Páginas

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Filósofos como:

Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 AC, e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a Essência da Natureza da Alma Humana. Preso, acusado de subverter a ordem social, corromper os jovens e provocar mudanças na religião grega. Condenado a tomar cicuta, morre aos 71 anos +/-,  399 AC.

Sêneca filósofo estóico da condição humana. Estóico (aquele que revela fortaleza de ânimo e austeridade. Impassível; imperturbável). Da vida feliz, escrito por ele, uma franca polêmica contra o hedonismo de Epicuro. Se opõe ao ideal da virtude ao ideal da volúpia e faz uma referência ao discurso do filósofo Sócrates, que defende a virtude como forma de felicidade suprema, dizendo que tal teoria prepara um tipo de vida apenas de acordo com a natureza.

Platão, seu verdadeiro nome era Aristócles, nasceu em Atenas, em 428/427 a.C., e lá morreu em 347 a.C com +/-81 anos. Platão nome que, segundo alguns, derivou de seu vigor físico e da largueza de seus ombros (platos significa largueza). Filho abastada família, aparentada com famosos políticos, por isso a paixão pela política. Inicialmente, parece ter sido discípulo de Crátilo, seguidor de Heráclito. Posteriormente entra em contato com Sócrates, tornando-se seu discípulo, com aproximadamente 20 anos de idade com objetivo de se preparar melhor para a vida política. Mas os acontecimentos acabariam por orientar sua vida para a filosofia. Tinha cerca de 29 anos quando Sócrates morreu e o relata na Apologia de Sócrates. O fato de Atenas, a mais iluminada das cidades-estados gregas, ter condenado à morte "o mais sábio e o mais justo dos homens" - como falara mediunicamente o oráculo de Apolo, em Delfos - lhe deixou marcas profundas que determinariam as linhas mestras de toda a sua atividade de filósofo.  Além de cartas e da Apologia de Sócrates, Platão escreveu cerca de trinta Diálogos que têm sempre invariavelmente Sócrates como protagonista, onde tenta reproduzir a magia do diálogo socrático, imitando o jogo de perguntas e respostas, com todos os meandros da dúvida, com as fugazes e imprevistas revelações que impulsionam para a verdade, sem, contudo, revelá-la de modo direto. Acredita que todas, ou boa parte da obra de Platão nos chegou inteira, por ter fundado uma escola que se tornou famosa, e que era dedicada ao herói Academos. Daí o nome Academia. Platão, responsável pela formulação de uma nova ciência, uma nova maneira de pensar e perceber o mundo e a descoberta da Metafísica. Este ponto fundamental consiste na descoberta de uma realidade supra-sensível, não material, antes apenas esboçada e não muito bem delineada por alguns filósofos, embora tenha sido um pouco mais burilada por Sócrates. Antes de Sócrates, era comum tentar explicar os fenômenos naturais a partir de causas físicas e mecânicas. Platão observa que Anaxágoras, um dos pré-socráticos, tinha atinado para a necessidade de introduzir uma Inteligência universal para conseguir explicar o porquê das coisas, mas não soube levar adiante esta sua intuição, continuando a atribuir peso preponderante às causas físicas. Entretanto, se perguntava Platão, será que as causas de caráter físico e mecânico representam as "verdadeiras causas" ou, ao contrário, representam simples "concausas", ou seja, causas a serviço de causas mais elevadas? Não seria o visível fruto de algo mais sutil?
Para encontrar a resposta às suas dúvidas, Platão empreendeu aquilo que chamou simbolicamente de "a segunda navegação". A primeira navegação seria o percurso da filosofia naturalista. A segunda navegação seria a orientação metafísica de uma filosofia espiritualista, do inteligível. O sentido do que seja essa segunda navegação fica claro nos exemplos dados pelo próprio Platão.
Explicar que uma coisa é bela, um materialista diria que os elementos físicos como o volume, a cor e o recorte são bem proporcionais e causam sensações prazerosas e agradáveis aos sentidos.
Platão diria que tudo isso seria apenas qualidades que evocariam uma lembrança de algo ainda mais belo, vista pela alma no plano espiritual, mas que não está acessível ao plano físico. O objeto seria apenas uma cópia imperfeita, por ser material, de uma "Idéia" ou forma pura do belo em si.
Vejamos outro exemplo: - Sócrates está preso, aguardando a sua condenação. Por que está preso? A explicação mecanicista diria que é porque Sócrates possui um corpo, composto de ossos e nervos, etc., que lhes possibilitam e lhe permitiram locomover-se e se deslocar por toda a vida, até que, por ter cometido algum erro, tenha-se dirigido à prisão, onde lhe sejam postas as amarras. Ora, qualquer pessoa sabe a simplificação desse tipo de argumento, mas é justamente assim que falam o materialistas-mecanicistas até os dias de hoje. Mas este tipo de explicação não oferece o verdadeiro "por que", a razão pela qual Sócrates está preso, explicando apenas o meio pelo qual pode uma pessoa ser posta num cárcere devido ao seu corpo. Explica o ato, descrevendo-o, e não suas causas. A verdadeira causa pela qual Sócrates foi preso não é de ordem mecânica e material, mas de ordem superior, da mesma forma que um computador não executa um complexo cálculo matemático pela ação de seus componentes em si, mas devido a algo de ordem superior e mais abstrato: o seu programa, o software. Sócrates foi condenado devido a um julgamento de valor moral usado a pretexto de justiça para encobrir ressentimentos e manobras políticas das pessoas que o odiavam. Ele, Sócrates, decidiu acatar o veredicto dos juízes e submerter-se à lei de Atenas, por acreditar que isso era o correto e o conveniente, pois ele era cidadão de Atenas, mesmo ciente da injustiça de sua condenação. E, em conseqüência disto, dessa escolha de ordem moral e espiritual, ele, em seguida, moveu os músculos e as pernas e se dirigiu ao cárcere, onde se deixou ficar prisioneiro.
A segunda navegação, portanto, leva ao conhecimento de dois níveis ou planos do ser: um fenomênico e visível (a nível do hardware, como diríamos em linguagem de computação); outro, invisível e metafenomênico, (a nível do software), inteligível e compreensível pela razão e pela intuição.
Podemos afirmar como falam Reale & Antiseri, que a segunda navegação platônica constitui uma conquista e assinala, ao mesmo tempo, a fundação e a etapa mais importante da história da metafísica. Todo o pensamento ocidental seria condicionado por essa "distinção" entre o físico (o hardware) e o causal (o software, a ordem implicada que causa a ordem explicada), tanto na medida da sua aceitação quanto de sua não aceitação através da história. Se ela não é aceita, a pessoa que não a aceita terá de justificar a sua não aceitação, gerando uma polêmica que continuará dialeticamente a ser condicionada ao fato de que existe - ao menos filosoficamente - algo que se chama metafísica.
Só após a "segunda navegação" platônica é que se pode falar de material e espiritual. E é à luz dessas categorias que os físicos anteriores a Sócrates, e muitos físicos modernos, podem ser tachados de materialistas, mas agora a natureza não pode mais ser vista como a totalidade das coisas que existem, mas como a totalidade das coisas que aparecem. Como diria o Físico David Bohm, a ordem explícita é apenas conseqüência de uma ordem implícita, superior e invisível. O "verdadeiro" ser é constituído pela "realidade inteligente" e "inteligível" que lhe é transcendente.
Mito da caverna - É o próprio Platão quem nos dá uma idéia magnífica sobre a questão da ordem implícita e explícita neste célebre que se encontra no centro do Diálogo A República. Vejamos o que nos diz Platão, através da boca de Sócrates: Imaginemos homens que vivam numa caverna cuja entrada se abre para a luz em toda a sua largura, com um amplo saguão de acesso. Imaginemos que esta caverna seja habitada, e seus habitantes tenham as pernas e o pescoço amarrados de tal modo que não possam mudar de posição e tenham de olhar apenas para o fundo da caverna, onde há uma parede. Imaginemos ainda que, bem em frente da entrada da caverna, exista um pequeno muro da altura de um homem e que, por trás desse muro, se movam homens carregando sobre os ombros estátuas trabalhadas em pedra e madeira, representando os mais diversos tipos de coisas. Imaginemos também que, por lá, no alto, brilhe o sol. Finalmente, imaginemos que a caverna produza ecos e que os homens que passam por trás do muro estejam falando de modo que suas vozes ecoem no fundo da caverna.
Se fosse assim, certamente os habitantes da caverna nada poderiam ver além das sombras das pequenas estátuas projetadas no fundo da caverna e ouviriam apenas o eco das vozes. Entretanto, por nunca terem visto outra coisa, eles acreditariam que aquelas sombras, que eram cópias imperfeitas de objetos reais, eram a única e verdadeira realidade e que o eco das vozes seriam o som real das vozes emitidas pelas sombras. Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes consiga se soltar das correntes que o prendem. Com muita dificuldade e sentindo-se freqüentemente tonto, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até a entrada da caverna. Com muita dificuldade e sentindo-se perdido, ele começaria a se habituar à nova visão com a qual se deparava. Habituando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se por sobre o muro e, após formular inúmeras hipóteses, por fim compreenderia que elas possuem mais detalhes e são muito mais belas que as sombras que antes via na caverna, e que agora lhes parece algo irreal ou limitado. Suponhamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente ele ficaria ofuscado e amedrontado pelo excesso de luz; depois, habituando-se, veria as várias coisas em si mesmas; e, por último, veria a própria luz do sol refletida em todas as coisas. Compreenderia, então, que estas e somente estas coisas seriam a realidade e que o sol seria a causa de todas as outras coisas. Mas ele se entristeceria se seus companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das causas últimas das coisas. Assim, ele, por amor, voltaria à caverna a fim de libertar seus irmãos do julgo da ignorância e dos grilhões que os prendiam. Mas, quando volta, ele é recebido como um louco que não reconhece ou não mais se adapta à realidade que eles pensam ser a verdadeira: a realidade das sombras. E, então, eles o desprezariam...
Qualquer semelhança com a vida dos grandes gênios e reformadores de todas as áreas da humanidade não foi mera coincidência.

Montesquieu - O aristocrata francês Charles-Louis de Secondat, senhor de La Bredé e Barão de Montesquieu, um dos grandes filósofos do séc XVIII. Pensador iluminista,deixou uma grande herança por meio de suas obras. No Espírito das Leis, Montesquieu, analisa as relações que as leis têm com a natureza e os princípios de cada governo. Busca-se distribuir a autoridade por meios legais, de modo a evitar o arbítrio e a violência. Tais idéias se encaminham para a melhor definição da separação dos poderes, ainda hoje uma das pedras angulares do exercício do poder democrático. Ficou famoso pela sua teoria da separação dos poderes, atualmente consagrada em muitas das modernas constituições nacionais. Montesquieu descreveu cuidadosamente a separação dos poderes em Executivo, Judiciário e Legislativo, trabalho que influenciou os elaboradores da Constituição dos Estados Unidos. “As leis, no seu significado mais amplo, são as relações necessárias que derivam da natureza das coisas; e, nesse sentido, todos os seres têm suas leis; a divindade tem suas leis, o mundo material tem suas leis, o homem tem suas leis.“Charles de Montesquieu

Voltaire ou François-Marie Arouet, poeta, maçom, ensaísta, dramaturgo, filósofo e historiador iluminista francês, que introduziu várias reformas na França, como a liberdade de imprensa, um sistema imparcial de justiça criminal, tolerância religiosa, tributação proporcional e redução dos previlégios da nobreza e do clero.
Tinha a visão de que não importava o tamanho de um monarca, deveria antes de punir um servo, passar por todos os processos legais, e só então executar a pena, se assim consentido por lei. Se um príncipe simplesmente punisse e regesse de acordo com o seu bem-estar, seria apenas mais um "salteador de estrada ao qual se chama de 'Sua Majestade'".
Defendia a submissão ao domínio da lei, baseava-se em sua convicção de que o poder devia ser exercido de maneira racional e benéfica.
"Dirijo minha luta não contra as crenças religiosas dos homens, mas contra os que exploram a crença. Detestemos essas criaturas que devoram o coração de sua mãe e honremos aqueles que lutam contra elas. Acredito na existência de Deus. Em verdade, se Deus não existisse, fora preciso inventá-lo. Meu Deus não é um Rei exclusivo de uma simples ordem eclesiástica. É a suprema inteligência do mundo, obreiro infinitamente capaz e infinitamente imparcial. Não tem povo predileto, nem país predileto, nem igreja predileta. Pois para o verdadeiro crente há, apenas, uma única fé, justiça igual e igual tolerância para toda a humanidade." Voltaire

Jean-Jacques Rousseau - filósofo suíço, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata. Uma das figuras marcantes do Iluminismo francês, é também um precursor do romantismo. Associado frequentemente às ideias anticapitalistas e considerado um antecessor do socialismo e comunismo, questionou a suposição de que a maioria está sempre correta e argumentou que o objetivo do governo deveria ser assegurar a liberdade, igualdade e justiça para todos, independentemente da vontade da maioria. O filósofo conta-se entre aqueles autores que mitificaram um passado fraternal e feliz de todos os Homens, face a um presente desordenado e desigual do século XVIII. O ideal romântico de um "regresso ao passado" está patente no espírito de Rousseau. [Voltaire afirmou mesmo que:"ninguém colocou alguma vez tanto engenho em nos querer converter em animais do que ele. Ler Rousseau faz nascer o desejo de caminhar em quatro patas"].

Roger Bartra, mexicano antropólogo, sociólogo, escritor e ensaísta, doutor em Sociología na Universidad Sorbona de París, investigador emérito de la Universidad Nacional Autónoma de Méxic, foi profesor em importantes universidades do México e fora dele. Durante mais de 5 anos dirigiu a publicação “La Jornada Semanal”. Colaborou na direção do filme “El Mezquital”, do diretor Paul Leduc. Autor de varios ensaios e livros, como: O duelo dos anjos; Locura sublime; Tédio e melancolía no pensamiento moderno (2004); Oficio mexicano (1993) e A Democracia Ausente (2000), entre otros.interpreta o comentário irônico de Voltaire não é uma boa intepretação da obra de Rousseau, já que para Bartra, "Rousseau não oferecia o homem selvagem como um tipo humano ideal, como insinua Voltaire, senão um modelo que permita compreender a origem do mal" (BARTRA, antropólogo).

Josef Campbell sempre nos coloca em contato com o conhecimento organizado sobre a mitologia, estimula a procurar outros autores. Alerta para novos paradígmas científicos encontrei Ken Wilber, Fritjof Capra, Stanislav Grof, Abraham Maslov, Viktor Trankl, James Fadiman que fundamentam a psicologia transpessoal que tem sido orientada nos livros de Roberto Assagioli, Roberto Crema, Francis Vangham e Pierre Weill. Autores como J. Krishnamurti, Gaston Bachelard e Carl G. Jung tem auxiliado na difícil tarefa de romper com apegos às pesquisas filosóficas ou metodológicas, favorecendo criação de um pensamento poético. mimiseven

Arthur Schopenhauer - filósofo alemão do séc. XIX da corrente irracionalista. Obra principal: O mundo como vontade e representação. Livro mais conhecido: Parerga e Paraliponema (1851), introduziu o Budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã. Conhecido por seu pessimismo entendia o Budismo como uma confirmação dessa visão, combateu fortemente a filosofia hegeliana e influenciou fortemente o pensamento de Nietzsche. O pensamento de Schopenhauer parte de uma interpretação de alguns pressupostos da filosofia kantiana, em especial de sua concepção de Fenômeno. Esta noção o leva a postular que o mundo não é mais que Representação. Esta conta com dois pólos inseparáveis: por um lado, o objeto, constituído a partir de espaço e tempo; por outro, a consciência subjetiva acerca do mundo, sem a qual este não existiria. Contudo, rompe com Kant, uma vez que este afirma a impossibilidade da consciência alcançar a Coisa-em-si, isto é, a realidade não fenomênica. Segundo ele, ao tomar consciência de si, o homem se experiencia como um ser movido por aspirações e paixões. Estas constituem a unidade da Vontade, compreendida como o princípio norteador da vida humana. Voltando o olhar para a natureza, o filósofo percebe esta mesma Vontade presente em todos os seres, figurando como fundamento de todo e qualquer movimento. Para Schopenhauer, a Vontade corresponde à Coisa-em-si; ela é o substrato último de toda realidade. A vontade, no entanto, não se manifesta como um princípio racional; ao contrário, ela é o impulso cego que leva todo ente, desde o inorgânico até o homem, a desejar sua preservação. A consciência humana seria uma mera superfície, tendendo a encobrir, ao conferir causalidade a seus atos e ao próprio mundo, a irracionalidade inerente à vontade. Sendo deste modo compreendida, ela constitui, igualmente, a causa de todo sofrimento, uma vez que lança os entes em uma cadeia perpétua de aspirações sem fim, o que provoca a dor de permanecer algo que jamais consegue completar-se. Segundo tal concepção pessimista, o prazer consiste apenas na supressão momentânea da dor; esta é a única e verdadeira realidade. Contudo, há alguns caminhos que possibilitam ao homem escapar da vontade, e assim, da dor que ela acarreta. A primeira via é a da arte. Schopenhauer traça uma hierarquia presente nas manifestações artísticas, cada modalidade, nos lança em uma pura contemplação de Idéias, nos apresenta um grau de objetivação da vontade. Partindo da arquitetura como seu grau inferior, ao mostrar a resistência e as forças intrínsecas presentes na matéria, o último patamar desta contemplação reside na experiência musical; a música, por ser independente de toda imagem externa, é capaz de nos apresentar a pura Vontade em seus movimentos próprios; a música é, pois, a própria vontade encarnada. Tal contemplação, traz a vontade diante de nós, consegue nos livrar, momentaneamente, de seus liames. A arte representa apenas um paliativo para o sofrimento humano. Outra possibilidade de escape é apontada através da moral. A conduta humana deve voltar-se para a superação do egoísmo; este provém da ilusão de individuação, pela qual um indivíduo deseja, constantemente, suplantar os outros. A compreensão da Vontade faz aparecer todos os entes desde seu caráter único, o que leva, necessariamente, a um sentimento de fraternidade e a uma prática de caridade e compaixão. Entretanto, a suprema felicidade somente pode ser conseguida pela anulação da vontade. Tal anulação é encontrada por Schopenhauer no misticismo hindu, particularmente o Budismo; a experiência do Nirvana constitui a aniquilação desta vontade última, o desejo de viver. Somente neste estado, o homem alcança a única felicidade real e estável. A filosofia de Schopenhauer influenciou marcadamente vários pensadores, entre os quais destacam-se: Nietzsche, Hartmann, Simmel, Bergson e Freud.

Jacques-Marie Émile Lacan - psicanalista francês. Médico, passou da neurologia à Psiquiatria, aluno de Gatian de Clérambault. Teve contato com a psicanálise através do surrealismo e, a partir de 1951, afirma que os pós-freudianos se desviaram do sentido da obra freudiana, propõe um retorno a Freud. Para isso, utiliza-se da lingüística de Saussure (e posteriormente de Jakobson e Benveniste) e da antropologia estrutural de Lévi-Strauss, tornando-se importante figura do Estruturalismo. Encaminha-se para a Lógica e a Topologia. Seu ensino é primordialmente oral, dando-se através de seminários e conferências. Em 1966 foi publicada uma coletânea de 34 artigos e conferências, os Écrits (Escritos). A partir de 1973 inicia-se a publicação de seus 26 seminários, sob o título Le Séminaire (O Seminário).

Sigmund Freud - médico neurologista judeu-austríaco Pai da psicanálise. Interessa pela histeria tendo como método a hipnose, estudou pessoas que apresentavam esse quadro. Mais tarde, com interesses pelo inconsciente e pulsões, entre outros, foi influenciado por Charcot e Leibniz, abandona a hipnose em favor da associação livre. Estes elementos tornam bases da psicanálise. Freud, além de ser um grande cientista e escritor ganhou o Prémio Goethe em 1930 (também possuem o título Darwin e Copérnico) por ter realizado uma revolução no âmbito humano: a idéia de que somos movidos pelo inconsciente. Suas teorias e tratamento com seus pacientes foram controversos na Viena do século XIX, e continuam a ser muito debatidos hoje. Suas idéias são freqüentemente discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento científico e médico.

Friedrich Nietzsche - influente filósofo alemão do séc XIX de família luterana destinado a ser pastor como seu pai e seu avô. Nietzsche perde a fé durante sua adolescência, e os seus estudos de filosogia afastam-no teológica. Na universidade de Leipzig, a leitura de Schopenhauer (O Mundo como Vontade e Representação, 1818) constitui as premissas da sua vocação filosófica. Aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, aos 25 anos professor de Filosogia na universidade. Adota nacionalidade suíça. Desenvolve durante anos a sua acuidade filosófica no contacto com pensamento grego antigo - com predileção para os Pré-socráticos Heráclito e Empédocles. Durante os seus anos de ensino, torna-se amigo de Jacob Burckhardt e Richard Wagner. Em 1870, compromete-se como voluntário (enfermeiro) na guerra franco-prussiana. A experiência da violência e o sofrimento chocam-no profundamente. Na sua obra vemos críticas bastante negativas a Kant, Wagner, Sócrates, Platão, Aristóteles, Xenofonte, Martinho Lutero, à metafísica, ao utilitarismo, anti-semitismo, socialismo, anarquismo, fatalismo, teologia, cristianismo, budismo, à concepção de Deus, ao pessimismo, estoicismo, ao iluminismo e à democracia. Dentre os poucos elogios deferidos por Nietzsche, coletamos citações, muitas vezes com ressalvas a Schopenhauer, Spinoza, Dostoiévski, Shakespeare, Dante, Goethe, Darwin, Leibniz, Pascal, Edgar Allan Poe, Lord Byron, Musset, Leopardi, Kleist, Gogol, Voltaire e ao próprio Wagner, grande amigo e confidente de Nietzsche até certo momento. Ele era, sem dúvida, muito apreciador da Natureza, dos pré-socráticos e das culturas helénicas.


Nicolai Hartmann - filósofo alemão, professor em Marburgo, Berlim e em Göttingen. Seus primeiros trabalhos orientam-se segundo o neokantismo da Escola da Marburgo. Posteriormente, altera sua posição teórica, sob a influência da fenomenologia de Edmund Husserl e das filosofias de Hegel, Max Scheler e Wilhelm Dilthey, mas não se prendesse a qualquer uma delas. Caracteriza-se pelo esforço constante de repensar problemas filosóficos fundamentais, utilizando outras influências apenas para lançar luz sobre a natureza dos problemas tratados e sobre suas possíveis soluções. Sua filosofia é sistemática, no sentido de que se propõe a examinar os problemas básicos da filosofia em toda sua extensão, mas não no sentido de forçar esses problemas a entrar numa prévia construção metafísica. Trata-se de uma filosofia dos problemas e não um filosofia do sistema. Por isso, Hartmann pôde aproveitar também elementos do pensamento clássico, aliando pensadores que parecem tão distintos como Aristóteles e Hegel.No campo da ontologia, dedicou-se ao exame de diferentes tipos de categorias, tanto as que estruturam o mundo real quanto as que estruturam o mundo do espírito.
Entre suas obras destacam-se: Metafísica do conhecimento; O problema do ser espiritual; A filosofia do idealismo alemão e Ontologia.

Karl Heinrich Marx, o 7º de sete filhos, de origem judaica, classe média, a mãe judia holandesa e pai advogado conselheiro de Justiça descende de uma família de rabinos converteu ao cristianismo luterano em função das restrições impostas à presença de membros de etnia judaica no serviço público, quando Marx ainda tinha 6 anos. Marx um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. Seu pensamento influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação, Arquitetura, Geografia e outras. Em uma pesquisa realizada pela Radio 4, da BBC, em 2005, foi eleito o maior filósofo de todos os tempos. Fundador de uma das grandes teorias que iria influenciar os séc XIX e XX, intelectual alemão, economista, considerado o pai da Sociologia. Teve participação como intelectual e revolucionário no movimento operário, devido o Manifesto Comunista. Atualmente é bastante difícil analisar a sociedade humana sem se referenciar, em maior ou menor grau, à Karl Marx, apesar da polêmica de suas afirmações.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel filósofo alemão formado no "Tübinger Stift" (seminário da Igreja Protestante em Württemberg). Era fascinado pelas obras de Spinoza, Kant e Rousseau, assim como pela Revolução Francesa. Muitos consideram que Hegel representa o ápice do idealismo alemão do século XIX, que teve impacto profundo no materialismo histórico de Karl Marx.

Immanuel ou Emanuel Kant - filósofo alemão, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes. Alguns autores consideram que Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o Racionalismo continental (de René Descartes e Gottfried Leibniz, onde impera a forma de raciocínio dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke, ou George Berkeley, que valoriza a indução). Kant é famoso sobretudo pela sua concepção conhecida como transcendentalismo: todos nós trazemos formas e conceitos a priori (aqueles que não vêm da experiência) para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar. A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceitual que dominou a vida intelectual do século XX. No entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas suas formas contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo. Kant é também conhecido pela sua filosofia moral e pela sua proposta, a primeira moderna, de uma teoria da formação do sistema solar, conhecida como a hipótese Kant-Laplace.


Martin Heidegger - filósofo alemão, inicialmente quis ser padre e chegou mesmo a estudar em um seminário. Depois, ele estudou na Universidade de Friburgo com o professor Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia e tornou-se professor ali em 1928. É seguramente um dos pensadores fundamentais do século XX, quer pela recolocação do problema do ser e pela refundação da Ontologia, quer pela importância que atribui ao conhecimento da tradição filosófica e cultural. Heidegger foi sobretudo um fenomenólogo. É um dos maiores gênios da filosofia do século XX, ao lado de Wittgenstein, Adorno, Foucault e Deleuze. Influenciou muitos filósofos, dentre eles Jean-Paul Sartre.

Carl Maria Friedrich Ernest von Weber, barão e compositor de Holstein (hoje parte da Alemanha).Interessado em novas sonoridades e combinações instrumentais, tornou-se um dos maiores compositores do Ocidente. Na transição do Classicismo para o Romantismo, sua obra introduziu a nova estética na Alemanha. Carl Maria von Weber foi um pioneiro do drama musical alemão, e a ele se deve a criação da ópera Der Freischütz (O Franco-Atirador), a primeira ópera romântica alemã. Outras de suas óperas são Das Waldmädchen, Oberon e Euryanthe. Sua música influenciou a inspiração musical de Wagner. Destacou-se como pianista, violinista e teórico do Romantismo. Mais tarde teve predileção pelo clarinete e pela trompa.

Confúcio - Sua ideologia era organizar a sociedade e recuperar valores antigos perdidos pelos homens de sua época. Na busca pelo Tao (conceito antigo, princípio fundamental do taoísmo, doutrina fundada por Lao Zi), ele usava uma abordagem diferente de desprendimento proposta pelos taoístas, que baseava-se num critério realístico, onde a prática do ritual daria possibilidade real de viverem em harmonia.
Pregava o cumprimento do dever de forma correta e o condicionamento dos hábitos serviria para temperar os espíritos e evitar os excessos e também a criação de uma sociedade capaz, culturalmente instruída e disposta ao bem estar comum. Não procurou uma distinção aprofundada sobre a natureza humana, mas parecia sempre acreditar no valor da educação para condiciona-la.
A sua escola foi sistematizada nos princípios ausentes ou decadentes na sociedade:
- Ren, humanidade ( altruísmo = dedicação ao outro, caridade. Oposto ao egoísmo);
- Li, ou cortesia ritual;
- Zhi, conhecimento ou sabedoria moral;
- Xin, integridade;
- Zhing, fidelidade;
- Yi, justiça, retidão, honradez.
Sua bibliografia compõem três livros básicos e os dois últimos são atribuídos aos seus discípulos:
- Lun yu (Analectos ou Diálogos de Confúcio = síntese de sua doutrina),
- Dà Xué (Grande Ensinamento) e
- Zhong Yong (Jung Yung), ou a "Doutrina do Meio".
Após sua morte recebeu o título de "Lorde Propagador da Cultura Sábio Supremo e Grande Realizador" registado em seu túmulo.
Discípulos de Confúcio e seu único neto, Zisi, continuaram a sua escola filosófica, onde espalharam os ideais de Confúcio aos estudantes que depois se tornaram funcionários em muitas cortes reais da China, dando assim ao Confucionismo o primeiro teste em grande escala de seu dogma.
Apesar de confiar fortemente no sistema ético-político de Confúcio, dois de seus mais famosos seguidores enfatizaram aspectos radicalmente diferentes de seus ensinamentos:
- Mêncio (Séc.IV a.C.) articulou a bondade inata no ser humano como uma fonte das intuições éticas que guiam as pessoas para rén, yì, e lǐ;
- Xun Zi (Séc.III d.C.) ressaltou os aspectos realista e materialista do pensamento de Confúcio, salientando que a moralidade foi incutida na sociedade através da tradição e nos indivíduos, através da formação.
Este realinhamento no pensamento de Confúcio foi paralelo ao desenvolvimento de Legalismo (filosofia política que sustenta o poder da lei), que viu a piedade filial como auto-interesse e não como um instrumento útil para um governante criar um Estado eficiente.
A divergência entre estas duas filosofias políticas veio à tona em 223 a.C., quando Qin (estado existente na China durante os períodos da Primavera e Outono e dos Estados Guerreiros) conquistou toda a China.
Li Ssu, primeiro-ministro da Dinastia Qin convenceu Qin Shi Huang (rei) a abandonar as recomendações confucionistas de distribuir feudos a parentes e a voltar no sistema anterior da Dinastia Zhou (também chamada dinastia Chou, Chow, Jou ou mesmo Cheu, uma das primeiras dinastias chinesas), que ele via como contrário à ideia legalista de centralização do Estado em torno do governante.
Quando os conselheiros de Confúcio defenderam sua posição, Li Ssu executou muitos estudiosos confucionistas e seus livros foram queimados, o que foi considerado um duro golpe para a filosofia e a sabedoria chinesas.
Pensamento Confucionistas:
- Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo. Confúcio
- Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas. Confúcio

Jean-Paul Charles Aymard Sartre - filósofo existencialista francês do início do séc XX. Dizia vir a existência antes da essência. Assim, no existencialismo (que começa com Kierkegaard, 1813-1855 - Ou até mesmo antes com Blaise Pascal, 1623-1662 ou Santo Agostinho 354-430), o papel da filosofia é invertido. Desde Platão, quando temos o nascimento da linguagem filosófica (em forma de diálogos), a preocupação desta é o universal em detrimento do particular. E, agora, a existência toma seu lugar na discussão filosófica, partindo de questões cotidianas, e caminhando em direção à universalidade. Além das obras filosóficas escreveu romances, contos, peças teatrais atuou como crítico literário e de artes. Seu trabalho não está dissociado de sua biografia: órfão de pai aos dois anos de idade, foi prisioneiro dos nazistas durante a 2ª guerra mundial e ativista militante. Foi leitor voraz de Kierkegaard, Schopenhauer, Nietzsche, Espinosa, Bergson, Stendhal, Hegel e de Husserl, entre outros. Embora o cristão Sören seja considerado precursor do existencialismo moderno, o sartriano será ainda mais radical, posto que ateu. http://is.gd/f1y9G

"... e tantos outros, que não só através de seus livros, como também de seus artigos especializados, enriquecem idéias e práticas, bem como ajudam a organizá-las para entendermos o que nos foi imposto e nos posicionarmos mesmo tardiamente" mimiseven