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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pecado

A vida cristã é luta. É luta contra a carne; contra o mundo, inimigo de Deus; é luta contra o Diabo, que busca perder-nos. Para perseverar no bem, deve-se lutar contra o mal, obrando "com temor e com tremor" nossa salvação. (Fl 2,12).

O Pecado sempre foi um termo principalmente usado dentro de um contexto religioso, e hoje descreve qualquer desobediência à vontade de Deus; em especial, qualquer desconsideração deliberada das Leis reveladas. No hebraico e no grego comum, significam "errar", no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão. Em latim, o termo é vertido por peccátu.

O Judaísmo considera a violação de um mandamento divino como um pecado, ensina que o pecado é um ato e não um estado do ser e que a humanidade encontra-se num estado de inclinação para fazer o mal (Gen 8:21) e de incapacidade para escolher o Bem (Salmo 37:27). O termo"pecado" para incluir violações da Lei Judaica que não são necessariamente uma falta moral.

Na Enciclopédia Judaica, "O Homem é responsável pelo pecado porque é dotado de uma vontade livre ("behirah"); contudo, Ele tem uma natureza fraca e uma tendência para o Mal: "Pois o coração do Homem é mau desde a sua juventude" (Gen,8,21; Yoma,20a; Sanh105a). Por isso, Deus na sua misericórdia permitiu ao Homem arrepender-se e ser perdoado. O Judaismo defende que todo o Homem nasce sem pecado, pois a culpa de Adão não recai sobre os outros homens.

● Tipos de Pecado e Gravidade
Pecado designa todas as transgressões de uma Lei ou de princípios religiosos, éticos ou normas morais. Podem ser em palavras, ações (por dolo) ou por deixar de fazer o que é certo (por negligência ou omissão). Ou seja, onde há Lei, se manifesta o Pecado. Pode ser tão somente uma motivação ou atitude errada de uma pessoa, e isso, é chamado de pecado "no coração".
No intímo dos humanos e independente da Cultura a que pertença, existe necessidade de estabelecer princípios de ética e normas de moral. Quando se viola a consciência moral pessoal, surge o sentimento de culpa.
- Pecado mortal faz perder a graça Divina e leva à condenação do crente; se não for objeto de confissão (admissão da culpa), genuíno arrependimento e penitência (retratação perante Deus).
- Pecado venial não faz perder a graça Divina saos pecados menos graves.

Para os Cristãos, a tríade que define o pecado mortal é:
• Matéria grave - precisada pelos dez mandamentos.
• Pleno conhecimento de estar cometendo pecado
• Plena e deliberada adesão da vontade.

Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento.
- O pecado contra o Espírito Santo é o chamado pecado imperdoável. Subentende uma renegação contínua e deliberada do perdão Divino, bem como uma violação contínua da Lei Divina por parte do pecador.

A expressão pecado original ou pecado adâmico se refere ao pecado que foi cometido no paraíso Éden pelos primeiros humanos, Adão e Eva. A mulher teria sido o primeiro ser humano a pecar, e teria induzindo a Adão a pecar. O pecado original consistiu numa rebelião contra a Autoridade Divina. Em consequência directa do pecado de Adão, toda a humanidade ficou privada da perfeição e da perspectiva de vida infindável. A existência do "pecado original" não justifica a prática deliberada do pecado.

No Antigo Testamento, a doutrina da expiação é um conceito de justiça e misericórdia baseado no arranjo figurativo do sacríficio de animais. O sangue de um animal era derramado no altar como "resgate" dos pecados cometidos de natureza menor da Lei de Deus.

No Novo Testamento, a doutrina da expiação é a mesma do Antigo, mas figurando em Cristo "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29).. Segundo a doutrina cristã, a morte sacrificial do Messias permitirá o resgate perfeito da humanidade obediente à Lei de Deus - eliminar o pecado adâmico e anular a sentença de morte. Obedece ao princípio bíblico "uma vida humana [perfeita] por uma vida humana [perfeita]".
O papel de Cristo após a ressurreição é a de um advogado ("MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." I João 2:1).

● A doutrina católica distingue o pecado em 3 categorias:
1- pecado original, que é transmitido a todos os homens, sem culpa própria, devido à sua unidade de origem, que é Adão e Eva. Eles desobedeceram à Palavra de Deus no início do mundo, originando este pecado, que, felizmente, pode ser actualmente perdoado pelo sacramento do Baptismo. Este pecado faz com que "a natureza humana [...] fica [...] submetida à ignorância, ao sofrimento, ao poder da morte, e inclinada ao pecado".
2- pecado mortal, que é cometido "quando, ao mesmo tempo, há matéria grave, plena consciência e deliberado consentimento. Este pecado destrói a caridade, priva-nos da graça santificante e conduz-nos à morte eterna do Inferno, se dele não nos arrependermos" sinceramente.
3- pecado venial, "que difere essencialmente do pecado mortal, comete-se quando se trata de matéria leve, ou mesmo grave, mas sem pleno conhecimento ou sem total consentimento. Não quebra a aliança com Deus, mas enfraquece a caridade; manifesta um afecto desordenado pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e na prática do bem moral; merece penas purificatórias temporais", nomeadamente no Purgatório.

● A doutrina protestante, ou evangélico, não crê em purgatório, nem classifica os pecados como venial, mortal ou capital. Seguindo os preceitos bíblicos, não existe pecado pequeno ou grande, pois "todos pecadore e destituídos estão da glória de Deus"(Romanos 3.23).
O pecado é a transgressão aos mandamentos de Deus, segundo I João 3:4 Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.
Pecado é um ato, pois "cada um é tentado, quando atraído e engodado pelo seu próprio desejo. Depois, havendo concebido o desejo, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte." (Tiago 1:14 e 15).
Para que tenhamos salvação e desfrutemos da vida eterna, devemos tão somente crer ("Pela graça sois salvos, por meio da fé...." Efésios 2.8) que Jesus é nosso único e suficiente salvador, e confessar nossos pecados para sermos perdoados ("Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" I João 1.9).
É necessário arrependimento, pois só o remorso, nos leva a cometer novamente os mesmos erros por não termos mais lembrança da "culpa" que nos abateu.

Os vícios mais comuns, ou mais importantes, do comportamento humano:
Gula Luxúria Avareza Ira Inveja Soberba ou Vaidade Preguiça Feitiçaria Mentira Idolatria Calúnia Adultério Roubo Homicídio Ódio