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sábado, 7 de agosto de 2010

Entender a identidade:

"A cultura do espírito identificar-se-á com a cultura do desejo". Salvador Dalí

"A minha roupagem carnal é tão corruptível como a de todos os meus companheiros humanos; e por isso estou tão sujeito a erros como qualquer um deles". Mahatma Gandhi

"Sou o que me faço ser !Identifico-me" de toda maneira por causa do outro". mimiseven

Na Sociologia, Identidade é o compartilhar de várias idéias e ideais de um determinado grupo. Alguns autores, como Karl Mannheim, elaboram um conceito em que o indivíduo forma sua personalidade, mas também a recebe do meio, onde realiza sua interação social. Segundo Mannheim, a influência desses fatores é da maior importância e sua investigação deveria ser o objeto de uma nova disciplina: a sociologia do conhecimento. Cada fase do humano seria dominada por certo tipo de pensamento e a comparação entre vários estilos diferentes seria impossível. Em cada fase aparecem tendências conflitantes, apontando seja para a conservação, seja para a mudança. A adesão à primeira tende a produzir ideologias e a adesão à segunda tende a produzir utopias.
● Na Medicina legal consiste numa série de exames feitos no vivo ou no morto, onde se apuram, no ser humano, a raça, sexo, estatura, idade, dentição, peso e conformação corpórea, sinais particulares (má-formações, cicatrizes, tipo sangüíneo, feições faciais, etc.)
Na Filosofia a identidade constitui objeto de cogitações por variados pensadores e correntes filosóficas, e seu conceito varia, de acordo com cada um, evidentemente.
E na Antropologia, Identidade consiste na soma nunca concluída de um aglomerado de signos (sinais), referências e influências que definem o entendimento relacional, percebida por diferença, de si ou de outrem. Portanto, Identidade está relacionada a idéia de alteridade, (ou outridade) concepção que parte do pressuposto de que todo humano interage e interdepende de outros, logo é necessário existir o outro para definir por comparação e diferença pelos quais identificamo-nos.

Michael Jackson: podemos tê-lo como um dos maiores exemplo Identidário, no que tange o pessoal, emocional, social, profissional e religioso.

25/06/09 - invade-se a intimidade do ídolo pela, super exposição, fanatismo, idolatria, histerismos e conceitos. Problemas de ordem familiar, sexualidade, aparência, escândalos, reclusão, dentre outros fatores criaram através da mídia e fãs, o maior espetáculo com sua morte.
Sucesso mundial reconhecido não só pelo que explorou em habilidades em inovar, mas pela vida pessoal cheia de suposições, que nada se provou.

Essência humana confusa, imatura, insegura, frágil e conturbada.

Rico e com um enorme efeito na cultura sensacionalista, por não saber lidar talvez, com o processo de "Identidade".

Vítima ou culpado? A sociedade por sua especulariedade, ou ele como sujeito inconscientemente necessitado de especulação à sua volta? Quem saberá, ao certo? Mas sinalizou com seus modos na “sociedade”, o que se diz “Identidade”.

A 'Identidade' volta a uma questão central do pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman http://is.gd/eNE5y que mostra como a identidade se tornou um conceito-chave para o entendimento da vida social na era da 'modernidade líquida' - esgarçamento das relações na atualidade.

No mundo de hoje, qual é o espaço do eu e do outro? Qual é a medida da liberdade individual? E do respeito ao próximo, com todas as suas diferenças? É possível construir uma identidade sem levar a alteridade - o outro - em conta?

Segundo Bauman, à medida que nos deparamos com as incertezas e as inseguranças da "modernidade líquida", nossas identidades sociais, culturais, profissionais, religiosas e sexuais sofrem um processo de transformação contínua. Isso nos leva a buscar relações transitórias e fugazes e faz com que soframos as angústias inerentes a essa situação.

A confusão atinge não só os valores, mas também as relações afetivas: "Estar em movimento não é mais uma escolha: agora se tornou um requisito indispensável", afirma Bauman. Identidade é um retrato da vida na contemporaneidade.
Na visão baumaniana buscar uma identidade é buscar o impossível. É o que pode se concluir no Astro. Sua descaracterização visual, cirurgias plásticas, mudança na pele, ornamentos, maquiagem, perucas e disfarces, denunciavam problema na identidade. Demonstrou-se que, seus sentimentos de pertencimento identitário, relacionado à aparência e ao que seu próprio corpo pode dizer sobre si, ultrapassaram os limites da semelhança familiar.
Poderia ter sido por conta da violência emocional e física sofrida durante a infância, que passou a fase adulta procurando se reconstruir em um padrão de beleza próprio.

As diferenças e inovações trazidas por Michael ao universo que ele começava a pertencer eram, simultaneamente, uma forma de afastá-lo do que era padrão e não deixava espaço para um sentimento de que finalmente ele pertencia a uma comunidade.
As formas como buscava sua identidade afastaram de si, de quem ou do quê ele quis ser, o que o caracterizou como quem fica à margem da sociedade.



(...) de fato, a “identidade” só nos é revelada como algo a ser inventado, e não descoberto; como alvo de um esforço, “um objetivo”; como uma coisa que ainda se precisa construir a partir do zero ou escolher entre alternativas e então lutar por ela e protegê-la lutando ainda mais_ mesmo que, para que essa luta seja vitoriosa, a verdade sobre a condição precária e eternamente inconclusa da identidade deva ser, e tenda a ser, suprimida e laboriosamente oculta. Zigmunt Bauman

Artista e pessoa se confundiram a ponto de não se saber qual predominava o limite da normalidade entre a essência e a personalidade construída.

Claramente buscou por uma identidade que lhe oferecesse segurança, de pertencer a um estereótipo pouco similar que lhe assustou durante a infância





O“rancho” era uma realidade e permitiu desvencilhar do que mais causava repulsa.

Dono de suas possibilidades e com recursos, em sociedade movida por interesses financeiros, se fez respeitado.

Com um nome a ultrapassar a música, a dança, curiosa intimidade, cotidiano único, desejos, hábitos e comportamentos indecifráveis.

Abre-se então espaço para o indivíduo com problemas humanos, amigos, filhos para serem criados, família em sofrimento e discursos sobre lembranças de uma pessoa que viveu e que compartilhou situações comuns às pessoas comuns.

As teorias de Bauman acerca da identidade ajudam a explicar os significados da presença e da importância de um sujeito como Michael Jackson.


Astro com claros exemplos da volatilidade da personalidade, do sentimento de pertencimento, como indústrias que vivem do consumo de produtos humanos.

Indivíduo influente, cuja excêntricidade o consumiu, pela constante construção de si.

Citado como "O maior ícone negro de todos os tempos", com grande importância para a quebra de barreiras raciais, abrindo portas para a dominação da música negra na música popular, e pessoas como Oprah Winfrey e Barack Obama conseguirem o status que tem hoje.


Notável filantropo e humanitário, doou milhões de dólares durante toda sua carreira a causas beneficentes por meio da Dangerous World Tour, compactos voltados à caridade e manutenção de 39 centros de caridades, através de sua própria fundação.



Mi - Cps, 25/06/10