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terça-feira, 25 de maio de 2010

1º) Os deuses primordiais

1 - Deuses primordiais da Mitologia Grega
Protogonos, Prôtogenos, "nascido primeiro", primordial, divindades que surgiram no momento da criação, e cujas formas constituem a estrutura básica do universo. O primeiro deles surgiu do nada, e os outros nasceram dele. Os antigos gregos dispunham de várias teogonias diferentes, e ainda que estas apresentassem algumas personagens comuns, é difícil elaborar uma lista única de divindades primordiais para a mitologia grega, divindades, e papel de cada uma, varia de uma fonte para outra.

1ª Fontes - Hesíodo 
A fonte mais famosa é inquestionavelmente a Teogonia, de tal forma que se confunde freqüentemente o panteão primordial grego com o descrito na obra. São as divindade:

1 . Caos é, segundo Hesíodo, a primeira divindade a surgir no universo, o mais velho dos deuses. Sua natureza divina é de difícil entendimento, devido às mudanças que a idéia de "caos" sofreu com o passar da épocas. O poeta romano Ovídio foi o primeiro a atribuir a noção de desordem e confusão à divindade de Caos. Todavia Caos seria para os gregos o contrário de Eros. Tanto Caos como Eros são forças geradoras do universo. Caos parece ser uma forma mais primitiva, enquanto Eros uma força mais aprimorada. Os filhos de Caos Nix e Érebos nasceram de cisões como se reproduzem os seres unicelulares a partir de "pedaços" de Caos. E igualmente os filhos de Nix nasceram de "pedaços" seus, sem a união sexual. Portanto a família de Caos se origina de forma assexuada. Caos significa algo como "corte", "rachadura", "cisão" ou ainda "separação", já Eros é o princípio que produz a vida por meio da união dos elementos (masculino e feminino). Se Caos gera através da separação e distinção do elementos e Eros através da união ou fusão destes, parece mais lógico que a idéia de confusão e de indistinção elemental pertença a Eros. Eros age de tal modo sobre os elementos do Mundo, que poderia fundi-los numa confusão inexorável. Assim, seu irmão Anteros equilibra sua força unificadora através da repulsa do elementos. Caos é então uma força antiga e obscura que manifesta a vida por meio da cisão do elementos. Caos parece ser um deus andrógino, trazendo em si tanto o masculino como o feminino. Esta é uma característica comum a todos os deuses primogênitos de várias mitologias. É freqüente, devido à divulgação das idéias de Ovídio, considerar Caos como uma força sem forma ou aparência, isso não é de todo uma inverdade. Na pré-história grega, tanto Caos como Eros eram representados como forças sem forma, Eros era representado por uma pedra. Outra problemática é considerar Caos como o pai de Gaia, Tártaro e Eros, quando é somente genitor de Nix e Érebos. Na verdade ele seria "irmão" de Gaia, Tártaro e Eros. Segundo o poeta romano Higinus, Caos possuiria uma contraparte feminina chamada Calígena "a Névoa (primordial)".

2 . Gaia, Géia ou Gê a deusa da Terra, primordial potencialidade geradora quase absurda. Segundo Hesíodo, a 2ª divindade primordial, nasceu após Caos. Tal como Caos, Gaia gera sozinha, Urano, Pontos e as Montanhas. Hesíodo sugere que ela tenha gerado Urano com o desejo de se unir a alguém semelhante a si mesma em natureza. Isso porque Gaia personifica a base onde se sustentam todas as coisas, e Urano é então o abrigo dos deuses "bem-aventurados".
Com Urano, Gaia gerou os 12 Titãs (os gigantes), os Ciclopes (três gigantes de 100 olhos) e os Hecatônquiros (três igantes de Cem Mãos).
Sendo Urano capaz de prever o futuro, temeu o poder de filhos tão grandes e poderosos e os enterrou novamente no útero de Gaia, que gemia com dores atrozes sem poder parir. Então ela chamou seus filhos Titãs e pediu auxílio para libertar os irmãos e se vingar do pai. Somente Cronos aceitou. Gaia então tirou do peito o aço e fez a foice dentada. Colocou-a na mão de Cronos e os escondeu, para que, quando viesse Urano, durante a noite não percebesse sua presença.
Urano, ao se unir mais uma vez com a esposa, foi surpreendido por Cronos, que o atacou e o castrou, separando assim o Céu e a Terra. Cronos lançou os testículos de Urano ao mar, mas algumas gotas caíram sobre a terra, fecundando-a. Do sangue de Urano derramado sobre Gaia, nasceram os Gigantes, as Eríneas e as Melíades. Após a queda de Urano, Cronos subiu ao trono do mundo e libertou os irmãos. Mas vendo o quanto eram poderosos, também os temia e os aprisionou mais uma vez. Gaia, revoltada com o ato de tirania e intolerância do filho, tramou uma nova vingança. Quando Cronos se casou com Réia e passou a reger todo o universo, Urano lhe anunciou que um de seus filhos o destronaria. Ele então passou a devorar cada recém nascido por conselhos do pai. Mas Gaia ajudou Réia a salvar o filho Zeus. Réia então, em vez de entregar seu filho para Cronos devorar entregou-lhe uma pedra, e escondeu seu filho em uma caverna. Já adulto, Zeus declarou guerra ao pai e aos demais Titãs com a ajuda de Gaia. E durante cem anos nenhum dos lados chegava ao triunfo. Gaia então foi até Zeus e prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se descesse ao Tártaro (inferno) e libertasse os três Ciclopes e os três Hecatônquiros. Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos, com a ajuda dos tios, filhos libertos da Terra e se tornou o novo soberano do Universo. Todavia, Zeus realizou um acordo com os Hecatônquiros para que estes vigiassem os Titãs no fundo do Tártaro. Gaia pela terceira vez se revoltou e lançou mão de todas as suas armas para destronar Zeus. Num primeiro momento, ela pariu os incontáveis Andróginos, (seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por meio da coluna terminado em duas cabeças, além de possuir os orgãos genitais femininos e masculinos). Os Andróginos surgiam do chão em todos os quadrantes e escalavam o Olimpo com a inteção de destruir Zeus, mas, por conselhos de Têmis, Zeus e os demais deuses deveriam acertar os Andróginos na coluna, de modo a dividi-los exatamente ao meio. Assim feito, Zeus venceu. Em uma outra oportunidade, Gaia produziu uma planta que ao ser comida poderia dar imortalidade aos Gigantes; todavia a planta necessitava de luz para crescer. Mas ao saber disto Zeus ordenou que Hélios, Selene, Éos e as Estrelas não subissem ao céu, e escondido nos véus de Nix, ele encontrou a planta e a destruiu. Mesmo assim Gaia incitou os Gigantes a colocarem as montanhas umas sobre as outras na intenção de subir o céu e invadir o Olimpo. Mas Zeus e os outros deuses venceram novamente. Enfim, Gaia cedeu e acordou com Zeus que jamais voltaria a tramar contra seu governo. Dessa forma, ela foi recebida como uma deusa Olímpica. Interpretação - Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas culturas Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá sustento e possibilita a ordem do mundo. Nos mitos gregos, os conflitos entre Gaia e as divindades masculinas representam a ascensão do poder patriarcal e da sociedade grega sobre os povos pré-existentes.

3 . Tártaro. Assim como Gaia era a personificação da Terra e Urano a do Céu, Tártaro era a personificação do Inferno. Nele estavam as cavernas e grutas mais profundas e os cantos mais terríveis do reino de Hades (mundo dos mortos, para onde todos os inimigos do Olimpo eram enviados e onde eram castigados por seus crimes). Lá os Titãs foram aprisionados por Zeus (Júpiter), Hades (Plutão) e Poseidon (Netuno) após a Titanomaquia (guerra dos Titãn). Na Ilíada, de Homero, representa-se este mitológico Tártaro como prisão subterrânea 'tão abaixo do Hades quanto a terra é do céu'. Segundo a mitologia, nele eram aprisionados somente os deuses inferiores, Cronos e outros espíritos titãs (criaturas sobre-humanas), enquanto que os seres humanos, eram lançados no submundo, chamado de Inferno. O Tártaro é personificado por um dos deuses primordiais, nascidos a partir do Caos. Suas relações com Gaia geraram as mais terríveis bestas da mitologia grega, entre elas o poderoso Tifão. O poeta grego Hesíodo garantiu que uma bigorna de bronze cairia do céu durante nove dias até alcançar a terra, e que cairia outros nove dias até atingir o Tártaro. Sendo um lugar tão profundo no chão, estava coberto por três camadas de noites, que se seguiam a um muro feito de bronze a cercar este distante subterrâneo. Era um poço úmido, frio e desgraçadamente imerso na mais tenebrosa escuridão. Enquanto, segundo a mitologia grega, o Submundo (Erebus, reino de Hades) era o lugar para onde iam os mortos, o Tártaro tinha vários moradores. Quando Cronos era o deus que governava o mundo, prendeu os Ciclopes no Tártaro. Zeus os libertou, para que o ajudassem na sua luta contra os titãs - que acabaram sendo derrotados pelos deuses do Olimpo, e aprisionados neste desolador tugúrio. Ficaram vigiados por enormes gigantes, cada um com 50 grandes cabeças e 100 fortes braços, chamados Hecatônquiros. Mais tarde, quando Zeus derrotou o monstro Tifão, filho de Tártaro com Gaia, também o lançou neste mesmo poço de água. O Tártaro também é o local onde o crime encontra seu castigo. Um bom exemplo é o de Sísifo, ladrão e assassino, condenado a eternamente empurrar uma rocha ladeira acima - apenas para vê-la novamente descer com o próprio peso. Também ali se encontrava Ixíon, o primeiro homem a derramar o sangue de um parente. Fez com que o seu sogro caísse num fosso cheio de carvões em brasa para assim evitar o pagamento do dote pela esposa. Seu justo castigo foi o de passar toda a eternidade girando uma roda em chamas. Tântalo, que desfrutava da confiança dos deuses, conversando e ceando com eles, dividiu a comida e os segredos divinos aos seus amigos. Sua punição pela perfídia consistia em ser mergulhado até o pescoço em água fria, que desaparecia sempre que tentava bebê-la para aplacar a enorme sede, além de ver frutificando logo acima de sua cabeça deliciosas uvas que, quando tentava colhê-las, subiam para fora de seu alcance. Para os romanos, o Tártaro é o lugar para onde eram enviados os pecadores. Virgílio o descreve (na Eneida do livro VI). como um lugar gigantesco, rodeado pelo rio de fogo Flegetonte, cercado por tripla muralha que impede a fuga dos pecadores. Nesta versão, é guardado por uma Hidra com 50 enormes faces negras, que se postava diante dum portão rangente, e protegida por colunas feitas de adamante (material supostamente indestrutível, similar ao diamante), tão duras que nada poderia cortá-las. No seu interior havia um castelo com amplas muralhas e um alto torreão de ferro. Tisífone, a Fúria que representava a Vingança, é a vigia que jamais dorme no alto deste torreão, chicoteando os condenados a ali passar a eternidade. No interior deste castelo há um poço que desce até as profundezas da terra, no dobro da distância que há entre a terra dos mortais e o Olimpo. No fundo deste poço estão os Titãs Aloídas (gigantes gêmeos) e muitos outros criminosos. No próprio Tártaro estão milhares de outros criminosos, recebendo castigos semelhantes aos dos mitos gregos. A Segunda Carta de São Pedro faz referência a esta tradição latina, chamando Tártaro ao castigo dos anjos caídos (II Pedro, 2:4):
"Em realidade, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, precipitados no tártaro, ele os entregou às cadeias das trevas para serem atormentados e reservados até ao juízo..."
Os juízes dos mortos que decidiam quem deveria ir para o Tártaro eram:
- Radamanto julgava as almas asiáticas;
- Éaco, as européias;
- Minos tinha o voto decisivo, final, e era quem julgava os gregos.

4 . Eros (Cupido romano) o deus grego do amor. Hesíodo, na sua Teogonia, considera-o filho de Caos, portanto um deus primordial. Além de o descrever como sendo muito belo e irresistível, levando a ignorar o bom senso, atribui-lhe também um papel unificador e coordenador dos elementos, contribuindo para a passagem do caos ao cosmos. Posteriormente foi considerado como um deus olímpico, filho de Afrodite e de Zeus, Hermes ou Ares, conforme as versões. Tendo, certa vez, Afrodite desabafado com Métis, queixando-se que seu filho continuava sempre criança, a deusa da prudência lhe explicou que Eros era muito solitário. Haveria de crescer se tivesse um irmão. Anteros nasceu pouco depois e, Eros começou a crescer e tornar-se robusto. Já Platão, no Banquete, descreve assim o nascimento de Eros, elucidando alguns detalhes até mesmo do aspecto erótico: "Quando nasceu Afrodite, os deuses banquetearam, e entre eles estava Poros (o Expediente), filho de Métis. Depois de terem comido, chegou Pínia (a Pobreza) para mendigar, porque tinha sido um grande banquete, e ela estava perto da porta. Aconteceu que Poros, embriagado de néctar, dado que ainda não havia vinho, entrou nos jardins de Zeus e, pesado como estava, adormeceu. Pínia, então, pela carência em que se encontrava de tudo o que tem Poros, e cogitando ter um filho de Poros, dormiu com ele e concebeu Eros. Por isso, Eros tornou-se seguidor e ministro de Afrodite, porque foi gerado durante as suas festas natalícias; e também era por natureza amante da beleza, porque Afrodite também era bela. Pois que Eros é filho de Pínia e Poros, eis qual é a sua condição. É sempre pobre não é de maneira alguma delicado e belo como geralmente se crê; mas sujo, hirsuto, descalço, sem teto. Deita-se sempre por terra e não possui nada para cobrir-se, descansa dormindo ao ar livre sob as estrelas, nos caminhos e junto às portas. Enfim, mostra claramente a natureza da sua mãe, andando sempre acompanhado da pobreza. Ao invés, da parte do pai, Eros está sempre à espreita dos belos de corpo e de alma, com sagazes ardis. É corajoso, audaz e constante. Eros é um caçador temível, astucioso, sempre armando intrigas. Gosta de invenções e é cheio de expediente para consegui-las. É filósofo o tempo todo, encantador poderoso, fazedor de filtros, sofista. Sua natureza não é nem mortal nem imortal; no mesmo dia, em um momento, quando tudo lhe sucede bem, floresce bem vivo e, no momento seguinte, morre; mas depois retorna à vida, graças à natureza paterna. Mas tudo o que consegue pouco a pouco sempre lhe foge das mãos. Em suma, Eros nunca é totalmente pobre nem totalmente rico. Eros(amor) casou-se com Psiquê(alma), com a condição de que ela nunca pudesse ver o seu rosto, pois isso significaria perdê-lo. Mas Psiquê, induzida por suas invejosas irmãs, observa o rosto de Eros à noite sob a luz de uma vela. Encantada com tamanha beleza do deus, se distrai e deixa cair uma gota de cera sobre o peito de seu marido, que acorda. Irritado com a traição de Psiquê, Eros a abandona. Esta, ficando perturbada, passa a vagar pelo mundo até se entregar à morte. Eros, que também sofria pela separação, implora para que Zeus tenha compaixão deles. Zeus o atende e Eros resgata sua esposa e passam a viver no Olimpo. Com Psiquê teve trigêmeos: - Eros II, cuidava dos amores dos seres. / - Volúptas é um anjo descrito com um travesso é o deus do prazer. / - Volúptiaou Volúpia era uma fada que quando tocava na água se transformava em sereia e tinha asas de borboleta gigantes, a deusa da virtude. História de Psiquê - palavra grega que significa alma (sendo comum de se encontrar representações de Psiquê com asas de borboleta). O mito é narrado no livro O Asno de Ouro de Apuleio, que a cita como uma bela mortal por quem Eros, o deus do amor se apaixonou. Tão bela que despertou a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, mãe de Eros- pois os homens deixavam de freqüentar seus templos para adorar uma simples mortal. A deusa mandou seu filho atingir Psiquê com suas flechas, fazendo-a se apaixonar pelo ser mais monstruoso existente. Mas, ao contrário do esperado, Eros acaba se apaixonando pela moça - acredita-se que tenha sido espetado acidentalmente por uma de suas próprias setas. Com o próprio deus do Amor apaixonado por ela, suas setas não foram lançadas para ninguém. O tempo passava, Psiquê não gostara de ninguém, e nenhum de seus admiradores tornara-se seu pretendente. Irmãs de Psiquê - O rei, pai de Psiquê, cujo nome é desconhecido, preocupado com o fato de já ter casado duas de suas filhas, que nem de longe eram belas como Psiquê, quis saber a razão pela qual esta não conseguia encontrar um noivo. Consulta então o Oráculo de Delfos, que prevê, induzido por Eros, ser o destino de sua filha casar com um ente monstruoso. Após muito pranto, mas sem ousar contrariar a vontade de Apolo, a jovem Psiquê foi levada ao alto de um rochedo e deixada à própria sorte, até adormecer e ser conduzida pelo vento Zéfiro a um palácio magnifico, que daquele dia em diante seria seu. Lá chegando a linda princesa não encontrou ninguém, mas tudo era suntuoso e, quando sentiu fome, um lauto banquete estava servido. À noite, uma voz suave a chamava e, levada por ela, conheceu as delícias do Amor, nas mãos do próprio deus do amor... Os dias se passavam, e ela não se entediava, tantos prazeres tinha: acreditava estar casada com um monstro, pois Eros não lhe aparecia e, quando estavam juntos, usava sempre um capuz. Ele não podia revelar sua identidade pois, assim, sua mãe {Vênus , que é o nome de Afrodite na mitologia romana) descobriria que não cumprira suas ordens - e apesar disto, Psiquê amava o esposo, que a fizera prometer-lhe jamais retirar-lhe o capuz. Passado um tempo, a bela jovem sentiu saudade de suas irmãs e, implorando ao marido que permitisse que elas fossem trazidas a seu encontro. Eros resistiu e, ante sua insistência, advertiu-a para a alma invejosa das mulheres. As duas irmãs foram, enfim, levadas. A princípio mostraram-se apiedadas do triste destino da sua irmã, mas vendo-a feliz, num palácio muito maior e mais luxuoso que o delas, foram sendo tomadas pela inveja. Constataram, então, que a irmã nunca tinha visto a face do marido, então sugeriram-lhe que, à noite, quando este adormecesse, tomasse de uma lâmpada e uma faca: com uma iluminaria o seu rosto; com a outra, se fosse mesmo um monstro, o mataria, tomando posse de todas as riquezas. Chegada a noite Psiquê, julgando que os conselhos das irmãs eram ditados por amizade, pôs em execução o plano que elas haviam lhe dito: Após perceber que seu marido entregara-se ao sono, levantou-se tomando uma lâmpada e uma faca, e dirigiu a luz ao rosto de seu esposo, com intenção de matá-lo. A jovem, espantada e admirada com a beleza de seu marido, desastradamente deixa pingar uma gota de azeite quente sobre o ombro dele. Eros acorda - o lugar onde caiu o óleo fervente de imediato se transforma numa chaga: o Amor está ferido. Percebendo que fora traído, Eros enlouquece, e foge, gritando repetidamente: O amor não sobrevive sem confiança! Psiquê fica sozinha, e desesperada com seu erro, no imenso palácio. Precisa reconquistar o Amor perdido. A busca pelo amor - Psiquê vaga pelo mundo, desesperada, até que resolve consultar-se num templo de Vênus. A deusa, já cientificada de que fora enganada, e mantendo Eros sob seus cuidados, decide impor à pobre alma uma série de tarefas, esperando que delas nunca se desincumbisse, ou que tanto se desgastasse que perdesse a beleza... Os quatro trabalhos de Psiquê – 1. OS GRÃOS: A princesa foi colocada num quarto onde uma montanha de grãos de diversos tipos tinham sido misturados. Psiquê devia separá-los, conforme cada espécie, no espaço de uma noite. A jovem começou a trabalhar, mas mal fizera alguns montículos, e adormece extenuada. Durante seu sono, surgem milhares de formigas que, grão a grão, os separa do monte e os reúne consoante sua categoria. Ao acordar, Psiquê constata que a tarefa fora cumprida dentro do prazo. 2. A LÃ DE OURO: Vênus pede, então, que a moça lhe trouxesse a lã de ouro que uns carneiros produziam. Após longa jornada, Psiquê encontra os ferozes animais, que não deixavam que deles se aproximassem. Um voz surge de juncos num rio, e lhe aconselha: ela deve procurar um espinheiro, junto a onde os carneiros vão beber, e nas pontas dos espículos recolher toda a lã que ficara presa. Cumprindo o ditame, Psiquê realiza a tarefa, enfurecendo a deusa. 3. ÁGUA DA NASCENTE: Vênus então lhe pede um pouco da pura água da nascente do Rio Estige. Mas a nova tarefa logo revela-se impossível: o Estige nascia duma alta montanha, tão íngreme que era impossível escalar. Levando um frasco numa das mãos, a princesa queda-se ante a escarpa que erguia-se à sua frente quando as águias de Zeus surgem, tomando-lhe o frasco, voam com ela até o alto, enchendo-o. O trabalho, mais uma vez, foi realizado. 4. BELEZA DE PERSÉFONE: Vênus percebeu que teria de usar de meios mais poderosos. Inventando que tinha perdido um pouco de sua beleza por cuidar do ferimento de Eros, pede a Psiquê que, no Reino dos Mortos (o País de Hades, também chamado de Campos Elísios), pedisse à sua rainha, Perséfone, um pouco de sua beleza.A deusa estava certa de que ela não voltaria viva. Mais uma vez, Vênus se engana. Psiquê convece Perséfone a encher uma caixa com sua beleza para Vênus. Psiquê está indo de volta à Vênus, quando pensa que sua beleza havia se desgastado depois de tantos trabalhos, não resiste e resolve abrir a caixa. Cai em sono profundo, Eros já curado de sua queimadura vai ao socorro de sua amada, põe de volta o conteúdo para a caixa. desperta Psiquê e ordena-lhe que entregue a caixa à mãe dele. Amor e Alma - Enquanto Psiquê entrega a caixa à Vênus, Eros vai a Zeus e pede que o case com Psiquê. Zeus concede esse pedido e posteriormente Psiquê é tornada imortal. A união do amor e da alma, pois "psiquê" significa alma.

5 . Érebo, Segundo a Teogonia, ou Erebus era a personificação da escuridão; precisamente o criador das Trevas. Tinha seus domínios demarcados por seus mantos escuros e sem vida, predominando sobre as regiões do espaço conhecidas como “Vácuo” logo acima dos mantos noturnos de sua irmã Nix, a personificação da noite. Sendo um dos filhos de Caos, Erebus juntamente de sua irmã gêmea Nix nasceram de cisões assim como se reproduzem os seres unicelulares; a partir de "pedaços" de Caos, Erebus e Nix passam a ser os mais velhos imortais do universo, logo após de Caos. Casou com Nix, gerando mais duas divindades “primórdias”; o Éther (conhecido como a Luz celestial) e Hemera (o Dia). Erebus foi conhecido por ser um dos maiores inimigos de Zeus, conta-se que os Titãs pediram socorro a Erebus e pessoalmente o primórdio havia descido até o Tártaro para libertar os filhos de Gaia, porém foi surpreendido por Zeus e Hades que tiveram a ajuda de Nix para lançar Erebus nas profundezas do rio Aqueronte a fronteira dos dois mundos. Na medida em que o pensamento mítico dos gregos se desenvolveu, Erebus deu seu nome a uma região do Hades por onde os mortos tinham de passar imediatamente depois da morte, para entrar no Hades. Após Caronte tê-los feito atravessar o rio Aqueronte, entravam no Tártaro, o submundo propriamente dito. Érebo era também, freqüentemente, usado como sinônimo de Hades.

6 . Ponto, ("alto-mar") antigo deus pré-olímpico do mar, tal como Urano, nasceu por partenogénese de Gaia, a Terra. Segundo Hesíodo em sua Teogonia, Gaia gerou Ponto por si própria, sem se acasalar. Já Higino afirmou que Ponto era filho de Gaia com Éter, o Ar. Foi pai com Gaia Nereu (velho mar), Taumante (aspectos perigosos do mar), Forcis e sua irmã e esposa Ceto, e de Euríbia. Com Talassa (cujo nome também significa "mar", mas com uma raiz pré-grega), foi pai dos Telquines. Compare com o titã do mar Oceano, cuja presença é mais vívida entre os helénicos.

7 . Urano, (história contada acima com Gáia) personificava o céu. Foi gerado espontaneamente por Gaia (a Terra). Casou com sua mãe, que lhe deu por filhos (e irmãos) os titãs, os Ciclopes e os Hecatonquiros (seres gigantes de 50 cabeças e 100 braços). Urano odiava seus filhos, por isso mantinha todos presos no interior de Gaia. A terra então instigou seus filhos a se revoltarem contra o pai. Cronos, o mais jovem, assumiu a liderança da luta contra Urano e, usando uma foice oferecida por Gaia, castrou seu pai e jogou seus testículos ao mar. O sangue de Urano, ao cair na terra (por uns, dito que do sangue de Urano derramado sobre a vagina de Gaia), nasceram os Gigantes, as Erínias e as Melíades. Cronos atirou os testículos de Urano no mar, que formou uma espuma de esperma, de onde brotou Afrodite, a deusa do amor. Urano continuou a deitar-se com Gaia todas as noites, mas agora não podia fecundá-la. A maioria dos gregos condideram Urano como principal (protogenos), e lhe deu nenhuma filiação. Sob a influência dos filósofos Cícero, em De Natura Deorum ("A Natureza dos Deuses"), alegações de que ele estava a descendência dos antigos deuses Aether e Hemera, do ar e do Dia. De acordo com a órfico Hymns, o filho de Ouranos foi a personificação da noite, Nyx. Seu equivalente em mitologia romana foi Caelus, também a partir de caelum a palavra latina para "céu". Mito - No mito da criação do Olimpo, como Hesíodo diz emTeogonia, Urano veio todas as noites cobrir a Terra e acasalar com Gaia, mas ele odiava as crianças que ela gerava. Hesíodo refere, como descendentes de Urano os Titãs, seis filhos e seis filhas, os Gigantes de cem braços (Hecatônquiros) e os Gigantes com um só olho, os Cyclopes.Urano aprisionou os filhos mais novos de Gaia no Tártaro, profundamente dentro da Terra, causando grande dor a Gaia. Ela forjou uma foice e pediu aos filhos para castrarem Urano. Apenas Cronus, o mais jovem dos Titãs, concordou. Ele emboscou seu pai, castrou-o e, lançou os testículos cortados ao mar.Por esse destemido feito, Urano chamou a seus filhos Titanes Theoi, ou "Flagelo dos Deuses" Do sangue derramado de Urano sobre a Terra nasceram os Gigantes, as três Fúrias vingadoras - as Erinyes - Meliae, as ninfas e de acordo com a alguns, os Telchines. A partir dos testículos lançados ao mar nasceu Afrodite. Alguns dizem que a foice ensanguentada foi enterrada na terra e daí nasceu a fabulosa tribo dos Phaeacian. Depois de Urano ter sido deposto, Cronus re-aprisionou os Hecatônquiros e os Cyclopes no Tártaro. Urano e Gaea profetizaram que Cronus, por sua vez, estava destinado a ser derrubado por seu próprio filho, e assim o Titã tentou evitar essa fatalidade devorando os seus filhos. Zeus, graças a artimanhas de sua mãe Rhea, conseguiu evitar este destino.Estes antigos mitos de origens distantes não constam em cultos na Hellenos (Kerenyi p. 20). O papel de Urano é o de um deus derrotado de um tempo anterior ao tempo real. Depois da sua castração, o céu não veio mais para cobrir a Terra à noite, cigindo-se ao seu lugar, e "a geração original chegou ao fim" (Kerenyi). Urano foi um pouco considerado como antropomórfico apesar da genitália do mito da castração. Ele era simplesmente o céu, o qual foi concebido pelos antigos como uma grande cúpula ou tecto de bronze, sustentada (ou mantida a girar num eixo) pelo Titã Atlas. Em arcaicas expressões nos poemas homéricos ouranos às vezes é uma alternativa a Olimpo como a casa dos deuses; uma ocorrência óbvia seria o momento, no final da Iliada I, quando Tétis sobe do mar para pleitear com Zeus: "e logo pela manhã, ela elevou-se para saudar Ouranos-e-Olimpo e ela encontrou o filho de Cronos...""'Olimpo' é utilizado quase sempre como casa, mas ouranos muitas vezes refere-se ao céu natural acima de nós, sem qualquer sugestão de deuses vivendo lá," William Sale comentou. Sale concluiu que a primeira sede dos deuses era o actual Monte Olimpo, tendo a tradição épica no tempo de Homero mudado a sua residência para o céu, ouranos. Pelo sexto século, quando a "Afrodite celestial" estava a ser distinguida da "Afrodite comum do povo", ouranos significava apenas a própria esfera celeste. – Ouranos e Várunas - Georges Dumézil efectuado um cuidadoso processo para a identidade de Ouranos e védicaVáruṇa no mais curto indo-europeu nível cultural. [3] Dumézil's identificação dos elementyos míticos partilhados pelos dois números, confiando em grande medida de uma interpretação lingüística, mas não colocar uma origem comum, foi retomada por Robert Graves e outros. A identificação do nome Ouranos com a hindu Varuna, baseado em parte em um avançado PIE raiz *-ŭer com um sentimento de "vinculativo"— deus antigo rei Varuna liga os ímpios, antigo rei Ciclope a deus Urano liga-se amplamente rejeitada por aqueles que acham o mais provável é de etimologia Proto-grego *worsanos, paa a PIE raiz *wers- "para humedecer, a escorrer" (referindo-se à chuva). Contexto cultural de Flint - O detalhe da foice e não está sendo duro bronze ou mesmo de ferro foi retida pelo grego mythographers (embora negligenciado por aqueles romana). Knapped arestas cortantes como pedras foram fixados em madeira ou osso Sickles ainda no final do Neolítico, antes do surgimento da Idade Bronze. Tais Sickles maio, sobreviveram mais tardar em contextos onde ritual metal era tabu, mas o detalhe, que foi retido pelos gregos clássicos, sugere a antiguidade do mytheme. Planeta Urano - Os antigos gregos e romanos sabiam de apenas cinco 'estrelas errantes' (em grego: πλανήται, planētai): Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Na sequência da descoberta de um sexto planeta no século XVIII, o nome Uranus foi escolhido como o complemento lógico para a série: para Marte (Ares, em grego) era o filho de Júpiter, Júpiter (Zeus), filho de Saturno, e Saturno (Cronus), filho de Urano. Conjuges e filhos - Todos os filhos de Urano estão com Gaia, salvar Afrodite, nascido quando o Cronus castrados e ele cortou sua genitália vazando para o mar(Tálassa).
1.Ciclopes, gigante de um olho só teve Brontes / Steropes / Arges
2.Hecatônquiros, cem entregues, descabeçado cinqüenta gigantes Briareus /Cottus / Gyes /
3.Titãs,deuses anciões Créos /Hecatônquiros /Cronus /Oceanus /Hiperião /Jápeto /Mnemosyne /Febe /Reia /Tétis /Theia /Themis /
4.Erinyes, as três Fúrias. Alecto /Megaera /Tisiphone /
5.Gigantes, o gigante Alcyoneus /Athos /Clytias /Enceladus /Echion
6.Meliae, a árvore de cinzas e ninfas.
7.Afrodite

8 . Óreas, personifica as montanhas, filho de Gaia, a deusa da Terra. Óreas tal qual seus irmãos Urano e Pontos, foi gerado espontâneamente. Óreas foi derrotado por Éter na antiga era primordial.

9 . Nix, A deusa grega era a personificação da noite. Uma das melhores fontes de informação sobre aquela deusa provém da teogonia de Hesíodo. Muitas referências são feitas a Nyx naquele poema que descreve o nascimento dos deuses e deusas gregos. A explicação é simples. A Noite desempenhou um papel importante no mito como um dos primeiros seres a vir à existência.Hesíodo afirma que a Noite era irmã do Caos, o que a torna uma das primeiras criaturas a emergir do vazio. Isso significa que Nyx era irmã de algumas das mais antigas divindades da mitologia grega, incluindo Erébo, Gaia e Tártaro. Dessas forças primordiais sobreveio o resto dos deuses e deusas gregas. E Nix era responsável por dar origem aos filhos divinos. Nyx deu origem a um número de crias. Algumas dessas crianças da Noite eram Éris (a Discórdia ou Altercação), as moiras (Cloto, Lachesis e Atropos), Nêmesis, a ética, as queres, a miséria,os sonhos e os irmão gêmeos Hypnos (Deus do sono) e Thanatos (Deus da morte). Conquanto esses seres nasceram de deusas isoladas, sem um pai, Nyx também teve filhos do deus Erebus. Dele, a divindade deu à luz Éter, o ar e Hemera, o Dia.Em sua Teogonia, Hesíodo também descreve a residência proibida da Noite: Lá também está a melancólica casa da Noite; nuvens pálidas a envolvem na escuridão; Antes delas, Atlas se porta, ereto, e sobre sua cabeça, com seus braços incansáveis, sustenta firmemente o amplo céu, onde a Noite e o Dia cruzam um patamar de bronze e então aproximam-se um do outro Nyx é uma deusa primordial, nascida do Caos, sendo segunda mais velha filha deste. Nyx foi a segunda criatura a emergir do vazio. Isso significa que Nyx era irmã de algumas das mais antigas deidades do mito grego, incluindo Erebo (a Escuridão), Gaia (a mãe Terra) e Tártaro (Trevas abismais) e Eros (o amor da criação). Dessas forças primordiais sobreveio o resto dos deuses e deusas gregas. Nyx foi responsável por dar origem a muitos filhos divinos. Personificava a noite como divindade feminina. Uma das melhores fontes sobre esta deusa provém da Teogonia de Hesíodo. Muitas referências são feitas a Nyx nesse poema que descreve o nascimento dos deuses e deusas gregos. E explicação é simples. Nyx desempenhou um papel importante no mito como um dos primeiros seres a vir à existência. Na tradição Órfica, todo universo e demais Deuses primais nasceram do Ovo Cósmico de Nyx. Nyx, cuja raiz é o indo-europeu - Trevas superficiais ou A Noite. Habita o extremo Ocidente, além do país dos Cimérios, enquanto Érebo personifica as trevas subterrâneas e superiores ao manto da Escuridão eterna, superiores supremas. Nyx percorre o céu, coberta por um manto negro, sobre um carro puxado por quatro cavalos negros e sempre acompanhada das Queres. Certos poetas a consideram como mãe de Urano e de Gaia; Hesíodo dá-lhe um lugar entre os filhos do Caos com o posto de Mãe dos Deuses, porque sempre se acreditou que a Nyx e Erebo haviam precedido a todas as coisas. Nyx é a patrona das feiticeiras e bruxas, é a Deusa dos segredos e mistérios noturnos, rainha dos astros da noite. Homero se refere a Nyx com o epíteto "A domadora dos Homens e dos Deuses", demonstrando como os outros Deuses respeitavam-na e temiam esta poderosíssima deidade. Nyx, assim como Hades, possuía um capuz que a tornava invisível a todos. assistindo assim ao universo sem ser notada. Foi Nyx que colocou Helios entre seus filhos (Hemera, Eter e Hespérides); quando os outros Titãs tentaram assassinar Helios. Zeus tem um enorme respeito e temível pavor da Deusa da Noite, Nix. Os filhos de Nyx são a Hierarquia em poder para os Deuses, sua maioria são divindades que habita o mundo subterrâneo e representam forças indomáveis e que nenhum outro Deus poderia conter. Em uma versão, as Erínias seriam filhas de Nyx (Ésquilo), Nyx era cultuada por bruxas e feiticeiras, que acreditavam que ela dava fertilidade a terra para brotar ervas encantadas, e também se acreditava que Nix tinha total controle sobre vida e morte, tanto de homens como de Deuses. Nyx aparece ora como uma deusa benéfica que simboliza a beleza da noite (semelhante a Leto) e ora como cruel deidade Tartárea, que profere maldições e castiga com terror noturno (Hecate e Astéria). Nyx é também uma Deusa da Morte, a primeira rainha do mundo das Trevas. e Nyx também tinha dons proféticos, e foi ela quem criou a arma que Gaia entregou a Crono para destronar Urano. Nyx conhecia o segredo da imortalidade dos Deuses podendo tirá-la e transformar um Deus em mortal, como ela fez com Crono apos este ser destronado por Zeus. Desposou Érebo, seu irmão, de quem teve o Éter (luz celestial) e Hemera (Dia). Mas sozinha, sem se unir a nenhuma outra divindade, procriara o inevitável e inflexível Moros (as Sortes), Kera (destina o tipo de morte o destino do homem em seus momentos finais), a Tânatos (Morte), Hypnos (o Sono), Oniro (a legião dos Sonhos), Momo (escarnio), Oizos (miséria), as Hespérides (Tarde), guardadoras dos pomos de ouro, as desapiedadas Moiras (Deusas do destino), a divina Nêmesis (Deusa da retribuição), Apate (engano,fraude), Filotes (amizade) , Geras (velhice) Éris (Discórdia) Limos (a fome), Ftono (inveja), Ênio (Belona, deusa da carnificina) Lissa (a loucura) e Caronte o barqueiro do rio Aqueronte do mundo dos mortos (que transporta as almas dos mortos entre o mundo dos vivos para o mundo dos mortos - o Rio Aqueronte na verdade era o Deus Erebo que foi precipitado em rio sinistro de Hades como forma de castigo por Erebo ter apoiado os Titãs contra os Olimpos, Nix o castigou) a fronteira dos dois mundos; em resumo, tudo quanto havia de doloroso na vida passava por ser obra de Nix, a maior parte dos outros descendentes de Nix nada mais são que conceitos e abstrações personificados; sua importância nos mitos é muito variável. Algumas vezes, a exemplo de Hades, cujo nome evitava-se de pronunciar, dão a Nix nomes gregos de Eufrone e Eulalia, isto é, - Mãe do bom conselho. Há quem marque o seu império ao norte do Ponto-Euxino, no país dos Cimérios; mas a situação geralmente aceita é na parte da Espanha, - a Esméria, na região do poente, perto das colunas de Hércules, limites do mundo conhecido dos antigos. Quase todos os povos da Itália viam Nyx ora com um manto volante, recamado de estrelas, por cima de sua cabeça, ou com um outro manto azul e archote derrubado, ora representada por uma mulher nua, com longas asas de morcego e um fanal na mão. Representam-na também coroada de papoulas e envolta num grande manto negro, estrelado. Na mitologia grega a papoula era relacionada a Hipnos, o deus do sono, pai de Morpheu e filho de Nyx -que a tinha como planta favorita e, por isso, era representado com os frutos desta planta na mão. Há também uma relação entre a papoula e a deusa Nix. Deusa da Noite, filha do Caos, é na verdade a mais antiga das divindades. Freqüentemente, ela é representada coroada de papoulas e envolta num grande manto negro e estrelado. Às vezes num carro arrastado por cavalos pretos ou por dois mochos, e a deusa cobre a cabeça com um vasto véu semeado de estrelas e com uma lua minguante na testa ou como brincos. Muito freqüentemente colocam-na no mundo subterrâneo, entre o Hypnos e Tânatos, seus dois filhos. Algumas vezes um menino precede-a, empunhando uma tocha, - símbolo do crepúsculo. Os romanos não a punham em carro, e representavam-na ociosa e sempre adormecida. É muito rica em todas as potencialidades de existência, mas entrar em Nix é regressar ao indeterminado, onde se misturam pesadelos, íncubos, súcubos e monstros. Símbolo do inconsciente, é no Hypnos de Nix que aquele se libera. Hemera e as Hespérides nasceram para ajudar Nix a não se cansar, assim nasceu o ciclo diário, Hemera tras o dia (relaciona com Eos que traz a aurora e Helios o Sol) ; as Hespérides trazem a tarde, (relaciona com Selene do luar) e Nyx traz a absoluta Noite, todas estas deidades em conjunto conduzem a dança das Horas; complementando estes ciclos temos outros Deuses de outras linhagens, como as Horas que representam ciclos mensais e anuais; Leto e Hécate que recebem o legado de Nyx como deidade da noite. As moiras, filhas de Nix (Cloto, Laquesis e Atropo); são outra continuidade dos poderes gigantescos de Nyx do negro véu... Nos livros de Neil Gaiman referentes ao personagem Sandman (ou Morfeus), aparecem inúmeras referências aos filhos da noite, como sendo perpétuos. Os perpétuos são: Sonho (Sandman), Desejo, Destino, Desespero, Delirium, Morte e Destruição. Os perpétuos seriam, inclusive, superiores aos deuses e passaram a existir antes deles. Tal referência pode ser tomada da mitologia greco-romana de que a noite foi um dos primeiros seres a existir (sendo filha do Caos e Érebo segundo algumas versões ou o primeiro ser, que deu à luz Fanes), sendo assim, seus filhos (os perpétuos no caso) seriam anteriores aos próprios deuses. Alguns dos perpétuos são claramente referências aos filhos da noite, como o Destino, Sonho, Desespero e a Morte. Porem outros como fazem referências mais sutis, como Delirum (sendo uma personagem referente a Momo) e Desejo (sendo muito ligado a Discordia).

10 . Hemera – filha de Nix (a noite) com Erebo (deus da escuridão) – era personificação do dia (a deusa é interligada ao fato mitológico de poder ter sido a primeira deusa a representar o sol). Teve um romance com seu irmão Éter e com ele teve uma filha, Tálassa. Unida a este, também gerou seres não antropomorfizados: Tristeza, Cólera, Mentira, etc. A lista de Higino lhe atribue como filhos: Oceanus, Témis, Briareu, Giges, Estérope, Atlas, Hipérios, Saturno (Pierre Grimal coloca a versão latina ao invés de Cronos), Moneta, Dione e as três Fúrias. Hemera personificava a luz do dia e o ciclo da manhã. Nasceu junto de Ether e das Hespérides. Era personificação do dia como divindade feminina. Algumas tradições colocam Éter e Hemera como pais de Urano e de Gaia — logo como a semente de quase todos os deuses gregos. Mais tarde, passou a compor o séquito de Hélios ao lado das Hespérides. Era também guardiã das fronteiras, entre o mundo onde chegava a luz e o mundo das sombras. Segundo Hesíodo, Hemera habita junto com sua mãe além do Oceano, no extremo do Ocidente. Lá, um grande muro separa as portas do Inferno do Mundo visível. Atrás do muro há o grande palácio onde ambas residem, mas nunca as duas estão juntas. Quando Hemera sai, sua mãe espera até a hora de lançar a noite sobre o mundo. Quando Hemera retorna cruza por sobre o muro e cumprimenta sua mãe que saia para correr pelo Mundo. Como diz Hesíodo: "Nunca o palácio fecha ambas".
Segunda outras tradições, Hemera junto de Éter concebeu Urano e Gaia. Segundo a mitologia, momentos antes de Hemera conceber Urano e Gaia, ouviam-se grandes estrondos por todo Universo, como se o céu estivesse sendo influenciado pela deusa (é citado que isso se deve ao fato de Hemera ter uma forte ligação com Éter).

11 . Éter. (em grego Αἰθήρ, transl. Aithếr, do verbo αἵθω, transl. aíthô, "queimar") era, na mitologia grega, a personificação do conceito de "céu superior", o "céu sem limites", diferente de Urano). Era o ar elevado, puro e brilhante, respirado pelos deuses, contrapondo-se ao ar obscuro, ἀήρ (aếr), que os mortais respiravam, sendo deus desconhecido da matéria, em consequência as moléculas de ar que formam o ar e seus derivados.É considerado por Hesíodo como sendo filho de Érebo e de Nix, tendo por irmã Hemera. Unido a esta, gerou seres não antropomorfizados: Tristeza, Cólera, Mentira, etc. A lista de Higino lhe atribue como filhos: Oceano, Témis, Briareu, Giges, Estérope, Atlas, Hiperião, Saturno,[1] Ops, Moneta, Dione e as três Fúrias. Cícero lhe atribui paternidade sobre Júpiter e Celo, ou seja, Urano.Assim como Érebo, que personifica as trevas superiores, tem como seu correspondente Nix, as trevas superficiais (e, em algumas versões, este aparece como filho daquela), pode ser interpretado que Éter tem seu correspondente em Urano (de quem ora aparece como filho, ora como pai). ETIMOLOGIA - Derivado do verbo aítho, "queimar", "fazer brilhar", era usado na Hélade genericamente para "queimado de sol". Desse modo, conforme o contexto, poderia significar tanto "fazer brilhar" quando "tornar-se escuro como fuligem". Éter estaria entre Urano e o ar. Por personificar o céu superior, considera-se sua camada mais pura que aquela próxima da terra. Entretanto, Éter é luz que queima ao iluminar. Há uma tensão no verbo do qual deriva. Significa tanto "fazer luzir" quanto "escurecer", conforme o contexto. Em Urano, esta dinâmica específica está ausente. Junito Brandão faz a aproximação com o sânscrito i-n-ddhé, "ele inflama", édha, "floresta incendiada", e com o latim aedes, "lareira", aestas, "verão, estio", aestus, "ardor", "calor ardente". Carlo Rusconi relaciona o étimo à origem da palavra Etiópia: ahithou, "arder", remontando a raiz aidh, que em grego seria aith.

12. Euríbia era uma divindade marinha primordial. Era filha de Pontos"o Mar (Mediterrâneo)" e Gaia "a Terra", e tinha como irmãos Nereu, Fórcis, Taumas, Halia e Ceto. Euríbia casou-se com o titã Crios e engendrou poderosas forças da natureza: Astreu (possivelmente Éolos, o deus dos ventos ), Pallas (a Belicosidade) e Perses (a Destruição).A Teogonia de Hesíodo sugere que Euríbia é uma divindade que rivaliza com outras em beleza, todavia seu nome indica o aspecto de uma força da natureza: euri "grande" bias "violência".Hesíodo ainda oferece uma característica singular sobre Euríbia, ela possuia entranhas de aço. Euríbia pode personificar as forças incontidas dos mares como os maremotos e tsunamis, isso se reflete na natureza de seus filhos, poderosos e violentos.

13 . Eurínome foi a princípio o protótipo da Deusa Criadora grega e a mais importante divindade dos pelasgos, o povo que ocupou a região da Grécia em tempos pré-históricos antes da invasão jônica e dórica. Seu nome quer dizer algo como "aquela que governa de longe", e seu culto se espalhou por todo o Mediterrâneo, servindo de base para a maioria das Religiões da área. Ela está associada ao mar e dentre os títulos atribuídos a ela, alguns são a Grande Deusa, Mãe Primordial, a Criadora do Universo, a Governante, Deusa do Universo, Deusa de Tudo, e Aquela Que Se Move Na Eternidade. Na Suméria ela era conhecida como Iahu 'Anat, que significa "pomba sublime". Eurínome tinha um templo em Arcádia de difícil acesso que era aberto apenas uma vez por ano. Se peregrinos penetrassem no santuário, iriam encontrar a imagem da Deusa como uma mulher com um rabo de cobra, presa com correntes de ouro. Nesta forma, Eurínome do Mar era considerada a mãe de todos os prazeres.A lenda de Eurínome retrata bem a humanidade no período Paleolítico, quando o ato sexual ainda não era associado à gravidez e as culturas humanas não tinham conhecimento sobre o papel reprodutor do homem. As mulheres criam que geravam os bebês por si próprias, e ser picada por alguns insetos, comer determinado alimento ou se expor ao vento norte ou ao orvalho eram associações à gravidez. Em seu mito, Eurínome é o reflexo dessa crença, pois a partir do vento criou tudo o que existe no planeta, o que prova que é uma Deusa extremamente antiga.Com o passar dos anos, Eurínome foi absorvida pelo culto às Cárites e posteriormente passou a ser considerada sua mãe. Após a ascensão do patriarcado, Eurínome foi injustamente rebaixada aos status de amante de Zeus, e de Criadora passou a ser considerada apenas uma titanide filha de Oceanus e Tétis. Todavia, mesmo na versão patriarcal da mitologia Grega, Eurínome e seu consorte Ofion reinaram sobre o monte Olimpo até serem derrotados por Réia e Cronos. Por ser a Deusa do Universo, é dito que dificilmente Eurínome concede um pedido específico, porém quando o faz, suas bençãos são eternas e acompanham a venturosa pessoa por todas as encarnações. Sua lenda é um dos mais antigos mito da Criação existente desde que o homem inventou a escrita. Eurínome é a Mãe Primordial dos Deuses e a Criadora do Universo, que governou o Olimpo antes da chegada do patriarcado e do reinado dos Deuses masculinos.

2ª Fonte - Homero - A teogonia homérica parece considerar os pais de todos os deuses, vinculando o seu nascimento ao mar:

14 . Oceanus (grego Οκεανος, "okeanos","oceanus"), era o imenso rio que rodearia a Terra, personificado pelo titã de mesmo nome, filho de Urano e Gaia que tinha um corpo formado por um torso de um homem, com garras de caranguejo tal qual chifres na cabeça e grande barba, terminando com a cauda de uma serpente. Alguns estudiosos consideram que Oceano representava originalmente todas as massas de água salgada, incluindo o Mediterrâneo e o Oceano Atlântico, as duas maiores massas conhecidas pelos antigos gregos. Contudo, com a evolução dos conhecimentos geográficos, Oceano passou a representar apenas as águas desconhecidas do Atlântico (também chamado de "Mar Oceano"), enquanto Posídon reinava no Mediterrâneo. Da união com sua irmã Tétis, foram originadas as ninfas dos mares ou Oceânidas, dentre as quais Anfitrite, mãe de Tritão, as Nereidas, os rios, além de todos os seres marinhos, que tomavam parte ativa nas aventuras dos deuses, como os golfinhos. Na maioria das variantes do mito da guerra entre os Titãs e os Deuses Olímpicos, ou Titanomaquia, Oceano, tal como Prometeu e Têmis, não se juntaram aos seus irmãos titãs contra os Olímpicos, tendo se mantido afastados do conflito. Oceano teria recusado aliar com Cronos na sua revolta contra seu pai Urano.

15. Tétis, uma titânide, filha de Urano e de Gaia. Da sua união com o seu irmão Oceano, nasceram as três mil oceânides e três mil rios. Personifica a fecundidade da água, que alimenta os corpos e forma a seiva da vegetação. Segundo a tradição, Reia confiou-lhe o cuidado de Hera, durante a luta entre titãs e os deuses olímpicos. Em reconhecimento, a rainha do Olimpo reconciliou-a com Oceano, quando o casal se desentendeu. Tétis é representada como uma mulher jovem, de aspecto sábio. Passeia pelo mundo numa concha de marfim, puxada por cavalos brancos.É frequentemente confundida com Tétis, sua neta por parte de Dóris (uma das oceânides), e uma das 50 nereidas filhas de Dóris.

3ª Fonte - Alcman – O poeta Alcman considera a Titânide(feminino de Titã) Tétis a primeira deusa que "ordena todas as coisas", criadora de poros ("caminhos"), tekmor ("sinais") e skotos ("escuridão") no monótono e uniforme vazio. Filha de Urano e de Gaia. Da sua união com o seu irmão Oceano, nasceram as três mil oceânides e três mil rios. Personifica a fecundidade da água, que alimenta os corpos e forma a seiva da vegetação. Segundo a tradição, Reia confiou-lhe o cuidado de Hera, durante a luta entre titãs e os deuses olímpicos. Em reconhecimento, a rainha do Olimpo reconciliou-a com Oceano, quando o casal se desentendeu. Tétis é representada como uma mulher jovem, de aspecto sábio. Passeia pelo mundo numa concha de marfim, puxada por cavalos brancos. É frequentemente confundida com Tétis, sua neta por parte de Dóris (uma das oceânides), e uma das 50 nereidas filhas de Dóris.

4ª Fonte - Epiménides - Epiménides faz de Air (o Ar) e de Nix os dois seres primordiais, que se unem para parir o Tártaro. Posteriormente nasceriam dois Titãs, que engendrariam um ovo primordial de onde surgiria uma nova ordem.

Outras Fontes - A poesia órfica tomava geralmente Nix como princípio fundamental. Nos Pássaros de Aristófanes, Nix era, junto com Caos, Érebo e Tártaro, uma divindade primordial, dando depois origem a Eros e a Fanes ao pôr um ovo.Os filósofos e pensadores gregos também construíram as suas próprias cosmogonias, com os seus próprios deuses primordiais:- Ferécides de Siro faz de Cronos o primeiro deus na sua Heptamychia. / -Afrodite e Ares eram os princípios fundamentais de Empédocles, que construíram o universo a partir dos quatro elementos com os seus poderes de amor e conflito. / - No Timeu de Platão, o demiurgo dá forma ao universo a partir das Ideias.