Gita é uma Power ballad composta por Raul Seixas e Paulo Coelho que faz alusão a um dos textos sagrados da cultura Védica (originaria da Ásia menor) o "Bhagavad-Gitā". Essa canção, faixa-título do quarto disco de Raul, ganhou disco de ouro, é considerada uma obra de arte na opinião dos admiradores de Raul Seixas, e ocupou o 12º lugar nas paradas de sucesso de 1974, ano de seu lançamento. A canção fora gravada posteriormente por Maria Bethânia (em show com Chico Buarque de Holanda), RPM e Rita Lee, e também foi regravada pela dupla sertaneja Milionário & José Rico.
A intenção era de mostrar a onipresença, onisciência e onipotência de Deus, e fazer com que as pessoas lembrem que Deus está nas coisas mais simples, e também que Deus está até mesmo nas coisas ruins (como o blefe do jogador, ou as juras de maldição).
Mas isso, claro, sem deixar de frisar que Deus está em nós, mas para estarmos em Deus todos temos um caminho a trilhar ("Mas saiba que eu estou em você, mas você não está em mim"). Num especial de TV, quando perguntaram ao Raul porque Gita fez tanto sucesso, ele respondeu algo assim: "Porque fala de Deus em uma linguagem que todo mundo entende".
Bem! O nome da música: "Gita".faz alusão ao livro sagrado hindu, Bhagavad Gita que contém os ensinamentos de Krishna a Arjuna, onde várias vezes o Mestre - afirma "Eu sou". Afirmar que é, sendo, seria o encontro com a divindade. Há livros com estas afirmações para cada dia do ano, pratica filosofia. Segundo a história, viveu na Índia entre os séculos XV e XVI Arjuna (devoto de Kŗşņa). Numa guerra se viu obrigado a lutar contra membros de sua própria família. Diante de tal impasse rogou por Kŗşņa (ou Krishna), e esse em consideração à fidelidade de Arjuna mostrou sua verdadeira forma e aconselhou-o recitar no campo de batalha, o "Bhagavad-Gitā". Na cultura Védica acredita-se que a divindade possua três formas; Kŗşņa seria a forma materializada de Deus.
Raul e Paulo estudaram esoterismo e experimentaram muitos rituais (incluindo magia negra). Raul não veio a comentar com clareza e detalhes sua experiência. Já Paulo posteriormente declarou que não havia gostado das experiências por que passara. Raul aborda com certa frequência em suas músicas a figura do diabo, muitas vezes de forma simpática como em O Rock do Diabo, mas uma análise mais profunda revela que este diabo é figurativo e representaivo da negação ao pensamento cristão-conservador comum.
Paulo e Raul foram parceiros na composição de alguns dos maiores sucessos de Raul Seixas como Sociedade Alternativa, Gita, Há Dez Mil Anos Atrás, Canto Para Minha Morte, entre outros. Membros de sociedades anteriores (Raul da Grã Ordem Kavernista e Paulo da Sociedade da Besta do Apocalipse) fundaram a Sociedade Alternativa baseada nos pensamentos de Aleister Crowley (filósofo Inglês do século 19, considerado por muitos um bruxo). Em comum tinham Paulo e Raul, grande interesse por assuntos esotéricos e fascínio pela busca espiritual, época que como hippie, viajava pelo mundo, resultou numa série de experiências em sociedades secretas, religiões orientais, etc. Hoje Paulo, escritor filósofo e letrista se diz cristão católico.
De certa forma é sim o "canto de Deus". Só que, talvez, não seja o Deus que sabemos... http://is.gd/bplnT
Mi – Cps, 12/04/10
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