Páginas

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Meu lugar de fulga

Hoje é um dia em que certamente eu gostaria enormemente de estar em pasárgada, cidade para onde Manoel Bandeira tanto queria fugir.

O meu mundo pode ser construído de palavras, quando escrevo sei muito bem o que cada uma delas carrega. Por isso a capacidade de conviver com as palavras me remete a Pasárgada, maneira verticalizada que eu encontrei de ser livre e ter meu espaço imaginário.

Este lugar abriga realizações, utopias, desejos, alegrias, alentos, felicidades, esperanças tudo o que habita no fundo de minha alma. Fulga de mim mesma para estar comigo.

Está decidido! Hoje serei vizinha de Bandeira em Pasárgada.

O Fábio citou a música do Gil “Vamos fugir” como referência e eu "Na sombra de uma árvore": http://is.gd/6qplB

Mi - Base:FM
Cps, 17/12/08 - 04:54

Baseado no livro “libertinagem” de Manoel Bandeira. Pasárgada foi a primeira capital da antiga Pérsia no tempo de Ciro II, hoje sítio arqueológico no Irã. Patrimônio Mundial da Onesco.

O lugar é "Pasárgada", cidade imaginada pelo poeta Manoel Bandeira.
Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção
Há sempre uma Pasárgada a ser buscada! Não como fuga, mas como mística de uma evolução que nos aperfeiçoa como pessoas.
Santidade? Sem dúvida!