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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sobre Jorge Forbes

Jorge Forbes, psicanalista, médico psiquiatra um dos principais introdutores do pensamento de Jacques Lacan no Brasil, de quem foi aluno. Teve participação fundamental na criação da Escola Brasileira de Psicanálise, da qual foi o primeiro diretor-geral. Preside atualmente o Instituto da Psicanálise Lacaniana (IPLA) e dirige o Projeto Análise (www.projetoanalise.com.br). É membro das Escolas Brasileira e Européia de Psicanálise e dirige as pesquisas clínicas da Psicanálise com a Genética, no Centro de Estudos do Genoma Humano – USP.

O psicanalista lança um novo olhar sobre a nossa nova ordem mundial: a globalização. Com tato e sensibilidade, ele tece uma rede de argumentos que formam uma comparação surpreendente entre as características do mundo globalizado e do universo feminino - a substituição do estático pelo interativo, do raciocinar pelo ressoar e da razão asséptica pela razão sensível. Tudo aponta para a nova tendência humana pela busca da criatividade e não mais da potência.

Afinal, a globalização é feminina? E o que é ser uma mulher, nos dias de hoje? Elas têm, afinal, mais liberdade do que tinham antigamente?

Historicamente o sexo masculino é relacionado ao racional, enquanto o feminino é sempre relacionado ao sensorial. A psicanálise entende essa diferença como um aspecto típico da fronteira do orgânico com o cultural, como uma estruturação da linguagem pulsional.

A resistência de alguns setores da sociedade – o religioso, por exemplo – a descriminalização do aborto fere o livre arbítrio das mulheres, a posição conservadora dos religiosos é o esperado.

Algumas mulheres adotam uma postura masculina e recalcam sua feminilidade para poderem vencer em uma sociedade que ‘ainda’ é dominada por homens. Imitar a postura masculina é uma das distorções negativas do feminismo. Imitando o homem, essas pessoas fazem o elogio do que combatem. A cópia nunca vence o original. As mulheres de vanguarda já sabem melhor e mais criativamente articular competência com feminilidade e estão propondo novas formas de comportamento empresarial, longe da austeridade (severa no caráter) e da rigidez, mas nem por isso são menos eficazes.

As mulheres já são maioria no ensino superior e muitas famílias brasileiras são chefiadas por elas. Não quer dizer que estamos entrando em uma era matriarcal. Pensar assim é equivaler mulher com mãe. Ser mãe é uma posição importante da mulher, mas não a única. Mulher não é sinônimo de mãe. A Globalização, a meu ver, é feminina, mas não materna.

Homossexuais que evidenciam características masculinas estão tentando reforçar sua masculinidade, como uma forma de defesa. "Um homem, se vê sensibilizado a novas posturas, em especial, ao ter que incluir no cálculo de seu cotidiano fatores até então desprezados pelo modelo tradicional, como a intuição, o bom ou o mau gosto, o enamoramento, pode se angustiar ao viver essas situações como passivas, ou seja, que fogem ao seu controle ativo tão próprio à velha maneira masculina de ser. Em resposta, podem ativamente “vestir” essas sensibilidades, querer administrá-las ativamente, controlá-las, e, em decorrência, preferirem a homossexualidade. É o que por vezes explica o esforço da barriga tanquinho, o peito bombado, o cabelo de reco, características tão militares, novamente. Não é supérfluo lembrar que a homossexualidade, palavra etimologicamente composta de “homo”’, “igual”, e “sexualidade”, é contrária à heterossexualidade, a vivência da diferença, do que não é igual. Nenhum julgamento moral aqui de certo ou errado, melhor ou pior, uma vez que nada mais próprio ao humano que a falta de um modelo justo sexual."

Diferenciar o “querer” do “desejar”. O querer, a grosso modo, diz respeito às necessidades, enquanto o desejar é o tom de sensualidade necessária à qualquer satisfação, mais além da necessidade.Assim: fome é "querer", apetite é "desejar". No amor, uma pessoa quer e deseja.

A filósofa e psicanalista Viviane Mosé afirmou que a psicanálise está recorrendo à filosofia, pois o homem descrito por Freud não existe mais. “Não somos mais Id, ego e superego”. Eu vejo que a Psicanálise teve e continua tendo uma diferença radical com a Filosofia: a Filosofia, se dedica a construir uma visão integrada, sintética, do mundo; a Psicanálise, jamais. Se não fosse assim, Freud teria criado a psicossíntese a não a psicanálise. Quanto à segunda tópica freudiana-Id, Ego, Superego - ela é avançada, em Lacan, em uma nova tópica, a do Real, Simbólico e Imaginário, conceitos mais adequados, a meu ver, ao homem da globalização.
Fonte: Fernanda Bellei

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