destas passagens que compõem a ὄψις, são os λόγοι ("relatos"), que facilitam as informações que, em geral, a crítica moderna tende em comprovar. Em qualquer caso, deve destacar-se sua sinceridade, pois nunca pretende ter visto além do que realmente viu.
2. Um segundo meio, conhecido com o nome de ἱστορίη (investigação), se baseia na obtenção de dados a partir de fontes escritas, de importância capital na composição da obra. Podem destacar-se três grandes grupos: os Poetas (Homero, Hesíodo, Arquíloco, Esopo, Solón, Safo, Simónides, Alceo, Píndaro, Esquilo, Anacreonte...), as fontes epigráficas (escritos em pedra, argila, etc. – e em certas ocasiões seu desconhecimento sobre as línguas não-gregas levam-no a interpretações singelas), os logógrafos (Hecateu de Mileto, principalmente).
3. A terceira fonte é a ἀκοή, os testemunhos orais. As Histórias de Heródoto são fundamentalmente baseadas na tradição oral (como ao falar de Tucídides, por exemplo). O comum é que faça alusão a estes testemunhos de modo indeterminado, usando expressões do tipo “segundo os persas...”, “uns dizem que...”, “outros sustentam...”, etc.
4. Finalmente, Heródoto completa sua metodologia com uma série de considerações que se agrupam sob o nome genérico de γνῶναι. São argumentações que servem para estabelecer relações de afinidade ou para aprofundar o exame crítico daquilo que está expondo.
É indubitável que se está nos começos do gênero histórico, o que explica o excesso de pontos pouco detalhados, argumentações inconsistentes e falha no rigor analítico. Por outra parte, o desconhecimento da estratégia e tática militares é evidente. O pensamento de Heródoto representa sem dúvida o espírito antigo. Muito se tem insistido sobre seu paralelo (e amizade) com Sófocles, mas a dualidade teológica e humana que se encontra em sua obra possui maior semelhança com o trabalho de Ésquilo. A dupla motivação factual da tragédia neste autor (responsabilidade humana e causalidade divina), não é diferente da posição de Heródoto, para quem (I 32, 1) “a divindade é, em todos as ordens, invejosa e causa de perturbação”. Mas, ao mesmo tempo, aparece uma tendência que busca no homem mesmo a causa do seu destino. Tem-se um plano sobrenatural que põe em relevo a fragilidade do ser humano, que é “todo incerteza”. O destino, portanto, se converte numa força pré-moral que se impõe de maneira inexorável. Isto implica num pessimismo que é consubstanciado no pensamento grego. O ser humano se sente sujeito às instabilidades e é impotente (ἀμήχανος) ante os desígnios divinos.
Sem dúvida, o aparente dogmatismo da φθόνος θεῶν (inveja dos deuses) não diminui a responsabilidade dos homens. Os castigos que este sofre são provocados diretamente na proporção da soberbia (ὕβρις) humana. Quando um homem se encontra numa posição de relevo que excede às suas possibilidades naturais, tente a incorrer em soberbia, e é culpado de crimes e sortilégios, que atentam contra a estabilidade ético-social. Para se precaver das hostilidades divinas o homem deve praticar a justiça, a piedade e a modéstia sem que, como ocorre em Sófocles, seja absolutamente seguro que isto baste para ter sucesso. É um posicionamento similar ao da tragédia, da lírica e da épica. Esta atitude de Heródoto, dirigida pela moderação, determina seu pensamento político: obrigado a exilar-se de sua pátria por um regime tirânico, abomina a tirania, cuja essência é a irresponsabilidade ante a lei e aos demais membros da comunidade; se mostra convencido dos benefícios que representa a liberdade, daí sua admiração por Atenas e justificação de seu apogeu. Liberdade face à subordinação – este é o diferencial entre gregos e bárbaros.

Moiras as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos, eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso da Roda da Fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios, as voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos. As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmesis e as Erínias. Pertenciam à primeira geração divina (os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deusas e homens. Filhas de Nix. Moira, no singular, era inicialmente o destino. Na Ilíada, representava uma lei que pairava sobre deuses e homens, pois nem Zeus estava autorizado a transgredi-la sem interferir na harmonia cósmica. Na Odisséia aparecem as fiandeiras. O mito grego predominou entre os romanos a tal ponto que os nomes das divindades caíram em desuso. Entre eles eram conhecidas por Parcas chamadas Nona, Décima e Morta, que tinham respectivamente as funções de presidir a gestação e o nascimento, o crescimento e desenvolvimento, e o final da vida; a morte; notar entretanto, que essa regência era apenas sobre os humanos. Os poetas da antiguidade descreviam as moiras como donzelas de aspecto sinistro, de grandes dentes e longas unhas. Nas artes plásticas, ao contrário, aparecem representadas como lindas donzelas. As Moiras eram:
> Cloto significa "fiar", segurava o fuso e tecia o fio da vida. Junto de Ilítia, Ártemis e Hécata, Cloto atuava como deusa dos nascimentos e partos.
> Láquesis significa "sortear" puxava e enrolava o fio tecido, Láquesis atuava junto com Tyche, Pluto, Moros e outros, sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida.
> Átropos significa "afastar", ela cortava o fio da vida, Átropos juntamente a Tânatos, Queres e Moros, determinava o fim da vida.

Mortais - Um humano, ser humano, pessoa ou homem é um membro da espécie de primata bípede Homo sapiens, pertencente ao género Homo, família Hominidae (taxonomicamente Homo sapiens - latim: "homem sábio"). Os membros dessa espécie têm um cérebro altamente desenvolvido, com inúmeras capacidades como o raciocínio abstrato, a linguagem, a introspecção e a resolução de problemas. Esta capacidade mental, associada a um corpo ereto possibilitaram o uso dos braços para manipular objetos, fator que permitiu aos humanos a criação e a utilização de ferramentas para alterar o ambiente a sua volta mais do que qualquer outra espécie de ser vivo.
Evidências de DNA mitocondrial indicam que o homem moderno teve origem na África oriental há cerca de 200.000 anos. Atualmente os seres humanos estão distribuídos em toda a Terra, principalmente nos continentes e ilhas do planeta. No entanto, outros grupos de indivíduos estão voando em veículos particulares na atmosfera, outros viajando ao longo dos oceanos e até mesmo um pequeno número de indivíduos que vivem na órbita terrestre baixa. A população humana na Terra, em fevereiro de 2009, era superior a 6,7 bilhões de indivíduos. Desde o surgimento da civilização, os humanos são uma forma dominante de vida biológica, em termos de distribuição espacial e efeitos sobre a biosfera do planeta. Como a maioria dos primatas superiores, os seres humanos são sociais por natureza, sendo particularmente hábeis em utilizar sistemas de comunicação, principalmente verbal, gestual e escrita para se auto-expressar, trocar de idéias e se organizar. Os humanos criaram complexas estruturas sociais compostas de muitos grupos cooperantes e concorrentes, de famílias até nações. As interações sociais entre os humanos criaram uma variedade extremamente grande de tradições, rituais, normas sociais e éticas, leis e valores, que em conjunto formam a base da sociedade humana. A cultura humana é marcada pelo apreço pela beleza e estética o que, combinado com o desejo de auto-expressão e proporcionalmente a um cérebro muito desenvolvido, levou a inovações como a arte, a escrita, a literatura e a música. O homo sapiens, como espécie, tem como característica o desejo de entender e influenciar o ambiente à sua volta, procurando explicar e manipular os fenômenos naturais através da filosofia, artes, ciências, mitologia e da religião. Esta curiosidade natural levou ao desenvolvimento de ferramentas e habilidades avançadas. O ser humano é a única espécie conhecida capaz de criar o fogo, cozinhar seus alimentos, vestir-se, além de utilizar várias outras tecnologias. Os humanos passam suas habilidades e conhecimentos para as próximas gerações e, portanto, são considerados dependentes da cultura.
Terminologia - Em latim, humanus é a forma adjectival do nome homo, traduzido como Homem (para incluir machos e fêmeas). Na Filosofia, é mantida uma distinção entre as noções de ser humano (ou Homem) e de pessoa. O primeiro refere-se à espécie biológica enquanto que o segundo refere-se a um agente racional (ver, por exemplo, a obra de John Locke, Ensaio sobre o Entendimento Humano II 27, e a obra de Immanuel Kant, Introdução à Metafísica da Moral). Segundo a perspectiva de John Locke, a noção de pessoa passa a ser a de uma coleção de acções e operações mentais. O termo pessoa poderá assim ser utilizado para referir animais para além do Homem, para referir seres míticos, uma inteligência artificial ou um ser extraterrestre. Uma importante questão em Teologia e na Filosofia da religião concerne em saber se Deus é uma pessoa.
No geral, a palavra pessoas é utilizada quando se quer referir a um grupo específico de indivíduos. No entanto, quando se quer referir a um grupo que possui semelhança étnica, cultural ou de nacionalidade, utiliza-se o termo povo (exemplos: povo índio, povo falante de português).
O macho juvenil desta espécie é denominado rapaz, (no Brasil, também pode ser usado o termo "moço").
À fêmea juvenil dá-se o nome de rapariga, (no Brasil, o termo é pejorativo, o termo usual é "moça").
O termo Homem, com inicial maiúscula, é geralmente utilizado para referir o conjunto de todos os seres humanos (em contraste com homem, o macho da espécie), tal como o termo humanidade, raça humana ou gênero humano. O termo humano é utilizado como sinónimo de ser humano. Como adjectivo, o termo humano, tem significância neutra, mas poderá ser utilizado para enfatizar os aspectos positivos da natureza humana e ser sinónimo de benevolência (em contraposição com o termo inumano ou desumano).
Idéias centrais - A Antropologia Interpretativa analisa a cultura como hierarquia de significados, pretendendo que a etnografia seja uma “descrição densa”, de interpretação escrita e cuja análise é possível por meio de uma inspiração hermenêutica. É crucial a leitura da leitura que os “nativos” fazem de sua própria cultura
Antropologia das emoções é uma linha teórico-metodológica da Antropologia que lida com a categoria analítica emoção como objeto de análise. Os estudos da emoção desde os finais do século XIX começo do século XX tem sido objeto de análise da psicologia e fisiologia. Entre os primeiros estudos de caráter antropológico das emoções podemos incluir diversas obras de Sigmund Freud e Marcel Mauss
No Brasil, neste campo analítico o conceito de emoção é apreendido, segundo Guilherme Marques, como uma categoria "de entendimento capaz de apreender a noção de humano e de sociedade como um todo, e em sua obra discute as consequências metodológicas de uma pesquisa sobre emoção nas inter-relações sempre tensas entre indivíduo social e sociedade".
A Antropologia das emoções é uma linha analítica que, na atualidade, vem atraindo um número crescente de especialistas, pesquisadores, estudiosos e leitores no mundo e, no Brasil, em particular. É, segundo o autor citado, enfim, um campo de reflexão que "tem procurado revigorar a análise (antropológica) introduzindo perspectivas novas e importantes da grande questão interna (das ciências sociais)em geral, (...) que é a problemática da intersubjetividade".
Darwin e Freud - Não há dúvidas que esses dois autores influenciaram o modo que o ocidente e a antropologia percebe e estuda as emoções humanas.
>> Charles Darwin em 1867 para pesquisa sobre a das emoções que faz parte do seu livro “A expressão das emoções no homem e nos animais elaborou um questionário que foi aplicado por homens letrados:
1.Exprime-se a surpresa pelo arregalar dos olhos e da boca e pela elevação das sobrancelhas?
2.A vergonha produz enrubescimento, quando a cor da pele permite percebê-lo? Se sim, até onde este desce pelo corpo?
3.Quando um homem está indignado ou desafiador, ele franze o cenho, mantém a cabeça e o corpo erguidos, apruma os ombros e cerra os punhos?
4.Quando se concentra ou tenta resolver algum problema, ele franze o cenho ou enruga a pele debaixo das pálpebras inferiores?
5.Quando abatido, desce os cantos da boca e eleva a extremidade interna das sobrancelhas pela ação desse músculo que os franceses apelidaram de “músculo do sofrimento”? Nesse estado as sobrancelhas fazem-se levemente oblíquas, com um pequeno inchaço em sua extremidade medial; e o meio da testa fica enrugado, não em toda sua extensão, como quando se elevam as sobrancelhas exprimindo surpresa?
6.Quando satisfeito, brilham seus olhos, enruga-se a pela em volta destes e retraem-se os cantos da boca?
7.Quando um homem olha para outro com desprezo ou ironia, ergue-se o canto do lábio superior por sobre o canino do lado pelo qual ele o está encarando?
8.Pode uma expressão de obstinação e tenacidade ser reconhecida principalmente pela boca firmemente fechada, pelo cenho baixo e pelas sobrancelhas levemente franzidas?
9.O desdém é exprimido por uma leve protusão dos lábios e discreta expiração com o nariz empinado?
10.Manifesta-se o nojo virando o lábio inferior para baixo e elevando-se o lábio superior com uma súbita expiração, como um vomitar incipiente ou cuspir?
11.O medo extremo é expresso aproximadamente da mesma maneira que fazem os europeus?
12.O riso pode chegar ao extremo de fazer com que lacrimejem os olhos?
13.Quando um homem quer demonstrar que não pode impedir algo ou que ele mesmo não consegue fazer alguma coisa ele, encolhe os ombros, vira para dentro os cotovelos e estende as mãos para fora com as palmas abertas; e as sobrancelhas são erguidas?
14.As crianças quando emburradas, fzaem bico ou protraem fortemente os lábios?
15.Expressões de culpa, malícia ou ciúme são reconhecidas, ainda que não se consiga defini-las?
16.Balança-se a cabeça verticalmente na afirmação e horizontalmente na negação?
>> Sigmund Freud específicamente sobre emoções e cultura podemos destaca Totem e tabu (1913) onde analisa o tabu enquanto termo polinésio e o interpreta à luz da teoria psicanalítica enquanto ambivalência emocional dialogando inclusive com célebre criador da psicolgia Wilhelm Wundt (1832—1920). Outra trabalho específico sobre a expressão e natureza da emoção, enquanto afeto ou sentimento que possui expressão fisológica e manifestações corporais de natureza social é Os chistes e sua relação com o inconsciente (1905). Contudo ao longo de sua obra discursa sobre vários aspectos da emoção humana a exemplo de Luto e melancolia (1917) um dos poucos trabalhos sobre a tristeza e depressão e dezenas de textos sobre a ansiedade e características do sofrimento humano na denominada doença mental.
>> A Evolução Humana é o processo de mudança e desenvolvimento (ou evolução) pelo qual os seres humanos emergiram como uma espécie distinta.
Homo é o género que inclui o homem moderno e os seus parentes próximos. Estima-se que o género tenha entre 1,5 e 2,5 milhões de anos de existência. Todas as espécies, à excepção do Homo sapiens estão extintas; o último sobrevivente, o Homo neanderthalensis, desapareceu há cerca de 30 000 anos, embora provas recentes sugiram que o Homo floresiensis ainda existisse há 12 000 anos.
Os membros do género Homo caracterizam-se morfologicamente pela presença de ancas estreitas que permitem longas caminhadas, sistema sudoríparo desenvolvido, pernas mais compridas que os braços, pilosidade reduzida e presença de branco nos olhos. Existe uma tendência minoritária entre os zoólogos que considera que os chimpanzés e os bonobos, geralmente agrupados no género Pan, e também os gorilas, geralmente postos no género Gorilla, devem ser também incluídos no género Homo, devido à sua semelhança genética com o homem. Mas a maioria dos cientistas contesta a ideia, dizendo que quer os chimpanzés quer os gorilas têm demasiadas diferenças anatómicas para fazer parte do género.
A palavra homo é simplesmente a palavra latina para "pessoa". É frequentemente traduzida como "homem", mas isto pode levar a alguma confusão, visto que a palavra portuguesa "homem" pode ser genérica, como homo, mas pode também referir-se especificamente aos indivíduos de sexo masculino. A tradução latina de "homem", no seu sentido sexualmente específico, é vir, cognato de "viril". A palavra "humano" vem de humanus, a forma adjectival de homo.
Espécies - Todas extintas à exceção da última.
Homo antecessor / Homo rhodesiensis / Homo rudolfensis / Homo habilis / Homo cepranensis / Homo ergaster / Homo erectus / Homo floresiensis /Homo georgicus / Homo heidelbergensis / Homo neanderthalensis / Homo sapiens / Homo sapiens idaltu Homo sapiens sapiens
>> Cronologia
- 300.000 – primeira (questionada) evidência de uma cerimônia de enterro de mortos. Num sítio arqueológico como o de Atapuerca na Espanha, formam encontrados ossos de 32 indivíduos no buraco de uma caverna
- 130.000 – Evidência de uma cerimônia de enterro. Neanderthals enterravam os mortos em sítios como so de Krapina na Croácia
- 100.000 – O mais antigo ritual de enterro de seres humanos modernos é considerado como originário de Qafzeh em Israel. Há duas cerimônias do que se supõe serem uma mãe e um criança. Os ossos foram manchados com ocre vermelho.
- 100.000 to 50.000 – Aumento do uso do ocre vermelho em vários sítios arqueológicos da Idade da Pedra. O ocre vermelho é considerado de grande importância nos rituais.
- 70.000 – traços de culto a cobras descobertos em Ngamiland, região da Botswana.
- 50.000 – Humanos evoluem em gestos associados com o comportamento humano moderno. Muito desta evidência tem origem na Idade da Pedra Tardia em sítios africanos. Este comportamento denominado de moderno abrange habilidades com a língua, o pensamento abstrato, simbolismo e religião
- 42.000 – cerimônia de rituais de humanos no Lago Mungo (Austrália). O corpo aparece respingado por grande quantidade de ocre vermelho. Isso é considerado como uma evidência de que o povo australiano importou os rituais que eram praticados na África.
- 40.000 – início do Paleolítico Superior na Europa. Há uma abundância de fósseis incluindo cerimônias elaboradas de enterro de mortos; registro arqueológicos das chamadas vênus paleolíticas e arte rupestre. As estatuetas de Vênus são consideradas deusas da fertilidade. As pinturas de caverna em Chauvet e Lascaux são consideradas representativas da manifestação de um pensamento religioso.
- 30.000 – O mais recente registro da cerimônia de enterro de um shaman (pajé ou sacerdote).
- 11.000 – início da Revolução Neolítica. Ver >>>> Pré-história / Paleolítico / Neolítico / Arqueologia

Ninfas "noiva", "velado", "botão de rosa", dentre muitos outros significados, qualquer membro de uma grande categoria de deusa-espíritos natural femininos, às vezes ligada a um local ou objeto particular. Muitas vezes compõem o aspecto de variados deuses e deusas. Como todas as ninfas, estavam na categoria de semi-deuses, o que significa que eram mortais, embora dotadas de longa existência. Ver também a genealogia dos deuses gregos. São frequentemente alvo da luxúria dos sátiros. São a personificação da graça criativa e fecundadora na natureza. As ninfas são espíritos, geralmente alados, habitantes dos lagos e riachos, bosques, florestas, prados e montanhas. São frequentemente associadas a deuses e deusas maiores, como a caçadora Ártemis, ao aspecto profético de Apolo, ao deus das árvores e da loucura Dionísio, ao aspecto pastoreador de Hermes. Uma classe especial de ninfas, as Melíades, foram citadas por Homero como as mais ancestrais das ninfas. Enquanto as demais ninfas são normalmente filhas de Zeus, as Melíades descendem de Uranus. Apesar de serem consideradas divindades menores, espíritos da natureza, as ninfas são divindades às quais todo o mundo Helénico prestava grande devoção e homenagem, e mesmo temor. Classes de Ninfas:
- Hérmia era a rainha das fadas e ninfas
- Epigéias - da terra:
- Alseídes - das flores e bosques. Assustavam viajantes que passavam por seus domínios.
- Auloníades - dos pastos, montanhas e vales. O nome grego aulon, que signigica vale ou ravina. Normalmente encontradas nesses locais, às vezes em companhia de Pã, Deus da Natureza.
- Eurídice, por quem Orfeu viajou às profundezas do Hades, era uma Auloníade.
- Dríades - associadas aos carvalhos e a florestas. De acordo com uma antiga lenda, cada dríade nascia junto com uma determinada árvore, da qual ela exalava. A dríade vivia na árvore ou próxima a ela. Quando a sua árvore era cortada ou morta, a divindade também morria. Os deuses freqüentemente puniam quem destruía uma árvore. A palavra dríade era também usada num sentido geral para as ninfas que viviam na floresta. As ninfas de outras árvores são chamadas de hamadríade. Mas eram criaturas mitologicas que habitavam as florestas e bosques e davam presentes aos homens que as protegiam de lenhadores, quando ficavam furiosas elas engoliam os homens e eles nunca mais eram vistos outra vez.
- Hamadríades - associadas a árvores nascem com elas devendo protegê-las, e com as quais partilham o destino. Calímaco, conta no seu Hino a Delos, que a disposição e temperamento destas deidades variava em conformidade com a das suas protegidas (árvores), dispensando-se em prantos aquando da queda das folhas ou da estridente alegria à chegada das chuvas da primavera sobre a juventude das verdes folhagens. E se em algumas lendas poderia viver durante “cerca de dez vidas de palmeiras” ou 9720 anos, em outras versões, a morte anunciava-se-lhes com as das suas árvores. Existem lendas que descrevem o poder vingativo de que estas Ninfas eram capazes sobre aqueles que ameaçavam as suas árvores (Chrysopelia), outras histórias falam-nos dos castigos que caíam sobre aqueles que as cortassem ou desdenhassem das orações atribuídas as estas deidades (Erysichthon) consideradas como intermediárias entre mortais e imortais. E se na generalidade dos casos estas Ninfas nasciam com as suas árvores; conta a lenda que Oxylus, filho de Oreius casa com Hamadryads, sua própria irmã, e que desta união nasceram uma série de ninfas protectoras de árvores: Carya, Balanus, Crania, Morea, Aeigirus, Ptelea, Ampelus, e Syce. Cada uma destas seria protectora de um espécie diferente de árvore, entre estas a Vinha, a Figueira, Aveleira, etc.
- Leimáquides - associadas a campinas eram as ninfas das flores, vivendo nos campos e pradarias. Eram também chamadas de Leimoníades ou Limníades. Alguns representam-na junto a um lago. Era uma das ninfas da terra, as epigéias. Nas artes meados do século XX o escultor francês Muguet Georges realizou um conjunto de seis esculturas, no parc du Château no Saint-Cloud, em Paris, uma delas representando uma leimáquide. Em 1998 o compositor alemão Wolfgang Weller produziu a sua opus 53, intitulada Die Improvisation der Leimoniade (A Improvisação da Leimoníade), obedecendo à escala cromática de tons da Grécia Antiga. A peça foi apresentada em 2000.
- Melíades- associdas ao freixo (uma árvore) são um tipo especial de ninfas, nascidas do freixo - árvore que simboliza a durabilidade e a firmeza. Essas ninfas eram belicosas, isto é, tinham uma vontade nata de guerrear. Nasceram do esperma de Urano, juntamente com Afrodite, as Erínias e os gigantes quando o filho de Urano, Cronos, castrou seu pai e jogou seus genitais ao mar.
- Oréades - associadas a montanhas Segundo a Mitologia Grega, as oréades eram um tipo específico de ninfas que habitavam e protegiam as montanhas, as cavernas e as grutas. Elas não eram imortais, porém tinham vida muito longa e não envelheciam. Tinham ainda o dom de curar, profetizar e nutrir. Em geral, não se destacavam individualmente. Eco era uma oréade que foi privada do dom da fala pela deusa Hera e, desde então, foi condenada a repetir os sons que são produzidos em montanhas e grutas.Hera foi uma deusa muito poderosa, por isso enfeitiçou Eco a ninfa que pertencia as Oréades as ninfas que protegiam as montanhas e grutas.
- Napéias - associadas a vales, colinas e depressões, sendo assim, se aproximam das oréades. Fazem parte do cortejo do deus Apolo junto com sua carruagem. Segundo a mitologia, são difíceis de se ver, se escondendo atrás de pinheiros e outras árvores de vales. São ninfas sofisticadas, vivendo principalmente em vales florestados e escuros. Acompanham Ártemis em suas caçadas.
- Efidríades - Ninfas da água: Sempre tinham guardiões que deviam proteger, ou curandeiros, intérpretes, etc. Tinham inimigos também, como o monstro marinho Squant. Atualmente se fala que as ninfas da água são vistas em piscinas de hotéis, outros dizem que são inimigas das sereias, outros que são bruxas, etc. A palavra ninfa deriva-se de uma pequena história de ninar. As Efidríades, como ficavam nuas, tinham pequenas casas no fundo das piscinas e tinham diamantes e pedras preciosas.
- Oceânidas - filhas de Oceanus, qualquer corpo de água, normalmente salgada. Nas mitologia grega e romana, as oceânides (do grego Ωκεανιδες) são as ninfas. Coroadas de flores, elas acompanham, durante os cortejos, a concha de Tétis, sua mãe. São as ninfas dos fundos inacessíveis do mar e do Oceanus, seu pai. Algumas, nas lendas, distinguiram-se, tais como Clímene, esposa do titã Jápeto, e Dione, amante de Zeus.Na obra "Teogonia", Hesíodo descreve as 41 ninfas oceânides de "áureos tornozelos", divindades menores associadas aos fenômenos marítimos:1-Admete ou Admeta (a Virgínea); / 2-Acaste ou Acasta (a Instánel ou a Irregular); /3-Anfiro (a Circunflui); 4-Dione (a Divina ou a Celestial), foi desposada por Zeus e dessa união concebeu Afrodite, deusa do amor e protetora dos amantes; / 5-Dóris (a Dadivosa), foi desposada por Nereu e concebeu as 50 Nereidas e Nérites; / 6-Idia ou Eidia (a Visão); / 7-Electra (a Ambarina); / 8-Eurínome (a Amplo Pasto), foi desposada por Zeus e concebeu as Cárites; / 9-Galaxaura (a Calmaria); / 10-Hippo (a Eqüina); / 11-Ianeira ou Janira; / 12-Ianthe ou Ianta (a Violeta); / 13-Calírroe (a Belaflui); / 14-Calipso (a Ocultadora); /15-Criseis (a Áurea); / 16-Cerceis (a Tecelã); / 17-Clímene, foi desposada pelo titã Jápeto e concebeu Epimeteu, Prometeu, Atlas, Menoécio e Héspero; / 18-Clítia; / 19-Menestho (a Resistência); / 20-Melobosis (a Pecuária); / 21-Mêtis (a Astúcia), foi engolida por Zeus que posteriormente da sua cabeça concebeu a deusa Atena; / 22-Ocírroe (a Velozflui); / 23-Ourânia (a Celeste); / 24-Pasíthoe (a Persuasiva); / 25-Peitho (a Persuasão); / 26-Petraia; / 27-Plexaura (os Vagalhões dos Ventos); / 28-Pluto (a Riqueza); / 29-Polidora (a de Muitos Dons); / 30-Primno (a Popa); / 31-Ródea (a Rósea); / 32-Estige (a Odiosa), foi desposada por Palas e concebeu quatro filhos: Niqué (a vitória), Bía (a violência), Cratos (o poder)e Zelo / 33-Telesto (a Concludente); / 34-Toa ou Thoe (a Veloz); / 35-Tique (o Acaso); / 36-Xanta ou Xanthe(a Loira); / 37-Zeuxo (a Núpcia); / 38-Europa; / 39-Ásia; / 40-Eudora (a Doadora) e 41-Perseida ou Perseis.
- Nereidas - filhas de Nereu e de Dóris, associadas ao Mar Mediterrâneo, aos mares calmos e às águas litorâneas. Eram as cinqüenta filhas (ou cem, segundo outros relatos) deNereu compartilhava com elas as águas do mar Egeu. Nereu, um deus marinho mais antigo que Neptuno, filho de Oceanus, era descrito como um velho pacato, justo, benévolo e sábio que representava a calma e serenidade do mar. As Nereidas eram veneradas como ninfas do mar, gentis e generosas, sempre prontas a ajudar os marinheiros em perigo. Por sua beleza, as Nereidas também costumavam dominar os corações dos homens. São representadas com longos cabelos, entrelaçados com pérolas. Caminham sobre golfinhos ou cavalos-marinhos. Trazem à mão ora um tridente, ora uma coroa, ora um galho de coral. Algumas vezes representam-nas metade mulheres, metade peixes. O único relato onde elas prejudicam os mortais consta do mito de Andrômeda. Segundo o mito, elas exigiram o sacrifício de Andrômeda como punição pelo fato de Cassiopéia, mãe da jovem, ter alegado ser mais bela que as Nereidas.
- Náiades - associadas à água doce são ninfas aquáticas com o dom da cura e da profecia. Assemelhavam-se às sereias e, com a voz igualmente bela, elas viviam em fontes e nascentes; deixavam beber dessa água, mas não se banhar delas, e puniam os infratores com amnésia, doenças e até com a morte. Eram extremamente belas; tinham pele clara ou até azulada e olhos extremamente azuis e profundos. As Náiades se dividem em cinco tipos diferentes: Crinéias: Limneidas (ou Limnátides): Pegéias: Potâmides: Eleionomae.
-- Crinéias ou Crinaias- Náiades associadas a fontes por habitar nelas.
-- Limnátides ou Limneidas - associadas a lagos perigosos e pântanos (do latim: Limnanthes) é um tipo de Náiade que habita os lagos. Salmacis, a ninfa que se apaixonou por Hermafrodito, era uma Limnátide. Já os Lymnades eram uma espécie de duendes que viviam nos lagos e se encarregavam de proteger as ninfas de qualquer homem que se aproximasse.Tinham o dom divino de ver o coração e os sentimentos dos homens, usando essa habilidade para disfarçar-se, passando-se pelos seres queridos dos intrusos, que em seguida eram devorados.
-- Pegéias - associadas a mananciais e habitam em nascentes.
-- Potâmides - associadas a rios. Na mitologia grega, as Potâmides (do grego potamos, que significa rio) são as Náiades associadas aos rios.Citam-se um número maciço dessas ninfas, tais como:
> Filhas do potâmoi Asopo em união com a ninfa Metope: Egina, Tebe, Platea, Eubeo, Córcira, Salamina, Sinope, Téspia, Tanagra, Antíope, Asopis, Calcis, Harpina, Ismene, Ornia, Cleone, Hipseo, Nemea, Tebas e Eroe.
> Inácides - concebidas pelo potâmoi Ínaco:Micene, Amimone, Hispéria, Foroneus, Io, Argia, Aegialeus e Messeis.
>Filhas do potâmoi Céfiso: Deino, Dercertis, Lilaea, Daulis, Melaina, Tia, Diogenéia, Eteocles, Castália, Melia, Corícia e Midea.
> Filhas do potâmoi Aquelôo ou Aquelau: Calírroe, Castália, Pirene e Dirce.
> Filhas do potâmoi Ladon em uniãõ com a ninfa Estínfale: Metope, Dafne, Têmis, Telpousa e Sirinx.
> Filhas do potâmoi Peneu e da náiade Creúsa: Orseis, Dafne, Menipe, Cipseis, Stilbe, Cleochareia e Ifis.
> Filhas do potâmoi Spercheu e da ninfa Deino: Lótis, Idothéia e Othreis.
> Filhas do potâmoi Eurotas: Piatre, Tiasa, Peribóia, Sparte, Bateia e Thera.
> Habitavam o rio Tejo e por isso recebiam esse grupo recebia o nome de Tágides: Cleia, Pirene, Anobredi, Tiro e Nedas.
> Têmides são as ninfas que habitavam o Erídano e eram filhas de Zeus e da titânide. Eram as Têmis: Aerica (o hábito) / Lipara (a perseverança) / Asterope (a face brilhante). Por vezes são confundidas com as Hespérides
-- Eleionomae são as ninfas que habitam os pântanos. Filhas de Eleinomeu, deus dos pântanos e da náiade Cefia.
-- Salmacis era uma náiade atípica, que rejeitara os modos virginais da deusa Artêmis a favor da vaidade e do ócio. O estupro tentado por ela vitimando o deus Hermafrodito constitui no único caso em que uma ninfa o pratica, ao invés de sofrê-lo, nos cânones mitológicos da Grécia Antiga.
Relato de Ovídio
Lá morava uma Ninfa, não para caçar ou para dar flechadas
incapaz de corridas a pé. Ela era a única náiade que não seguia o bando de Diana
suas irmãs com frequência advertiam-lhe: "Capture um javali, ou
agite uma aljava, e troque seu lazer pela caça!"
Mas ela não apanhou um javali, ou atirou setas,
nem trocou o lazer pela caça.
Invés disso banhava seu belo corpo e penteava o cabelo, com sua
água como espelho. Ovídio, Metamorfoses. Livro IV, 306-312.
No relato do poeta Ovídio, ela tornou-se uma só pessoa com Hermafrodito, e este almadiçoara seu lago para que tivesse o mesmo efeito em outras pessoas. Mas é bastante provável que Ovídio tenha engendrado todo este mito, uma vez que o relaciona à sua frase "praetereo, dulcique animos nouitate tenebo". Pode-se traduzir nouitate como sendo algo estranho, ou como novidade, o que insinua que aquela versão era algo novo. O mito de Salmacis poderia ter sido criado na Metamorfoses para contrastar com outros mitos relatados anteriormente, em que a figura masculina é dominante sobre o feminino esquivo. Algumas legislações, como a brasileira, não aceitam a figura do estupro tendo como vítima pessoa do sexo masculino
- Lâmpades - associadas ao submundo, compõem o séquito de Hécate. Elas são representadas no solo ou no Hades, carregando tochas do qual se orientam. Acompanham a deusa Hécate. Dizem que as lâmpades são filhas das inúmeras almas que vagam no submundo ou até mesmo filhas da própria Nix.
- Hespérides - guardiãs do Jardim das Hespérides, onde cresciam maçãs de ouro que davam a imortalidade a quem as comesse. Eram três jovens deusas gregas, filhas de Nix e de Erebo: Egle, Erítia e Hespera. Personificam a tarde e junto de Nix e Hemera formam cada dia, Hemera traz o dia, as Hespérides trazem o entardecer e Nix fecha o dia com a noite.
As Hespérides possuem atributos semelhantes aos das Cárites (graças) e também às Horas. Também são deusas primaveris e guardiãs das fronteiras celestes, entre o céu a terra e o mundo subterrâneo. Possuem também o dom de controlar a vontade de feras selvagens e sempre estão juntas de uma enorme serpente e um poderoso dragão. As Hespérides são donas dos jardins mais famosos da mitologia grega, onde existe uma enorme macieira que nasce pomos de ouro. Os jardins das Hespérides foi alvo de um dos trabalhos de Hércules. Do jardim das Hespèrides saiu o famoso "pomo da discórdia", pelo qual Atena, Hera e Afrodite se submeteram ao julgamento de Páris. Hespérides, são dois grupos distintos de divindades. As mais antigas são as Deusas Hespérides, filhas de Nix (Noite) e Erebo (escuridão), e que personificam a luz da tarde; e o ciclo do entardecer. Nascidas juntas de Eter (luz celeste) e Hemera (luz do dia). O outro grupo, o das Ninfas Hespérides, ou Ninfas do poente, são filhas do Titânio Atlas com a Deusa Hespéride "Hespera". São confundidas com as Ninfas do Eridano, filhas de Zeus e Têmis. Também já a descreveram como filhas de Fórcis e Cetó. E também como uma única Hespéride filha do Astro Héspero, e esta filha com Atlas deu à luz sete ninfas Hespérides. Semelhantes às Deusas Horas, pode-se dizer que tinham funções analogas a eras primitivas, quando ainda não se existia estas divindades.
As Hespérides, também tinham atributos semelhantes as Cárites; pois juntas cantavam em coro, junto das nascentes sussurrantes que exalam ambrósia, tinham todas a voz encantadora, se ocultavam por súbitas metamorfoses. Junto de Helios, as Deusas Hespérides e Hemera maestram a dança das Horas. As Deusas do entardecer ou da luz da tarde; são sempre mostradas em número de três; são filhas de Erebo (escuridão) e Nyx (Noite); nasceram juntas de Hemera (luz do dia; o Dia) e de Eter (luz celeste ou o "AR"). Hemera, as Deusas Hespérides e Nyx determinam os ciclos diários (Dia, tarde e noite). Hemera e Hespérides alternam com sua mãe para não cansá-la de seu passeio. Elas passeiam pelos céus, se encarregando de iluminar todo o mundo com a luz da tarde. Com o nascimento das Horas, Hemera e as Hespérides, se tornaram companheiras destas Deusas, iluminando o palco por onde as Horas dançavam. Todas estas divindades, compunham o séquito do Deus Helios, da Deusa Eos e da Deusa Selene. Eram sempre em número de três:
> Egle - "Radiante" - Deusa da luz avermelhada da tarde
> Erítia - "Esplendorosa" - Deusa do esplendor da tarde
> Hespéra - "Crepuscular" - Deusa do Crepusculo vespertino.
As Deusas Hespérides são também guardiãs das fronteiras entre o dia e a noite. E também guardam as fronteiras entre os mundos (Terra, paraíso e mundo subterrâneo). As Hespérides moravam num palácio com um maravilhoso jardim, onde existiam árvores com pomos de ouro. O pomar de Ouro das Hespérides, é um jardim comum, compartilhado tanto pelas Deusas Hespérides como pelas Ninfas Hespérides. Tal jardim era composto pelas árvores mágicas de onde nasciam Pomos de Ouro. Estas árvores eram as árvores do fruto da juventude eterna. Foi um presente de Gaia a Hera quando esta se casou com Zeus. O jardim das Hespérides é o jardim dos imortais. E para chegar até lá, havia muitos obstáculos (a gruta das Gréias, a Gruta das Górgonas, o Pântano de Equídina). A primeira referência às Hespérides surge na "Teogonia" de Hesíodo. Aqui se diz que as Hespérides, filhas da Nyx, guardavam o seu jardim no extremo ocidental do mundo. Plínio e Solino relatam apenas dois mortais (Heróis) que encontraram os jardins das Hespérides; Perseu quando fora enfrentar Medusa; e Héracles em seus célebres 12 trabalhos. Diodoro Sículo relata que uma das Deusas Hespérides governavam as Amazonas do ocidente, e que elas haviam expulsado as outras Górgonas de seus arredores. Isidoro de Sevilha considera o reino das Hespérides povoado de monstros que as protegiam. Landom, o dragão de 100 cabeças filho de Tífon e Equídina e outro dragão filho de Fórcis e Cetó são exemplo destes monstros. O mito do jardim das Hespérides, tem as suas descrições literárias mais precisas na Teogonia de Hesíodo (que refere os "formosos, áureos pomos") e nas odes corais de Eurípides (que menciona as "nascentes de ambrósia" daquela "terra divina, geradora de vida" e a "serpente de fulvo dorso", guardiã dos pomos de ouro). Entre as penínsulas itálica e ibérica, por exemplo, este jardim é situado, ao tempo da expansão portuguesa, por João de Barros, Duarte Pacheco Pereira e, com determinante autoridade, pelo Camões épico, no arquipélago de Cabo Verde. As Deusas Hespérides são também primitivas deusas primaveris e do espírito fertilizador da natureza. Regem a "luz vespertina" dos ciclos diários. São deusas do espírito da vegetação. São também guardiãs dos limites dos céus, e das fronteiras entre os mundos. Seriam análogas às Horas e às Cárites. São guardiãs da ordem natural, e dos tesouros dos Deuses. As ninfas Habitam o extremo Ocidente, não longe da ilha dos bem aventurados, nas margens do Oceano. São também chamadas de Ninfas do Poente. Tinham o dom da profecia e da metamorfose. Eram belas, jubilosas e sempre brincavam juntas. Simbolizavam a fertilidade do solo, e eram as Ninfas dos jardins dos Deuses. Habitavam um lindo palácio (o das Deusas Hespérides), localizado à frente do jardim das árvores dos Pomos de Ouro. À medida que o mundo Ocidental foi sendo mais bem conhecido, precisou-se a localização do país da Hespérides : Junto ao monte Atlas. A função essencial destas Ninfas era vigiar, com a ajuda de Landon (o dragão de 100 cabeças), o jardim dos Deuses, onde cresciam o pomar dos Pomos de Ouro (Presente de casamento de Gaia para Hera). A paternidade destas Ninfas é muito variável: Hespero, o astro da tarde, teria tido uma filha a Hespéride, que junto de Atlas, deu à luz as Ninfas Hespérides. Outra versão diz que elas são filhas de Fórcis e Cetó. A interpretação evemerista diz que são sete donzelas :
> Aretusa (Hesperaretusa = Aretusa do ocidente) > Hespéria > Hespéris > Egéria > Clete
> Ciparissa (não confundir com Afrodite) > Cinosura
Alguns autores misturam o nome das Deusas e as descrevem como ninfas, na verdade, devido a desinformação da Latinização Helênica. As Ninfas, estão ligadas ao ciclo de Perseu e de Héracles. Em Héracles, é junto delas, que este foi buscar o fruto da imortalidade, e sua busca pelas maçãs de ouro é já, a perfiguração de sua apoteose. Estas Ninfas possuíam grandes rebanhos de carneiro (mediante um jogo de palavras a respeito do termo grego que tanto pode significar "MAÇÃS" como "CARNEIROS"). O rei do Egito, Busíris, seu vizinho, tinha enviado bandidos para devastar-lhe os rebanhos e raptar as Ninfas. Quando Héracles chegou ao país, matou os bandidos, arrebatou-lhe os despojos, libertou as Hespérides e entregou-as a Atlas. Este, como recompensa, entregou ao Herói "o que ele vinha buscar" (não se sabe se eram as maçãs, ou os carneiros) e, além disso, ensinou-lhe a Astronomia, (pois na interpretação evemerista, de Atlas, ele é considerado uma divindade da Astronomia, e primeiro Astrônomo). Outra tradição diz que Héracles recebeu o conselho das Ninfas do Eridano (filhas de Zeus e Têmis) de que deveria pedir a ajuda de Prometeu. Héracles, parte ao monte Cáucaso, arrebata o Abutre e liberta Prometeu. O Titânio aconselha Héracles a pedir ajuda a Atlas, pois por ser o pai das Hespérides, é o unico que pode chegar ao jardim das maças de ouro sem problemas, pois conhece bem os caminhos e os obstáculos. Héracles então, troca de lugar com Atlas, e suporta o peso do firmamento enquanto o Titã busca os Pomos de Ouro. Atlas traz os pomos, ameaça não distrocar com Héracles, porém este o lembra ser filho de Zeus, e que, o Titã seria castigado se não o ouvisse. Atlas então volta a suportar o peso do firmamento.
- Eco- ligada a cavernas (em grego, Ηχώ) era uma bela ninfa grega amava os bosques e os montes, onde muito se distraía. Era querida pela deusa Ártemis, a quem acompanhava em suas caçadas. Tinha, no entanto, um defeito: falava demais e sempre queria dar a última palavra em qualquer conversa ou discussão. Em certa ocasião, Hera desconfiou, com razão, que seu marido Zeus se divertia com as ninfas. Enquanto as ninfas se escondiam de Hera, Eco tentou distraí-la com uma conversa e, no entanto, foi castigada: só seria capaz de falar repetindo o que os outros dissessem. Era uma das Oréades, as ninfas das montanhas, e adorava sua própria voz. Como Zeus adorava estar entre as belas ninfas, visitava-as com grande freqüência. Suspeitando dessas ausências do esposo, Hera veio à terra a fim de flagrá-lo com suas amantes. Eco intentou salvar suas amigas, falando com Hera ininterruptamente, de forma a possibilitar que o deus e as ninfas escapassem. Finalmente a deusa conseguiu livrar-se dela e, chegando ao campo onde os amantes estavam, encontrou-o deserto. Percebendo que tinha sido lograda, resolveu castigá-la. Versão de Ovídio - Zeus havia usado do dom da fala de Eco para distrair a esposa, a fim de continuar seu adultério. Hera logo descobriu o ardil e condenou-a a para sempre repetir apenas as últimas palavras das frases que os outros diziam (ecolalia). A ninfa perdia assim seu mais precioso dom, aquilo que mais amava. Enquanto vagava em seu sofrimento, noutra parte havia um homem chamado Narciso. Era ele tão belo que mulheres e homens ao verem-no logo se apaixonavam. Mas Narciso, que parecia não ter coração, não correspondia a ninguém. Certo dia, vagando Eco pelos bosques, encontrou o belo mancebo por quem, clarou, caiu de amores. Como não podia falar-lhe, limitou-se a segui-lo, sem ser vista. O jovem, porém, estando perdido no caminho, perguntou: "Tem alguém aqui?" Ao que obteve apenas a resposta: "Aqui, aqui, aqui...". Narciso intimou a quem respondia para sair do esconderijo. Eco apareceu-lhe e, como não podia falar, usou as mãos para em gestos dizer do grande amor que lhe devotava. Narciso, chateado com a quantidade de pessoas a amarem-no, rejeitou também à bela ninfa. A pobre Eco, tomada de desgosto, rezou para que Afrodite lhe tirasse a vida. A deusa, entretanto, tanto gostou daquela voz, que deixou-a viver. Segundo Ovídio narra, um rapaz apaixonou-se depois por Narciso e, desprezado, orou aos deuses por vingança, sendo atendido por Nêmesiss - a deusa que arruina os orgulhosos - que decidiu fazer com que o belo moço sofresse daquele mesmo desprezo com que aos outros tratava: fê-lo cair de amores por seu próprio reflexo. Sem poder jamais ser correspondido pela imagem, morre de desgosto, indo para o País de Hades, a terra dos criminosos, onde passa a eternidade atormentado pela visão do próprio reflexo nas águas do rio Estige. Segundo outras fontes, Eco era uma ninfa que tinha maravilhosos dons de canto e dança, que desprezava os amores de qualquer homem. O deus Pã dela se enamora, mas obtém-lhe apenas o desdém. Tolhido em sua lascívia, Pan se enfurece, ordenando aos seus seguidores que a matem. Eco foi então estripada, e seus pedaços espalhados por toda a Terra. A deusa Gaia incorporou os pedaços da ninfa, com os restos de sua voz, que repetem as últimas palavras que os outros dizem. Nalgumas variantes dessa versão, Eco e Pan chegaram a ter uma filha, chamada Iambe.
Callimachus no seu Hino a Delos descreve-nos a angústia de uma Ninfa pelo seu carvalho recentemente atingido por um raio. Aparecem muitas vezes como auxiliares de outras divindades, como são exemplo as ninfas de Circe, ou como ajudantes de certos deuses, particularmente Ártemis, ou mesmo de outras Ninfas de maior estatuto como Calipso. Também aparecem bastante em lendas onde o amor é o motivo central, como as histórias de Eco e Calisto, e ainda onde o papel de mulher de um herói é de certa maneira tema recorrente, como são exemplos a lenda de Aegina e Aeacus ou a da Ninfa Taygete.

Sátiros, na mitologia helênica, eram entidades naturais metade humanas e metade com corpo de bodes, e na mitologia greco-romana, o Fauno é um deus romano cultuado no monte Palatino, sendo o deus protetor dos pastores e rebanhos, porém com o tempo acabou por perder tal caráter divino e passou a ser tido como divindades do campo, que protegiam as culturas de trigo e cuidavam dos rebanhos. Eram-lhes consagrados o pinho e a oliveira e apesar de serem divinos, não eram imortais.
. Fauno - (do latim Faunus, "favorável"ou também Fatuus, "destino" ou ainda "profeta") é nome exclusivo da mitologia romana, de onde o mito originou-se, como um rei do Lácio que foi transmutado em deus e, a seguir, sofreu diversas modificações, sincretismo com seres da religião grega ou mesmo da própria romana, causando grande confusão entre mitos variados, ora tão mesclados ao mito original que muitos não lhes distinguem diferenças (como, por exemplo, entre as criaturas chamadas de faunos – em Roma – e os sátiros, gregos). Assim, para compreender a figura de Fauno, é preciso inicialmente saber que o nome era usado para denominar, essencialmente, três figuras distintas: Fauno, rei mítico do Lácio, deificado pelos romanos, muitas vezes confundido com Pã, com Silvano e/ou com Lupércio (como deus, era imortal); Faunos (no plural, embora possa ser usado no singular, quando individuado o ser) – criaturas que, tal como os sátiros gregos, possuíam um corpo meio humano, meio bode, e que seriam descendentes do rei Fauno. (Eram semideuses e, portanto, mortais); ou ainda, Fauno, um marinheiro que, tendo se apaixonado por Safo, obteve de Afrodite beleza e sedução a fim de que pudesse conquistar a poetisa. Desde a Antiguidade, em muitos festivais de Atenas, a maioria dedicados a Dionísio, diversas tragédias eram representadas antes de uma peça chamada "satírica", onde os atores, em coro, se fantasiavam de faunos, realizando danças e cantos em flautas, para cortejar o deus. Desde então, a obra satírica foi aproveitada pelo Renascimento e em alguns Classicismos, ficando vigorizada na Europa, e na poesia de Gregório de Mattos. Devido suas sincrônancias, o mito do fauno fundiu-se com muitas outras culturas e, passando pelos séculos, adquiriu muitas representações artísticas. Na representação da escultura, Praxíteles talvez tenha sido o primeiro a retratar a figura como jovem e bela, conservando seu lado físico humano e obscurecendo seus traços animais. Além de ser trabalhada em obras literárias (notavelmente na poesia), o mito do fauno atravessou os tempos e atingiu também a arte barroca e também a arte renascentista, onde seus artistas o retratavam de formas diferentes. Um rei, um deus - A primitiva imagem de Fauno na mitologia romana diz respeito ao terceiro rei da Itália (Lácio), e que segundo Virgílio, na Eneida, teria recebido o troiano Evandro, quando este se instalou no monte Palatino; Fauno seria filho de Pico, que era por sua vez filho de Saturno. Trazia, assim, a condição divina por seu antepassado avoengo. Já Hacquard diz que Fauno seria filho de Júpiter com Circe, ao passo que Murray aponta versões de que seria filho de Marte. Segundo Murray, teria sido um rei que, em virtude dos bens feitos ao seu povo, civilizando-os e introduzindo no país a agricultura, foi alçado à divindade após sua morte, sendo adorado como representante das matas e dos campos, sob o nome de Fatuus (ou Destino, Fatalidade). Já Hacquard reputa a deificação do rei por este haver criado as leis e inventado a flauta. Para este autor, Luperco era seu outro nome, sendo um deus agrícola que garantia a fertilidade do gado e sua proteção, especialmente contra os lobos, e que tinha prazer em ficar junto às fontes e passear pelos montes e florestas. Descendência - Fauno seria o pai de Latino, que o sucedera no trono itálico e que, já velho e sem sucessor homem, foi advertido num sonho por Fauno de que a neta Lavínia deveria casar-se com um estrangeiro – e não com um dos muitos pretendentes vizinhos que a cortejavam. O estrangeiro, então, seria o herói Enéias. Hacquard confirma esta versão, mas questiona se Latino não seria, talvez, filho de Hércules, em vez de Fauno. Da união de Enéias e Lavínia, profetizara Fauno no sonho, adviria uma raça que iria dominar o mundo: os romanos. Essa versão é confirmada por Nennius, que narra a ida de Enéias para o Lácio, onde derrota Turno, um dos pretendentes de Lavínia. Algumas versões do mito apresentam Fauna como filha do rei, e que este a teria embriagado e, assumindo a forma de uma serpente, a violentara. No mito de Ácis e Galatéia, esta declara que ele seria filho de Fauno com uma náiade. A representação de Fauno, nas pinturas e esculturas antigas, é feita retratando-o como um homem de barbas, uma coroa de folhas sobre a cabeça e vestindo somente uma pele de cabras, segurando a cornucópia. Ovídio nos diz que tinha chifres na cabeça, e sua coroa era feita de pinus. Já para os faunos, Dillaway diz que “Os romanos os chamavam Fauni e Ficarii. A denominação Ficarii não deriva do latim ficus que significa figo, como alguns imaginaram, mas de ficus, fici, uma espécie de tumor ou excrescência que cresce nas pálpebras e outras partes do corpo, que os faunos eram representados como possuidores.Tendências sincronatórias – Fauno e Fauna - Fauna, além da variante que a toma por filha de Fauno, teria sido noutras versões sua esposa, de cuja união advieram os faunos, e segundo algumas fontes esta teria se embriagado com vinho e, então, surrada pelo esposo até a morte, apesar de seus hábitos comedidos; seria, também, uma irmã de Fauno. Fauna, por sua vez, era também associada, pelos romanos, à Boa Deusa. Assim como Fauno, ela também possuía dons oraculares, embora no seu caso voltado apenas às mulheres. Fauno e Pã - Sendo uma antiga divindade da Itália, nos tempos romanos Fauno adquiriu características que o tornaram similar ao deus Pã, grego. Entretanto, os romanos não fizeram a assimilação direta de Pã a Fauno: ora suas características estão unidas, ora está relacionado ao deus Silvano. Segundo Menard, os mitos gregos, ao se espalharem pela Itália fizeram com que se confundissem as relações entre Pã e Fauno, embora suas lendas fossem distintas. Fauno e Silvano - Para Bulfinch, Silvano e Fauno eram deuses romanos tão similares a Pã, que os considera a mesma personagem com nomes distintos. A diferença, tênue, quando existente, é indicada por Dillaway, dizendo que “os faunos eram uma espécie de semi-deuses, que quando habitando as florestas eram também chamados Silvanos. Fauno e/ ou Lupércio - Fauno, como protetor do gado, recebe o nome de Lupercus (ou Lupércio: "aquele que repele os lobos) Estes nomes teriam sido aqueles com os quais Pã fora identificado, em Roma Já a associação dos nomes - Faunus Lupercus - parece comum. Culto - Segundo Bailey, os mitos como o de Fauno, associados aos seres do campo ou silvestres apresentam um caráter menos digno do que o devotado aos deuses Lares. A Fauno, bem como ao seu companheiro Inuus (um dos di indigetes), associavam os romanos um caráter de selvageria e travessura, a refletir uma convicção animista da maldade e hostilidade como algo natural nestes espíritos. O culto a Fauno dava-se em santuários, dos quais o principal era o Lupercal, localizado no monte Palatino, na gruta de Rômulo e Remo. Seus sacerdotes eram chamados Lupercos que usavam chicotes feitos com couro de cabra. Sua finalidade era atender aqueles que buscavam a fertilidade. Menard acentua que essa característica de fecundidade nos rebanhos era caráter comum a todos os primitivos deuses itálicos, donde receber Fauno as honras dos pastores. Fauno era cultuado especialmente por seus dons oraculares. Suas previsões se davam nas matas e eram comunicadas aos que as desejavam por meio de sonhos. Para isto, era necessário o consulente dormir nos lugares sagrados ao deus, sobre peles de animais adrede sacrificados a ele. A caverna de Fauno - A gruta mitológica em que a Loba de Marte teria alimentado os gêmeos Rômulo e Remo, chamada de Lupercal, teria o mesmo nome que o lugar de adoração a Fauno (em sua variante devocional de Faunus Lupercus); para Hacquard, por exemplo, tratava-se apenas de uma coincidência de nomes. Em 2007, entretanto, o Ministro da Cultura italiano, Francesco Rutelli, anunciou a localização, em Roma, deste santuário. Possui adornos em suas paredes, teto em abóbada e suas dimensões são de 6,5 metros de altura e 7 metros de diâmetro. A caverna, agora lugar real e não fantástico, foi datada como sendo da Idade do Bronze. Professias - Na caverna, segundo a história, os romanos obtinham as profecias de Fauno. Gibbon narra a ascensão de Carus ao domínio de Roma, sem a aprovação do Senado. Uma écloga, então composta, lisonjeava o novo imperador: dois pastores, evitando a canícula do meio-dia, descansam na caverna de Fauno. Sob uma faia frondosa, descobrem recentes escritos; a divindade rural descrevia, em versos proféticos, a felicidade do império sob o reinado de tão grande príncipe. Fauno saudava a chegada daquele herói que, recebendo nos ombros o peso do mundo romano, vai extinguir as guerras e as facções, e mais uma vez irá restaurar a inocência e segurança da idade de ouro. Hacquard lembra, ainda, o episódio onde Numa Pompílio – um dos reis míticos de Roma – teve de acorrentar sua efígie a fim de obter seus préstimos oraculares. Lupercais e Faunálias - As festas dedicadas a Fauno (Lupércio) ocorriam a 15 de fevereiro, que teria sido a data da fundação do seu templo, o Lupercal. Essa festa era essencialmente rural, uma vez que Fauno Lupércio tinha a precípua função de proteger os rebanhos (‘’Lupercius’’ seria, assim, “que repele os lobos”) Eram uma forma de purificação, com fito de obter grande produtividade na agricultura e na criação. Teria sido iniciada por Evandro e persistiu até o século V quando a Igreja a incorporou, transformando-a, segundo Georges Hacquard, na festa da Purificação da Virgem. Bailey ressalta que a notoriedade dessa festa chegou até a atualidade graças ao uso político que dela fez Marco Antônio, em 44 a.C..[15] Em 5 de dezembro outro festival se realizava, a Faunália, similar às Lupercais. Neles os sacerdotes de Fauno, chamados Luperci, andavam pelas ruas, ministrando chibatadas nas pessoas com açoites feitos com pele de cabra. Os Faunos - Divindades do campo teriam vida bastante longa, embora não fossem imortais; similares aos silvanos de Roma e aos sátiros gregos. Também se diferem pouco dos pãs e dos egipãs, sendo pequenas divindades que desempenhariam papel análogo ao dos heróis míticos, que são intermediários entre os deuses e os homens, segundo Menard, sendo, portanto, intermediários entre os animais, de vida puramente instintiva – neste caso o bode – e as divindades. Segundo este autor, sua criação deve-se apenas à escultura, pois nada há nos filósofos referentes a eles. Dillaway assim define os faunos, bem como aos pãs (sátiros): “Eles eram os filhos de Fauno e Fauna, ou Fátua, rei e rainha dos latinos, e embora considerados semideuses, era provável que morriam depois de uma vida longa. Realmente, Arnóbio mostrou que o pai deles, ou chefe, viveu apenas cento e vinte anos. Os faunos eram deidades romanas, desconhecidos para os gregos. O Fauno romano era o mesmo que o Pã grego; e, como nos poetas, nós achamos menções freqüentes de faunos, Pãs, ou Panes, no número plural, mais provável que os faunos fossem os mesmos pãs, e todos descendem de um só progenitor”. Natureza animais dos Faunos - Menard traz uma importante citação, em seus estudos sobre as obras de arte que retratam faunos e sátiros, que reporta à natureza distinta de sátiros e faunos, apesar de ele próprio confundir a ambos nas descrições que faz, tratando-os por sinônimos. Reproduz a seguinte passagem do crítico Clarac, que diz:
"(..) Chamei Fauno a essa estátua, com os escritores que me precederam, mas o seu verdadeiro nome deve ser Sátiro. Não se pode duvidar de que Fauno seja apenas uma divindade da mitologia romana, e o belo mármore é indubitavelmente ou uma estátua grega, ou cópia de uma estátua grega. É sabido que os sátiros, na antiga mitologia, tinham formas humanas com exceção das orelhas e da cauda de cavalo. Os faunos se lhe assemelhavam, mas, depois de Zêuxis, passaram a ter cauda de bode."
Influências e representações artística – Belas-artes - A fusão da imagem de faunos com sátiros tem produzido, nos últimos séculos, a representação destes seres nos cenários retratados pelos artistas.- Galerias - Desde a Antiguidade até os tempos hodiernos, são variadas as representações de Fauno ou dos faunos por diversos artistas. A seguir, uma pequena galeria com algumas das suas mais expressivas representações (ver Fotos). Literatura Cássica - Dedicou Horácio a Fauno uma de suas odes, embora em três outras refira-se ao deus romano ou aos seus descendentes.
Na ode a Sextius (Ode IV), ele diz:
“Agora está também ajustando para sacrificar a Fauno, nos arvoredos sombrios/ se ele exige um cordeiro, ou se será mais agraciado com uma criança”.
No canto a Tyndaris, nova evocação ao deus protetor dos campos (Ode XVII):
“O esperto Fauno muda-se frequentemente do monte Lycaean para o prazeroso Lucretilis, e sempre defende as minhas cabras do verão ardente, e dos ventos chuvosos.”
Na ode a Mecenas, Horácio narra como teria sido salvo da morte por Fauno (Ode XVIII):
“E a mim o tronco duma árvore, caindo sobre meu crânio, teria me despachado, não tivesse Fauno, o protetor dos homens de gênio, com sua mão direita repelido o golpe. Seja tu diligente em pagar as vítimas, a Ode XVIII é dedicada a Fauno, como “Um Hino”.
“Oh e os votos do templo; Eu sacrificarei um humilde cordeiro”.
E, finalmente, Fauno, tu, amante das ninfas voadoras, cruza clemente minhas cercas e campos ensolarados, e parte propício para a jovem descendência dos meus rebanhos; se uma tenra criança cai (uma vítima) para ti ao fim do ano, e bastante vinho não quiserem no cálice, o companheiro de Vênus, e o antigo altar exalar a fumaça com seu liberal perfume. Todo o gado diverte-se no plano gramado, quando as nonas de dezembro voltarem a ti; a vila que mantém o feriado desfruta do lazer nos campos, junto aos bois também livres da labuta. O lobo vagueia entre as ovelhas sem medo; as árvores abrem as portas das matas para ti, e o trabalhador se regozija por haver conquistado o abominável solo, numa dança tripla.”
Ovídio retratou fauno com chifres e coroado por folhas de pinheiro, e Virgílio ressaltou seus dons oraculares, isto talvez em razão da etimologia de seu nome em grego - φωνειν, pelo latino Fari que seria um suposto derivativo, significando "falar". Literatura moderna - Diversas obras evocam a figura do fauno na literatura, ora em sua imagem como sátiro, ora sinalizando para a versão romana (em detrimento da puramente grega daquele) do mito. Alguns exemplos:
- John Milton evocava os faunos, ao descrever a morada de Eva:
"Em mais sombreado e protegido abrigo
Pã ou Silvano não dormiram, e as ninfas
E os faunos outro igual não visitaram.
- Nathaniel Hawthorne publicou, em 1860, The Marble Faun ("O Fauno de Mármore"), romance ambientado em Itália, onde vivera algum tempo. O enredo mescla roteiro de viagem, fábula e elementos góticos.
- O poema A Tarde de um Fauno , de Stéphane Mallarmé, publicado em 1876 foi um marco na literatura francesa, como expoente do simbolismo e cujo refinamento lírico fez com que Paul Valéry considerasse-o como o maior poema da literatura da França. Na obra o autor retrata um fauno a relembrar as aventuras sensuais que tivera pela manhã, junto a ninfas. Mallarmé, entretanto, chegou a experimentar a recusa de editores em publicar estes versos.
”Que à exaltação dos teus sentidos atribuis?
Fauno, a ilusão se escapa dos olhos azuis
E frios, como fonte em prantos, da mais casta
Toda suspiros, a outra, achas que ela contrasta
Qual brisa matinal quente no teu tosão?
Mas não! no lasso espasmo e na sufocação
Do calor, que a manhã combate, não murmura
Água se não a verte a minha flauta pura”
- De 1907 é a obra "O Último Fauno", novela do autor português, João Grave.
- O soneto De um Fauno, do simbolista brasileiro Emiliano Perneta, realça a sensualidade da personagem, em cuja posição se coloca:
A dama foge, não deseja que eu avance...
Meu desejo, porém, é um gamo. De relance,
Vendo-a, corre a querer sugar-lhe o claro mel...
- Perneta e ainda outros autores que marcaram o início do movimento simbolista no Brasil como Cruz e Souza e Oscar Rosas, formou parte de um grupo que tinha por centro o jornal Folha Popular, no Rio de Janeiro, tomaram por insígnia justamente a figura de um fauno.
Em As Crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis, o segundo livro (em ordem cronológica do enredo, mas o primeiro da série a ser publicado) intitulado O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa traz o mundo feérico que algumas crianças inglesas descobrem por acaso, o primeiro ser encontrado é um fauno chamado Sr. Tumnus. Outro fauno é identificado, no sexto livro – A Cadeira de Prata, chamado Urnus, que é um serviçal do anão Trumpkin, feito regente do reino de Nárnia. Nesta obra Lewis especifica que, dentre os habitantes de Nárnia, havia sátiros e faunos. Balé e música clássica - O poema de Mallarmé inspirou Debussy a compor o seu Prélude à l'après-midi d'un faune, que estreou em 1894. Nela o fauno apresenta sua flauta, e o compositor inaugurava, assim, a música moderna.
Com estréia em 29 de maio de 1912, no Théâtre du Châtelet, em Paris a música de Debussy foi coreografada pelo bailarino Vaslav Nijinski, mantendo o mesmo título original da obra, "L'après-midi d'un faune".
Tão impressionante fora a apresentação da versão de Nijinski que, em uma carta, o pintor Odilon Redon, amigo do poeta Mallarmé, assim se expressou:
’’Muitas vezes, uma grande alegria é acompanhada de uma grande dor; ao prazer que ontem me foi oferecido, eu acrescento a pena de não ter visto ontem, conosco, o meu ilustre amigo Stéphane Mallarmé. Melhor do que qualquer outro teria apreciado a admirável evocação do seu espírito. Não creio que no campo da arte irreal se possa dar com mais requinte uma das características de sua arte”
Cinema - De 1926 é a película lusa O Fauno das Montanhas, de Manuel Luís Vieira. O filme, que tem por tema uma moça que sente-se perseguida por um fauno, enquanto acompanha o pai numa expedição naturalista à Ilha da Madeira, estreou a 11 de maio de 1927[32] Na versão cinematográfica da primeira obra de C. S. Lewis, The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe, o fauno Sr. Tumnus é interpretado pelo ator escocês James McAvoy[33] Já o filme de Guillermo del Toro, El laberinto del fauno de 2006, traz o fauno no título, e o ser que se apresenta tem formas um tanto distintas da idealizada no mito romano: é em parte bode, parte humano e parte árvore. O fauno surge a uma garota, fazendo-lhe revelações, que a permitem fugir à dura realidade da Revolução espanhola. >>>>VER>>>>>>>>>>>>
Ascanio in Alba – ópera de Wolfgang Amadeus Mozart, com um personagem chamado Fauno.
Casa do Fauno – importante monumento arqueológico, em Pompéia.
Fauno Barberini – célebre escultura da Gliptoteca de Munique.
Museus Capitolinos – onde fica a “Sala do Fauno”.

Titãs (masc) e Titânides (fem), estão entre a série de deuses que enfrentaram Zeus e os deuses olímpicos na sua ascensão ao poder. Outros oponentes foram os Gigantes, Tífão e Ofion. Dos vários poemas gregos da idade clássica sobre a guerra entre os deuses e os Titãs, apenas um sobreviveu. Trata-se da Teogonia atribuída a Hesíodo. Também o ensaio Sobre a música atribuído a Plutarco, menciona de passagem um poema épico perdido intitulado Titanomaquia ("Guerra dos Titãs" =Cronos X deuses olímpicos=Zeus) e atribuído ao bardo trácio cego Tamiris, por sua vez um personagem lendário. Além disso, os Titãs desempenharam um papel importante nos poemas atribuídos a Orfeu. Ainda que apenas se conservem fragmentos dos relatos órficos, estes revelam diferenças interessantes em relação à tradição hesiódica. Os mitos gregos da Titanomaquia caem na classe dos mitos semelhantes na Europa e Médio Oriente, em que uma geração ou grupo de deuses confronta os dominantes. Por vezes os deuses maiores são derrotados. Outras os rebeldes perdem, e são afastados totalmente do poder ou ainda incorporados no panteão. Outros exemplos seriam as guerras dos Aesir com os Vanir e os Jotunos na mitologia escandinava, o épico Enuma Elish babilónico, a narração hitita do "Reino do Céu" e o obscuro conflito geracional dos fragmentos ugaritas. O Livro da Revelação cristão também descreve uma "Guerra no Céu". Vários Titãs e Titanides se uniram, dando origem a uma segunda geração de Titãs. Os Titãs não formam um conjunto homogêneo. Trata-se, em geral, de divindades muito antigas que, por uma razão ou outra, continuaram a ter uma certa vigência dentro da mitologia grega clássica e, ao constituir-se o esquema genealógico dos deuses, foram incluídas entre os descendentes de Urano.
Os Titãs eram filhos de Urano(o céu) e Gaia(a terra) - São eles:
- Oceanus, o rio imenso que circundava o mundo tinha um corpo formado por um torso de um homem, com garras de caranguejo tal qual chifres na cabeça e grande barba, terminando com a cauda de uma serpente. Alguns estudiosos consideram que Oceano representava originalmente todas as massas de água salgada, incluindo o Mediterrâneo e o Oceano Atlântico, as duas maiores massas conhecidas pelos antigos gregos. Contudo, com a evolução dos conhecimentos geográficos, Oceano passou a representar apenas as águas desconhecidas do Atlântico (também chamado de "Mar Oceano"), enquanto Posídon reinava no Mediterrâneo. Casou com sua irmã Tétis, e tiveram as ninfas dos mares ou Oceânidas, dentre as quais Anfitrite, mãe de Tritão, as Nereidas, os rios, além de todos os seres marinhos, que tomavam parte ativa nas aventuras dos deuses, como os golfinhos. No mito da guerra entre os Titãs e os Deuses Olímpicos, ou Titanomaquia, Oceano, tal como Prometeu e Têmis, não se juntaram aos seus irmãos titãs contra os Olímpicos, tendo se mantido afastados do conflito. Oceano também teria recusado aliar com Cronos na sua revolta contra seu pai Urano.
- Céos, titã da inteligência. Casado com sua irmã a titanide Febe e tiveram Astéria, a Deusa estelar, e Leto, a Deusa do anoitecer. Trecho da Teogonia de Hesiodo:
"Febe entrou no leito amoroso de Ceos e fecundou a Deusa o Deus com amor
Nasceu Leto de negro véu sempre boa aos humanos e aos Deuses imortais
doce desde o início a mais suave do Olimpo
Nasceu também Astéria Que Perses levou ao seu palácio
e a desposou,e desta união nasceu a poderosa Hekate
Que Zeus agraciou com esplêndidos Dons..."
- Créos ou Krios, deus do frio e inverno assim como dos rebanhos e das manadas, casou com Euríbia (filha de Pontos) e tiveram Palas, Perses e Astreu Representava os seres marítimos e seu poder destrutivo envolvia as criaturas até hoje desconhecidas do mar abissal. Ninguem conhece a real forma deste titã. Crios, assim como os demais titãs que ficaram ao lado de Cronos na Titanomaquia, foi aprisionado no Tártaro.
- Hipérion ou Hiperião, o fogo astral. Um deus solar primitivo, casou com sua irmã a titânide Téia gerou Selene (a Lua), Hélios (o Sol) e Eos (a Aurora). Era um dos 12 filhos de Urano (o Céu) e de Gaia (a Terra). Seu nome quer dizer: "o que está no alto". É também o Titã da visão.
- Jápeto ou Lápeto, casou com sua sobrinha a oceanide Clímene(a filha de Oceano e Tétis) é pai de Prometeu ("o que pensa antes", um dos titãs que apoiaram Zeus contra Cronos, criador dos homens. Doador do fogo à humanidade, e por isso condenado a ficar acorrentado por toda a eternidade, com uma águia a lhe comer o fígado diariamente; ancestral da raça humana), Epimeteu, "o que pensa depois", criou os animais e homens com seu irmão Prometeu, recebeu Pandora como esposa, e abriu a caixa que espalhou os males no mundo; Atlas, "o que suporta", titã que apoiou Cronos, e foi punido por Zeus à suportar o céu nas costas; Menecéio "aquele que é vanglorioso"; Héspero
- Cronos, (no romano Saturno) destronou seu pai Urano e foi rei dos deuses. O mais jovem doa Titâ. Divindade suprema da segunda geração de deuses. A etimologia do seu nome é obscura. Poderá estar relacionada com "cornos", sugerindo uma possível ligação com o antigo demónio indiano Kroni ou com a divindade levantina El. MITO = A pedido de sua mãe se tornou senhor do céu castrando o pai com um golpe de foice. A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro". Cronos casou com a sua irmã Réia e tiveram seis filhos (os Crónidas): três mulheres, Héstia a deusa do lar; Deméter a deusa da agricultura e Hera a deusa rainha do Olimpo e três rapazes, Hades o deus do inferno; Poseidon o deus dos oceanos e Zeus o deus supremo pai de todos os deuses do olimpo. Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, que Réia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse efeito o apoio de sua prima Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.Então Zeus tornou senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses ao banir os tios Titãs para o Tártaroe afastou o pai do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olímpo. Segundo outras tradições, Cronos teria sido, simplesmente, adormecido e levado para a ilha misteriosa de Tule ou teria sido exilado como rei para um sítio ideal onde o "solo fértil produzia colheitas três vezes por ano" e onde se teria prolongado esta idade de ouro, definitivamente terminada com o aparecimento da terceira geração, a de Zeus e dos Olímpicos.Cronos foi, por vezes, assimilado ao deus fenício Baal, a cujo ídolo eram sacrificadas as vítimas humanas. A lenda de Cronos figura no teto da Sala dos Elementos no Palácio Vecchio (Florença), pintado por Vasari. Goya representou Cronos devorando os seus filhos (Madrid, Prado).
São asTitanides:
- Febe, a da coroa de ouro. Titânide da lua. A mais bela entre as Titânides". Talvez a primeira deusa da Lua que os gregos conheceram. É confundida com sua sobrinha Selene (filha de Hipérion e Téia), e também com suas netas Ártemis e Hécate. Relacionada com as noites de lua cheia. Seu nome quer dizer "brilhante", nome emprestado ao seu neto Apolo, chamado de Febo. Casou com seu irmão Céos e tiveram as Deusas Leto e Astéria. Higinus acrescenta entre suas filhas o nome de Afirafes. Febe era uma antiga deusa da profecia e dividia o Oráculos de Delfos com Gaia (sua mãe) e com Têmis (sua irmã). Mais tarde as deusas passaram o oráculos às mãos de Apolo. Por tudo isso Febe, apesar de brilhante, era considerada uma deusa de mistérios e segredos. É uma bela mulher com os seios nus, voando pelo céu e levando numa das mãos um cântaro de prata.
- Mnemosine, ou Mnemósine, personificação da memória e mãe das 9 Musas com Zeus. Uma das Titânides, a deusa da Memória. Preserva do esquecimento. Seria a divindade da enumeração vivificadora frente aos perigos da infinitude, frente aos perigos do esquecimento que na cosmogonia grega aparece como um rio, o Lethe, um rio a cruzar a morada dos mortos (o de "letal" esquecimento), o Tártaro, e de onde "as almas bebiam sua água quando estavam prestes a reencarnarem-se, e por isso esqueciam sua existência anterior".
- Reia ou Réia, mãe e rainha dos deuses com Cronos seu irmão e marido. Uma titãnides. Na mitologia romana é identificada com Cibele, uma das manifestações da Deusa mãe, Magna Mater. Gerou Deméter, Hades, Hera, Hestia, Posídon e Zeus, segundo a Teogonia de Hesíodo. Mãe de todos deuses do Olimpo, é uma deusa relacionada com a fertilidade. Mito - Devido a um oráculo de Urano, que profetizara que Cronos seria destronado por um dos filhos, este passou a engolir todos os filhos assim que nasciam. Réia decidiu que isto não ocorreria com o sexto filho. Assim, quando Zeus nasceu, Reia escondeu-o numa caverna no Monte Ida em Creta ao cuidado dos assistentes curetes (Os primeiros curetes, às vezes considerados o mesmo que os dáctilos, eram três, cinco ou nove daimones rústicos nomeados por Réia para guardar Zeus criança em uma caverna do monte Ida, em Creta. Para mantê-lo escondido de seu pai canibal, o titã Cronos, eles abafavam o choro e os gritos de Zeus com uma dança frenética na qual chocavam ruidosamente suas lanças e escudos. Eram deuses das montanhas selvagens e inventores das artes rústicas do trabalho em metal, pastoreio, caça e apicultura. Foram também os primeiros guerreiros armados e os deuses da dança orgiástica da guerra executada pelos jovens de Creta e da Eubéia.Da união desses curetes ou dáctilos com suas irmãs, as hecatérides, teriam nascido os satíros, as oréades e as tribos dos curetes, os primeiros cretenses. Esses curetes mais jovens eram cem em número e se casaram com suas irmãs melíades e de seus ramos fizeram as primeiras lanças). posteriormente sacerdotes e, no lugar do filho, deu a Cronos uma pedra enrolada em panos. Cronos engoliu-a, pensando ser o filho. Há diversas versões sobre quem criou Zeus. Algumas relatam que ele foi criado por Gaia; outras, por uma ninfa (Adamantéia ou Cinosura); segundo uma outra versão, foi nutrido por uma cabra (Amaltéia). Ao atingir a idade adulta, Zeus destronou o pai, forçou-o a vomitar os irmãos e assumiu o Olimpo. Seguindo a ascensão do filho Zeus ao status de rei dos deuses, ela contestou uma parte do mundo e acabou refugiando-se nas montanhas, onde cercou-se de criaturas selvagens. Geralmente, é associada a leões ou a uma biga puxada por leões. Na Ásia Menor, era conhecida como uma deusa terrestre, sendo venerada com ritos orgíacos. O nome significa "fluxo", aparentemente em referência à menstruação feminina, e "reconforto", talvez em referência aos partos fáceis
- Témis, encarnação da ordem divina, das leis e costumes, e mãe das Horas com Zeus. a deusa guardiã dos juramentos dos homens e da lei, sendo que era costumeiro invocá-la nos julgamentos perante os magistrados. Por isso, foi por vezes tida como deusa da justiça, título atribuído na realidade a Diké. Filha de Urano(o céu, o paraíso) e de Gaia(a Terra), e segunda mulher de Zeus. A segunda geração, criada, juntamente com Nêmesis — a deusa da ética — pelas moiras. Têmis empunha a balança, com que equilibra a razão com o julgamento, e/ou uma cornucópia; mas não é representada segurando uma espada. Tinha três filhas: Eumônia - a Disciplina, Diké – a Justiça, e Eiriné – a Paz. Foi ela que fez da sua filha Diké (ou Astraea), que viveu junto aos homens na Idade do Ouro, Deusa da Justiça. Pertence, portanto, ao mundo pré-olímpico dos Titãs, do qual ela, Leto e outras Titânides aparecem mais tarde entre os olímpicos. Seu nome significa "aquela que é posta, colocada". Sua equivalente romana era a Deusa Justitia. Mito - Têmis quando ainda criança, foi entregue por Gaia, aos cuidados de Nix, que acabara de Gerar Nêmesis. O objetivo de Gaia, era proteger Têmis do enlouquecimento de Urano. Porém Nix estava cansada, pois gerara incessantemente seus filhos. Então Nix entrega sua filha Nêmesis, e a sobrinha Têmis aos cuidados de suas mais velhas filhas,as Deusas Moiras ( Cloto, Laquésis e Atropo). As Moiras criam as duas Deusas infantes, e lhes ensina tudo sobre a ordem cósmica e natural das coisas; e a importância de zelar pelo equilibrio. As Moiras são as Deusas do destino,tanto dos homens; quanto dos Deuses e suas decisões não podem ser transgredidas por ninguém. Desta criação, vimos a origem das semelhanças das duas lindas e poderosas Deusas criadas como irmãs, Têmis a Deusa da justiça e Nêmesis a Deusa da retribuição. Há uma versão errada, que diz as Moiras eram filhas de Têmis, o que gerou esta confusão, possivelmente é te-las confundido com as Horas (ciclospresentes na natureza, estações, clima, vegetação, etc); que também agem nas energias ciclicas da natureza, assim como as Moiras (ciclos vitais da vida, nascer, crescer,etc). Têmis na mitologia grega é a deusa da justiça, da Lei e da ordem. É a protetora dos oprimidos, uma Titãnide que sentava-se ao lado do trono de Zeus, pois era sua conselheira. Considerada, para a mitologia, a personificação da Ordem e do Direito divinos, ratificados pelo Costume e pela Lei. Inicialmente, Têmis era representada como uma divindade de olhar austero, seus olhos ainda não eram vendados e segurava uma balança em uma das mãos, o que, até hoje simboliza o equilíbrio entre as partes envolvidas em uma relação de Direito. A imagem da Têmis, como conhecemos hoje, passou a ter a venda nos olhos por criação de artistas alemães do século XVI. Citada faixa simboliza imparcialidade, quer dizer que a Têmis, por ser a própria exteriorização da Justiça, não vê diferenças entre as partes em litígio, sejam ricos ou pobres, poderosos ou humildes, grandes ou pequenos. Suas decisões, justas e prudentes, não são fundamentadas na personalidade, nas qualidades das pessoas ou, ainda, no seu poder, mas apenas, na sabedoria das leis. Outros símbolos: a lâmpada, a manjerona e "pudenda muliebria". O significado da manjerona é sexual e tem ligação com a fertilidade. Esta planta misteriosa é uma planta lunar e tem ligação com a influência fertilizadora da Lua sobre a Terra. Mas a manjerona também tem ligação direta com outro emblema de Têmis, "pudenda muliebria", que vincula a Deusa à fertilidade e à sexualidade, de modo direto e inequívoco. Sabe-se que havia orgias vinculados ao culto de Têmis e certamente, estes ritos eram de natureza sexual. Oráculo - Têmis não representa a matéria em si, como sua mãe Gaia, mas uma qualidade da terra, ou seja, sua estabilidade, solidez e imobilidade. Ela é uma deusa que falava com os homens através dos oráculos. O mais famoso de todos os templos oraculares da Grécia Antiga, Delfos, pertencia originalmente a Gaia, que o passou a filha Têmis. Depois disso, ele foi de Febe e só no fim foi habitado por Apolo. Há pesquisadores que afirmam, no entanto, que Têmis é o próprio princípio oracular, de modo que, em vez de ter havido quatro estágios de ocupação do oráculo Delfos, foram só três: Gaia-Têmis, Febe-Têmis e Apolo-Têmis. Portanto, Têmis tinha máxima ligação com a questão das previsões oraculares e, no fundo, representa a boca oracular da terra, a própria voz da Terra, ou seja, Têmis é a terra falando. Quando o titã Prometeu foi acorrentado ao Monte Cáucaso, Têmis profetizou que ele seria libertado. Sua profecia se concretizou quando Héracles (ou Hércules), salvou-o do seu castigo. Foi Têmis quem alertou Zeus que o filho de Tétis seria uma ameça à seu pai. Ajudou Deucalião e Pirra a formar a humanidade após o dilúvio enviado como castigo por Zeus, profetizando que ambos deveriam "jogar os ossos de sua mãe para trás das costas". Pirra ficou temerosa de cometer algum sacrilégio ao profanar os ossos de sua mãe, não captando o sentido da profecia. Deucalião, porém, entendeu tratar-se de pedras os ossos da deusa-Terra, mãe de todos os seres. Assim ele atirou pedras para trás e delas surgiram homens. Os oráculos dados por Têmis, não profetizavam só o futuro, mas eram ainda, mandamentos das leis da natureza às quais os homens deveriam obedecer. A Deusa nos fala de uma ordem e de uma lei naturais que precedem as noções culturalmente condicionadas da organização e das regras derivadas das necessidades de uma sociedade. Alguns pensadores crêem ser Têmis uma abstração das noções humanas de uma justiça de uma cultura específica, presumivelmente matrifocal. Uma visão arquetípica, sustentaria que Têmis não é o produto da organização social, mas o pressuposto para tanto. Sua existência psicológica precede-o e subjaz ao entendimento humano do que ela quer dizer ou ensinará. A visão arquetípica localizaria sua origem na natureza psíquica, no inconsciente coletivo, ao invés de localizá-la na cultura e na consciência coletiva. Ela não é secundária, e sim fundamental. Entretanto, nos cultos à Têmis eram celebrados os "mistérios" ou "orgias", emprestando-lhe a visão que ela era uma Deusa genuína, e não uma simples personificação da idéia abstrata de legalidade. Têmis é a Deusa oracular da Terra, ela defende e fala em nome da Terra, do enraizamento da humanidade em uma inabalável ordem natural. Olimpo - Um dos atributos de Têmis é sua grande beleza, além do poder de atração de sua dignidade. Sua atratividade física é confirmada pelo mito em que Zeus a persegue com seu estilo desenfreado e, finalmente, a desposa. Em outra versão após Zeus devorar Métis grávida, as Moiras levam Têmis até ]Zeus para se tornar a segunda esposa de Zeus, e as Moiras profetizam que Zeus precisa e tem muito a aprender com Têmis, que é tão sábia quanto Métis. Seu mais ardente adversário no Olimpo foi Ares, o deus da guerra cujo o apetite por violência e sede de sangue não conhecia limites. Não porque Têmis fosse contra a guerra, mas agia com motivos de ordem ambiental, pois a guerra reduziria a população humana. Na qualidade de mãe das Horas (e pai Zeus), Têmis está também por trás da progressão ordenada do tempo na natureza. As Horas representavam a ordenação natural do cosmo: inverno e depois primavera, dia depois a noite, uma hora após a outra. Sua outra filha com Zeus, Astréia, Deusa virgem protetora da humanidade e que simboliza a pureza e a inocência, também era uma deusa da justiça. Conta-se que ela deixou a Terra no fim da Idade do Ouro para não presenciar as aflições e sofrimentos da humanidade durante as idades do Bronze e do Ferro. No céu ela tornou-se a constelação de Virgem. Também a balança de Têmis, que Astréia carregava foi transformada em uma constelação, Libra. As Horas ou Estações (filhas de Zeus e Têmis) suas são: Irene (paz), Dike (justiça) e Eumônia (disciplina); estas são as Horas mais velhas e estão ligadas a legislação e ordem natural, sendo uma extensão dos atributos de Têmis. Esta última está relacionada com a representação da divindade da justiça. Temis e Dike elucidam o lado ético do instinto, a voz miúda e calma no seio do impulso. Dike para a humanidade é a função de base institual muito sintônica com o que chama de instinto para reflexão. Existem mais nove Horas que são guardiãs da ordem natural, do ciclo anual de crescimento da vegetação e das estações climaticas anuais. ( Talo, Carpo, Auxo, Acme, Anatole, Dysis, Dicéia, Eupória, Gymnásia) Ao presidir as reuniões de cunho político do Olimpo, Têmis manifesta o teor organizacional de sua dignidade e justiça. Têmis congregava às reuniões com seriedade moral e obrigava os grandes e poderosos a ouvir, de modo consciencioso, as objeções e contribuições dos irmãos e irmãs menos proeminentes. A Deusa opunha-se à dominação de um sobre muitos e apoiava a unidade mais que a multiplicidae, a totalidade mais do que a fragmentação, a integração mais do que a represão. Nessa atividade de contenção e vinculação, Têmis revela o princípio operado pela consciência feminina: a lei do amor. Têmis era a deusa da consciência coletiva e da ordem social, da lei espiritual divina, paz, ajuste de divergências, justiça divina, encontros sociais, juramentos, sabedoria, profecia, ordem, nascimentos, cortes e juízes. Foi também inventora das artes. Zeus e Temis - Têmis foi a segunda esposa de Zeus, depois de Métis e antes de Hera. É Ela que temperou o poder de Zeus com muita sabedoria e com seu profundo respeito pelas leis naturais. Sendo uma Titã, suas raízes são instintivas e pré-olimpicas e estende-se à frente, para incluir uma visão cósmica das operações finais e essenciais do universo inteiro. Além de esposa e conselheira, Têmis é também mentora de Zeus. Em um mito ela aparece como ama de leite de Zeus bebê, ensinando-o a respeitar a justiça. No casamento de Zeus e Têmis vemos duas forças, uma solar e outra lunar, trabalharem coligadas com poucos conflitos à serem observados. Zeus era o rei todo-poderoso, absoluto, um padrão arquetípico que governa a consciência coletiva, que tanto cria como mantém uma coletividade. Mas é Têmis, que movimentando-se dentro de vários outros padrões arquetípicos, desestabiliza o absolutismo e as certezas de Zeus. Ela movimentava-se em uma direção contrária, nunca deixando de incluir o máximo possível. Têmis exercia portanto, um efeito de abrandamento. Entretanto, o casamento do dois não foi de total doce harmonia, pois embora transitasse sabedoria entre eles, os ditames de um e do outro, sempre tinham um preço muito elevado, pois nada possui solução definitiva. Na imagem de Zeus consultando Têmis, podemos aceitar uma boa dose de troca. Zeus é quem rege e decide, enquanto Têmis assume uma atitude mais suave e dá seu toque relativizador que procede de perspectivas mais abrangentes.
- Tétis, deusa do mar. Casou com seu irmão Oceano e tiveram as ninfas (Oceânides), os rios (Oceanidas ou Potamoi ou Lemnai) e os mananciais.
- Téia ou Teia, deusa da vista, uma titânide. Casou com seu irmão Hipérion e deu à luz as divindades siderais Helios, o Deus Sol, Selene, a Deusa Lua, e Eos a Deusa Aurora.