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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Leonardo Da Vinci

Leonardo di ser Piero da Vinci (15/04/1452–02/05/1519)

Leonardo di ser Piero da Vinci (15/04/1452–02/05/1519) polímata italiano, uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como pintor, escultor, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, arquiteto, botânico, poeta e músico.

Conhecido como o precursor da aviação e da balística. Frequentemente descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos, pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido. Segundo a historiadora de arte Helen Gardner, a profundidade e o alcance de seus interesses não tiveram precedentes e sua mente e personalidade parecem sobre-humanos para nós e o homem em si, misterioso e distante.

Filho ilegítimo de um notário, Piero da Vinci, e de uma camponesa, Caterina, em Vinci, na região da Florença. Em Milão, entre 1493 e 1495 listou Caterina, entre seus dependentes, nas suas declarações de imposto de renda e quando ela morreu, em 1495, devido a lista os gastos com o funeral sugere que ela poderia ser sua mãe. Educado no ateliê do renomado pintor florentino, Verrocchio. Passou a maior parte do início de sua vida profissional a serviço de Ludovico Sforza (Ludovico il Moro), em Milão; trabalhou em Roma, Bolonha e Veneza. Seus últimos dias na França, numa casa que lhe foi presenteada pelo rei Francisco I.

Na sua adolescência, em 1466, com catorze anos influenciado por duas grandes personalidades da época, Lourenço de Médici e o grande artista Andrea di Cione (del Verrocchio), um dos mais bem-sucedidos artistas de seu tempo conhecido como Verrocchio (Olho verdadeiro), onde era aprendiz.
O próprio Leonardo pode ter sido o modelo para duas obras de Verrocchio, incluindo a estátua de bronze de David, no Bargello, e o Arcanjo em Tobias e o Anjo.
O ateliê de Verrocchio estava no centro das correntes intelectuais de Florença, o que garantiu ao jovem Leonardo uma educação nas ciências humanas. Outros pintores famosos que passaram por um aprendizado neste mesmo ateliê foram Ghirlandaio, Perugino, Botticelli e Lorenzo di Credi.

● O pintor
Duas de suas obras: A Última Ceia e Mona Lisa estão entre as pinturas mais famosas de todos os tempos, e sua fama se compara apenas à Criação de Adão, de Michelangelo.

Esboço a carvão para A Última Ceia.
Quando ouvimos os sinos, ouvimos aquilo que já trazemos em nós mesmos como modelo. Sou da opinião que não se deverá desprezar aquele que olhar atentamente para as manchas da parede, para os carvões sobre a grelha, para as nuvens, ou para a correnteza da água, descobrindo, assim, coisas maravilhosas. O gênio do pintor há-de se apossar de todas essas coisas para criar composições diversas: luta de homens e de animais, paisagens, monstros, demônios e outras coisas fantásticas. Tudo, enfim, servirá para engrandecer o artista.” Leonardo da Vinci

A Última Ceia, pintura mais famosa de Leonardo da Vinci (1495-1498), pintada no refeitório dos padres dominicanos de Santa Maria delle Grazie em Milão. É uma obra fundamental da história da Arte.
A pintura apresenta a última ceia, partilhada por Jesus com seus discípulos, antes de sua captura e execução. Mostra Jesus dizendo aos apóstolos que um dos 12 o trairia e a consternação que a afirmação provocou. Pintou do amanhecer até o anoitecer, sem parar sequer para comer, e em seguida não pintava por três ou quatro dias seguidos.
De acordo com Vasari, estava além da compreensão do prior (abade), que o atormentou até que Leonardo pedisse a intervenção de Ludovico.
Atormentado com a dúvida retratar os rostos de Cristo e do traidor Judas, disse ao duque que seria obrigado a usar o próprio prior(abade) como seu modelo.
Terminada, a pintura foi aclamada como uma obra-prima do desenho e da caracterização, porém rapidamente deteriorou-se, a tal ponto que cem anos depois de seu término a obra foi descrita por um observador seu como "completamente arruinada".
Leonardo, em vez de usar a técnica mais confiável do afresco, utilizou-se da têmpera sobre uma superfície feita basicamente de gesso - o que resultou num material sujeito ao mofo e a esfarelar-se. Apesar disso, a pintura continua a ser uma das obras de arte mais reproduzidas de todos os tempos, e incontáveis cópias suas são feitas corriqueiramente, das maneiras mais variadas - de tapetes a camafeus.
Há uma referência documentada na encomenda possivelmente do duque Ludovico Sforza, que instruía seu funcionário, Marchesino Stanga a apressá-lo na conclusão da encomenda.

A Última Ceia (L'ultima cena ou Cenacolo) - o incrível trabalho, sereno e distante do mundo temporal. Declarada como concluída, embora insatisfeito, continuou trabalhando nela. Exposta a vista de todos e contemplada por muitos. Desde então considerado como um dos primeiros mestres da Itália, se não o primeiro. Artistas vinham de muito longe, para analisar cuidadosamente a pintura. O rei da França, ao chegar em Milão, acariciou a idéia de remover o afresco da parede para levar para o seu país. Durante a sua realização inúmeras lendas foram tecidas em torno do mestre e seu trabalho.


A Última Ceia:
gestualidade, movimento,
rigorosa geometria da perspectiva e briga com o prior


A Última Ceia

Esboço onde coloca o nome de cada personagem para que não se tenha dúvida de quem seja cada um.

Inovação da arte para a época

No detalhe da cena, distinguem-se Pedro e João à esquerda de Cristo, e Judas à direita, com o dedo erguido: “Serei eu, Senhor?”. Pedro não pôde suportar a terrível incerteza e, fazendo um sinal a João, sussurou-lhe: Pergunta-lhe de quem é que Ele fala. Jesus indicou então a João quem era o discípulo traidor: É aquele a quem eu der o bocado que vou molhar. E, molhando o bocado, tomou-o e deu-o a Judas Iscariotes (cf. Jo 13, 21-30). Jesus ainda disse: "Decerto que o Filho do homem segue o seu caminho, como dele está escrito; mas ai do homem por quem será entregue! Mais lhe valera não ter nascido"


Mona Lisa (La Gioconda), "a risonha" (1503-1507- Louvre)
Retrato que tem dado origem a contos, romances, poemas, óperas e paródias.

Sorriso sutil ou crueldade, o implacável sorriso de mulher que escraviza os homens. Ou encanto e doçura.

Para o crítico Walter Pater, simboliza o "espírito moderno com todos os seus traços patogênicos", considerando como a "beleza extraída desde o interior, trabalhando a carne célula por célula". Feito aflorar pelo mestre no modelo com o toque do alaúde, como citado por Vasari: "Mona Lisa era muito bela e Leonardo, ao mesmo tempo que a pintava, procurava que tivesse alguém cantando, tocando algum instrumento ou brincando. Desta forma, o modelo foi mantido em um bom humor e não adotava um aspecto triste, cansado...".

Este sombreado peculiar pelo qual a obra é conhecida veio a ser chamado de sfumato ("esfumaçado").

"sorriso era tão agradável que parecia ser divino, em vez de humano; e aqueles que o viram ficaram espantados ao descobrir que ele parecia tão vivo quanto o original". Vasari

Outra característica observada é o vestido sem adornos (uma maneira de evitar que o espectador não tenha a sua atenção desviada dos olhos e das mãos da retratada), o cenário de fundo dramático, no qual o mundo parece estar no estado de fluxo contínuo, com uma coloração controlada e a natureza extremamente suave da técnica de pintura, que emprega tintas à óleo aplicados como se fossem têmpera e misturados de tal maneira na superfície que as pinceladas não podem ser percebidas.

"o mais confiante dos mestres (...) desesperar-se e desanimar." Vasari

O estado perfeito de conservação em que a pintura se encontra, e o fato de que não existem outros sinais de reparos ou pinturas sobrepostas é extremamente raro numa pintura desta idade.

A identidade do modelo é motivo de controvérsias:
● Acredita-se que seja Lisa del Giocondo (Lisa Gherardini), mulher de um comerciante florentino, Francesco del Giocondo, com base em notas escritas de Agostino Vespucci de 1503 em um livro impresso de Cícero, de 1477 (parte do acervo de livros datados da primeira fase da imprensa), encontradas na Biblioteca da Universidade de Heidelberg, confirmando a afirmação de Vasari, que identificou a pintura como "Monalisa" em sua publicação em 1550, em referência à Lisa del Giocondo.
● Descobriu-se também que Lisa tinha sido mãe recentemente, e o retrato foi realizado possivelmente em comemoração da recente maternidade. Esta teoria é reforçada pela descoberta de um fino véu negro -utilizado pelas aristocratas toscanas durante e alguns meses após a gestação-, durante pesquisas do Centro de Pesquisa e Restauração dos Museus da França (C2RMF) e o Conselho Nacional de Pesquisas do Canadá (NRC), quando a pintura foi submetida ao exame em infravermelho.
● Lillian Schwartz, cientista dos Laboratórios Bell, sugere que a Mona Lisa é na verdade um autorretrato de Leonardo, porém, vestido de mulher. Esta teoria baseia-se no estudo da análise digital das características faciais do rosto de Leonardo e os traços do modelo. Comparando um auto retrato de Leonardo com a mulher do quadro, verifica-se que as características dos rostos alinham perfeitamente. Essa hipótese ganha ênfase em O Código da Vinci, best-seller de Dan Brown.

O Batismo de Cristo (1472–1475)

De acordo com Vasari, Leonardo colaborou com Verrocchio ao pintar o jovem anjo da esquerda, que segura a túnica de Jesus de maneira tão superior ao seu próprio mestre que Verrocchio teria decidido nunca mais pintar. Isto provavelmente é exagero.

Mas um exame atento da pintura mostra que existem diversos retoques feitos sobre a têmpera utilizado a nova técnica de pintura a óleo, como o cenário, as rochas que podem ser vistas ao fundo e boa parte da figura do próprio Jesus sairam da mão de Leonardo.


Detalhe do anjo atribuído a Leonardo em O Batismo de Cristo; caracterizado pela beleza, apresenta grande perfeição de perfil, que expressaria com total maestria no Anjo Uriel em sua futura Virgem dos Rochedos.

Estudo a pena e tinta sobre um suporte preparatório quase invisível, mostra a vista sobre um vale com montes e escarpas de ambos os lados, abrindo no fundo uma escassa visibilidade do mar. A vista poderá ser do caminho entre Vinci e Pistoia e, provavelmente, terá sido esboçado a lápis ao ar livre in loco, e depois completada a pena e tinta no ateliê. No início do século XX, Woldemar von Seidlitz compreendeu as fortificações de Papiano nas muralhas e torres numa colina à esquerda da composição.

A importância deste desenho não se reflete só no fato de ter sido feito por Leonardo, mas sim, em figurar como um dos primeiros desenhos autónomos de paisagens de toda a História da Arte.

Estes estudos da natureza e de modelos vivos eram postos em prática nas suas obras pintadas, como no Batismo de Cristo, onde, conclusivamente, pintou o anjo que segura às vestimentas de Cristo, que é de longe, muito melhor e elegante que as figuras pintadas por Verrocchio e Botticelli, e a paisagem de sutis transições de tons cromáticos, com incríveis efeitos da luz, desfocando contornos de montanhas e colinas distantes, fundindo-as a uma neblina luminosa -efeito obtido pelo emprego prematuro do óleo em sua obra artística-, uma evocação ao desenho do Vale do Arno e antecipação do fundo de Mona Lisa.

Vale do Arno - 05/08/1473.
Sua obra mais antiga a ser datada é um desenho em pena e tinta.

Ao mesmo tempo em que realizava os seus famosos estudos de roupagens, Leonardo concretizou vários desenhos e estudos a partir da natureza. Estes são tipificados pelo trabalho que produziu ainda enquanto aprendiz, assim como uma das primeiras obras datadas constantes entre a coleção da Galeria dos Uffizi, atualmente. No canto superior de o Vale do Arno aponta, na sua acostumada escrita invertida, «no dia de Santa Maria do Milagre da Neve, 05/08/1473».

Em 1472, com vinte anos de idade, qualificou para o cargo de mestre na Guilda de São Lucas, uma guilda de artistas e doutores em medicina, porém mesmo depois de seu pai ter montado seu próprio ateliê, sua ligação com Verrocchio permaneceu tanta que ele continuou a colaborar
com ele. Aos poucos, as pessoas da corte passam a fazer encomendas diretamente a Leonardo.

De 1476 até 1478 não existem registros nem de obras suas nem de seu paradeiro, embora se costuma presumir que Leonardo tenha estado no ateliê, em Florença, entre 1476 e 1481.

1478 - Adoração dos Magos
Pintura (encomendada) de um retábulo para a Capela de São Bernardo, para os monges de San Donato a Scopeto.

Obra atrevida e complexa nos elementos paisagísticos e no drama pessoal ressoam, sobre cerca de 250 cm de largura e comprimento de uma placa de madeira.

Esboçou vários desenhos e numerosos trabalhos e estudos preparatórios, incluindo

São Jerônimo no Deserto











Pintura inacabada do Palácio Apostólico, Vaticano.

Na década de 1480 recebeu três importantes encomendas e começou outro trabalho ainda, cujo tema abriu uma rotura em termos de composição. Infelizmente, dois desses três trabalhos nunca foram acabados (devido sua partida para Milão) e o terceiro levou tanto tempo, que tornou-se alvo de longas negociações ao longo da sua execução e pagamento. Uma destas pinturas é São Jerônimo no Deserto.
Esta pintura é associada com um período difícil da vida de Leonardo, e coincide com sinais de melancolia encontrados em seu diário:
"Achei que estava aprendendo a viver; estava apenas aprendendo a morrer."

A composição da pintura foge às práticas costumeiras da época; São Jerônimo, como um penitente, ocupa o centro da figura, levemente inclinado diagonalmente, e visto quase que de cima. A sua forma, ao ajoelhar-se, adquire um contorno trapezoide, com um braço esticado à borda exterior da pintura, e seu olhar virado para a direção oposta; alguns estudiosos apontam na obra ligações com os estudos anatômicos de Leonardo.

Da Vinci serviu-se de um modelo de madeira e pano para conceber a figura do santo, como se fazia na altura. Para o poder pintar nesta posição, a cabeça de Leonardo colocava-se à mesma altura que o meio da tíbia do modelo, pintando-o na diagonal. Por toda a extensão do quadro está o seu símbolo, um grande leão cujo corpo e cauda formam uma espiral dupla ao longo da base do espaço da pintura. Outra característica que se destaca é o cenário incompleto, de rochas escarpadas, contra o qual a figura está delineada.

Leonardo teve uma estranha carreira, de não cumprimento de prazos, de encomendas inconcluídas ou mesmo jamais entregues, o que resultava em clientes insastisfeitos e frequentes cobranças. Destes trabalhos inacabados, parece existir um importante que retoma as posições oblíquas de pinturas anteriores como São Jerônimo no Deserto, e cuja origem não é necessariamente de uma encomenda.

“Faça sempre suas figuras de tal modo que o tronco não esteja orientado na mesma direção da cabeça. Deixe o movimento da cabeça e dos braços ser suave e agradável, valendo-se de diferentes giros e torções”. — Leonardo da Vinci

1482 foi à Milão por ordens de Lourenço de Médici, dito "il Magnifico", grande humanista. Levou consigo uma lira de prata criada por ele mesmo (era músico talentoso conforme Vasari) na forma de cabeça de cavalo, para presenteá-la à Ludovico Sforza (Ditoil Moro ou O Moro, Duque de Milão não oficial), para fazerem as pazes.

Nesta época que Leonardo escreveu a Ludovico descrevendo as coisas diversas e maravilhosas que realizava no campo da engenharia, e informou, que também pintava. A pintura Adoração dos Magos e tudo que havia feito até então foi abandonada.

Em Milão, o primeiro registro de Leonardo é um contrato da Confraria religiosa chamada Imaculada Conceição de 25/04/1483, pintura de um retábulo para abrilhantar o altar da capela de São Francisco, o Grande.

“Que o teu orgulho e objetivo consistam em pôr no teu trabalho algo que se assemelhe a um milagre.” – Leonardo da Vinci

O resultado seria o terceiro mais importante trabalho pictórico do artista, A Virgem dos Rochedos.



1ª versão Louvre - 1483-1486.
2ª versão Londres - 1495-1508.
A Virgem dos Rochedos
(Versão Cheramy) (1494-1497)

Uma pintura que juntamente a uma representação de Maria Madalena é atribuída a Giampietrino, pupilo de Da Vinci, da qual acredita-se atualmente de sua participação, embora essa afirmação não seja unânime.



Realizada após a versão do Louvre e anterior a versão de Londres.

Foi exibida na mostra Leonardo, Genio e Visione in terra Marchigiana no Museu Mole Vanvitelliana, em Ancona por Carlo Pedretti e Giovanni Morello (2005-2006).

A encomenda era a execução de pinturas com a ajuda dos imãos Ambrogio e Evangelista de Predis, para um grande e complexo altar, já construído anteriormente por Giacomo da Maiano.

Leonardo encarregado do painel central, escolheu pintar um enfático momento da infância de Cristo quando o pequeno João Baptista, com a proteção do anjo Uriel, conheceu a Sagrada Família numa gruta do Egito, cena da tradição cristã dos livros apócrifos e de uma Florença deixada para trás, de inúmeras lendas sobre São João Batista. Neste cenário rochoso que evoca a um passeio de infância do artista ao Monte Ceceri (próximo do território florentino), João reconhece e adora Jesus como o Cristo.

A pintura mostra uma misteriosa beleza como as graciosas figuras ajoelhadas em adoração em torno do Menino Jesus, em uma paisagem selvagem de queda de rochas e um vale de águas azuis, e coincide com a abandonada Adoração dos Magos devido ao seu naturalismo e contraste de luz e sombra (chiaroscuro), aqui distintamente visível.

Pintura solenemente declara a riqueza do conhecimento estilístico do traje e da sua representação, a julgar pela concepção notável do vestuário de Uriel (que compete com a simples túnica enegrecida azul da Virgem), impressa numa figura sóbria e imponente, que perde lugar na segunda versão onde assume outra pose, desta feita, mais singela, cedente a uma nova Virgem vestida de um manto de azul brilhante, suavizando o cenário áspero e contrastando com a representação da primeira versão.

Apesar das avantajadas medidas, cerca de 200 por 120 cm (a segunda versão existente cerca de 190 por 120 cm), a pintura da Virgem nas Pedras não é tão complexa quanto a encomenda dos monges de São Donato, constando em cena somente quatro figuras em vez de cerca de cinquenta - cuja forma conjunta completa uma pirâmide triangular - numa paisagem rochosa, em vez de detalhes arquitetônicos. Eventualmente, a pintura foi acabada. De fato, duas versões desta pintura foram feitas, uma entregue a Confraria religiosa e a outra levada para a França pelo próprio Leonardo.

Acredita-se que a versão do Louvre seja a primeira das versões, pintada entre 1483-1486, ou mais cedo. A segunda versão pertecente a National Gallery desde 1880, foi vendida pela igreja em 1781 e em 1785 tornou-se posse de Gavin Hamilton, que a levou para a Inglaterra, onde passou por várias coleções. Nesta versão é provável a participação de outros artistas como Ambrogio de Pedris, e, de certo modo, mesmo tratando-se de uma pintura mais madura, seu naturalismo perde lugar para um idealismo muito maior do que o da versão anterior.

A Virgem dos Rochedos, no Louvre, e um grande desenho em giz, A Virgem, o Menino, Sant'Ana e São João Batista, na National Gallery em Londres. Este desenho emprega efeito sutil do sfumato, técnica de sombreamento presente em Mona Lisa. Pensa-se que Leonardo nunca fez uma pintura a partir dele, mas há uma notável semelhança com a pintura A Virgem e o Menino com Santa Ana, atualmente no Louvre.

Atualmente existe a especulação de uma outra versão (Versão Cheramy), em que Leonardo tenha participado, cronologicamente anterior a versão de Londres.

Detalhe - Virgem dos Rochedos

O mestre mostra que inovou na arte e na ciência.










Ao retornar para Florença, em 1500, foi recebido, juntamente com sua família e criadagem, pelos monges servitas do mosteiro de Santissima Annunziata, onde tinha à sua disposição um ateliê.
Foi ali que, de acordo com Vasari, ele criou o desenho da Virgem, o Menino, Sant'Ana e São João Batista - uma obra que conquistou tanta admiração que homens e mulheres, jovens e velhos vinham vê-la, em massa, como se estivessem frequentando um grande festival.

●A Virgem e o Menino com Santa Ana (1508)—Louvre.

● A Virgem, o Menino, Sant'Ana e São João Batista (1499-1500) - National Gallery, Londres.

Nessa nova pintura, a coroação dos muitos desenhos e esboços do tema, abordado pelo artista em diversas ocasiões como em A Virgem, o Menino, Sant'Ana e São João Batista, Leonardo emprega novamente o sutil efeito do sfumato.

A pintura retrata a Virgem Maria (cujo manto parece evocar a igualmente oblíqua Virgem Benois, uma de suas primeiras Madonas), seu filho Jesus e sua mãe Santa Ana, avó de Jesus, em uma cena privada e intimista. O que faz esta pintura incomum é que há duas figuras posicionadas obliquamente, sobrepostas. Maria está sentada no joelho de sua mãe, Santa Ana. Ela se inclina para frente para segurar o menino Jesus que brinca (um tanto grosseiramente) com um cordeiro, sinal de seu próprio e vindouro sacrifício. Essa pintura copiada muitas vezes, foi influência para Michelangelo, Rafael e Andrea del Sarto, e através deles Pontormo e Correggio. Na composição, Leonardo mostra novidades que serão adotadas principalmente pelos pintores venezianos Tintoretto e Veronese. Essa pintura assim como Mona Lisa acompanharia Leonardo desde então, entretanto ficou por concluir.

Em Florença está documentada uma pequena pintura da Virgem com o Menino trabalhada por Leonardo, por volta de 1501 em uma carta de Pietro da Novellara para Isabella d'Este. A pintura da Virgem do Fuso -como no caso da Virgem dos Rochedos com mais de uma versão-, destinava-se ao secretário de Estado francês Florimond Robertet, sendo-lhe entregue provavelmente uma de suas versões em 1507, em Blois.

“Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça”.

A Virgem do Fuso

Retrata uma cena de um forte vínculo entre mãe e filho -um amor maternal que se repetiria em pinturas como A virgem e o menino com Santa Ana-, o que leva a crer que a pintura fosse destinada a devoção privada.

O nome da obra baseia-se no fuso de significado ambíguo presente na pintura.


Ao longo dos tempos, vários críticos têm atribuído diversas interpretações ao fuso, mas o mais certo, é mesmo que represente uma cruz, mas simplesmente, de forma simbólica.

De fato, a enorme inteligência e criatividade de Leonardo permitia-lhe tratar todos os assuntos que lhe provocavam algum interesse recorrendo a símbolos. Caso queira representar uma cruz, especialistas apontam duas hipóteses, sendo a mais provável a segunda. Muitos creem, baseando-se nas cópias existentes, que o Menino mira o fuso (simbolicamente, a cruz) com uma devoção perplexa, reforçada pela expressão do seu olhar, que parece agradado com o objeto que tem em mãos. No entanto, em segunda hipótese, está a idéia de que o Menino brinca com o fuso com alegria, o que seria considerado uma heresia na altura em que foi pintada, caso este represente uma cruz.

A imagem de Jesus brincando com a cruz não seria aceita pela conservadora sociedade, e menos ainda pela Igreja e pelo Tribunal Inquisidor, o que reforçaria os fins de devoção privada.

Atualmente existem duas versões associadas a Leonardo, mas as atribuições não são unânimes. É provável que as pinturas sejam cópias do original de Leonardo, de autoria dos pupilos do artista, com ou sem o auxílio do mestre.“Imagem culminante da poética de da Vinci” — Pietro C. Marani



A Anuciação







Duas outras pinturas parecem datar deste seu período no ateliê de Verrocchio, ambas Anunciações:
● Uma é pequena, com 59 centímetros por 14; é uma predella, destinada a adornar a base de uma composição maior - neste caso, uma pintura de Lorenzo di Credi da qual ela foi separada. Na menor das pinturas Maria desvia seus olhos, e dobra suas mãos, num gesto que simbolizava a submissão à vontade de Deus
● A outra é uma obra muito maior, com 2 metros e 17 centímetros. Maria não está nem um pouco submissa. A bela jovem, interrompida em sua leitura por este inesperado mensageiro, coloca um dedo na sua Biblia para marcar o lugar onde parou e levanta sua outra mão num gesto formal de saudação ou surpresa. Esta jovem tranquila parece aceitar seu papel como a Mãe de Deus, não com resignação, mas com confiança. Nesta pintura o jovem Leonardo apresenta a face humanista da Virgem Maria, reconhecendo o papel da humanidade na encarnação de Deus.

Em ambas as Anunciações Leonardo utilizou-se de um arranjo formal (como nas célebres pinturas de Fra Angelico sobre o mesmo assunto), da Virgem Maria sentada ou ajoelhada à direita do quadro, com um anjo de perfil se aproximando pela esquerda, com as asas eretas e portando um lírio em um cenário aberto, com um rico jogo de perspectiva linear.

Embora tenha sido atribuído anteriormente a Ghirlandaio, a maior das duas obras é considerada de maneira unânime nos dias de hoje como sendo de Leonardo.
Uma série de estudos meticulosos o levou a concretizar trabalhos como A Anunciação ou a futura Virgem do Cravo. O estudo de roupagens das personagens das obras são um dos marcos do seu percurso artístico, concebidos com uma primazia notável. Baseando-se em esculturas ou modelos de madeira ou terracota, cobertos por panejamentos e jóias - algo em voga, para não ter que pagar cortesãs para posarem para si - Leonardo desenvolveu as suas competências no desenho e sabendo-o bem, no seu Trattato della Pittura, aconselha os artistas a praticarem o desenho através do estudo de relevos e esculturas. Estes estudos, primeiramente postos em prática pelo artista, prepararam um génio sagaz e um mestre inconfundível. O humanista Paolo Giovio e Vasari referem constantemente nas suas obras, a perfeição do jovem artista nos seus desenhos, já no seu início como artista. Vasari refere mesmo que «os desenhos de Da Vinci são tão perfeitos e relatam tão incansável procura por novos detalhes, com um esforço de imaginação soberbo, que dificilmente os conseguem igualar.»

Dando início a carreira profissional de artista, o retrato de uma jovem foi encomendado diretamente a Leonardo, marcante, possui uma forte presença iconográfica e uma austera amargura.

Ginevra de' Benci

“Cosa bellissima” Giorgio Vasari

Frente e reverso de Ginevra de' Benci - Prematuramente noiva de Luigi di Bernardo di Lapo Niccolini, a juventude de Ginevra, filha de Amerigo Benci, um banqueiro, e possívelmente desejada do embaixador de Veneza, Bernardo Bembo alcançou a eternidade com esta pintura, encomendada provavelmente pelo último, embora seja sugerido que a encomenda tenha sido feita pela família da jovem em comemoração de seu casamento.

A pintura inicialmente maior, sofreu danos, e proprietários posteriores provavelmente a compactaram com um corte de cerca de nove centímetros em sua parte inferior. Tal suposição é sustentada pela pintura do reverso, e por um desenho preparatório de mãos, que seria da mesma jovem. O desenho encontra-se na Royal Library , Castelo de Windsor


A criptografia “uomo senza lettere” Leonardo da Vinci

Alguns historiadores e especialistas concluem que Leonardo gostava muito de distorcer coisas como em um quebra-cabeça.

Muitos acham que sua escrita invertida era um código que protegia seus esboços contra espiões. Segundo Bruce Peterson, da RYP Australia Major Projects, Leonardo da Vinci escrevia assim porque era canhoto e não queria borrar os textos que criava febrilmente.

Já historiadores acreditam que esta escrita era um sinal de que Leonardo da Vinci tinha dislexia, pois escrevia de forma embaralhada e ás vezes gostava de formar anagramas.
Tem-se conta de que o nome da jovem e o da pintura formam um jogo iconográfico de palavras.

Atrás da bela jovem, surge uma juniperus. A palavra italiana que define esta árvore é ginepro, significando genebra ou zimbro. Contudo, o significado renascentista da árvore era a pureza e a castidade. Esta idéia é reforçada pela frase inscrita no reverso da pintura, na qual está pintado um pergaminho com louros e uma palma, ambos em torno de um pequeno ramo de zimbro. No pergaminho há os seguintes dizeres: A beleza adorna a virtude (VIRTUTEM FORMA DECORAT).

A expressão facial da jovem é o mais intrigante na pintura. Olhando o espectador sem encarar, a incerteza dos seus sentimentos intriga os especialistas; não se sabe se está cansada, triste, serena, zangada, ou seja, um rol de sentimentos inacabáveis que a expressão facial lhe atribui.

Uma jovem que oculta o íntimo, modesta, ausente de jóias, tem como maior adorno a própria beleza natural como a paisagem que a cerca, o que poderia justificar a inscrição do reverso.
De 1487 a 1490 grandes feitos que o retrato de uma jovem muito admirada na corte lhe é encomendado, cujo resultado seria uma mistura da linguagem iconográfica de Ginevra de' Benci e o naturalismo da Virgem dos Rochedos.

A Dama do Arminho – Retrato de Cecilia Gallarani

Entre as suas obras acabadas ocupa uma posição de destaque um retrato de uma senhora da aristocracia, que segura nas mãos um arminho: o retrato de Cecília Gallerani, mundialmente conhecido como Dama com Arminho. Pintado por volta de 1488, o quadro concentra todas as inovações de Leonardo na época: a representação do rosto virado em uma posição de três-quartos, o gesto da mão, <> e <>visando a uma estrutura helicoidal. Cecília parece reagir a presença de alguém fora da pintura em um movimento de giros de cabeça e tronco, o arminho de tamanho um tanto exagerado, repete-lhe o gesto, cuja mão curvada elegantemente corresponde, por sua vez, ao movimento do animal, criando um sintonia entre modelo e o arminho.
De fato, a linguagem iconográfica utilizada por Leonardo nesta obra -que nos remete a uma pintura de sua fase inicial, a Ginevra de' Benci-, fez com que permanecessem vários mistérios em relação ao simbolismo do arminho. Acredita-se que o arminho é uma alusão ao apelido da jovem aristocrata, visto que o som de «Gallerani» é remanescente da acepção grega para arminho, «galée». Noutra vertente, o animal é considerado um sinal de pureza, pois acreditava-se o arminho preferia morrer em uma caçada, do que se refugiar em alguma toca, para não sujar seu manto branco. Porém, a razão mais provável é a terceira, ou seja, a alusão a Ludovico Sforza. A jovem era a amante de eleição de Ludovico e, a partir de meados de 1488, este começou a usar o arminho como um dos seus emblemas. Assim Ludovico, sob a simbólica forma de animal, surge no regaço da jovem, bem penteado e acariciado pelas mãos da sua amante. Existem provas documentais de que o quadro pertenceu a retratada.


Detalhe de Dama com Arminho.

É possível notar na ponta dos dois dedos inferiores retoques grosseiros, assim como a região esquerda do modelo, efeito de restaurações posteriores.

“O mais belo desenho do mundo”.- Bernard Berenson


Retrato de Mulher de Perfil (1493-1495), trata-se do retrato da esposa de Ludovico Sforza, Beatriz d'Este.

Pintado provavelmente pelos irmãos Ambrogio e Evangelista de Predis, a qualidade do traço da cabeça da retratada sugere que Leonardo tenha participado da pintura, se responsabilizando pelas bases do desenho.

Por volta deste período datam-se mais três retratos atribuídos ao artista -La Belle Ferronière, Retrato de Mulher de Perfil e Retrato de um Músico, sendo este último, o único retrato pictórico masculino atribuído a Leonardo.

Quadro de Mulher de Perfil, inicialmente de origem alemã do século XIX, em 2009 foi atribuído a Da Vinci. Identificado graças a uma impressão digital e datação por carbono e infravermelhos.

“As mãos e os braços, em todas as suas ações devem exibir a intenção da mente que os move, até quando for possível, porque, por meio deles, quem tiver um bom julgamento mostrará intenções mentais em todos os seus movimentos”. — Leonardo da Vinci

Leda e o Cisne, cópia de Cesare da Sesto, pupilo de Leonardo, baseado no original perdido.

Representa Leda rainha de Esparta e Zeus, transfigurado em cisne. O estilo de Leonardo é muito bem comportado, parece ser o primeiro nu de suas obras. Mas em sua época, essa pintura foi tratada por seus contemporâneos como um tema muito erótico.

Aqui se pode observar toda a sua técnica sobre perspectiva aérea. Em primeiro plano as linhas dos contornos são mais vivos e à medida que a imagem vai se afastando, ela perde a nitidez, devido à atmosfera.
Sua cópia (o original não existe mais) se encontra na Galeria Borghese em Roma, Itália.



Nesta altura começou a pintura mural da Batalha de Anghiari



● O desenhista

Revelou desde cedo uma aptidão genial para o desenho, área em que, tecnicamente, mais se destacou, pelo menos na sua carreira prematura.

Não foi um pintor prolífico, mas foi o mais prolífico desenhista (projetista), mantendo diários cheios de pequenos rascunhos e desenhos detalhados registrando todas as coisas que lhe chamavam atenção. Juntamente com os diários, existem diversos estudos de pinturas, alguns dos quais podem ser identificados como preparações para trabalhos específicos como A Adoração dos Magos, a Virgem dos Rochedos e A Última Ceia. Seu desenho mais antigo, é o Vale do Arno (1473), que ostenta as montanhas tão frequentes em suas obras.

Outros desenhos de interesse incluem numerosos estudos geralmente referidos como "caricaturas", porque, embora exagerados, parecem ser baseados em observação de modelos vivos, como Cabeças Grotescas. Vasari refere que, se Leonardo encontrar-se pessoas com personalidade interessante, ele iria acompanhá-las o dia todo observando.


A Janela da Ilusão
Leonardo é o maior mestre no emprego da técnica da perspectiva, através da qual consegue criar a ilusão de profundidade em suas pinturas Na Última Ceia e mesmo em obras mais antigas, como a inacabada Adoração dos Magos, de 1481, temos a sensação de olhar não para uma superfície plana como a tela, mas através de uma janela que se abre para o interior do quadro. Um esboço preparatório que Leonardo elaborou para a Adoração dos Magos revela, passo a passo, o método que o artista emprega para criar essa ilusão. Ele começa desenhando uma espécie de tabuleiro de xadrez, levemente inclinado, que será utilizado para representar o chão da obra. Depois, vai dispondo todos os elementos nesse tabuleiro, que serve de guia para determinar a posição e a altura de cada parte da composição. Assim, os objetos mais próximos do observador do quadro aparecem proporcionalmente maiores do que aqueles mais afastados, garantindo a perfeita sensação de profundidade.

A técnica tem duas regras básicas. A primeira: as linhas verticais do tabuleiro, apesar de paralelas, devem convergir todas para um único "ponto de fuga", situado no infinito. A segunda determina que uma mesma fonte de luz imaginária deve iluminar todos os objetos representados no quadro. Essa técnica, desenvolvida pelo arquiteto Filippo Brunelleschi (o criador da cúpula da catedral de Florença) na década de 1420, foi formalizada no tratado Da Pintura (1435), de Leon Alberti. Seu objetivo básico é desenhar da forma mais realística possível o tabuleiro de xadrez que serve de base para a construção do espaço em profundidade na pintura. Fonte: veja.abril.com.br

Existem numerosos estudos de belos jovens, muitas vezes associados a Salai, com sua rara e muito admirada beleza facial, o então chamado "perfil grego". Outros estudos muito detalhados são os de roupagens, um bom exemplo é o macabro Retrato de Bernardo di Bandino Baroncelli executado, em que com desapaixonada integridade Leonardo descreve as vestes do participante da Congiura dei Pazzi.

“Il bono pittore ha da dipingere due cose principali, cioè l'homo e il concetto della mente sua. Il primo è facile, il secondo difficile perché s'ha a figurare con gesti e movimente delle membra.” Leonardo da Vinci


Cabeça de Guerreiro 1475
Desenho a ponta de prata



Retrato de Bernardo di Bandino Baroncelli executado. Élegível a escrita leonardiana, um dos seus trabalhos mais intrigantes deste início de carreira, já no estúdio de Verrocchio, a pena e tinta, realizado a caneta de aparo sobre papel preparado, que conclui o maior registro desenhado, realizado em 29 de dezembro de 1479. Trata-se do retrato de um cadáver, um participante da Congiura dei Pazzi, executado pelo assassinato de Giuliano de' Medici. Na inscrição no topo do papel, Leonardo descreve o vestuário do executado, incluindo as cores com sua típica escrita invertida. Na margem inferior direita do trabalho aparece ainda uma cabeça. Referência notável para o seu trabalho é a facilidade e o domínio do traço, que revelaria mais tarde no pincel.


Desenho de Ornithogalum umbellatum
A Botânica também constituiu objeto de estudo para Leonardo.
Conhecia certas propriedades dos vegetais, estudou a origem dos ramos menores a partir dos maiores, e a influência do ar, da luz solar, do orvalho e dos sais da terra na vida das plantas.




Modelos de máquinas voadoras planejados por Leonardo.
Fascinado pelo fenômeno de vôo produziu detalhado estudo do vôo dos pássaros, e planos para várias máquinas voadoras, tentou aplicar seus estudos para os protótipos que desenhou, o primeiro batizado de SWAN DI VOLO (Cisne voador), segundo especialistas é de 1510, inclusive um helicóptero movimentado por quatro homens, e um planador cuja viabilidade já foi provada.
Reverenciado por sua engenhosidade tecnológica; concebeu ideias muito à frente de seu tempo, como um helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solar, uma calculadora, o casco duplo nas embarcações, e uma teoria rudimentar das placas tectônicas.

Um número relativamente pequeno de seus projetos chegou a ser construído, durante sua vida (muitos nem mesmo eram factíveis), mas algumas de suas invenções menores, como uma bobina automática, e um aparelho que testa a resistência à tração de um fio, entraram sem crédito algum para o mundo da indústria.



Esboço de um cavalo Em 1469, Leonardo mudou-se para Florença onde iniciou a sua aprendizagem em pintura no atelier do célebre pintor florentino Andrea del Verrocchio (1436-1488).

O Homem Vitruviano ou homem de Vitrúvio, está entre seus desenhos mais famosos. Um estudo das proporções do corpo humano, e a Cabeça de Anjo, esboço de Uriel. Conceito apresentado na obra “Os dez livros da Arquitetura”, escrita pelo arquiteto romano Marco Vitruvio Polião, do qual o conceito herda no nome considerado um cânone das proporções do corpo humano, segundo um determinado raciocínio matemático e baseando-se, em parte, na divina proporção.
Desta forma, o homem descrito por Vitrúvio apresenta-se como um modelo ideal para o ser humano, cujas proporções são perfeitas, segundo o ideal clássico de beleza.

Durante a Idade Média, a descrição gráfica se perdeu. Com a redescoberta dos textos clássicos durante o Renascimento, uma série de artistas, arquitetos e tratadistas dispuseram-se a interpretar os textos vitruvianos a fim de produzir novas representações gráficas. Dentre elas, a mais famosa e (hoje) difundida é a de Leonardo da Vinci.

O desenho do Homem Vitruviano, é tido como um ícone cultural reproduzido por todas as partes, desde o euro até camisetas. Cerca de quinze de suas pinturas sobreviveram até os dias de hoje; o número pequeno se deve às suas experiências constantes e frequentemente desastrosas com novas técnicas, além de sua procrastinação(adiamento) crônica. Ainda assim, estas poucas obras, juntamente com seus cadernos de anotações - que contêm desenhos, diagramas científicos, e seus pensamentos sobre a natureza da pintura - formam uma contribuição às futuras gerações de artistas que só pode ser rivalizada à de seu contemporâneo, Michelangelo.

● O arquiteto
Em 1502 produziu um desenho de uma ponte como parte de um projeto de engenharia civil para Sultão Beyazid II de Constantinopla. Nunca foi construída, mas a visão de Leonardo foi ressuscitada em 2001 quando uma ponte menor, baseada no projeto dele, foi construída na Noruega.
Projeto arquitetônico de uma cidade; projeto de um porto circular e templo centralizado.



A cidade ideal
Vivendo em Milão, que estava infestada pela peste negra, Da Vinci visionou uma cidade mais eficiente que ele teria orgulho em chamar de lar. Seus desenhos arquitetônicos são altamente detalhados e até incluem estábulos com ventilação de ar fresco. Para a perplexidade dos Milaneses modernos ele não deixou espaço para um estádio de futebol.


Projeto de cidade
Leonardo projetou também um castelo com sistema triplo de segurança. Um dos cantos dessa construção tinha duas fortificações: a primeira estendia-se até o canto do forte e a outra estendia-se sobre parte da parede externa.



Porto circular


Templo centralizado


● Arquitetura militar


Um tanque blindado projetado por Leonardo no parque de château d’Amboise.

Durante seu período em Milão com Ludovico Sforza e depois Maximiliano Sforza, Leonardo projetou vários prédios com armas de guerra e reforços. Sua habilidade para arquitetura militar contribuiu para sua fama entre os Sforza.
Entre seus mais formidáveis projetos militares está uma escada para uso numa torre fortificada. O projeto incluía quatro rampas independentes de outras. Assim, os soldados podiam subir e descer de 4 andares sem esbarrar em grupos de soldados que iam em direção contrária.


Em 1502, projetou um fosso interessante. Escondeu uma torre cilíndrica debaixo d'água com um teto levemente inclinado que saía um pouco da superfície da água. Os defensores que estivessem dentro da torre poderiam disparar suas armas através da superfície da água. Feno molhado cobria o teto da torre contra os danos causados pelos disparos.


Besta gigante sobre rodas



Besta de disparo potencializado


Morteiro com projéteis explosivos

● O cientista Como cientista, foi responsável por grande avanço do conhecimento nos campos da anatomia, da engenharia civil, da óptica e da hidrodinâmica.

Considerado por vários o maior gênio da história, devido à sua multiplicidade de talentos para ciências e artes, sua engenhosidade e criatividade, além de suas obras polêmicas. Num estudo realizado em 1926 seu QI foi estimado em cerca de 180.

Da Vinci tentou entender os fenômenos e descrevendo em detalhe extremo, e não enfatizou experiências ou explicações teóricas. Ao longo de sua vida, planejou uma enciclopédia baseado em desenhos detalhados de tudo. Como não dominava o latim e a matemática, o Leonardo da Vinci cientista era ignorado pelos estudiosos contemporâneos.

Talvez até mesmo mais impressionantes que os seus trabalhos artísticos sejam os estudos em ciências e engenhosas criações, registrados em cadernos que incluem umas 13 000 páginas de notas e desenhos que fundem arte e ciência.

Trabalhos Científicos: homem vitruviano, anatomia do tronco, estudo de pé e perna, anatomia do olho, estudo da gravidez, estudos e embriões.

Ele participou em autópsias e produziu muitos desenhos anatômicos extremamente detalhados e planejou um trabalho inclusive com humanos e anatomia comparativa. Ao redor do ano 1490, ele produziu um estudo das proporções humanas baseado no tratado recém-redescoberto do arquiteto romano Vitruvius. Leonardo debruçou-se sobre o que foi chamado o Homem Vitruviano, o que acabou se tornando um dos seus trabalhos mais famosos e um símbolo do espírito renascentista.

O desenho reproduz a anatomia humana conduzindo eventualmente ao desígnio do primeiro robô conhecido na história que veio a ser chamado de O Robô de Leonardo.

Este cavalheiro estudou anatomia mais do que qualquer pessoa, demonstrando por meio de desenhos a estrutura dos músculos, nervos, veias, juntas e intestinos de corpos, tanto de homens como de mulheres", dizia De Beatis a respeito de Leonardo, depois de visitá-lo no castelo de Cloux.



O Homem Vitruviano
Da Vinci modelou seu humano perfeito a partir das proporções deixadas por Vitruvius, um antigo arquiteto romano. O homem de aparência fechada tem razão para sorrir: ele é hoje considerado uma das figuras mais reconhecíveis no planeta.



Estudo do tronco


Estudo de pé e perna


Estudo do olho







Pescoço e ombros


Estudo de gravidez Estudos de embriões (1510-1513) nos quais retrata imagens impossíveis de se ver na época, mas completamente atuais.









● O inventor Grande inventor de sua época, um homem à frente de seu tempo. Seu interesse e criatividade em vários campos de estudo deram origem a invenções como: salva-vidas, pára-quedas, bicicleta, entre outras.
Trabalhos de invenções: máquina voadora, máquina escavadora, isqueiro, paraquedas, besta gigante sobre rodas, máquina a vapor, submarino.



Máquina voadora








Máquina escavadora







Máquinas de fabricar limas











De setembro de 1513 a 1516 passou a maior parte do seu tempo vivendo no Belvedere, no Vaticano, em Roma, período durante o qual Rafael e Michelangelo também estavam em atividade. Em outubro de 1515, Francisco I da França reconquistou Milão; Leonardo estava presente no encontro entre Francisco I e o Papa Leão X, em 19 de dezembro, ocorrido em Bolonha.



O leão mecânico, encomendado por Francisco I, que pudesse caminhar para a frente, e abrir seu peito, revelando um ramalhete de lírios.

A réplica de um leão mecânico criado por Leonardo Da Vinci há 500 anos está em exibição em um museu na França dedicado ao artista e engenheiro italiano.

Acredita-se que Da Vinci tenha criado o "robô" para divertir o rei francês, Francisco I, cujo trono herdou da mãe Luísa de Sabóia.

A peça original se perdeu e como Da Vinci não deixou projetos detalhados sobre o leão mecânico, artistas e engenheiros construíram a réplica com base em alguns desenhos com instruções deixadas por ele.

Da Vinci foi morar na França a convite do rei. Durante sua passagem pelo país, ele desenhou palácios e organizou cerimônias reais. (Atualizado em 14 de agosto, 2009 - 15:10 (Brasília) 18:10 GMT
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/multimedia/2009/08/090814_leaodavinci_video.shtml)

● O escultor
Leonardo começou a fazer os projetos detalhados para a sua fundição; Michelangelo, no entanto, sugeriu, de maneira indelicada, que Leonardo seria incapaz de fazê-lo.

Continuou a trabalhar em Milão, entre 1482 e 1499 em outros diversos projetos para Ludovico, incluindo o preparo de carros alegóricos e desfiles para ocasiões especiais, o projeto de uma cúpula para a Catedral de Milão, e um modelo de um imenso monumento equestre para Francesco Sforza, o antecessor de Ludovico. Setenta toneladas de bronze foram separadas para a sua confecção; o monumento permaneceu interminado por diversos anos, o que não foi comum na carreira de Leonardo.

1492 o "Gran Cavallo" modelo de argila terrminado bem maior em tamanho, que as duas únicas estátuas equestres do Renascimento, a estátua de Gattemelata, em Pádua, e a de Bartolomeo Colleoni, de Verrocchio, em Veneza.

Explode em Milão a Segunda Guerra Italiana (1499–1504), e Ludovico Sforza é deposto. Após a destruição de seu modelo em argila para o Gran Cavallo pelas tropas francesas utilizaram-se do modelo de argila do Gran Cavallo como alvo para praticar tiro. Leonardo sente-se fortemente motivado a abandonar a cidade. Acompanhado de Salai e seu amigo Luca Pacioli parte para Veneza, sendo empregado como engenheiro e arquiteto militar, e no ano seguinte para Florença.

Em 1506, o então governador francês do ducado de Milão, Charles d'Amboise, solicitou ao governo de Florença a permissão para a viagem de Leonardo a Milão, para resolver ao problema de trabalhos pendentes. A permissão concedida era de três meses, entretanto o artista terminou permanecendo na cidade mais tempo do que o previsto.

Em novembro de 1494 Ludovico usou o bronze para fabricar canhões, visando defender a cidade da invasão de Carlos VIII da França. Com a deposição de Ludovico Sforza, Leonardo, juntamente com seu assistente, Salai, e seu amigo, o matemático Luca Pacioli, abandonou Milão e fugiu para Veneza, onde foi empregado como arquiteto e engenheiro militar, planejando métodos de defender a cidade de um ataque naval.

Em 1502 Leonardo passou a trabalhar para César Bórgia, filho do Papa Alexandre VI, atuando como arquiteto e engenheiro militar, e viajando por toda a Itália com seu patrão; é nessa viagem que conhece Nicolau Maquiavel. Retornou à Florença, onde voltou a fazer parte da Guilda de São Lucas, em 18/10/1503; recebeu a encomenda de um retrato: a Mona Lisa, e passou os dois anos seguintes desenhando e pintando um grande mural da Batalha de Anghiari para a Signoria, enquanto Michelangelo foi responsável pela peça que a acompanhava, A Batalha de Cascina. Ainda em Florença, em 1504, fez parte de um comitê formado para transferir, contra a vontade do próprio autor, Michelangelo, a célebre estátua do Davi.

Em 1506 retornou a Milão. Muitos dos seus pupilos e seguidores mais importantes, no campo da pintura, ou o conheceram ou trabalharam com ele naquela cidade, incluindo Bernardino Luini, Giovanni Antonio Boltraffio e Marco D'Oggione.

● Sua anotações
Os seus cadernos também contêm várias invenções no campo militar: canhões, um tanque blindado movimentado por humanos ou cavalos, bombas de agrupamento, etc., embora considerasse a guerra como a pior das atividades humanas. Outras invenções incluem um submarino e um dispositivo de engrenagem que foi interpretado como a primeira calculadora mecânica. Nos anos dele no Vaticano, planejou um uso industrial de poder solar, empregando espelhos côncavos para aquecer água(inventou a primeira máquina a vapor).

Em astronomia, acreditou que o Sol e a Lua giravam ao redor da Terra, e que a Lua refletia a luz do Sol devido a ser coberta por água.

Outros desenhos de interesse incluem numerosos estudos de deformidades faciais que são freqüentemente referidas como caricaturas, enquanto que uma análise mais próxima da estrutura do esqueleto indica que a maioria foi baseada em modelos vivos. Há numerosos estudos do belo jovem Salaino com seu raro e admirável traço facial, o assim chamado “perfil grego”. Ele é frequentemente retratado usando fantasias.

Conhecido por ter desenhado composições para carros alegóricos (quadros-vivos) com os quais podia estar associado. Outros desenhos, frequentemente meticulosos, mostram estudos para drapejamento (pano para cortina). Um desenvolvimento marcante na habilidade de Leonardo em drapejamento ocorreu em seus primeiro anos.

Não publicou e nem distribuiu os conteúdos de seus cadernos. A maioria dos estudiosos acredita que Leonardo quis publicar os cadernos e fazer com que as sua observações fossem de conhecimento público. Eles permaneceram obscuros até o século XIX.

Sua influência na história da arte européia é bastante profunda. Algumas técnicas desenvolvidas por ele, destacadamente o sfummato(esfumaçado) e o chiaroscuro,(claro e escuro) tornaram-se uma regra para a pintura dos séculos vindouros.

Considerado por muitos como o arquétipo do Homem do Renascimento.

Foi exposto desde cedo a uma vasta gama de técnicas, e teve a oportunidade de aprender desenho técnico, química, metalurgia, mecânica, carpintaria, a trabalhar com materiais como couro e metal, fazer moldes, além das técnicas artísticas de desenho, pintura, escultura e modelagem. Boa parte da produção de pinturas do ateliê de Verrocchio era feita por seus funcionários.

De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o Céu”. (Giorgio Vasari)

Sua personalidade sempre foi cercada por uma aura de mistério. Os estranhos engenhos eram vistos com suspeita na época em que viveu.

● As dez melhores idéias: Grande inventor de sua época, um homem à frente de seu tempo. Seu interesse e criatividade em vários campos de estudo deram origem a invenções como: salva-vidas, pára-quedas, bicicleta, entre outras.


10 - Pintura reversa
Era uma maneira de enganar os plagiadores da renascença que olhavam suas anotações ou apenas uma maneira de evitar a bagunça que a tinta fazia para um canhoto? Qualquer que fosse seus motivos, Da Vinci certamente gostava de escrita reversa: a maioria de seus diários estão embaralhados dessa maneira.



09 - Engrenagens para mergulho submarino
A fascinação de Da Vinci com o mar ajudou a criar vários projetos para exploração aquática. Seu traje de mergulho era feito de couro, conectado a um snorkel feito de cana e um cinto que flutuava na superfície.

Provar o traje era também prático, ele incluía um saco onde o mergulhador poderia utilizar para urinar.


08. Ponte giratória
Sempre fã de saídas rápidas, Da Vinci pensou que sua ponte giratória poderia ser mais bem usada na guerra.

Os materiais leves e fortes, fixados a um sistema de cordas e polias, permitiam um exército instalá-la e atravessá-la em instantes.



07. Planador com asas

A imaginação de Da Vinci estava cheia de idéias de máquinas voadoras, incluindo vários planadores equipados com asas que batiam.

Esse modelo com assentos e controles para o piloto não incluía um capacete.


06. Canhão de três canos
Mais pensador do que lutador, o desgosto de Da Vinci por conflito não o impedia de sonhar com projetos de canhões muito mais eficientes como este.

Este modelo seria uma arma mortal em campo de batalha, rápido e leve com muito mais poder de fogo.



05. Parafuso voador
Cientistas modernos concordam que possivelmente nunca saiu do chão, mas o projeto do “helicóptero” ainda é um dos seus mais famosos.

A curiosa geringonça era para ser operada por uma equipe de quatro homens e poderia ter sido inspirada por um moinho de vento de brinquedo popular na sua época.


03. Carro auto-propelido
Não é uma Ferrari, mas o projeto de Da Vinci para um veículo auto-propelido era revolucionário para seu tempo. Este “carro” de madeira se movia pela inteiração de molas com rodas engrenadas. Cientistas de um museu de Florença construíram uma réplica em 2004 e descobriram que funcionou como Da Vinci pretendia.



02. Datação geológica Placa tectônica? Moleza. Enquanto a maioria de seus contemporâneos explicavam que fósseis de moluscos encontrados no topo de montanhas eram restos deixados pelo Dilúvio, Da Vinci (corretamente) supunha que as montanhas teriam formado uma vez o litoral muitos anos antes de moverem-se para cima.




01. Roda d’agua com Taças Desenho – 1503








● Engenharia mecânica Máquina de remover água de um lado ao outro

Os estudos de Leonardo sobre mecânica dos fluidos apresentam um destaque especial em sua obra. Tinha várias idéias sobre a forma de remover a água de um lugar para outro e comprovou seus conhecimentos de Hidrodinâmica com projetos para a construção de canais.

Para tanto, estudou extensamente o movimento dos corpos através dos fluidos e discutiu os movimentos da água devidos à gravidade (ela tende sempre a dirigir-se ao local mais baixo).

Formulou teorias sobre a formação das chuvas, tendo observado o congelamento da água e a evaporação devida ao calor.

Mas nem todas as idéias de Leonardo sobre a gravidade foram corretas: muitas delas refletiam ainda fortes influências do dogmatismo aristotélico, que sé seria definitivamente abandonado, em favor do racionalismo de Galileu e Newton, no século XVII.


● História

Possível casa onde nasceu

Cresceu no campo o que poderá justificar o seu amor pela natureza.

Teve uma grande paixão por cavalos que, mais tarde, foram objecto de magníficos estudos.

Ao longo da vida de Leonardo, seu extraordinário poder de inventividade, sua "espetacular beleza física", "graça infinita", "grande força e generosidade", "espírito régio e tremendo alcance mental", atraíram a curiosidade daqueles que o cercavam. Como foi descritos por Vasari

Diversos autores especularam sobre os vários aspectos da personalidade de Leonardo; um deles é o seu respeito à vida, evidenciado por seu vegetarianismo e o seu hábito de comprar pássaros engaiolados e libertá-los.

Teve muitos amigos que se tornaram profissionais renomados em seus campos, ou que são célebres até hoje por sua importância histórica. Entre eles está o matemático Luca Pacioli, com quem ele colaborou num livro na década de 1490, assim como Franchinus Gaffurius e Isabella d'Este.[carece de fontes?] Com a exceção desta última, Leonardo parece não ter se relacionado intimamente com mulheres. Isabella foi retratada por ele durante uma viagem que levou-os a Mântua; o retrato teria sido usado como rascunho para uma pintura, que não existe mais. Além de suas amizades, Leonardo mantinha sua vida privada em segredo. Sua sexualidade foi alvo frequente de estudos, análises e especulações. Esta tendência já se iniciou no meio do século XV, e tomou novo ímpeto nos séculos XIX e XX, especialmente a partir de Sigmund Freud.

Apesar do recente interesse e admiração por Leonardo como cientista e inventor, durante mais de quatrocentos anos a sua enorme fama apoiou-se nos seus feitos como pintor e num punhado de obras, autenticadas ou atribuídas a ele, que vêm sido vistas desde então como algumas das obras-primas supremas já criadas pelo homem. Estas pinturas ficaram famosas por uma série de qualidades que foram muito imitadas por estudantes e discutidas extensivamente por conhecedores e críticos. Entre algumas destas qualidades que tornam a obra de Leonardo única estão as técnicas inovadoras que ele usou na aplicação da tinta, seu conhecimento detalhado de anatomia, luz, botânica e geologia, seu interesse na fisiognomonia e na maneira pelo qual os humanos registram emoções em suas expressões e gestos, seu uso inovador da forma humana em composições figurativas, e o uso da graduação sutil da tonalidade. Todas estas qualidades encontram-se reunidas em suas obras mais famosas, como a Mona Lisa, A Última Ceia e a Virgem dos Rochedos.

Não se sabe ao certo a natureza da origem do trabalho inacabado, é sugerido tratar-se da Virgem dos Rochedos versão de Londres, em que, em uma sentença judicial datada de 27 de abril, era cobrada a finalização da pintura à Leonardo e Ambrogio de Pedris. Possivelmente, a pintura inicial tratava-se de uma cena de adoração ao Menino Jesus, já que exames em infravermelho realizados em 2005 revelaram uma pintura diferente oculta, por baixo da versão visível, entretanto Leonardo retomou a composição da anterior Virgem dos Rochedos de 1483, com leves alterações, e figuras maiores e mais monumentais do que a versão anterior. O fator da execução da mesma pintura é alvo de controvérsias, mas sabe-se que a versão de Londres foi a entregue de fato a confraria, mesmo provavelmente ainda inacabada, e a anterior ficou em mãos de Leonardo.

Encargos na Corte - Entre 1487 e 1490 Leonardo assume uma posição de destaque na corte milanesa. O seu trabalho não se resumia a pintar, mas também a organizar festividades;
- Trabalhou vários anos na realização de uma estátua equestre para o antecessor de Ludovico, Francesco Sforza, que nunca concluiu e na edificação de estruturas defensivas, como arquiteto militar do duque.
- Participou da decoração de quartos e apartamentos da corte (sendo somente parte da Salla delle Asse trabalhada por volta de 1498, o que restou deste encargo).

Também na decoração do refeitório dos padres dominicanos de Santa Maria delle Grazie(1495-1498).

“Os Médici me fizeram, e os Médici me destruíram” — Leonardo da Vinci
Em 1512, Massimiliano Sforza, filho de Ludovico toma posse do ducado de Milão, após a expulsão das tropas francesas de Luís XII, e Leonardo viu-se sem patrono. Em 1513, o filho de Lourenço il Magnifico, Giuliano de' Médici, o então chefe do estado de Florença, fez um convite para Leonardo viajar à Roma, que estava sobre o controle do seu irmão mais velho, Giovanni, agora Papa Leão X. Leonardo passa por outras cidades como Veneza, onde atua como arquiteto militar e viu-se não recompensado. Em Veneza recebe o peso da acusação de desrespeito aos mortos, por dissecar corpos humanos, e após parte para Roma.
Em 1513, Leonardo está hospedado no Palácio do Belvedere, no Vaticano, onde residiria até 1516, época em que seu rival Michelângelo e Rafael eram ativos em Roma. Leonardo então sente-se envolvido em crescentes problemas resultantes de seu afastamento da corte -incluindo intrigas com Michelângelo-, e depois é acusado e punido pelo papado devido aos seus estudos anatômicos, sendo proíbido de continuar seus estudos por possíveis irregularidades sacrílegas, sendo que de seu patrono, Giuliano não houve nenhuma intervenção. Suas últimas pinturas datam deste período em que o avanço de um problema de articulação em uma das mãos o faz aos poucos perder as forças, sendo que após esse período não pinta mais. Suas últimas pinturas são São João Batista em que novamente emprega o sutil efeito do Sfumato, Leda e o Cisne seu único nú, hoje perdido, e devido a fraquesa de sua mão, estava incapaz de dar continuidade a Virgem e o Menino com Santa Ana.

● Morte
Leonardo morreu em Clos Lucé, em 02/05/1519, Castelo de Francisco I – Rei da França.

O Castelo (Lo Chateau D’Amboise) é um dos castelos de Amboise, localizado a margem do rio.
1516 Leonardo passa a trabalhar diretamente a serviço de Francisco I e foi-lhe concedido o solar de Clos Lucé, próximo à residência do rei.


Foi no Castelo de Amboise que ele passou os três últimos anos de sua vida, acompanhado por seu amigo e aprendiz, o conde Francesco Melzi, e sustentado por uma pensão de totalizada 10.000 escudos.

Francisco I havia se tornado um grande amigo; e Vasari relata que o rei segurava a cabeça de Leonardo em seus braços quando este morreu - embora a história, amada pelos franceses e retratada em pinturas românticas de artistas como Ingres e Angelica Kauffmann, podem ser mais lenda do que realidade. Vasari também conta que, em seus últimos dias, Leonardo teria pedido que um padre lhe fosse trazido, para que se confessasse e recebesse a extrema unção. De acordo com o que pediu em seu testamento, sessenta mendigos seguiram o seu cortejo.


Enterrado na Capela de Saint-Hubert, no Castelo de Amboise. Melzi foi o principal herdeiro e inventariante, e recebeu, além de todo o dinheiro de Leonardo, todos os seus cadernos, ferramentas, sua biblioteca e seus objetos pessoais.

Leonardo também se lembrou de seu antigo pupilo e companheiro, Salai, e de seu criado, Battista di Vilussis; cada um recebeu uma metade das vinhas de Leonardo, sendo que de Salai tornaram-se posses as pinturas que acompanhavam o mestre desde então.
Seus irmãos também receberam terras.
Sua criada recebeu um manto negro de bom material, com as bordas de pele.


Interior da capela. Iniciamente a capela fazia parte integrante do castelo, mas agora só existe a capela que contém o túmulo de Leonardo

Cerca de vinte anos após a morte de Leonardo, o rei Francisco teria falado, segundo o escultor Benvenuto Cellini:
"Nunca nasceu no mundo outro homem que soubesse tanto quanto Leonardo, nem tanto [por seus conhecimentos de] pintura, escultura e arquitetura, mas por ele ter sido um grande filósofo."

Ateu fervoroso
Alguns simbolistas dizem que há mensagens escondidas em seus trabalhos que reforçam esta ideia. Apesar disso, há diversos estudos contemporâneos que atestam que Da Vinci foi um ateu fervoroso. Não obstante isto as suas obras de arte, dentre elas a A Última Ceia o colocam como um dos maiores expoentes da Arte sacra.

Em um ambiente ainda muito influenciado pela Igreja Católica era fácil trocar um estudo científico aprofundado por uma heresia; logo, especula-se que Da Vinci acabou optando pela clandestinidade para expressar o que realmente acreditava. Muitos sustentam[carece de fontes?] que Da Vinci era pagão e que só explorou as instituições religiosas para tirar lucro das incumbências deles.

As lendas em Da Vinci são múltiplas e elas ainda inspiram até hoje imaginações em cima de todo limite. O Código de Da Vinci é o exemplo contemporâneo mais evidente que a história do artista ainda desperta numerosas curiosidades e como muitas polêmicas. Os textos são analisados do ponto de vista simbólico entre seus trabalhos mais importantes.

Mas mesmo assim, ainda há o simbolismo por trás do nome: o nome Mona Lisa poderia ser um anagrama de duas divindades egípcias da fertilidade Amon e L'Isa, muito referenciadas pelos pagãos da época. Esta última hipótese foi inventada pelo escritor Dan Brown no seu livro O Código Da Vinci. Carece, contudo, de qualquer fundamentação histórica, tendo sido duramente criticada por estudiosos de arte. De fato, Leonardo não punha nomes nos seus quadros. O nome Monalisa foi dado à pintura por Giorgio Vasari, quase três décadas após a morte do pintor.

Homosexualismo
Atos homossexuais eram ilegais na Florença da época.

Em 2005, o ateliê foi redescoberto durante as obras de restauração de um edifício ocupado por 100 anos pelo Departamento de Geografia Militar.

Embora somente se conheça um retrato masculino a óleo na sua obra, o pintor explorou com ênfase o retrato da virilidade masculina, um interesse que se revela mesmo neste tempo de aprendiz.
As duas obras perderam-se com o tempo; a pintura de Michelangelo é conhecida apenas através de uma cópia de Aristotole da Sangallo, 1542.
A pintura de Leonardo é conhecida hoje em dia apenas por seus rascunhos preparatórios e por diversas cópias feitas da seção central - das quais a mais conhecida, e provavelmente a menos fiel à original, é a de Peter Paul Rubens.
D'Oggione é conhecido em parte por suas cópias contemporâneas da Última Ceia.

Em 1476 juntamente com mais três alunos do ateliê de Verrocchio, foram acusados de sodomia; segundo a acusação, ele teria tido relações homossexuais com Jacopo Saltarelli, um jovem de 17 anos muito popular à época em Florença como prostituto. Diante, no entanto, da falta de provas concretas que confirmassem semelhante acusaçãofoi absolvido.


A partir de 1476 até 1478 não existem registros, obras nem seu paradeiro, embora presume-se que tenha estado no ateliê, em Florença, entre 1476 e 1481.

Salai Os relacionamentos mais íntimos de Leonardo foram com seus dois pupilos, Gian Giacomo Caprotti da Oreno, apelidado Salai ou il Salaino ("pequeno diabo" na gíria da época), que entrou para o seu convívio familiar em 1490.

Depois de apenas um ano, Leonardo fez uma lista de suas contravenções, chamando-o de "um ladrão, um mentiroso, teimoso, e glutão", depois de ele ter roubado dinheiro e objetos de valor em pelo menos cinco ocasiões, e gastar uma fortuna em roupas. Ainda assim, em seus primeiros anos, os cadernos de Leonardo contêm diversas pinturas do estudante, que permaneceu como parte da família de Leonardo pelos trinta anos seguintes.

Salai também fez uma série de pinturas, sob o nome de Andrea Salai; embora Vasari tenha alegado que Leonardo "ensinou-lhe muito sobre pintura",sua obra é geralmente considerada como tendo um mérito artístico menor do que outros pupilos de Leonardo, como Marco d'Oggione e Beltraffio. Em 1515 Salai pintou uma versão nua da Mona Lisa, conhecida como Mona Vanna. O próprio Salai era proprietário da Mona Lisa na ocasião de sua morte, em 1525, e em seu testamento ela foi estimada em 505 liras, um valor excepcionalmente alto para um pequeno retrato.

Em 1506 Leonardo acolheu outro pupilo, o conde Francesco Melzi, filho de um aristocrata da Lombardia. Melzi, estudante predileto de Leonardo, viajou com o tutor para a França, onde esteve ao seu lado durante todo o fim de sua vida. Com a morte de Leonardo, Melzi herdou suas coleções, manuscritos e obras artísticas e científicas, patrimônio que ele administrou fielmente a partir de então.

De acordo com Alessandro Vezzosi, diretor do Museu Leonardo, em Vinci, existem provas de que Piero seria proprietário de uma escrava do Oriente Médio chamada Caterina, e que lhe teria dado um filho chamado Leonardo. A afirmação de que Leonardo teria sangue do Oriente Médio foi corroborada pela reconstrução de uma de suas impressões digitais, como relatada por Marta Falconi, jornalista da Associated Press, "Experts Reconstruct Leonardo Fingerprint", Fox News, 12 de dezembro de 2001.

Este possível acontecimento da criação de Leonardo por Caterina em sua infância, é a base de estudos como o realizado por Sigmund Freud, em que afirma que, Leonardo era homossexual.

"Parece-me que sempre fui destinado a me interessar muito profundamente por falcões, pois me lembro como uma de minhas primeiras recordações que, quando estava no berço, um falcão desceu sobre mim e abriu minha boca com a cauda, e me bateu muitas vezes entre os lábios com ela" - Leonardo da Vinci

Depois de vagar por alguma distância entre as rochas projetadas acima, cheguei à boca de uma imensa caverna, diante da qual me quedei por algum tempo estupefato, pois ignorava a sua existência (...) e após ficar ali algum tempo, de repente despertaram dentro de mim duas emoções - medo e desejo - medo da escura e ameaçadora caverna, desejo de ver se haveria alguma coisa maravilhosa lá dentro." - Leonardo da Vinci

Que Leonardo teria se juntado à guilda até mesmo antes deste período pode ser deduzido de registros de pagamentos feitos à Compagnia di San Luca no livro de registros da companhia, o Libro Rosso A, 1472-1520 (Accademia di Belle Arti).
Esta obra está atualmente na coleção dos Uffizi, Desenho n.º 8P.

Notas
Esse desenho em giz, é amplamente (embora não universalmente) aceito como um original autorretrato. A principal razão para a hesitação em aceitá-lo como um retrato de Leonardo é que o retrata de maneira aparentemente mais velho, com uma idade jamais alcançada por Leonardo.

Mas é possível que ele tenha desenhado a si mesmo deliberadamente idoso, especificamente para seu retrato como Platão em A Escola de Atenas, afresco de Rafael.

Em meados do século XV, a Itália não era propriamente um país, sendo formada por pequenos reinos e cidades-Estado, cada qual com o seu próprio soberano, moeda, leis e exércitos. Essas cidades se desenvolviam não somente comercialmente, mas também culturalmente, visando torna-se um centro cultural e exemplo, e assim, alcançar a imortalidade.

Existem 15 obras de arte significativas que são creditadas, tanto inteira como parcialmente, a Leonardo pela maioria dos historiadores da arte. Este número é formado principalmente por pinturas realizadas sobre madeira, mas também incluem um mural, um desenho grande feito em papel e duas obras que estavam em estágios iniciais de seu preparo. Existem diversas outras obras que foram atribuídas a Leonardo, sem a unanimidade dos acadêmicos.

Técnicas científicas modernas como a metalurgia e a engenharia ainda estavam em sua infância durante o Renascimento.

Diversas das invenções mais práticas de Leonardo são exibidas como modelos de trabalho no Museu de Vinci.

A terceira hora da noite era 10:30 pm, três horas depois de se dizer a Ave Maria. No chamado tempo italiano a primeira hora iniciava com o pôr-do-sol; as horas eram numeradas de 1 a 24. Essa forma de contar as horas possuía a vantagem de mostrar facilmente quantas horas ainda restavam sem a necessidade do uso de luz artificial. Foi introduzida na Itália durante o século XIV e foi de uso comum até o meio do século XVIII, ou mesmo até o meio do século XIX em algumas regiões.

Não se sabe para que ocasiões o leão mecânico teria sido construído, porém acredita-se que ele tenha sido usado para saudar o rei em sua entrada em Lyon, e talvez tenha sido usado também nas negociações de paz entre o rei francês e o papa, em Bolonha. Uma recriação do leão, a partir de especulações, foi feita e está em exibição no Museu de Bolonha.
Clos Lucé, também conhecido como Cloux, é atualmente um museu público.

"Leonardo da Vinci, que mais posso dizer? Seu gênio divino e sua mão divina lhe mereceu expirar sobre o peito de um rei. A virtude e a fortuna velam, prêmio aos grandes gastos, neste monumento que lhe correnponde." - Vasari.

No dia da morte de Leonardo, um edito real foi proclamado em Saint-Germain-en-Laye, a dois dias de viagem de Clos Lucé; isto normalmente é tido como prova de que o rei Francisco estaria presente ao lado do leito de morte do artista. White, no entanto, indica em Leonardo: The First Scientist que o edito não foi assinado pelo próprio rei.

Da Vinci tinha um amor natural pelos animais. O historiador Edward McCurdy, citado no livro Jaulas Vazias, do filósofo e professor emérito Tom Regan, menciona: "a mera idéia de permitir o sofrimento desnecessário e, mais ainda, de matar, era abominável para ele". Segundo os relatos verificados por Regan, o inventor adotou uma dieta vegetariana na infância, por razões éticas.

Leonardo teria atacado a vaidade humana com as seguintes palavras: "Rei dos animais - é como o humano descreve a si mesmo - eu te chamaria Rei das Bestas, sendo tu a maior de todas - porque as ajudas só para que elas te dêem seus filhos, para o bem da tua goela, a qual transformaste num túmulo para todos os animais."

Um bom pintor tem dois principais objetos para pintar: o homem e a intenção de sua alma; o primeiro é fácil, o segundo é mais difícil, pois ele tem que representá-lo pelas atitudes e movimento dos membros. - Leonardo da Vinci.

Descrição do vestuário de Bernardo di Bandino Baroncelli por Leonardo da Vinci: "Um pequeno tampão cor de bronze. Uma parelha de sarja preta. Um justilho preto, forrado, e o colar coberto com veludo pontilhado preto e vermelho. Um casaco azul forrado com peles de raposas. Mangas pretas. Bernardo di Bandino Baroncelli."

A descoberta da perspectiva linear no século XV, facilitou aos artistas a representação de distâncias em superfícies planas; os ângulos como paredes seguem a linhas com um único ponto de convergência chamado de ponto de fuga.

Os ensaios escultóricos da década de 1470 eram principalmente executados em terracota, Leonardo os utilizava como modelo para suas obras pictóricas, isso explica o volume presente em algumas pinturas desse período, como a Virgem do Cravo. Nossa Senhora das Neves.

"Homem sem estudos", é uma auto declaração de Leonardo, utilizada possívelmente para designar suas próprias limitações ou interesses; sendo comparável ao "Só sei que nada sei" de Sócrates.

A Alta Renascença cronologicamente engloba os anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento, sendo delimitada aproximadamente pelas obras de maturidade de Leonardo da Vinci (a partir de c. 1480) e o Saque de Roma em 1527. É a fase de culminação do Renascimento, que se dissipa mal é atingida, mas seu reconhecimento é importante porque aqui se cristalizam ideais que caracterizam todo o movimento renascentista: o Humanismo, a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão e equiparação ao cientista e ao erudito, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, tão perfeitamente encarnado em Da Vinci, Rafael e Michelangelo, e se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna não estava ainda completa, pelo menos estava assegurada sem retorno possível.

Eventos como a descoberta da América e a Reforma Protestante, e técnicas como a imprensa de tipos móveis, transformam a cultura e a visão de mundo dos europeus, ao mesmo tempo em que a atenção de toda a Europa se volta para a Itália e seus progressos e as grandes potências da França, Espanha e Alemanha desejam sua partilha, fazendo dela um campo de batalhas e pilhagens, e com isso espalhando sua arte e influência por uma vasta região do continente.

Nesse período as pinturas de Da Vinci revelam um conhecimento e uma desenvoltura excepcionais na sua vertente anatómica, resultado dos seus imensos e incansáveis estudos no âmbito assunto e, por isso torna-se mestre nessa ciência.

Desde o abandono do retrato de perfil, pintores tornaram-se particularmente atentos aos gestos das mãos.

Apresse Leonardo, o florentino, a terminar o trabalho no refeitório delle Grazie, que ele começou, para que se ocupe em seguida do outro salão do refeitório delle Grazie; e que os contratos que ele assinou com sua mão sejam cumpridos, pois o obrigam a terminar o trabalho dentro do tempo que será combinado com ele - Ludovico Sforza.

"Por diversas ocasiões, presenciei Leonardo dirigir-se logo pela manhã para se dedicar à pintura de A Última Ceia. Costumava permanecer ali, desde o nascer do sol até o entardecer, sem deixar os pincéis descansarem de suas mãos, pintando sempre, sem comer nem beber. Depois, por três ou quatro dias, não voltava a tocar no trabalho" - Matteo Bandello

Leonardo buscava por rostos ideais para a caracterização de Jesus e o seu traidor.
Se Vasari viu ou não a Mona Lisa é motivo de controvérsias; a opinião de que ele não teria visto a pintura baseia-se principalmente no fato de que ele descreve a Mona Lisa com sobrancelhas. Daniel Arasse, em Leonardo da Vinci, discute a possibilidade de que Leonardo poderia ter pintado o retrato com sobrancelhas, e tê-las removido posteriormente (sobrancelhas estavam "fora de moda" em meados do século XVI). A análise da pintura feita através de exames em aparelhos de alta resolução, por Pascal Cotte, revelou que a Mona Lisa de fato teve sobrancelhas e cílios, que foram removidos mais tarde.
Jack Wasserman menciona o "tratamento inimitável das superfícies" desta pintura.

O simbolismos expostos em suas pinturas é outra tática usada para enganar a igreja e deixar às gerações futuras revelações.
Dan Brown, em seu livro "Código da Vinci", faz revelações a respeito dos simbolismos presente no quadro "Madona das Rochas" e fala também que o nome Mona Lisa poderia ser um anagrama de duas divindades egípcias da fertilidade Amon e L'Isa, muito referenciadas pelos pagãos da época.

Dan Brown também levanta através dos simbolismos indicados por ele, a polêmica em torno do fato de Maria Madalena ter tido uma íntima relação com Jesus Cristo, e mostra essas evidências a partir do quadro da "Santa Ceia".
Mas essas afirmações de Dan Brow, não há qualquer fundamentação histórica, tendo sido duramente criticado por estudiosos de arte e principalmente pela igreja católica.
São muitas as lendas a respeito da obra e do artista Leonardo da Vinci, mas sem dúvidas nenhuma, ele é um dos maiores gênios das artes e da humanidade, devido as multiplas contribuíções nas diversas ciências.

● Atribuídos a Leonardo da Vinci:
"Quando ouvimos os sinos, ouvimos aquilo que já trazemos em nós mesmos como modelo. Sou da opinião que não se deverá desprezar aquele que olhar atentamente para as manchas da parede, para os carvões sobre a grelha, para as nuvens, ou para a correnteza da água, descobrindo, assim, coisas maravilhosas. O gênio do pintor há-de se apossar de todas essas coisas para criar composições diversas: luta de homens e de animais, paisagens, monstros, demônios e outras coisas fantásticas. Tudo, enfim, servirá para engrandecer o artista."

"A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível."

"Não se pode amar ou odiar quem não se conhece ainda."

Característica - Foi um dos mais importantes pintores do Renascimento Cultural. É considerado um gênio, pois mostrou-se um excelente anatomista, engenheiro, matemático músico, naturalista, arquiteto, inventor e escultor. Seus trabalhos e projetos científicos quase sempre ficaram escondidos em livros de anotações (muitos escritos em códigos), e foi como artista que conseguiu o reconhecimento e o prestígio das pessoas de sua época. Existem algumas dúvidas sobre a cidade de seu nascimento: para alguns historiadores, seu berço foi em Anchiano, enquanto para outros, foi numa cidade, situada na margem direita do rio Arno, perto dos montes Albanos, entre as cidades italianas de Florença e Pisa.

Principais características das pinturas de Da Vinci :
Utilização da técnica artística da perspectiva, uso de cores próximas da realidade, figuras humanas perfeitas, temas religiosos, uso da matemática em cálculos artísticos, imagens principais centralizadas, paisagens de fundo, figuras humanas com com expressões de sentimento, detalhismo artístico.

Principais trabalhos de Da Vinci: Trabalhos de pinturas (artes plásticas): Gioconda (Monalisa) , Leda, Dama do Arminho, Madonna Litta, Anunciação, A Última Ceia, Ginevra de Benci, São Jerônimo, Adoração dos Magos, Madona das Rochas, Retrato de Músico, São João Batista, Madona do Fuso, Leda e o Cisne

Frases de Leonardo da Vinci: - "A sabedoria é filha da experiência."
- "Quem pouco pensa, muito erra."
- "A simplicidade é a máxima sofisticação".
- "O tempo dura muito para aqueles que sabem aproveitá-lo."

“Falar de mim é facíl, difícil é ser EU!” Leonardo da Vinci Por (Giorgio Vasari - pintor e arquiteto italiano conhecido por suas biografias de artistas italianos)